A Agência para a Promoção de Investimentos e Exportação de Moçambique (APIEX), uma instituição tutelada pelo Ministério da Indústria e Comércio, prevê a construção, ainda neste ano, de infra-estruturas “semi-permanentes” para substituir tendas que, desde 1965, abrigam os diversos expositores da Feira Agro-Pecuária, Comercial e Industrial de Moçambique, vulgo FACIM.
“Sempre houve essa preocupação de que temos de sair das tendas para infra-estruturas permanentes. Neste sentido, a nossa pretensão é sair de infra-estruturas nómadas, para infra-estruturas semi-permanentes, em primeiro lugar”, afirmou, há dias, o Director-geral da APIEX, Lourenço Sambo.
Em entrevista exclusiva à “Carta”, Sambo avançou já haver o plano para a materialização do projecto. “Já temos o desenho de infra-estruturas necessárias. Não se trata de tendas nómadas”, frisou a fonte.
Para a construção das referidas infra-estruturas, Sambo explicou que a APIEX irá adoptar um modelo de parceria público-privado, no qual o sector privado vai construir, operar e por fim transferir as infra-estruturas para o Estado.
Sambo salientou que o lançamento do concurso para a materialização do plano só pode acontecer quando a tutela sectorial, neste caso, o Ministro da Indústria e Comércio, der aval. “Só estamos à espera do visto do Ministro para partirmos para o lançamento do concurso”, salientou Sambo.
Segundo o Director-geral da APIEX, a serem construídas, as infra-estruturas terão um prazo máximo de três anos. Findo o período, acrescentou a fonte, o Governo deverá lançar novos concursos para a construção de infra-estruturas permanentes com longos anos de duração.
A construção das referidas infra-estruturas deverá acontecer em Ricatla, distrito de Marracuene, na província de Maputo, onde a FACIM ocorre anualmente desde 2011. Refira-se que, para a 56ª edição da FACIM, para a qual as empresas já estão a inscrever-se, irá decorrer de 31 de Agosto a 07 de Setembro 2020 corrente. (Evaristo Chilingue)
Dois ataques foram protagonizados, na última quinta-feira, 27 de Fevereiro, pelo grupo armado que inferniza a vida das populações, desde Outubro de 2017, no norte da província de Cabo Delgado, mas sem causar vítimas mortais. Um ataque teve lugar na aldeia Manilha, no distrito de Mocímboa da Praia e outro atingiu a aldeia Litingina, no distrito de Nangade.
Em Manilha, o ataque resultou no ferimento de três cidadãos, sendo um ajudante do transporte semi-colectivo de passageiros e outros dois passageiros da viatura que partia de Awasse para a vila-sede do distrito de Mocímboa da Praia.
Já na aldeia Litingina, distrito de Nangade, os insurgentes queimaram palhotas e vandalizaram bens da população que, nos últimos dias, foi forçada a abandonar as suas residências para se abrigar no mato, durante a noite. Entre as infra-estruturas vandalizadas estão as salas de aulas de uma Escola Primária local e a residência do respectivo Director da Escola.
De acordo com as fontes, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) não conseguiram dar resposta no momento, mas por volta das 08:00 horas de sábado ouviram-se tiros, o que se supõe ter sido uma troca de tiros entre as forças estatais e os insurgentes. (Carta)
Calor ardente, seca severa, arbustos e quadrúpedes se alimentando de capim nos diversos parques e fazendas de conservação ambiental, “palácios” e viaturas de alta cilindrada são alguns dos elementos que caracterizam o distrito de Magude, localizado na parte noroeste da província de Maputo e considerado um dos epicentros e corredores da caça furtiva.
Num trabalho de reportagem realizado semana finda (de 25 a 28 de Fevereiro), naquele distrito, “Carta” interagiu com residentes e autoridades judiciais que continuam a testemunhar os efeitos nefastos da caça furtiva que, para além de trazer a almejada riqueza imediata para as pessoas envolvidas, também deixou mágoas e tristeza nos seus familiares.
No distrito de Magude, onde a população de gado bovino é superior à humana, quase que em cada quarteirão existe uma ou duas famílias que perderam um ente-querido, devido à busca de Xibedjane, como é denominado o rinoceronte, em Xi-changana.
Geralda Matlombe (nome fictício), jovem viúva de 32 anos de idade e mãe de dois filhos, é uma das pessoas que conversou com a nossa reportagem e partilhou a sua versão em relação aos efeitos da caça furtiva. Conta que, em 2013, perdeu o esposo, depois deste se ter envolvido com a caça furtiva entre 2011 e 2013.
Matlombe revelou-nos que o seu marido decidiu entrar neste mundo, quando se encontrava desempregado, enquanto tinha uma família por cuidar. Confirma que conhecia o trabalho que fazia, pois, nessa época, segundo conta, “não havia”, em Magude, jovem ou família que “não praticasse a caça”.
Com os olhos banhados de lágrimas, a viúva lembra os momentos áureos da caça furtiva, em que numa simples “saltada”, o finado regressava à casa com valores que variavam de 100 a 200 mil Mts em “dinheiro vivo”.
“Sabia que estava a caçar, mas com aquele medo… porque sabia que não era brincadeira, mas… como era fama do momento. Você podia estar com alguém num momento e de repente sai e volta com muito tako. Mesmo eu que era mulher, às vezes apetecia-me ir também caçar, mas não podia. Eu até perguntava se este dinheiro não vinha de cabeça de pessoa? Mas, ele sempre respondia que não. Que era fruto de Xibedjane”, narrou a fonte.
Geralda Matlombe, que hoje segue a vida fazendo negócios para alimentar a família, disse não se lembrar como teve a informação da morte do seu esposo e também nunca teve interesse em saber como este perdeu a vida.
“Agora já não há caça furtiva, mas na altura era trabalho para jovens daqui. Víamos crianças de 14 e 15 anos de idade a andar de carro. Em 2012 e 2013, em Magude era só festas”, afirmou a fonte.
Para Matlombe, a caça furtiva só trouxe “tristeza e dor” para as famílias dos envolvidos e o dinheiro, oriundo do “negócio”, piorou a pobreza destas. “Acho que isto já passou, isto da caça furtiva já passou, eu tive de apelar outras pessoas a parar”, disse, visivelmente emocionada.
“Vivi com meu marido durante oito anos. Ficamos com dinheiro durante dois anos, mas depois todo aquele dinheiro foi embora. Então, eu preferia ficar sem dinheiro e ter meu marido”, desabafou Geralda Matlombe à nossa reportagem.
No distrito de Magude, não faltam estórias sobre a caça furtiva. Uma delas é de Nelson Nhate, que residia no Posto Administrativo de Mapulanguene e que era considerado um dos barões da caça ilegal. Segundo conta o Director Distrital do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) de Magude, Alfabeto Cumbe, Nhate foi o homem que durante anos liderou vários grupos de caça furtiva naquele distrito da província de Maputo.
“Quando cheguei, em 2017, em Mapulanguene existia um indivíduo muito famoso, de nome Nelson Nhate e sempre dizia que não podia sair daqui sem encontrá-lo. Tinha muitos mandados (acima de sete) contra ele, mas era muito difícil de encontrá-lo”, conta o Director do SERNIC, em Magude.
“Nelson Nhate falava ao telefone com todos. Quando chegava um novo Inspector, ele era informado. A casa dele era o centro de concentração, tinha uma ligação com os mandantes de Chókwè. Quando era procurado aqui, mudava-se para Chókwè, onde tinha uma casa. Era responsável pelo armamento e sempre que prendíamos um grupo, o nome dele era citado”, revelou a fonte.
Alfabeto Cumbe afirma que sempre que se organizava uma operação, a informação vazava e, em alguns momentos, era alertado pela comunidade sobre a movimentação de alguma viatura estranha. A fonte assegurou à nossa reportagem que Nhate apoiava as comunidades, fornecendo água, produtos alimentares e energia eléctrica.
“Tinha quatro mulheres, uma das quais uma rapariga de 14 anos. Vinha à Vila, com uma equipa de carros de alta cilindrada e, devido às emboscadas, parou de aparecer”, explicou Alfabeto Cumbe, sublinhando que o indivíduo perdeu a vida, no ano passado, vítima de Malária, pois, não conseguiu deslocar-se ao Hospital Distrital de Magude para receber tratamento médico, por medo de ser detido.
Por isso, Cumbe defende que o debate sobre a caça furtiva não se limita apenas ao abate dos animais, mas inclui também questões sociais, como é o caso das crianças que se tornam órfãs, assim como as suas mães que se tornam viúvas.
Já a Procuradora Distrital de Magude, Dólia Nguenha, afirmou, à nossa reportagem, que de 2016 a 2019 foram instaurados 18 processos-crimes relacionados à caça furtiva, sendo que o pico foi registado em 2018, período em que houve ocorrência de 10 casos, quatro casos já foram julgados e três foram arquivados. No total, 29 pessoas foram constituídas arguidas e foram apreendidas 16 armas.
Nguenha revelou que o desafio é “Zero caça furtiva, em Magude”, mas as redes criminosas continuam a usar aquele ponto da província de Maputo para chegar às áreas de conservação, onde existem os rinocerontes, o animal predilecto dos furtivos.
A magistrada revela que grande parte da população do distrito de Magude enriqueceu, devido à caça furtiva, pois, na altura, a actividade não era criminalizada, sendo que só se aplicava multas. Entretanto, assegurou haver uma redução significativa no número de casos, devido à instalação de equipas especializadas no combate contra este crime transnacional.
A narrativa de redução da caça furtiva, em Magude, é partilhada por alguns líderes locais, como é o caso de James Mambane, Secretário da Comunidade de Captine, no Posto Administrativo de Mapulanguene, que garantiu não haver registo de caça furtiva nos últimos tempos naquela região, uma vez que boa parte dos jovens estão empregados em algumas fazendas de bravio. Para a fonte, a fiscalização e a criminalização mudaram a realidade que se vivia naquele distrito.
Entretanto, o casal Sara Macuácua e Joaquim Maluano (nomes fictícios) entendem que os constantes despedimentos que se verificam na Masintonto Ecoturismo, uma área de conservação do grupo Tongaat Hullett, sediada em Magude, poderá propiciar o regresso da caça furtiva nos próximos dias. (Omardine Omar, em Magude)
Xihivele é certamente um nome que o estimado leitor já, por diversas vezes, ouviu falar, ainda agora com o julgamento do Caso Embraer: acto que está a ocorrer na Oitava Secção Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM), que a “Carta de Moçambique” está a acompanhar a par e passo.
Mas não é sobre o julgamento que pretendemos debruçar-nos na edição de hoje. É sim de Xihivele, a quem muitas significâncias e nos mais variados idiomas foi-se lhe atribuído. Houve até quem disse que Xihivele significa, sim, “Roube-lhe” na língua changana, falada na região sul do país, mas enganou-se redondamente.
Xihivele é, na verdade, o nome tradicional de Mateus Zimba, arguido do Caso Embraer, processo que também tem no banco dos réus Paulo Zucula e José Viegas. Xihivele, tal como disse o próprio Mateus Zimba no banco dos réus, é o seu nome tradicional que lhe fora atribuído pelo seu avô. Sobre o significado Mateus Zimba dissipou todos os equívocos: significa “pessoa que busca os produtos da caça”.
Mas então, quem é Xihivele (Mateus Zimba)? Xihivele é natural da província de Gaza e tem 55 anos de idade. É casado e veterinário de formação. Não se conhece qualquer histórico na sua área de formação. No entanto, pontifica uma carreira de sucesso como gestor sénior em multinacionais de classe mundial, tais são os casos da petroquímica Sasol e da General Electric.
Apesar de muito renomado, Mateus Zimba veio também à ribalta por ter constituído uma empresa na República de São Tomé e Príncipe que ostenta, coincidência ou não, o seu nome tradicional (Xihivele). A Xihivele Consultoria e Serviços Limitada faturou a astronómica quantia de 800 mil USD, no negócio da venda de duas aeronaves Embraer-190 pela Embraer às Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).
No caso Embrear, Xihivele é citado, nos autos, como sendo o indivíduo que fez a distribuição dos 800 mil USD, recebidos da construtora brasileira de aeronaves, a Embrear. Ainda nos autos, Xihivele é apontando como quem se beneficiou indevidamente de 375 mil USD e os restantes 430 mil USD transferidos para o co-réu[U1] Paulo Zucula, antigo ministro dos Transportes e Comunicações.
Nas próximas linhas convidamos o estimado leitor a acompanhar como os 800 mil USD foram gastos. Desde o recebimento do valor pela Xihivele Consultoria e Serviços Limitada, a partilha e ainda como Mateus Zimba aplicou os valores.
Entrada do valor da Embraer
Tal como vem descrito na acusação do Ministério Público, a empresa de Mateus Zimba recebeu os 800 mil USD em duas tranches, de 400 mil USD cada. A primeira tranche entrou na conta da Xihivele a 10 de Setembro de 2009, transferida a partir da conta bancária nº 387928711 titulada pela Embraer no Citi Bank, cidade de Nova Iorque, Estados Unidos da América (EUA), referente à entrega da primeira aeronave E-190.
A segunda foi a 8 de Outubro de 2009. A Xihivele voltou a receber na mesma conta um valor de 400 mil USD transferido a partir da conta bancária nº 387928711, titulada pela Embraer no Citi Bank, nos EUA, referente à entrega da segunda aeronave. No dia 24 de Setembro de 2009, às 14:00 horas e 29 minutos, Mateus Zimba mandou para Embraer, via correio electrónico, a factura nº 010/XVL/-09 com referência COM0028-09 para efeito de pagamento da segunda tranche no valor de 400 mil USD.
A Xihivele Consultoria e Serviços Ltda. era detentora de duas contas bancárias, mas o valor foi canalizado apenas para a conta nº 24985461002, domiciliada no Banco Internacional de São Tomé e Príncipe.
Como Mateus Zimba distribuiu os 800 mil USD
Apesar de nunca ter estado em São Tomé e Príncipe e de sequer um dia ter conhecido a sede da Xihivele, Mateus Zimba era o único assinante das contas da sua empresa. Depois de receber todo bolo, Mateus Zimba colocou em marcha o processo de partilha do mesmo.
As transferências para contas fora e dentro do país foram ordenadas, através do e-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. para o Banco Internacional de São Tomé e Príncipe. As ordens de transferência tiveram lugar num espaço de quase um ano. Ou seja, entre os dias 23 de Setembro de 2009 e 20 de Setembro de 2010.
O primeiro a receber os fundos da Xihivele foi o co-arguido Paulo Zucula. No dia 23 de Setembro de 2009 ordenou a transferência de 275 mil USD a favor do arguido Paulo Zucula, tendo como destino a conta nº 224980866, sediada no banco NED Bank, no Reino Unido.
A transferência foi ordenada a 22 de Setembro de 2009, ou seja, 12 dias após receber a primeira tranche da Embrear. No e-mail enviado ao funcionário sénior do Banco Internacional de São Tomé e Príncipe (ordem de transferência), Zimba comunicava que a transferência de 275 mil USD para Paulo Zucula destinava-se ao pagamento de parte da contribuição para a campanha eleitoral em Moçambique. A transferência foi efectuada no dia seguinte. Ou seja, no dia 23 de Setembro 2009.
A 4 de Novembro de 2009, descrevem os autos, Mateus Zimba transferiu 150 mil USD para GAPI Sociedade de Investimentos SA, precisamente para conta nº 0080000714238710277, domiciliada no Banco Comercial de Moçambique.
Este valor só chegou aos cofres da GAPI, depois do dia 2 de Novembro de 2009, após a recepção da segunda tranche. Mateus Zimba enviou uma ordem de transferência para o Banco Internacional de São Tome e Príncipe em atenção ao funcionário sénior de nome Acácio Bonfim, solicitando a transferência de 150 mil USD para GAPI. Para o efeito, Zimba comunicou o banco que o valor era destinado à compra de acções na Green Point, empresa de Paulo Zucula.
À data da transferência do valor à Gapi, diz a acusação do MP, o arguido Paulo Zucula tinha contraído um empréstimo naquela instituição. O valor destinava-se ao pagamento do empréstimo contraído por Paulo Zucula, a favor da Green Point.
No dia 22 de Fevereiro de 2010, Zimba ordenou que fossem transferidos 75 mil USD para si próprio, numa conta no 100187021025, domiciliada no Banco ABC Moçambique. Junto ao banco, declarou que o valor era destinado à participação em investimentos imobiliários em Moçambique.
A 04 de Março de 2010, o arguido autorizou a transferência de 150 mil USD, novamente para sua conta bancária no 100187021025, domiciliada no Banco. A transferência foi ordenada no dia 03 de Março. Ou seja, um dia antes. Participação em investimento imobiliário foi a justificação apresentada por Zimba junto daquela instituição financeira daquele país lusófono.
No dia 14 de Junho de 2010, novamente para sua conta domiciliada no Banco ABC em Moçambique (conta no 100187021025), Zimba ordenou que o banco São Tomence transferisse 90 mil USD. A ordem foi emanada no dia 12 de Julho e o montante havia sido descrito como sendo para participação imobiliária em Moçambique.
No mês de Setembro, precisamente no dia 10, a conta de Mateus Zimba, domiciliada no banco ABC recebia 48.947.08 USD provenientes da empresa Xihivele. Mais uma vez, o valor, tal como declarou perante aquela instituição financeira, destinava-se a investimentos imobiliários no país.
Inicialmente, Zimba havia ordenado que o Banco Internacional de São Tome e Príncipe transferisse 50 mil USD, mas tal não se efectivou porque a conta não dispunha de fundos. Os 50 mil USD haviam sido destinados para a falecida esposa do antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, mas que veio a falhar por razões de complience. Na ordem de transferência, enviado ao banco daquele país da lusofonia, Zimba dissera que era parte da contribuição para campanha eleitoral em Moçambique.
O restante no valor de 70.56 USD foi em custo de transacções em crédito e ainda foi cobrado 10.982.76 USD como custo de transacções de débito.
Como é que Xihivele gastou os 375 mil USD provenientes da sua empresa
Mateus Zimba aplicou 95 mil USD e 1.600.000 Mts para a aquisição de dois imóveis, sendo um no condomínio habitacional Gugui Palm e outro também no condomínio habitacional Maresias, ambos na cidade de Maputo.
Em 2010, Zimba pagou o apartamento no condomínio Gugui Palm, que tinha como sócios representantes a Olívia Moisés Machel e no ano de 2012 no pagamento de 1.600.000 meticais para aquisição de uma moradia no Maresias, à data, representado por Naite Joaquim Chissano. Zimba pagou os dois imóveis com valores sacados da sua conta pessoal domiciliada no banco ABC Moçambique.
No entanto, tal como refere a acusação do MP, Mateus Zimba não concluiu o pagamento das prestações subsequentes, tendo consequentemente perdido os valores pagos.
A par do investimento no sector imobiliário, Zimba aplicou o remanescente na realização de várias despesas e, para o efeito, ordenou levantamentos à boca do caixa com recurso a cheques. Alguns cheques foram emitidos a seu favor ou outros a terceiros.
Entre os meses de Fevereiro a Agosto de 2010, o co-réu Mateus Zimba emitiu um total de oito cheques no valor total de 19 mil USD a favor de Pedro Nhamazi Cardoso. Pedro Cardoso era motorista e subordinado de Mateus Zimba. Cardoso levantou os valores à boca do caixa e entregou a posterior a Mateus Zimba.
No dia 3 de Março de 2010 emitiu um cheque de 5 mil USD a favor de Bruno Laice Manhiça, que por ordens de Mateus Zimba procedeu ao levantamento à boca do caixa e entregou ao arguido Paulo Zucula. Bruno Laice Manhiça era ajudante de campo de Paulo Zucula, enquanto exercia as funções de ministro dos Transportes e Comunicações.
No dia 12 de Março de 2010, Mateus Zimba emitiu um cheque no valor de 3 mil USD a favor de Nuno Luís Amone, motorista na Sasol Temane, que após instruções daquele, nos mesmos moldes que os outros, procedeu ao levantamento do valor na boca do caixa e passou ao seu superior.
A 20 de Março de 2010, o arguido voltou a emitir mais um cheque, desta vez, no valor de 1 mil USD a favor de Jorge Augusto Cavele. Zimba instruiu Cavele para que fosse levantar o valor à boca do caixa e o devolvesse.
No dia 5 de Abril de 2010, Mateus Zimba emitiu um cheque no valor de 10 mil USD a favor de António Abrantes Nunes, pertencente ao empreendimento Gugui Palm, e destinava-se ao pagamento de um investimento.
A 19 de Abril de 2010, o arguido voltou a emitir mais um cheque no valor de 50 mil USD à favor da imobiliária X-Limitada, que visava ao pagamento de um investimento.
No dia 27 de Abril de 2010, Zimba emitiu um cheque no valor de 24 mil USD e que foi depositado na conta no 467211501, no Moza Banco.
A 18 de Maio de 2010, Zimba voltou a fazer o uso da sua carteira de cheques e passou um no valor de 9 mil USD a favor de Fazila Latifo Sousa, amiga deste, que uma vez na posse do valor investiu no negócio de Salão de Cabeleiro, sito no bairro Polana Cimento, Av. Julius Nyerere.
No dia 12 de Junho de 2010, Zimba emitiu mais um cheque no montante de 1 489 USD a favor de António José Cruz.
A 14 de Julho de 2010, o arguido emitiu um outro cheque no valor de 500 USD a ordem de Alexandre Simão (Alexandre Mazuze) e destinava-se ao pagamento de serviços de música e entretenimento. Alexandre Mazuze abrilhantou a festa de casamento de Mateus Zimba.
Entre os meses de Julho a Novembro ainda do ano de 2010, Mateus Zimba emitiu um total de dois cheques a favor da Africa Sun Mozambique no valor de 30 mil USD, ligado ao empreendimento Gugui Palm e visava o pagamento de um investimento imobiliário.
A 9 de Agosto de 2010, Mateus Zimba emitiu um novo cheque no valor de 3 mil USD a ordem de Guilherme Parreira Soares, motorista reformado da Sasol. Após instruções recebidas de Mateus Zimba procedeu ao levantamento à boca do caixa e devolveu ao co-arguido.
Entre os meses de Março a Novembro, Mateus Zimba emitiu seis cheques a favor de si no valor total de 201 500 USD, tendo levantado à boca do caixa. De Outubro a Novembro de 2010, o arguido emitiu um total de três cheques no valor de 2.650 USD a favor de Luís Reginaldo, que após proceder o levantamento do valor encaminhou a Mateus Zimba. (Ilódio Bata)
O Instituto Nacional de Petróleos (INP), órgão governamental que regula, fiscaliza e administra a indústria de petróleos em Moçambique, anunciou, há dias, a adjudicação de serviços de consultoria legal sobre matérias específicas do sector petrolífero à Advokatfirmaet Simonsene Vogt Wiig AS, no valor de vinte e dois milhões e cinquenta mil Meticais.
Em anúncio público, o INP afirma que a adjudicação acontece nos termos do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n. 5/2016, de 08 de Março. A Advokatfirmaet Simonsene Vogt Wiig AS é uma firma de advogados noruegueses, com escritórios nas maiores cidades da Noruega e em Singapura.
A Chefe do Gabinete de Comunicação e Cooperação do INP, Nilza Mendonça, disse à “Carta” que a instituição optou pela consultora estrangeira devido à sua larga experiência num sector novo e complexo, exigindo-se um nível de especialização e capacidade para interagir com gigantes como a Total e a ExxonMobil.
Achou-se pertinente assegurar serviços de consultoria altamente especializados, frisou a fonte. A consultora norueguesa tem vasta experiência e conhecimentos sólidos relacionados com contratos de compra e venda de gás natural liquefeito, “shipping”, regimes fiscais globais aplicáveis ao sector de petróleo e gás, análise de acordos directos entre concessionárias e financiadores/credores, entre outros.
O INP refere que a consultora vai assessorar o regulador em matérias muito específicas de petróleo e gás e nas negociações com potenciais investidores espalhados pelo mundo. O contrato com a Advokatfirmaet Simonsene Vogt Wiig AS é tem a duração de 12 meses. (E.C.)
O corpo foi descoberto na Rua da Candonga pelos madrugadores do bairro, os saqueadores de futuros, gente que se empoleira nas carruagens dos comboios e, contra os balázios de milicianos vigilantes, de pé, sobre a mercadoria, aposta em morrer só depois de descer às mulheres, camufladas na moita rente aos carris, o sal para temperar o carapau, o açúcar para adocicar o refrigerante maheu e a mbaula, o carvão mineral das terras de Moatize para saciar a fome dos cabralenses e iluminar o futuro em pequenas tábuas que Ti Castigo, um velho e triste carpinteiro do bairro, oferece às crianças depois de as obrigar a irem à escola, as madeiras no regaço, e acertarem, de punho em riste, a matemática dos sonhos antigos dos avós.
(05 de Março, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)
Pareceu-me oportuno iniciar esta reflexão acerca de um dos fenômenos, a meu ver, mais gritantes e interessantes do século XXI, com esta irônica mas triste reza para “conexão”. Comecei a imaginar o que alguém que valoriza mais o celular e mostrar o seu Eu /ideal ou utópico de forma compulsiva poderia desejar ou pensar num momento de desespero, se corresse o risco de não ter o celular em sua posse. É interessante analisar como o celular transformou-se no “Deus” omnipotente que determina o nosso tempo, os nossos humores e a nossa autoestima. Não temos auto-controle, deixamos o nosso tempo escapar como o vento e não damos prioridade para aquilo que realmente conta. Sem o grandioso celular ficamos estressados, deprimidos, atrapalhados, mais vazios do que já estamos.
(05 de Março, às 10Hrs no Centro Cultural Brasil-Moçambique)
O jovem Massunganhane procura, através das suas esculturas de formas bizarras, alojar uma série de práticas e percepções, seguindo um rumo onde coexistem fenómenos e processos no espaço e no tempo. Explora o tema do corpo humano e relaciona-se com a sociedade através de um mundo utópico de figuras modificadas que os nossos olhos vão percorrendo e filosofando a cada uma delas, à medida que avançamos através da exposição.
(04 de Março, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)
A GOtv tem uma oferta que vai deixar os seus Clientes altamente entretidos durante o mês de Março. A partir de 1 de Março de 2020, os clientes da GOtv Lite, Essencial e Plus pagam apenas 600MT e saltam para o pacote GOtv Max. Nunca antes houve um melhor momento para mudar a subscrição para a GOtv MAX como neste mês de Março de 2020.
De acordo com Agnelo Laice, Administrador Delegado MultiChoice Moçambique “a oferta Salta para o GOtv Max vai expor os clientes a uma grande variedade de conteúdos existentes neste pacote, seja futebol, novelas, séries ou filmes e não existe melhor época do que esta. Reconhecemos que a maioria dos moçambicanos está a viver tempos económicos difíceis e compreendemos que os nossos clientes estão sob pressão para que cada metical seja bem gasto. Como tal, estamos constantemente a rever a nossa oferta para assegurar que continuamos a oferecer excelente valor aos nossos clientes”
A oferta permite aos clientes da GOtv desfrutarem de vários programas disponíveis na GOtv MAX a um preço reduzido, menos 200 MT , fazendo com que este óptimo conteúdo esteja mais acessível para um número maior de clientes. Tal inclui uma variedade de programas de desporto e de entretenimento geral nos canais Mundo FOX, SuperSport Select 4 e 5, BET, TNT assim como uma diversidade de conteúdos infantis nos canais Panda, Cartoon Network e Davinci Learning.
Algumas das atracções que os Clientes podem esperar para se deliciar no mês de Março e que irão alargar a sua experiência de visualização:
Ao nível de entretenimento e cinema, os Clientes podem assistir no canal TNT , alguns programas de proeza todos os Domingos de mês de Março intitulados “Matéria Divertida” que compreenderão filmes como “Miúdos e Graúdos 2” do conceituado comediante Adam Sandler e “Dois Estranhos, Um Casamento” com a participação de Jamie Foxx.
Ao nível do desporto, os Clientes do Lite, Essencial e Plus que aderirem a esta promoção e saltarem para o GOtv Max, deliciar-se-ão das emoções das escaldantes ligas Espanhola e Italiana nos canais Supersport Select 4 e 5 onde a luta ao título se encontra o rubro.
Adira à oferta MAX neste mês de Março e mantenha as crianças animadas com as emoções do Cartoon Network com o lançamento do “Dragon Ball Super” na Segunda-feira, dia 16 de Março. As crianças vão também deliciar-se com as animações do canal Panda.
Esta oferta GOtv MAX está disponível para os clientes activos e desconectados dos pacotes GOtv Lite,Essencial e Plus. Para mais informações sobre esta oferta, assim como outros produtos e serviços, por favor visite a página: www.gotvafrica.com
Actualize a sua subscrição da DStv e desfrute de uma actualização para um pacote ainda maior a custo zero!
28 de Fevereiro de 2020: A oferta É Só Subir da DStv termina no final deste mês, contudo os clientes não precisam se preocupar, pois as novas ofertas continuam a surgir. A partir de Domingo, 01 de Março, os clientes dos pacotes DStv Fácil, Família, Grande e Grande Mais activos e desconectados que efectuarem o upgrade para um pacote acima irão receber um pacote ainda maior a custo zero.
“Em conformidade com a nossa missão de adicionar valor e enriquecer a vida dos nossos Clientes e à luz da resposta positiva recebida aa fase inicial da Oferta É Só Subir, decidimos alargar a aposta com uma oferta ainda mais atractiva” refere Agnelo Laice, Administrador Delegado da Multichoice Moçambique. “Entendemos que agora que os telespectadores já desfrutaram do entretenimento de qualidade que se encontra nos pacotes superiores, existe uma vontade de verem mais do conteúdo de primeira classe que a DStv contém nas suas plataformas”, acrescentou.
Os clientes activos dos pacotes DStv Fácil, Família, Grande e Grande Mais somente precisam de actualizar e pagar a tempo pelo pacote a seguir ao que estão a assistir para desfrutarem dos conteúdos que estão a ser oferecidos no pacote superior àquele.
Os clientes do Pacote Fácil que fizerem o upgrade para o Família por 1000MT, assistem o Grande por 1 mês. Os clientes do Pacote Família que fizerem o upgrade para o Pacote Grande assistem o Grande Mais. Por seu turno, os Clientes do Grande que fizerem o upgrade para o pacote Grande Mais por 2400 ganham acesso ao pacote Bué e os Clientes do Grande Mais que efectuarem o upgrade para o Bué por 3600MT, sobem para o Pacote Mega. Os clientes do Bue e Premium que pagarem as suas subscrições por 3600MT e 4700MT ganham acesso ao pacote MEGA.
Os clientes que aderirem a esta oferta terão o privilégio de desfrutar da acção desportiva da classe mundial juntamente com o conteúdo de entretenimento de elevada qualidade como filmes, séries, telenovelas, programas musicais, noticiário e entretenimento infantil.
Os clientes do Pacote Fácil que actualizarem a sua conta para o Pacote Família assistirão o pacote Grande onde poderão desfrutar de um mundo dinâmico de entretenimento de alta qualidade que inclui os excelentes filmes do canal CineMundo com destaque para Confronto de Assassinos no dia 12 de Março, que retrata a historia de Ray Carver, um assassino que ao falhar um alvo critico em Praga, desencadeia uma guerra entre mafias da Europa do Leste. Pode ainda assistir o filme Ecos do Corredor da Morte no dia 16 de Março. Não perca ainda a Serie Scooby-Doo e Companhia de Segunda a Sexta no canal infantil Boomerang bem como a serie vampirinas no canal Disney Jr.
Os clientes do Família que pagarem o Grande, darão um salto ainda maior para o Grande Mais onde poderão desfrutar da acção desportiva do Supersport Máximo 1 com destaque para a transmissão semanal dos Jogos da Liga Inglesa. As crianças poderão acompanhar a série Dragões, Em Busca do Desconhecido de segunda a sexta no Canal Panda Biggs.
Já os clientes do Grande ao efetuarem upgrade para o Grande Mais, sobem para o Pacote Bue e deliciam das últimas novidades do cinema, as últimas séries nos canais TV Cine. No dia 13 de Março poderão assistir no canal TV Cine Top o 3º capítulo da saga John Wick, o super-assassino que regressa em fuga e com a cabeça a prémio pelo valor de 14 milhões de dólares. Atrás de si está montada uma autêntica caça ao homem por vários assassinos que querem a recompensa a qualquer o custo. Esses Clientes deliciam se também da excelente oferta de conteúdo infantil do pacote Bue que inclui canais de renome como Disney Channel.
Os clientes Grande Mais que passarem para o pacote Bue poderão desfrutar de uma grande variedade de conteúdo, filmes e desporto no Pacote Mega, ampliando a sua experiência de visualização com mais de 175 Canais em Ingles e Portugues. Podem se deliciar com série de comédia e crime popular intitulado Carter no Universal Tv na Sexta-feira dia 20 de Março. Podem ainda deliciar-se da nova temporada do maior programa de automobilismo do mundo intitulado Top Gear que regressa de forma bombástica no BBC Brit. e que conta com novos apresentadores.
Por mais informações sobre a oferta limitada e o óptimo conteúdo do qual pode desfrutar, assim como outros produtos e serviços, visite a página: www.dstvafrica.com.