São as primeiras eleições sem Afonso Dhlakama desde que foi introduzido o multipartidarismo, isto com a aprovação da Constituição da República de 1990. As primeiras eleições multipartidárias foram em 1994, depois da assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP), em 1992, em Roma, Itália.
Para além da indisfarçável ausência de Afonso Dhlakama, o anónimo Mário Albino é o marinheiro de primeira viagem. É primeira vez que concorre à presidência do país. Mário Albino, que após a assinatura do AGP foi indicado delegado político da Renamo, concorreu a mayor de Nampula nas autárquicas de 2018. Aliás, a cidade de Nampula é sede da Acção do Movimento Unido para a Salvação Integral.
Igualmente em estreia por estas praias está Ossufo Momade, confirmado presidente do partido no Congresso de Janeiro último, na Serra da Gorongosa, na sequência do desaparecimento físico do então presidente do partido.
Ossufo Momade, que recentemente suspendeu o seu mandato de deputado da Assembleia da República, para além de nunca ter concorrido ao cargo de Presidente da República, também não tem qualquer registo no que à participação nas eleições autárquicas diz respeito.
Daviz Simango é, para já, repetente. Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique, vai para as terceiras eleições. O actual autarca da cidade da Beira, uma terra de muito pouca simpatia para com o partido no poder, concorreu nas Eleições Gerais de 2009 e 2014.
Daviz Simngo disputou à presidência do país com Armando Guebuza, cujo último mandato foi marcado pelo escândalo das dívidas ocultas que arrastou o país para a sarjeta, e com Afonso Dhlakama em 2009. Em 2014, o candidato da terceira maior força política da oposição disputou o cargo de Presidente da República com Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi, este último vencedor.
Em 2009, Simango ficou, na classificação geral, em terceiro com 8,6 por cento de votos válidos. Nas últimas eleições, no caso as quintas, o timoneiro do “Galo” voltou a ocupar a modesta terceira posição com 6,6 por cento dos votos expressamente válidos.
Filipe Nyusi, que vai para as segundas eleições, obteve, nas gerais de 2014, por sinal muito contestadas pelos partidos da oposição, 57,03 por cento dos votos contra 36,61 por cento de Afonso Dhlakama. O falecido líder da “Perdiz” foi derrotado nas eleições de 2009 com 16,3 por cento dos votos. (I.B)