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Política

Um antigo banqueiro do banco Credit Suisse afirmou segunda-feira num tribunal em Nova Iorque que, em 2015, a antiga vice-ministra das Finanças moçambicana Maria Lucas referiu que o ministro Adriano Maleiane escondia as dívidas da Ematum ao FMI. Andrew Pearse, que se declarou culpado de receber subornos para negócios com empresas estatais moçambicanas e com investidores internacionais, admitiu que era claro que o ministro das Finanças de Moçambique em 2015 escondia dívidas públicas ao Fundo Monetário Internacional (FMI), durante uma audição no tribunal de Brooklyn, Nova Iorque, onde decorre o julgamento do escândalo das dívidas ocultas de Moçambique, que tem Jean Boustani, um dos principais responsáveis da construtora naval Privinvest, como o principal suspeito.

 

Domingos Do Rosário, Oficial de programa do Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África (EISA), em Moçambique, defendeu, nesta terça-feira (22 de Outubro), em Maputo, durante a apresentação do relatório preliminar da contagem paralela de resultados, que “a integridade das Eleições foi seriamente afectada”, devido aos problemas observados durante o processo, relativamente a segurança, recenseamento e campanha eleitorais, credenciação e a votação.

 

Argumentando, o académico afirmou que a organização que representa não conseguiu estar em todas Mesas de Voto previstas, porque os órgãos de administração eleitoral a nível distrital e provincial não aceitaram credenciar 3 mil observadores, dos 6.965 que a organização e parceiros treinou nos últimos meses, visando fazer a observação das VI Eleições Gerais e III das Assembleias Provinciais, que tiveram lugar no passado dia 15 de Outubro.

 

terça-feira, 22 outubro 2019 11:59

Frelimo ganhou "sim", diz o EISA

Depois de a plataforma de observação eleitoral “Sala da Paz” ter apontado, em menos de 24 horas após a votação, a vitória folgada do candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, com os asfixiantes 72 por cento de votos, contra os 21 por cento de Ossufo Momade e 5,8 por cento de Daviz Simango, agora coube ao Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África (EISA), em Moçambique, confirmar a vitória do actual Chefe de Estado.

 

O maior partido da oposição esteve, esta segunda-feira, em Maputo, reunido em Sessão Extraordinária. O encontro, de apenas um dia, tinha na agenda ponto único: analisar as VI Eleições Gerais, desde a campanha eleitoral até à votação, que teve lugar na passada terça-feira, 15 de Outubro.

 

Tratou-se da II Sessão da Comissão Política Nacional, alargada aos delegados políticos provinciais e outros quadros na cidade de Maputo. Depois de pouco mais de seis horas de discussão à porta fechada, o mais alto órgão do partido emitiu um posicionamento final apresentado, na ocasião, pelo Presidente do partido, Ossufo Momade.

 

A assinatura aposta no documento que serviu de base para o pedido de renúncia do mandato do ex-deputado Manuel Chang, pode ter sido forjada, disse à “Carta” uma fonte próxima da Comissão Permanente da Assembleia da República, que pediu anonimato. No passado dia 19 de Julho, um documento com pedido de renúncia do deputado deu entrada na Assembleia da República em Maputo, alegadamente da autoria de Chang.

 

Mas a assinatura constante no documento difere substancialmente da assinatura que Manuel Chang normalmente usava como Ministro das Finanças. A primeira é mais extensa, tem espaços e alguns contornos das letras trocados. Um dado curioso é que esta “assinatura” foi reconhecida presencialmente na África do Sul pelo Cônsul de Moçambique em Joanesburgo, mas o nome desse Cônsul não é legível.

 

segunda-feira, 21 outubro 2019 04:36

Governo activa “Estado policial”

Os cerca de 3 mil agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) estão proibidos de gozar férias até a tomada de posse do Governo saído das controversas eleições de 15 de Outubro. Os que já estavam em gozo de férias devem recolher imediatamente ao trabalho. A medida consta de uma ordem interna (Ordem de Serviço N 07/DG2019), assinada pelo Director-Geral do organismo de investigação policial, Domingos Jofane.

 

“Estão interditas todas as férias para todos os membros do SERNIC a todos os níveis, até a tomada de posse do novo Governo Constitucional na República de Moçambique”, lê-se no documento. A Ordem é datada de 14 de Outubro, um dia antes do pleito eleitoral, mas indica que o Governo já antevia um período de eventual turbulência política pós-eleitoral.  (Carta)