“De acordo com o Africa’s Pulse, a agenda da pobreza em África deve colocar os pobres no controlo, ajudando a acelerar a transição da fertilidade, alavancando o sistema alimentar dentro dos campos agrícolas, enfrentando riscos e conflitos e fornecendo mais e melhores finanças públicas para melhorar a vida dos mais vulneráveis. Uma peça crítica será abordar as disparidades de género na saúde, educação, empoderamento e emprego”, lê-se na nota enviada à nossa redacção no âmbito do lançamento, semana finda, do aludido estudo.
Nas constatações da análise daquela instituição financeira mundial, a África Subsaariana é a única região do mundo que se pode gabar de que as mulheres são mais propensas a serem empreendedoras do que os homens e as mulheres africanas contribuem para uma grande parte do trabalho agrícola em todo o continente. De acordo com a nossa fonte, esse sucesso é sufocado pelas grandes e persistentes disparidades salariais entre homens e mulheres.
“As mulheres agricultoras na África Subsaariana produzem 33 por cento menos por hectare de terra do que os homens, e as empresárias ou proprietárias de empresas têm 34 por cento menos lucros do que os empresários do sexo masculino. Estas diferenças nos rendimentos são muito dispendiosas para os povos e para as economias africanas”, observou o estudo do Banco Mundial, citado no comunicado.
Para reverter o cenário, o Africa’s Pulse identifica seis caminhos políticos para o empoderamento económico das mulheres. Primeiro, a análise aponta o desenvolvimento de competências das mulheres para além da formação tradicional. Defende também o alívio às restrições financeiras das mulheres, através de soluções inovadoras que aliviem o problema das garantias e melhorem o seu acesso ao sector financeiro. O estudo diz ainda ser ainda necessário ajudar as mulheres a garantirem os seus direitos à terra, bem como ligar as mulheres ao sector laboral.
O Africa’s Pulse recomenda ainda maior abordagem das normas sociais que restringem as oportunidades das mulheres, para além de construir uma nova geração forte, ajudando as raparigas a atravessar a adolescência. (Evaristo Chilingue)