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Economia e Negócios

A ENI East Africa – Mozambique Branch, subsidiária moçambicana do grupo italiano ENI, pretende contratar navios e empresas de gestão de resíduos para operações de exploração de gás e petróleo na Área A5-A, da bacia de Angoche, norte de Moçambique, segundo um anúncio segunda-feira publicado na imprensa moçambicana.

 

A perfuração do primeiro poço de exploração de hidrocarbonetos naquela área da província de Nampula está prevista para o primeiro trimestre de 2021, com o grupo italiano a liderar as operações, uma vez que controla uma participação de 34%, depois de em Março de 2019 ter vendido uma parcela de 25,5% ao grupo Qatar Petroleum.

 

O anúncio mandado publicar informa que a empresa pretende contratar serviços de fornecimento de dois navios de abastecimento à sua plataforma de produção de gás no mar e mais um navio opcional para auxiliar as operações na Área A5-A, segundo o jornal O País.

 

Os navios irão assegurar o transporte de materiais, equipamentos, cargas e suprimentos para perfuração entre o porto de Pemba e as instalações de perfuração da Área A5-A no mar, bem como irão realizar actividades em estado de prontidão na plataforma de perfuração. O anúncio informa ainda pretender a ENI East Africa – Mozambique Branch contratar empresas para a gestão de resíduos sólidos nas suas operações no bloco de Angoche e Larde. (Macauhub)

Embora a inflação mensal permaneça elevada desde Agosto passado (após dois meses de queda), em Site Oficial, o Banco de Moçambique diz que a inflação anual continua baixa e estável, com uma média de 2.01 por cento, contra 4.89 por cento registado em Setembro de 2018.

 

Recorrendo a dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o Banco Central refere que a ligeira redução da inflação resulta, principalmente, da diminuição recente dos preços dos combustíveis e das frutas e vegetais, num contexto em que o poder de compra continua baixo.

 

Dados do INE comprovam que em Setembro, mês em que a inflação se situou em 0.10 por cento face ao mês anterior (Agosto), as variações dos preços de tomate (6,8 por cento), a gasolina (0,6 por cento), a cebola (4,3 por cento), o coco (4,1 por cento), o gasóleo (1,1 por cento), a cerveja (0,4 por cento) e a alface (3,8 por cento) contrariaram a tendência de subida de preços, ao contribuírem para o total da inflação mensal com cerca de 0,22 pontos percentuais negativos. (Carta)

A capacidade técnica dos concorrentes passa a ser determinante para a adjudicação de empreitadas de obras públicas, em Moçambique, como parte da estratégia visando garantir qualidade e cumprimento dos prazos na execução de projectos, disse recentemente o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.

 

João Machatine, ao usar da palavra no distrito da Moamba, província de Maputo, disse ainda que o ministério está a trabalhar na alteração do regulamento actualmente em vigor, que, num concurso, privilegia o concorrente que apresenta a proposta com menores custos.

 

A decisão inclui o estabelecimento de preços de referência para cada tipo de projecto, o que vai acabar com situações tais em que se lança um concurso com determinados termos de referência, mas na hora do concurso surgem propostas com valores fora daqueles estabelecidos como indicadores.

 

O ministro, citado pela matutino Notícias, de Maputo, explica que isto faz com que surjam propostas que aliciam pelos custos, mas que acabam resultando na fraca qualidade dos empreendimentos executados, ou até no incumprimento dos prazos.

 

João Machatine explicou que os preços de referência vão obrigar os empreiteiros a recorrer à sua capacidade técnica como trunfo para viabilizar as suas propostas, já que do ponto de vista financeiro não haverá diferenças significativas.

 

Machatine, que falava numa reunião com agricultores, acrescentou que, no caso de estradas, já se introduziram outras alterações nos mecanismos de adjudicação de obras, pelo que de futuro o empreiteiro que construir ou recuperar uma via deverá conceder dois ou três anos de garantia, e só recebe a última parte do valor da obra depois de vencido este período. (Macauhub)

Com vista a reduzir a extrema pobreza no continente africano, o Banco Mundial defende, em estudo, maior empoderamento económico da mulher. É que, de acordo com a organização, quatro em cada dez africanos, ou seja, mais de 416 milhões de pessoas, viviam com menos de 1,90 USD por dia em 2015.

 

Em comunicado-resumo da 20ª edição do Africa’s Pulse, uma actualização económica semestral, o Banco Mundial afirma que, na ausência de esforços significativos para criar oportunidades económicas e reduzir o risco para as pessoas pobres, a pobreza extrema tornar-se-á num fenómeno quase exclusivamente africano até 2030.

 

O Embaixador do Japão, Toshio Lkeda, a Directora do Programa Mundial de Alimentação (PMA), Karin Manente, e o Secretário Permanente do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA), Victor Canhemba, assinaram, esta quinta-feira (10 de Outubro), na capital do país, o acordo de financiamento do projecto “Mercado Virtual de Agricultores”.

 

O crescimento, na África Subsaariana, permaneceu lento em 2019, dificultado pela incerteza persistente na economia global e pelo ritmo lento das reformas internas, de acordo com a 20ª edição do Africa’s Pulse, uma actualização económica semestral do Banco Mundial para a região.

 

Lançado ontem (09), o estudo revela que o crescimento geral na África Subsaariana deverá aumentar de 2,6 por cento em 2019, em comparação com os 2,5 por cento em 2018, o que é 0,2 pontos percentuais inferiores à previsão de Abril.

 

Citado por um comunicado da instituição, o Estudo constatou que a recuperação na Nigéria, África do Sul e Angola (as três maiores economias da região) manteve-se fraca e está a pesar nas perspectivas da região. A análise apurou ainda que, na Nigéria, o crescimento do sector não-petrolífero tem sido lento, enquanto em Angola o sector petrolífero se manteve fraco e, na África do Sul, o baixo sentimento para o investimento está a pesar sobre a actividade económica.

 

De acordo com a nota, a análise perspectiva que, excluindo a Nigéria, África do Sul e Angola, o crescimento no resto do subcontinente deverá manter-se robusto, embora mais lento nalguns países.

 

“Prevê-se que o crescimento médio entre os países sem utilização intensiva de recursos diminua, reflectindo os efeitos dos ciclones tropicais em Moçambique e no Zimbabwe, a incerteza política no Sudão, o enfraquecimento das exportações agrícolas no Quénia e a consolidação fiscal no Senegal”, acrescenta o estudo citado pela nota.

 

O Africa’s Pulse revela ainda que, nos países da Comunidade Económica e Monetária da África Central, com utilização intensiva de recursos, a actividade deverá expandir-se a um ritmo modesto, apoiada pelo aumento da produção petrolífera.

 

“Prevê-se que o crescimento entre os exportadores de metais seja moderado, uma vez que a produção mineira está a abrandar e os preços dos metais estão a descer”, refere o comunicado, enviado por aquela instituição de Bretton Woods.

 

Citado pela nota de imprensa, o Economista-Chefe do Banco Mundial para África, Albert Zeufack, afirma que as economias africanas não estão imunes ao que está a acontecer no resto do mundo e isto reflecte-se nas moderadas taxas de crescimento em toda a região.

 

“Ao mesmo tempo, a evidência liga claramente a má governação ao fraco desempenho do crescimento, pelo que ter instituições eficientes e transparentes deve estar na lista de prioridades dos decisores políticos e dos cidadãos africanos”, aponta Albert.

 

A 20ª edição do Africa’s Pulse inclui secções especiais sobre aceleração da redução da pobreza e a promoção do empoderamento das mulheres.

 

No documento que temos vindo a citar, o vice-presidente do Banco Mundial para África, Hafez Ghanem, defende empoderamento das mulheres por ser o caminho certo para impulsionar o crescimento. Acrescenta que os decisores políticos africanos enfrentam uma importante escolha: manter tudo como está ou dar passos deliberados para uma economia mais inclusiva.

 

“Após vários anos de crescimento mais lento do que o esperado, é ainda mais claro que fechar a lacuna de oportunidades para os pobres e para as mulheres é o melhor caminho a seguir”, apela Ghanem citado pelo comunicado. (Carta)