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terça-feira, 26 novembro 2024 07:11

Eleições 2024: “Habemus” diálogo?

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É a pergunta que se repete em quase todas conversas – nos cafés, nos chapas, nos mercados ou mesmo em redes sociais – em torno do diálogo político agendado para às 16h00 de hoje, na Presidência da República: teremos diálogo?

 

Hoje, terça-feira, 26 de Novembro de 2024, é o “Dia D”, o dia em que serão dissipadas todas dúvidas em torno da existência ou não de condições para realização do encontro convocado pelo Chefe de Estado, na última terça-feira. A Presidência da República, na capital do país, será, a partir das 16h00, o centro de todas as atenções e os convidados, as principais estrelas.

 

Os quatro candidatos presidenciais aceitaram o convite e confirmaram a sua participação na reunião. Venâncio Mondlane foi o primeiro a aceitar o convite, enquanto Daniel Chapo só confirmou a sua disponibilidade na tarde desta segunda-feira.

 

No entanto, dos quatro candidatos presidenciais, três impuseram condições para viabilizar o debate. Venâncio Mondlane, suportado pelo PODEMOS, condiciona a sua participação à extinção de todos processos criminais que correm contra si na PGR (Procuradoria-Geral da República). Exige também a presença da imprensa e de organizações da sociedade civil e da comunidade internacional, para além da definição de uma “agenda clara”.

 

Até ao momento, não se sabe se Venâncio Mondlane, que se encontra na parte incerta, fará parte do encontro e muito menos se a sua participação será virtual ou presencial. Ontem, estava agendada mais uma comunicação à nação do candidato para o anúncio das medidas da nova fase das manifestações populares, mas não aconteceu. Numa curta publicação, feita na sua página oficial do Facebook, o candidato disse apenas que “grandes e terríveis batalhas à porta”, agendando um evento para às 17h00 (uma hora após o encontro).

 

Já Lutero Simango, Presidente do MDM, condiciona a sua participação à existência de uma “agenda clara e consensual” e com a presença dos quatro candidatos. O político entende que o diálogo deve discutir as causas da tensão política pós-eleitoral e não as consequências.

 

O Presidente da Renamo, Ossufo Momade, condiciona também a sua presença na reunião à participação física ou virtual de todos os candidatos. Leva ainda à mesa do diálogo a proposta de anulação das eleições gerais e provinciais do dia 09 de Outubro último, assim como o reconhecimento, por todos os candidatos, de que o escrutínio não foi transparente.

 

Daniel Chapo, Secretário-Geral da Frelimo, é o único que vai ao encontro sem quaisquer pontos de agenda próprios. O candidato do partido no poder disse apenas, em comunicado de imprensa, que a sua participação na reunião reafirma o seu “compromisso na promoção da estabilidade política do país”.

 

Refira-se que a reunião desta tarde, de acordo com o convite formulado pelo Presidente da República, visa “discutir a situação do País no período pós-eleitoral”, caracterizada por manifestações populares em protesto contra os resultados eleitorais, que apontam uma vitória “retumbante” da Frelimo com mais de 70% dos votos. (Carta)

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