Um antigo banqueiro do banco Credit Suisse afirmou segunda-feira num tribunal em Nova Iorque que, em 2015, a antiga vice-ministra das Finanças moçambicana Maria Lucas referiu que o ministro Adriano Maleiane escondia as dívidas da Ematum ao FMI. Andrew Pearse, que se declarou culpado de receber subornos para negócios com empresas estatais moçambicanas e com investidores internacionais, admitiu que era claro que o ministro das Finanças de Moçambique em 2015 escondia dívidas públicas ao Fundo Monetário Internacional (FMI), durante uma audição no tribunal de Brooklyn, Nova Iorque, onde decorre o julgamento do escândalo das dívidas ocultas de Moçambique, que tem Jean Boustani, um dos principais responsáveis da construtora naval Privinvest, como o principal suspeito.
O antigo Presidente da Comissāo Executivo das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), António Pinto, que antecedeu o actual Director Geral, foi ontem detido no quadro de um processo-crime que corre na Sétima Secção Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo. A par de Pinto, foi também detido o antigo administrador financeiro, Hélder Fumo, que fazia parte do mesmo colectivo de gestão. Nos autos de querela número 54/2019/7a-B, para além dos dois antigos gestores mencionados, também é arguida Sheila Mia Temporária, ainda não detida por razões que “Carta” não conseguiu apurar. O motivo da detenção, cujos pormenores desconhecemos, decorre de uma investigação levada a cabo pelo Gabinete Central de Combate à Corrupção. (Carta)
Domingos Do Rosário, Oficial de programa do Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África (EISA), em Moçambique, defendeu, nesta terça-feira (22 de Outubro), em Maputo, durante a apresentação do relatório preliminar da contagem paralela de resultados, que “a integridade das Eleições foi seriamente afectada”, devido aos problemas observados durante o processo, relativamente a segurança, recenseamento e campanha eleitorais, credenciação e a votação.
Argumentando, o académico afirmou que a organização que representa não conseguiu estar em todas Mesas de Voto previstas, porque os órgãos de administração eleitoral a nível distrital e provincial não aceitaram credenciar 3 mil observadores, dos 6.965 que a organização e parceiros treinou nos últimos meses, visando fazer a observação das VI Eleições Gerais e III das Assembleias Provinciais, que tiveram lugar no passado dia 15 de Outubro.
Depois de a plataforma de observação eleitoral “Sala da Paz” ter apontado, em menos de 24 horas após a votação, a vitória folgada do candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, com os asfixiantes 72 por cento de votos, contra os 21 por cento de Ossufo Momade e 5,8 por cento de Daviz Simango, agora coube ao Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África (EISA), em Moçambique, confirmar a vitória do actual Chefe de Estado.
A empresa Linhas Aéreas de Moçambique garantiu, esta segunda-feira, que irá introduzir voos nos horários que eram operados pela Fastjet, companhia sul-africana que anunciou a sua retirada do mercado moçambicano a partir do próximo sábado, 26 de Outubro, dois anos após ter iniciado as suas operações no mercado doméstico com o certificado de operador da Solenta Aviation.
Em comunicado de imprensa enviado à nossa Redacção, a LAM explica que os passageiros que tenham adquirido suas passagens para viajar em voos operados em codeshare pela Fastjet, farão as referidas viagens nos voos da companhia de bandeira a serem introduzidos no horário dos voos que eram operados pela sua concorrente.
Lembre-se que, nesta segunda-feira, a Fastjet Moçambique Limitada anunciou a suspensão das suas operações de voo doméstico em Moçambique, a partir da meia-noite do próximo sábado, uma decisão que iria afectar também os acordos de partilha de códigos com a LAM para Maputo, Tete, Beira e Quelimane.
A companhia moçambicana assegura, no comunicado, que mantém o compromisso de sempre servir o passageiro com o mínimo de inconveniência, criando soluções com rigor no cumprimento de horários. (Carta)
A Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) vai investir até 120 milhões de dólares (109 milhões de euros) em novos aviões e intensificar presença nas rotas africanas, querendo ligar África do Sul a Lisboa, disse o diretor-geral, na capital portuguesa.
"Em África, queremos penetrar mais no mercado sul-africano e também oferecermos a Portugal o mercado sul-africano", afirmou João Carlos Po Jorge, em declarações à Lusa, à margem de um evento em Lisboa.
Segundo o responsável, a companhia quer ainda intensificar a frequência para Dar Al Salam (Tanzânia), Harare (Zimbabué), Lusaka (Zâmbia), Gaborone (Botsuana)".
"Já estamos a trabalhar com essas companhias [desses países] para, logo que o mercado cresça, oferecermos, não só o mercado regional, mas também este mercado que vem por Lisboa", reforçou.
Para crescer em rotas e assegurar qualidade de serviço, a empresa vai também investir em novos aviões.
"Estamos a pensar adquirir novos aviões cofinanciados por leasing ou financiados por bancos e pensamos que isso representa 100 a 120 milhões de dólares [de investimento], em três anos, porque a frota é pequena ainda", adiantou o diretor-geral da companhia aérea.
O objetivo agora, depois de o grupo ter atravessado uma situação financeira difícil, é centrar a sua atividade no seu negócio principal e desinvestir noutras áreas.
"A nossa intenção nos próximos anos é centrar a atividade no nosso ‘core business’ [negócio principal], linha aérea, e desinvestir nalgumas áreas que temos de hotéis, etc", exemplificou.
João Carlos Po Jorge admitiu, porém, que o grupo LAM quer ter também um posicionamento nos negócios do ‘catering’ (refeições para os aviões) e do ‘handling’ (serviços de apoio aos passageiros em terra).
"O grupo LAM tem neste momento cerca de 14 empresas participadas. Já estamos a sair de quatro ou cinco e as outras é uma questão de tempo para sair", acrescentou o gestor.
Quanto à situação financeira da empresa, o diretor da empresa disse que a LAM chegará, no final deste ano, ao ponto de equilíbrio.
"Pensamos que até ao fim deste ano atingiremos o ‘breakeaven’ [nem lucros nem prejuízo], mas temos perdas acumuladas".
O desinvestimento planeado, que permitirá arrecadar cerca de 14 a 16 milhões de dólares (12,6 a 14,3 milhões de euros), pode ajudar a compensar algumas das perdas, "mas não cobre de maneira nenhuma o investimento", admitiu.
Porém, João Carlos Po Jorge disse que não haverá “reduções drásticas" no quadro de pessoal do grupo.
"Estamos a ver se conseguimos realocar algumas pessoas, ou dentro da organização, ou noutras participadas. Mas achamos que já não vamos ter o excedente que iríamos ter. Por isso, não vamos ter reduções drásticas de pessoal", assegurou.
Neste momento, a empresa tem em curso um plano de reestruturação e a companhia, impedida de operar no espaço aéreo europeu, por razões se segurança, já anunciou, precisamente este mês, o regresso à Europa, com um voo para Lisboa.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu, em 2017, que o país precisa de dar mais espaço para o setor privado nos transportes aéreos e terrestre de passageiros.
O antigo presidente da LAM José Viegas foi acusado de corrupção, no âmbito de uma investigação a factos relacionados com pagamentos indevidos por parte da fabricante brasileira Embraer a favor de alguns gestores da LAM e altos funcionários do Estado moçambicano, na compra e venda de duas aeronaves Embraer 190, entre os anos de 2008 e 2009.
A justiça moçambicana decidiu investigar o caso após surgirem notícias referindo que os três arguidos naquele processo terão recebido 800 mil dólares (670 mil euros) como contrapartida pela compra pela LAM de duas aeronaves à fabricante brasileira Embraer. (Lusa)
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revela que duas, em cada três crianças, no mundo, vivem mal alimentadas e, pelo menos, uma em cada três crianças menores de cinco anos sofre de desnutrição crónica, sendo que um número alarmante sofre as consequências de um sistema alimentar que não tem em conta as suas necessidades.
A informação consta de um relatório intitulado “a situação mundial da infância 2019, crianças alimentação e nutrição”, divulgado semana passada pela organização, no qual sublinha que, em Moçambique, particularmente nas áreas rurais de difícil acesso, algumas comunidades estão em passos de condições críticas de desnutrição, caso um desastre os atinja.
Para UNICEF, as más práticas alimentares no país começam nos primeiros dias de vida de uma criança. Embora o aleitamento materno possa salvar vidas, os dados revelam que apenas 42 por cento dos recém-nascidos com menos de seis meses de vida são amamentados exclusivamente com o leite de peito e um número crescente de crianças são alimentadas com substitutos do leite materno (ou fórmula infantil).
De acordo com o documento, à medida que as crianças crescem, sua exposição a alimentos pouco saudáveis é bastante alarmante, em grande medida, impulsionada pela comercialização e publicidades inapropriadas, a abundância de alimentos ultra-processados, tanto nas cidades como também em zonas rurais e ao aumento do acesso à comida rápida (fast food) e a bebidas altamente açucaradas.
O estudo afirma ainda que 42 por cento dos adolescentes em idade escolar em países de baixa e média renda consomem refrescos com açúcar pelo menos uma vez por dia e 46 por cento come fast food pelo menos uma vez por semana. Entretanto, essas taxas sobem para 62 por cento e para 49 por cento, respectivamente, para adolescentes em países de alta renda.
O relatório indica, igualmente, que há graves crises alimentares causados por desastres relacionados ao clima. A seca, por exemplo, é responsável por 80 por cento dos danos e perdas na agricultura, alterando drasticamente os alimentos disponíveis para crianças e famílias, bem como a qualidade e o preço desses alimentos. A segurança alimentar piorou em Moçambique, afectando o preço dos alimentos básicos.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o preço do milho aumentou e permanece mais alto em comparação com o mesmo período do ano passado nas províncias afectadas pelo ciclone em Cabo Delgado, Manica e Nampula.
O argumento da UNICEF para uma boa nutrição não se limita apenas em promover uma melhor saúde e desenvolvimento para as crianças. A desnutrição, de acordo com as evidências nacionais, restringe o desenvolvimento económico de Moçambique, prejudicando o potencial das pessoas para contribuir com maior produtividade do país, bem como contribuindo para uma perda de produtividade devido a doenças e absentismo no local de trabalho. (Marta Afonso)
O grupo mineiro Syrah Resources pretende reduzir de imediato cerca de 30% da mão-de-obra na mina de grafite no distrito de Balama, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, informou o grupo australiano ao divulgar uma actualização relativa ao seu desempenho no terceiro trimestre de 2019.
O comunicado ao mercado informa igualmente que, além da redução do número de trabalhadores, actualmente cerca de 200, e dos custos associados à mão-de-obra, haverá a renegociação dos contratos e a reconfiguração dos modelos de extracção mineira e do processamento de minério actualmente em vigor.
A aceitação da proposta de reestruturação da emissão de euro-obrigações da Empresa Moçambicana de Atum pelos detentores poderá fazer com que Moçambique volte a poder aceder ao mercado de capitais e que melhore o seu relacionamento com alguns dos seus principais credores, segundo a Economist Intelligence Unit (EIU).
A EIU afirma no seu mais recente relatório sobre o governo de Moçambique está a tentar reduzir a sua dependência dos investidores tradicionais Portugal e África do Sul, embora adiante que este último país mantém-se como um parceiro importante, entre eles havendo um importante conjunto de acordos bilaterais.
Um jovem de nome Zaidi Swaiba, natural de Quiterajo, professante da religião muçulmana e reparador de objectos electrónicos, que até a sua captura pelos insurgentes residia na cidade de Pemba, após ter vivido durante alguns anos no distrito de Mocímboa da Praia, foi detido no passado dia 13 de Outubro, no bairro Cariacó, na capital provincial de Cabo Delgado, por três agentes secretos e, até ao momento, não se sabe o seu paradeiro.