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Política

segunda-feira, 14 outubro 2019 06:07

Cerca de 40 mesas poderão não abrir em Cabo Delgado

Estamos na contagem decrescente rumo às VI Eleições Gerais e III das Assembleias Provinciais, agendadas para esta terça-feira, 15 de Outubro. Mais de 12 milhões de eleitores são chamados a escolher, pela primeira, os 10 Governadores provinciais e a eleger, pela sexta vez, o Presidente da República e os 250 deputados e, pela terceira vez, os membros das 10 Assembleias Provinciais.

 

Entretanto, eleitores recenseados nas zonas costeiras dos distritos de Palma, Mocímboa da Praia, Macomia e no interior do distrito de Nangade, na província de Cabo Delgado, poderão não exercer este direito constitucional, em virtude da não abertura de cerca de 40 mesas de votação. Os dados foram revelados, semana finda, pela “Sala da Paz”, uma plataforma das organizações da sociedade civil que monitora as eleições sem, no entanto, avançar o universo de eleitores a ser afectado pela situação.

 

O país vai amanhã a votos. Concorrem à presidência quatro candidatos. São eles: Filipe Nyusi (Frelimo), Ossufo Momade (Renamo), Daviz Simango (Movimento Democrático de Moçambique) e Mário Albino (Acção do Movimento Unido para a Salvação Integral).

 

Filipe Nyusi, candidato da Frelimo e actual Presidente da República, concorre à sua própria sucessão. Para já, um dado salta à vista. São as primeiras eleições sem o carismático líder do maior partido da oposição do xadrez político nacional, a Renamo, Afonso Dhlakama, falecido em Maio do ano passado, 2018.

 

É já amanhã, 15 de Outubro de 2019, que 12.945.921 eleitores são chamados às urnas, nos 11 círculos eleitorais do país, para escolher o novo Presidente da República e o novo parlamento, com a realização das VI Eleições Gerais multipartidárias. Deste número, 12.245.015 terão ainda a oportunidade de eleger, pela primeira vez, os Governadores Provinciais, nas 10 províncias com Assembleias Provinciais, no âmbito das III Eleições Provinciais.

 

Trata-se das primeiras eleições multipartidárias a serem realizadas sem a presença de Afonso Dhlakama, antigo Presidente da Renamo, o maior partido da oposição, falecido a 03 de Maio de 2018, vítima de doença. À entrada do sexto escrutínio a ser testemunhado no país, Dhlakama detém o recorde de cidadão moçambicano que concorreu em todas as eleições presidenciais, até então realizadas, mas sem registo de vitória.

 

Em conferência de imprensa havida quinta-feira (10), em Maputo, alusiva à preparação das VI Eleições Gerais e III das Assembleias Provinciais, o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), órgão operativo da Comissão Nacional de Eleições (CNE), garantiu haver meios para realização das eleições marcadas para amanhã.

 

De entre vários meios, o porta-voz do STAE, Cláudio Langa, explicou que o órgão conta com viaturas adquiridas para o processo, cedidas pelos governos provinciais e distritais, para além das alugadas para as zonas de difícil acesso, com destaque para as províncias fustigadas pelos ciclones Idai e Kenneth.

 

Termina, este sábado, a maratona de “caça ao voto” rumo às VI Eleições Gerais e III das Assembleias Provinciais da ainda embrionária democracia nacional. A campanha eleitoral iniciou, sabe-se, no passado dia 31 de Agosto último. Inscreveram-se para participar do presente pleito eleitoral um total de 27 formações político-partidárias que, igualmente, envolveram-se na luta para convencer o eleitorado (campanha eleitoral) a interiorizar os seus “programas de governação”.

 

Para já, a próxima terça-feira, 15 de Outubro, é o dia em que os pouco mais de 12 milhões de eleitores vão às urnas para escolher o Presidente da República, os deputados da Assembleia da República e os membros das Assembleias Provinciais, de onde, pela primeira vez na história do país, sairão os Governadores de Província eleitos.

 

Termina, oficialmente, amanhã a campanha eleitoral rumo às VI Eleições Gerais e III das Assembleias Provinciais. Quando forem 23 horas e 59 minutos deste sábado, 12 de Outubro, Dia do Professor, os quatro candidatos à Presidência da República e os 27 concorrentes aos 250 assentos da Assembleia da República e os 794 lugares das 10 Assembleias Provinciais encerram a maratona de conquista do voto, que teve início no passado dia 31 de Agosto.

 

Foram 45 dias de namoro ao eleitorado, em que não faltou festa, troca de mimos, mas também luto. Dados partilhados pela “Sala da Paz”, uma plataforma das organizações da sociedade civil que monitora o processo eleitoral, apontam para a morte, até esta quinta-feira, de 35 pessoas e ferimento de mais de 250, vítimas de agressões físicas e acidentes de viação. Também houve, de acordo com a mesma fonte, destruição de 19 infra-estruturas (casas incendiadas, sedes de partidos políticos vandalizados, fontenários, entre outras)”.