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BCI
quinta-feira, 10 outubro 2019 07:01

Incerteza global continua a abrandar o crescimento das economias africanas, conclui estudo do Banco Mundial

O crescimento, na África Subsaariana, permaneceu lento em 2019, dificultado pela incerteza persistente na economia global e pelo ritmo lento das reformas internas, de acordo com a 20ª edição do Africa’s Pulse, uma actualização económica semestral do Banco Mundial para a região.

 

Lançado ontem (09), o estudo revela que o crescimento geral na África Subsaariana deverá aumentar de 2,6 por cento em 2019, em comparação com os 2,5 por cento em 2018, o que é 0,2 pontos percentuais inferiores à previsão de Abril.

 

Citado por um comunicado da instituição, o Estudo constatou que a recuperação na Nigéria, África do Sul e Angola (as três maiores economias da região) manteve-se fraca e está a pesar nas perspectivas da região. A análise apurou ainda que, na Nigéria, o crescimento do sector não-petrolífero tem sido lento, enquanto em Angola o sector petrolífero se manteve fraco e, na África do Sul, o baixo sentimento para o investimento está a pesar sobre a actividade económica.

 

De acordo com a nota, a análise perspectiva que, excluindo a Nigéria, África do Sul e Angola, o crescimento no resto do subcontinente deverá manter-se robusto, embora mais lento nalguns países.

 

“Prevê-se que o crescimento médio entre os países sem utilização intensiva de recursos diminua, reflectindo os efeitos dos ciclones tropicais em Moçambique e no Zimbabwe, a incerteza política no Sudão, o enfraquecimento das exportações agrícolas no Quénia e a consolidação fiscal no Senegal”, acrescenta o estudo citado pela nota.

 

O Africa’s Pulse revela ainda que, nos países da Comunidade Económica e Monetária da África Central, com utilização intensiva de recursos, a actividade deverá expandir-se a um ritmo modesto, apoiada pelo aumento da produção petrolífera.

 

“Prevê-se que o crescimento entre os exportadores de metais seja moderado, uma vez que a produção mineira está a abrandar e os preços dos metais estão a descer”, refere o comunicado, enviado por aquela instituição de Bretton Woods.

 

Citado pela nota de imprensa, o Economista-Chefe do Banco Mundial para África, Albert Zeufack, afirma que as economias africanas não estão imunes ao que está a acontecer no resto do mundo e isto reflecte-se nas moderadas taxas de crescimento em toda a região.

 

“Ao mesmo tempo, a evidência liga claramente a má governação ao fraco desempenho do crescimento, pelo que ter instituições eficientes e transparentes deve estar na lista de prioridades dos decisores políticos e dos cidadãos africanos”, aponta Albert.

 

A 20ª edição do Africa’s Pulse inclui secções especiais sobre aceleração da redução da pobreza e a promoção do empoderamento das mulheres.

 

No documento que temos vindo a citar, o vice-presidente do Banco Mundial para África, Hafez Ghanem, defende empoderamento das mulheres por ser o caminho certo para impulsionar o crescimento. Acrescenta que os decisores políticos africanos enfrentam uma importante escolha: manter tudo como está ou dar passos deliberados para uma economia mais inclusiva.

 

“Após vários anos de crescimento mais lento do que o esperado, é ainda mais claro que fechar a lacuna de oportunidades para os pobres e para as mulheres é o melhor caminho a seguir”, apela Ghanem citado pelo comunicado. (Carta)

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