Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
Redacção

Redacção

quinta-feira, 28 novembro 2019 21:58

Insurgentes causam mais três mortos em Nangade

Mais três pessoas perderam a vida e duas ficaram feridas em consequência de mais um ataque levado a cabo pelo grupo que aterroriza a zona norte da província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017. O ataque aconteceu por volta das 21 horas de ontem, quarta-feira, na Sede da Localidade de Litingina, no distrito de Nangade, naquela província do norte do país.

 

Fontes da “Carta” contam que os atacantes escalaram à aldeia, num momento em que as famílias já encontravam-se a repousar. Quando chegaram, afirmam os nossos informantes, os insurgentes dispararam para o ar, facto que permitiu com que grande parte da população fugisse do local.

 

A economia moçambicana está a crescer ao ritmo mais baixo dos últimos dez anos do país, mas o Standard Bank perspetiva um crescimento para 2020 de 1,7% devido a futuros investimentos no setor do gás natural.

 

A previsão foi ontem avançada em Luanda pelo economista chefe do Standard Bank para Angola e Moçambique, Fáusio Mussá, que participou, em Luanda, num ‘briefing’ económico realizado por aquele banco, para acrescentar valor aos temas ligados à economia angolana e ao continente africano em geral.

 

Segundo Fáusio Mussá, o crescimento do segundo trimestre da economia moçambicana foi de 2,3%, mas coincidindo com o arranque dos investimentos dos projetos de gás natural, “haverá, em princípio, uma melhoria da liquidez em moeda externa no país”.

 

“Este investimento pode ajudar a que se mantenha uma inflação baixa, uma moeda relativamente estável e um aumento do consumo”, frisou, adiantando que a expectativa do Standard Bank no próximo ano é de que Moçambique cresça 1,7%, ainda assim “um nível bastante reduzido comparando com o potencial que o país tem”.

 

Num olhar sobre a fase de desaceleração da maior economia do continente africano, a África do Sul, Fáusio Mussá afirmou que os efeitos podem ter impacto em Angola, porque é importador de alguns produtos daquele país.

 

“A África do Sul é uma economia com um peso muito grande na região, se o possível ‘down credit’ na África do Sul gerar uma instabilidade cambial do rand em relação às principais moedas, pode ser que por essa via haja uma maior inflação”, referiu o economista chefe do Standard Bank para Angola e Moçambique, acrescentando que a inflação se vai manter abaixo dos 5%.

 

Segundo Fáusio Mussá, se a inflação aumentar na África do Sul, Angola, que importa alguns produtos do país, poderá ver um aumento dos preços.

 

“Felizmente temos estado a acompanhar a evolução e temos uma perspetiva mais otimista em relação à África do Sul”, disse.(Lusa)

A empresa Águas da Região de Maputo (AdeM) procedeu, na segunda-feira, 25 de Novembro, ao lançamento do Programa Acelerado e Integrado de Redução de Perdas (PAIRP) que visa, essencialmente, imprimir mudanças profundas no seu desempenho e eficiência, diminuindo o índice actual de perdas, de 50 por cento para 19 por cento, até 2023.


Trata-se de um programa que vai incidir sobre o controlo da dívida acumulada de clientes que, neste momento, atinge cerca de 1.7 biliões de meticais, representando 80 por cento da facturação mensal, com tendência a crescer, na ordem de 15 a 20 por cento, por mês.


Pretende-se ainda com este programa erradicar aspectos relacionados com a suspensão de clientes, o consumo de água não facturada, a resolução de questões ligadas à eficiência energética, capital humano, abastecimento de água 24/24horas, uso de contadores fiáveis, entre outros.

Intervindo na ocasião, Elias Machava, presidente do Conselho de Administração da AdeM, referiu-se à necessidade de introduzir mudanças na empresa, pois a única forma para fazê-la crescer é, efectivamente, apostar na transformação, com vista a alcançar os resultados pretendidos.


“Precisamos nos engajar num processo de transformação para a sustentabilidade da empresa, olhando para os próximos três anos”, disse, realçando que “nós queremos uma AdeM diferente e eficiente, que possa fazer mais do que aquilo que faz actualmente”.


Segundo consta, a AdeM está a operar a um nível correspondente a 50 por cento do seu potencial: “Acreditamos que é possível fazer mais. É por isso que estamos aqui hoje para reflectir e discutir ideias sobre como vamos implementar o Programa Acelerado e Integrado de Redução de Perdas”, frisou.


Com uma carteira de 264.000 clientes, dos quais 30 por cento estão suspensos ou consomem água ilegalmente, a AdeM, conforme indicou Elias Machava, tem o desafio de acabar com esta irregularidade.


Por outro lado, existem casos de clientes que constam da base de dados da empresa, cujo consumo de água é facturado, sem, no entanto, ser pago, porque a empresa não consegue efectuar a devida cobrança.


“Trata-se de um problema que desafia a nossa eficiência e forma de actuar. Os custos de operação como a energia eléctrica e produtos químicos, representam 40 por cento da estrutura de custos, mas 50 por cento desses custos não conseguimos recuperar através dos clientes. Estes são alguns dos factores críticos que devemos ter em consideração”, enfatizou.


Importa realçar que, com o PAIRP, a AdeM pretende implementar a mudança e criar, de forma acelerada, condições para que todos os colaboradores da empresa se sintam parte do processo de transformação e, de forma individual ou colectiva, contribuam para o alcance dos objectivos preconizados. (FDS)

Um estudo do Fórum Africano para as Políticas da Infância (ACPF, sigla em Inglês), divulgado esta quarta-feira, 27 de Novembro, em Maputo, revela que África está a tornar-se, cada vez mais, num espaço de expansão para a exploração sexual de crianças.

 

Segundo a pesquisa, o facto resulta da “fraca regulamentação”, que permite o desenvolvimento de uma indústria de viagens e do turismo sexual, que se verifica no continente, assim como do crime sexual online.

 

O cibersexo e o fenómeno dos casamentos entre homens e raparigas menores, com maior crescimento no Egipto, são as novas formas de exploração sexual de crianças que o relatório do ACPF coloca em evidência.

 

Embora o documento não mencione explicitamente Moçambique, enfatiza que o fenómeno é abrangente e que está a ganhar uma dimensão pan-africana, citando, no entanto, alguns países vizinhos, como estando na dianteira deste crescente problema.

 

É disso o exemplo o Senegal, que se destaca no “recrutamento” de jovens para a indústria dos filmes pornográficos e de cariz sexual violento, o Quénia, o Malawi, a Tanzânia e o Zimbabwe, onde em média 22 a 38 por cento das raparigas e 9 a 17 por cento dos rapazes vivenciam situações de violência sexual.

 

Segundo a Representante das Nações Unidas, Najat Maalla, uma das co-autoras do estudo, 30 anos depois da adopção da Convenção dos Direitos da Crianças e quatro anos após a adopção dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, a violência sexual de crianças permanece oculta, havendo “milhões de crianças no mundo vítimas de exploração sexual”.

 

“A verdadeira extensão desse fenómeno é subestimada, porque esses crimes são subnotificados e sub-procedidos”, defende a fonte, sublinhando que as comunidades contribuem para o aumento dos desafios e, por vezes, aumentando a sua tolerância social em relação à exploração sexual infantil, resultando na normalização e permissibilidade deste crime.

 

“Por exemplo, as comunidades aceitam cada vez mais o surgimento da prostituição infantil, devido ao rápido crescimento do turismo em algumas áreas com um custo inevitável associado ao desenvolvimento económico. Muitas crianças são forçadas a praticar sexo transaccional com homens mais velhos para sustentar suas famílias, às vezes com o conhecimento de seus pais, no que às vezes é chamado de ‘sexo de sobrevivência’", afirmou.

 

Entretanto, avança Maalla, uma das formas de eliminar a exploração sexual de crianças é haver um forte compromisso político, pois, “prevenir e acabar com a exploração sexual de crianças exige políticas abrangentes e adequadas, com financiamento e investimento adequados, priorizando aquelas situações de maior vulnerabilidade e marginalização, a recolha de dados desagregados confiáveis para dar a conhecer a situação de todas as crianças, principalmente aquelas que são esquecidas com demasiada frequência”, frisou.

 

Por seu turno, Graça Machel, uma das líderes do Fórum presente no lançamento do estudo, referiu que a exploração sexual de crianças é “um escândalo escondido”, visto que maior parte das vítimas têm medo de expor e denunciar o crime de que foram alvos, por receio de serem acusados de terem sido coniventes com o acto.

 

O Secretário Permanente do Ministério do Género, Criança e Acção Social, Danilo Momade Bay, explicou que o mais preocupante é o facto de uma em cada duas raparigas casar-se antes dos 18 anos de idade.

 

“Preocupa-nos também o facto de terem sido atendidos, em 2018, no Gabinete de Atendimento à Família e Menores Vítimas de Violência 21.517 casos, dos quais 7.046 de crianças. Importa destacar que, do total de casos atendidos, 1.405 são de violência sexual, na maioria crianças”, revelou.

 

Diante desta situação, os autores do estudo sublinham a urgência de os governos africanos, com a máxima urgência, terem de aprovar uma legislação que define e proíbe de forma explícita a exploração sexual de crianças e que reconheça os rapazes também como sendo vítimas regulares de abuso e exploração sexual online(Marta Afonso)

 Da esquerda para direita está Bruno Morgado (MGC), Philip Olovier ( Total) e Johan de Vos (Gigagoule)

A operadora de infra-estruturas de gás natural na região da África Austral, Gigajoule e a petrolífera francesa Total rubricaram, esta quarta-feira (27), em Maputo, um acordo de desenvolvimento conjunto para a importação anual de 200 milhões de Toneladas Métricas (TM) de Gás Natural Liquefeito (LNG, sigla em Inglês), para o consumo e geração de energia eléctrica (para o país e a região), a partir da Central Térmica de Beluluane, em projecção.

 

A ser fornecido pela Total, o GNL provirá de diferentes pontos do mundo, será descarregado no Porto da Matola numa unidade flutuante de armazenamento e regaseificação que será ancorada permanentemente nos próximos meses.

 

Numa altura em que Moçambique lidera a lista de países com elevado risco de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, o Banco de Moçambique (BM) diz que o combate a esses crimes deve ser enérgico e permanente face às consequências associadas aos males, numa economia em desenvolvimento como a nossa.

 

“A implementação de acções de prevenção e combate enérgico ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo deve ser permanente, com vista a minimizar este fenómeno, que pode pôr em causa a credibilidade do nosso sistema financeiro”, disse na última terça-feira (26) em Maputo, o vice-Governador do BM, Victor Gomes.

 

A gigante mineira brasileira Vale anunciou na terça-feira que encerrará sua mina de carvão em Moatize, na província de Tete, por três meses no próximo ano para “manutenção”. Em agosto, a subsidiária moçambicana da Vale anunciou que, no segundo trimestre de 2019, registou uma perda operacional de 145 milhões de USD, seguida de uma perda de 120 milhões de USD no primeiro trimestre.

 

Como resultado dessas perdas contínuas, a empresa fez uma revisão e está mudando seu foco da mineração de carvão térmico para o carvão metalúrgico usado na produção de aço. O preço do carvão térmico tem caído, em grande parte devido às empresas internacionais de eletricidade, que estão se afastando da energia gerada por carvão para a energia renovável ou a geração a gás, com menores emissões de carbono e menos poluente.

 

É já dia 01 de Dezembro, último 1º domingo do ano de 2019, que os utentes da Estrada Nacional Nº 6, vulgarmente conhecida como EN6, que liga a cidade da Beira (Sofala) ao Posto Fronteiriço de Machipanda (Manica), são chamados a pagar pela circulação na via, com início de cobrança nas três portagens instaladas naquela via.

 

As portagens, que prometem “sufocar” os transportadores semi-colectivos de passageiros e, consequentemente, o bolso do pacato cidadão, irão cobrar por cada travessia valores que rondam entre 90 a 2.870 Mts, facto que deixa todos os utentes de um dos maiores corredores logísticos do país “virados ao avesso”.

 

A qualidade de crédito deteriorou-se, em 2018, em todos os bancos existentes no mercado nacional. Esta é uma das constatações feitas pela Associação Moçambicana de Bancos (AMB) e pela KPMG Auditores e Consultores, SA, na sua mais recente pesquisa sobre o sector bancário, em Moçambique, referente ao ano de 2018.

 

De acordo com a pesquisa, divulgada na passada terça-feira, em Maputo, a falta de um crédito de qualidade deveu-se, por um lado, à contracção da economia, evidenciada pela redução na taxa de crescimento económico, que saiu de 3,7 por cento, em 2017, para 3,5 por cento, em 2018, e, por outro lado, pelo alto regime de taxas de juro que caracterizou os anos de 2016, 2017 e parte de 2018.

 

O Juiz do Tribunal Judicial do Distrito de Chókwè determinou, esta terça-feira, a liberdade provisória dos 18 “presos políticos”, mediante o pagamento de caução no valor total de 720 mil Meticais. A informação foi revelada à “Carta”, na tarde de ontem, por Quitéria Guirrengane, Mandatária Nacional do partido Nova Democracia (ND), do qual pertencem os 18 “presos políticos”.

 

A cada um dos delegados de candidatura da ND coube, como condição para a libertação, uma caução no valor de 40 mil Meticais. A ND, tal como determinou o Tribunal Judicial do Distrito de Chókwè, tem cinco dias para proceder ao pagamento dos valores.