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Economia e Negócios

O cais número um do porto de pesca da Beira, na província central de Sofala, um projecto financiado por um crédito de 120 milhões concedido pela China, foi segunda-feira inaugurado pelo Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi.O cais passou a ter 377 metros de extensão, contra os 188 anteriores, o que permite a atracação de 16 embarcações industriais em simultâneo, contra as anteriores oito.

 

Possui igualmente seis câmaras frigoríficas, uma fábrica de gelo com uma capacidade de 60 toneladas/dia, sala de processamento de pescado com capacidade para 50 toneladas/dia, capacidade de manuseamento de 700 mil toneladas por ano, entre outras melhorias que tornaram a infra-estrutura na maior e mais moderna do género no país.

 

O porto de pesca da Beira foi destruído pelo ciclone Eline, que em Fevereiro de 2000 atingiu a capital provincial de Sofala, tendo-se a sua reconstrução iniciado em 2016, com a empreitada a ter sido executada pela China Harbour Engineering Company (CHEC).

 

O director da sociedade gestora Porto da Beira, Carlos Calenga, disse ao matutino Notícias, de Maputo, que com a entrada em funcionamento do cais de pesca pode ser retomada a exportação de atum capturado no banco de Sofala, actualmente enviado por via rodoviária para a África do Sul e ainda por via marítima para os Estados Unidos da América, Japão, Espanha e Portugal. (Carta)

O Governo da Índia travou investimentos adicionais de uma das petrolíferas estatais que faz parte do consórcio da Área 1 de gás natural de Moçambique para poder averiguar o negócio, avançou ontem a agência de notícias indiana PTI.

 

"O Governo está a estudar os investimentos estatais da Bharat Petroleum (BPCL) num bloco de gás em Moçambique e ainda não deu a aprovação formal para a empresa fazer gastos adicionais", escreve a agência indiana, num texto em que cita fontes ligadas ao negócio.

 

Em causa, estão 2,2 a 2,4 mil milhões de dólares adicionais para desenvolvimento da Área 1, refere, sendo que a Índia será um dos países que estará entre os principais consumidores do gás natural moçambicano.

 

O investimento global na Área 1 deverá ascender a cerca de 23 mil milhões de dólares e é liderado pela petrolífera francesa Total - que em setembro comprou a quota de 26,5% que pertencia à Anadarko, que arrancou com o projeto.

 

A Bharat é sócia no consórcio da Área 1 com uma quota de 10% desde 2008, mas averiguações na Índia sugerem que podia ter ficado logo na altura com 20%, só que deixou que esse remanescente passasse por outras mãos - o grupo de indústrias indianas Videocon - até ser comprado por outra empresa estatal, a ONGC Videsh - braço internacional da Oil and Natural Gas Corporation.

 

A Bharat comprou a sua quota de 10% em agosto de 2008 por 75 milhões de dólares.

 

"Fontes privadas disseram que a Anadarko havia originalmente oferecido uma participação de 20% na Área 1 à BPCL, mas a empresa estatal comprou apenas metade dela e o restante foi adquirido pela Videocon", refere a PTI.

 

Em 2013, a Videocon vendeu a mesma participação para a ONGC Videsh por 2,475 mil milhões de dólares, acrescenta - sendo que a ONGC Videsh já tinha adquirido 10% à Anadarko.

 

O Governo da Aliança Democrática Nacional (NDA, sigla inglesa), no poder desde 2014, "critica os quase seis mil milhões gastos pelas empresas do setor público indiano na participação de 30% na Área 1 em Moçambique", em negócios fechado durante a governação da Aliança Progressista Unida, escreve a PTI.

 

O executivo argumenta que "a queda dos preços do petróleo e do gás não justificava investimentos tão grandes".

 

A decisão final de investimento do consórcio da Área 1, momento que no setor é considerado como aquele em que o investimento se torna irreversível (com financiamentos e outros contratos fechados), foi concretizada numa cerimónia realizada em junho em Maputo.

 

A Total lidera o consórcio com 26,5%, ao lado da japonesa Mitsui (20%) e da petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo participações menores à indiana ONGC (10%) e à sua participada Beas (10%), à Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%). Os projetos de gás natural devem entrar em produção dentro de aproximadamente cinco anos. (Lusa)

A Cimentos de Moçambique (CM) diz que o mercado do cimento no futuro é risonho devido à instalação de megaprojectos para a exploração de gás natural na Bacia do Rovuma.

 

Segundo o Director Geral da CM, Edney Vieira, num futuro breve, a empresa poderá firmar parcerias para fornecimento de cimento ao projecto Golfino/Atum em instalação na Área 1 da Bacia do Rovuma.

 

É que, em Agosto passado, o então Presidente e Director Executivo da Anadarko em Moçambique, Stive Wlison, garantiu, aquando do lançamento da primeira pedra para a construção da indústria de liquefacção de gás natural do Projecto Golfinho/Atum, que todo o cimento concreto a ser usado no projecto seria de produção nacional, no âmbito do desenvolvimento do empresariado nacional.

 

Segundo Viera, ao nível da CM, o propósito da Anadarko, ora comprada pela Occidental, ainda não foi materializado, mas disse esperar que, num futuro breve, haja contratos para fornecimento de cimento. “Ainda não há contratos firmes, mas acredito que em breve chegaremos lá”, afiançou Viera.

 

Face às boas expectativas, o Director Geral da CM disse estar convicto de que o actual cenário de fraco poder de compra do cimento mude.

 

Das seis empresas produtoras de cimento no país, a CM conta com uma conta e mercado de 54 por cento. (Evaristo Chilingue)

A petrolífera norte-americana ExxonMobil, em instalação com outras companhias na Bacia do Rovuma, norte do país, para exploração de gás natural, tem vindo nos últimos meses a oferecer várias oportunidades de negócios ao empresariado nacional (e não só), para auxiliar na perfuração em águas ultra-profundas no alto mar nos blocos de Angoche A5-B e/ou Zambeze Z5-C e Z5-D.

 

Em anúncios publicados na imprensa local, a multinacional oferece quatro oportunidades de negócios. Trata-se de serviços de Cimentação e serviços de Perfuração Direcional, Medição durante a Perfuração no bloco de exploração de Angoche A5-B. O âmbito de trabalho do primeiro concurso (Cimentação) inclui o fornecimento de materiais e serviços de cimento (apoio com equipamento, materiais, funcionários, instalações e logística. O outro concurso inclui também instalações associadas, ferramentas e equipamentos que atentam aos requisitos específicos do poço.

 

A ExxonMobil requisita também Gás Marinho de baixo Teor de Enxofre para dar apoio na perfuração dos blocos de exploração de Angoche A5-B e/ou Zambeze Z5-C e Z5-D no alto mar.

 

A petrolífera requisita, igualmente, embarcações de Apoio Marítimo para operações de Perfuração nos blocos de exploração Angoche A5-B e/ou Zambeze Z5-C e Z5-D no alto mar. O âmbito de trabalho desse concurso inclui o fornecimento de até três embarcações (mais uma para intervenção de suporte rápido), de abastecimento de plataformas grandes, com um mínimo de 80 metros de cumprimento, construído em 2012 ou posteriormente.

 

De entre vários documentos para a candidatura, às empresas interessas nos concursos acima descritos cujo prazo é até dia oito (08) de Novembro próximo, a ExxonMobil exige carta de apresentação; detalhes de experiência; instalações existentes; registo em Moçambique; Políticas de Protecção, Saúde e Meio Ambiente. (Evaristo Chilingue)

O Barclays Bank Moçambique vai mudar a sua designação para Absa Bank Moçambique, nome que será adoptado a partir de 11 de Novembro, anunciou quarta-feira em Maputo o administrador delegado da instituição bancária, Rui Barros.

 

A mudança de nome faz parte de um dos maiores e mais ambiciosos projectos de mudança de marca na história do continente, um programa de transição mais abrangente em vários países africanos, por parte do grupo Absa, adiantou o administrador delegado.

 

A mudança surge na sequência de uma decisão tomada em 2018 pela empresa-mãe, o grupo Absa, estando actualmente em curso o processo de remodelação dos balcões do Barclays em todo o país com as cores que representam a nova marca.

 

O grupo está cotado na Bolsa de Valores de Joanesburgo, África do Sul, possui um balanço com activos totais superiores a 91 mil milhões de dólares e é um dos maiores grupos de serviços financeiros de África, oferecendo um conjunto integrado de produtos e serviços de banca de retalho e de negócios, de investimento, de gestão de património de investimentos e seguros.

 

O Absa Group Limited, anteriormente Barclays Africa Group Limited e inicialmente Amalgamated Banks of South Africa, está presente em 12 países africanos e possui um escritório de representação em Londres, estando prestes a inaugurar a sua presença em Nova Iorque. (Macauhub)

sexta-feira, 25 outubro 2019 07:07

Moçambique cai três lugares do Doing Business

Moçambique caiu três lugares no relatório Doing Business (2020) do Banco Mundial. A Guiné-Bissau é o único país de língua portuguesa que melhorou sua posição. São Tomé e Príncipe manteve sua posição, enquanto o resto caiu na classificação.  De acordo com o índice divulgado ontem (24) pelo Banco Mundial, a que "Carta" teve acesso, Guiné-Bissau melhorou sua posição no ranking do ano passado de 175 para 174, mas ainda permanece entre os 20 piores países para fazer negócios.

 

O índice atribuiu posições com base em indicadores como o tempo necessário para a criação de uma empresa ou a apresentação de declarações fiscais, a facilidade de garantir o fornecimento de electricidade e as reformas económicas lançadas no país. Entre os países de língua portuguesa, Portugal lidera a lista em 39º lugar, tendo caído 5 posições este ano, apesar de manter seus 76,5 pontos.

 

O próximo país lusófono mais bem colocado é o Brasil na 124ª colocação, 16 posições abaixo do ano passado, seguido por Cabo Verde, que caiu seis posições de 131 para 137. Logo depois chega Moçambique, em 138º lugar, três posições abaixo da 135ª posição que ocupava no ano passado.

 

Os restantes países lusófonos estão entre os 20 primeiros, com excepção de São Tomé e Príncipe, que ocupa o 21º pior lugar em 170º lugar (igual ao do ano passado). Angola, em 177º lugar (173º em 2019), Guiné Equatorial, que caiu de 177º para 178º, e Timor-Leste, em 181º lugar (178º em 2019) são os únicos lusófonos entre os dez países mais difíceis de fazer negócios, e complete a lista de países de língua portuguesa. (Carta)