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Política

Dois ex-banqueiros do Credit Suisse Group AG serão testemunhas de acusação no julgamento federal de Jean Boustani, que começou ontem em Nova Iorque e deverá durar 1seis semanas, descrevendo os seus papéis num caso que o Departamento de Justiça americano descreve como um golpe de subornos de 2 bilhões de UD em Moçambique.

 

Andrew Pearse, que chefiou o grupo de financiamento global no escritório do banco em Londres, será uma das primeiras testemunhas da acusação no julgamento de Jean Boustani, ex-executivo do construtor de navios Privinvest Group, disseram advogados de defesa em carta ao tribunal na segunda-feira. Detelina Subeva, que trabalhou para Pearse, também testemunhará nos EUA, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto, mas que pediu para não ser identificada.

 

Vinte e quatro horas após a votação, a Polícia da República de Moçambique (PRM) veio a público apresentar o balanço preliminar do escrutínio, no que à ordem e tranquilidade diz respeito. Para já, as autoridades policiais apontam para o registo de um total de 22 ilícitos eleitorais e, como consequência, a detenção de 72 indivíduos.

 

O caso digno de realce foi registado na província de Sofala, concretamente no distrito de Machanga, e foi protagonizado, tal como deu a conhecer Orlando Mudumane, porta-voz da Polícia da República de Moçambique, por 300 membros do partido Renamo. Mudumane contou que o grupo vandalizou uma escola (assembleia de voto) local, com o intuito de roubar as respectivas urnas. Os indivíduos incendiaram ainda várias residências.

 

Apesar do recente tufão de contrariedades entre Samora Machel Júnior e a liderança da Frelimo, na pessoa do seu presidente Filipe Nyusi, o filho de Samora com Josina Machel não deixou de fazer campanha para o partido que foi seu berço. Nos últimos dias da campanha, ele esteve a trabalhar em Ancuabe, Cabo Delgado, e por orientação da direcção do partido na província ele teve de ir a Chiúre, onde Nyusi estaria a orientar um showmício.

 

Samito foi. No final do evento, ele estava embrenhado no meio da população, saudando humildemente a comitiva. Nyusi vislumbrou seu maior opositor interno e chamou-o para cumprimentar. Samora acedeu e esticaram-se os braços no meio de um brevíssimo tête-a-tête.

 

Os quatro candidatos presidenciais (Filipe Nyusi, Ossufo Momade, Daviz Simango e Mário Albino) deixam ficar suas impressões sobre o processo político em curso depois de depositarem, esta manhã, seus votos nas urnas. Filipe Nyusi exortou os moçambicanos a afluírem às mesas de assembleias de voto com vista a exercerem o seu direito de cidadania.

 

Filipe Nyusi centrou a sua abordagem na necessidade de os moçambicanos cultivarem a paz e absterem-se de toda e qualquer tipo de violência. Sobre o processo em si disse que devia vencer a corrida eleitoral àquele (o candidato) que melhor proposta de governação apresentou ao eleitorado.    

 

Nossos correspondentes reportam casos de tentativas de enchimentos de urnas em Nampula, na EPC Eduardo Mondlane de Angoche e Zambézia, EPC 16 de Junho, Mopeia, em que uma escrutinadora de nome Selma Francisco foi encontrada com boletins de votos pré-marcados para a Frelimo, prestes a ser introduzidos nas urnas. No distrito de Milange, localidade de Dachua, um cidadão foi detido com mais de 6 boletins votos extras. Ainda em Milange, na localidade de Chitambo, mais um cidadão foi surpreendido com boletins de voto pré-marcados a favor da Frelimo. 

 

No geral, as assembleias de voto abriram normalmente em todo o País, com poucos problemas que não paralisaram a votação por longos períodos. A afluência às urnas é mista. Há filas com centenas de eleitores principalmente no Niassa, Nampula, Zambézia e Sofala. Em Mecuburi e Nacala, Nampula, as filas chegam a atingir mais de 400 eleitores enquanto em Massinga (Inhambane), Xai-Xai e Builene (Gaza), Bagamoio (Maputo-Cidade), havia assembleias de votos sem eleitores por volta de 9 horas, um prenúncio de baixa participação.

 

Algumas mesas não abriram até 9 horas na Beira, como o caso da mesa 07033-02, na EPC Primeiro de Maio no Bairro da Manga, por que a urna não tinha tampa. No Niassa, Mecanhelas, na EPC de Satema, Mbolera, Ritande e Mangomera mesas ainda não haviam aberto até 10 horas devido à chegada tardia de material de votação. (Boletim do CIP)

segunda-feira, 14 outubro 2019 06:07

Cerca de 40 mesas poderão não abrir em Cabo Delgado

Estamos na contagem decrescente rumo às VI Eleições Gerais e III das Assembleias Provinciais, agendadas para esta terça-feira, 15 de Outubro. Mais de 12 milhões de eleitores são chamados a escolher, pela primeira, os 10 Governadores provinciais e a eleger, pela sexta vez, o Presidente da República e os 250 deputados e, pela terceira vez, os membros das 10 Assembleias Provinciais.

 

Entretanto, eleitores recenseados nas zonas costeiras dos distritos de Palma, Mocímboa da Praia, Macomia e no interior do distrito de Nangade, na província de Cabo Delgado, poderão não exercer este direito constitucional, em virtude da não abertura de cerca de 40 mesas de votação. Os dados foram revelados, semana finda, pela “Sala da Paz”, uma plataforma das organizações da sociedade civil que monitora as eleições sem, no entanto, avançar o universo de eleitores a ser afectado pela situação.