Três ex-banqueiros do Credit Suisse (CS) foram presos em Londres, ontem, e um executivo da Privinvest foi preso em Nova Iorque sob acusações ligadas à dívida oculta de 2,2 bilhões de USD, escreveu ontem a Reuters. A detenção está relacionada com a recente prisão em Joanesburgo do antigo Ministro das Finanças, Manuel Chang.
Os três ex-funcionários da CS são Andrew Pearse, Surjan Singh e Detelina Subeva, que foram acusados por um tribunal federal do Brooklyn, em Nova Iorque, de conspiração para violar a Lei anti-suborno dos EUA e para cometer lavagem de dinheiro e fraude de valores mobiliários, segundo o porta-voz John Marzulli. As acusações são praticamente as mesmas que recaem sobre Manuel Chang. Os três foram soltos sob caução, aguardando extradição para os EUA. Em Nova Iorque foi preso Jean Boustani, executivo da Privinvest, quando tentava embarcar no Aeroporto JFK, na quarta feira.
A dívida oculta foi organizada pelo Credit Suisse (CS), mas o dinheiro foi pago diretamente a uma empresa de Abu Dhabi, a Privinvest. Andrew Pearse ajudou a organizar os empréstimos, mas depois deixou o banco e foi fundar uma empresa em conjunto com a Privinvest, a Palomar. A acusação alega que três empresas moçambicanas (a Ematum, o MAM e a ProIndicus) foram apenas um ardil para Chang, Boustani e os três banqueiros enriquecerem. Os procuradores disseram que pelo menos 200 milhões de USD foram desviados para os réus e outros funcionários do governo moçambicano. Os réus terão enganado quanto aos reais motivos dos créditos, defraudando os investidores no exterior, incluindo nos Estados Unidos e arrasando a credibilidade de Moçambique. Manuel Chang assinou garantias do Governo para os empréstimos, mas as mesmas não eram válidas pois deviam ter sido aprovadas pelo parlamento.
O Credit Suisse já se pronunciou, em comunicado enviado à Reuters, ontem. O banco disse que os ex-funcionários trabalharam para ludibriar os controlos internos do banco, agindo para a obtenção de um lucro pessoal e escondendo essas atividades do banco. Estas detenções são uma clarificação de que Manuel Chang foi detido por causa do seu papel no endividamento oculto e mostram que o ocidente decidiu fazer justiça contra a impunidade em face de uma inércia das autoridades moçambicanas. O indiciamento dos 4 em Londres e em Nova Iorque pode acelerar a extradição de Manuel Chang para os EUA. Note-se que estas detenções envolvem apenas os processos relacionados com a Ematum e a ProIndicus, uma vez que a dívida contraída para a MAN foi junto do banco russo VTB. No relatório da Kroll parece ter ficado claro que Manuel Chang agia sobre ordens superiores e é provável que ele se venha a defender nessa linha, levando à incriminação de autores morais do calote. (Carta)
Cyril Ramaphosa assumiu o cargo de Presidente da África do Sul, a 15 de Fevereiro de 2018, depois de Jacob Zuma ter sido forçado a renunciar devido a inúmeras denúncias de corrupção e reclamações sobre as suas ligações à família Gupta, acto que deixou o Congresso Nacional Africano (ANC) dividido. A Frelimo está igualmente dividida sobre a dívida secreta e a corrupção generalizada que ocorreram durante a administração de Armando Guebuza, mas até agora este partido protegeu as pessoas envolvidas neste caso. Zuma permaneceu algum tempo em Maputo durante a guerra de libertação do ANC e tem bons contactos na liderança da Frelimo.
Para os locais, é como se um furacão tivesse passado e devastado a Ponta do Ouro: fezes nas bermas das estradas, urina por todos os lados, preservativos usados e garrafas (partidas) atiradas para cá e para acolá. Foi este o lastimável rescaldo das festas de passagem do ano naquela idílica vila situada no Distrito de Matutuine – Posto Administrativo de Zitundo.
Aquele que é o ponto mais a sul do país foi sempre tido como um paraíso inacessível para “o moçambicano normal”. Com praias paradisíacas e estâncias turísticas praticamente a cada esquina, a Ponta do Ouro vinha sendo, desde sempre, frequentada maioritariamente por cidadãos sul-africanos (com “pasta”).
Os preços lá praticados – quer das hospedagens, quer da alimentação – foram sempre considerados proibitivos para a maioria do moçambicano comum.
Mas, mais do que isso, o que impedia muitos dos nossos compatriotas de visitar (pelo menos uma vez na vida) aquela “Meca do turismo e do lazer” eram as vias de acesso, a partir da capital do país. Para se chegar à Ponta do Ouro era necessário possuir-se uma viatura com tracção às quatro rodas (um 4x4).
Acontece, porém, que agora, com a inauguração da ponte e da auto-estrada que liga a capital àquele ponto do país, muita gente se desinibiu e começou a fazer-se à estrada rumo à vila. Foi o que aconteceu neste final do ano: milhares de cidadãos, provenientes da capital e não só, decidiram ir passar a quadra festiva na Ponta do Ouro…
Se antes havia “só” o Bilene, agora temos também a Ponta do Ouro – foi o que certamente muitos pensaram…
Operadores turísticos desapontados
O que ocorreu, contudo, é que a grande maioria das pessoas que se fizeram àquela zona de lazer, provavelmente ciente dos preços que por ali se praticam, optou por levar o seu próprio “farnel” e as suas próprias bebidas, em “coleman”.O descanso – se é que houve – foi no interior das respectivas viaturas, ou mesmo nas douradas areias das belas praias.
Só que, como é sabido, não é só de “comida, bebida e dormida” que necessita o ser humano. Existe a higiene pessoal e as necessidades biológicas, de toda a espécie, que precisam de ser (satis)feitas…
E foi nesse contexto que os “forasteiros”, sem respeitar a normal “funcionamento” da vila, cometeram os excessos supracitados.
Se os agentes económicos já estavam agastados com o facto de as pessoas virem de Maputo com os seus próprios pertences – e nada gastarem nos seus estabelecimentos – mais ainda ficaram depois dos actos (quase) vândalos por estes praticados.
Como se não bastasse, de acordo com uma fonte por nós contactada, este ano o número de turistas sul-africanos que normalmente se faz à Ponta do Ouro pela fronteira de Kosi Bay reduziu consideravelmente…
Logo, para os agentes económicos a nova ponte e a auto-estrada – pelo menos no concernente a este fim-do-ano – constituiu uma espécie de “azar 2-in-1”.(Homero Lobo)
Momade Bacar Nacir, também conhecido por Udolombo, um empresário bem-sucedido na vila de Palma, em Cabo Delgado, desapareceu numa segunda-feira de Outubro de 2017, pouco depois de os ataques dos insurgentes terem iniciado. Nunca mais se soube do seu paradeiro. Como se não bastasse, até agora ninguém exigiu qualquer valor monetário para o seu resgate. A única coisa de que se tem conhecimento é que o seu desaparecimento aconteceu por volta das 17 horas daquela data, próximo da sua residência, quando regressava à barraca de que é proprietário, de onde seguiria para a Mesquita.
Um avião Boeing 737-800 da Ethiopian Airlines, matrícula ET-ATV, saiu da pista na madrugada desta quinta-feira, dia 3 de Janeiro, quando aterrou no Aeroporto Internacional de Entebbe, no Uganda, África Oriental. Não se registaram incidentes pessoais e, segundo fontes aeroportuárias, os prejuízos no avião, à primeira vista, são poucos, informou o site NewsAvia. Um comunicado distribuído pela companhia aérea, que tem uma das mais modernas frotas do continente africano, confirma o incidente e diz que todos os ocupantes foram desembarcados pelos seus próprios meios e levados para o terminal do aeroporto, sendo-lhes dada a assistência necessária. Acrescentou que não há estragos visíveis na aeronave que terá rolado para uma zona marginal da pista.
O jornal ‘The Observer’ de Entebbe, na sua edição digital, noticiou que o avião já foi rebocado para uma zona de estacionamento, onde será inspeccionado pelos serviços de manutenção da companhia, tendo o tráfego aéreo sido retomado pelas 11h00 locais (08h00 UTC). Segundo o The Observer, o incidente ter-se-á verificado pelas 00h40 locais (04h40 UTC). As condições meteorológicas em Entebbe eram boas, desconhecendo-se as razões que motivaram o despiste da aeronave. O avião fazia o voo ET338, oriundos de Addis Abeba, capital da Etiópia. (Newsavia)
Moçambique terá de esperar até 2023 para alcançar um crescimento económico de 7,5%, taxa a que já esteve habituado no passado não muito distante, segundo as previsões do Economist Intelligence Unit (EIU). No mais recente relatório sobre o país, que abrange o período entre 2018 e 2023, o EIU antecipa uma progressão suave da taxa de crescimento, que de 5,0% em 2022 aumenta 2,5 pontos percentuais no ano seguinte, em que se prevê o início das exploração de grandes depósitos de gás natural. Se para 2018 a EIU antecipa um crescimento de 3,5%, no ano seguinte deverá ocorrer uma pequena contracção para 3,4%, empurrado pelo facto de os produtores agrícolas terem dificuldade em obter financiamento bem como à queda dos preços do carvão.
O Instituto Superior de Gestão Comércio e Finanças (ISGECOF), em Tete, não deverá funcionar este ano.
Em causa está a falta de requisitos para o efeito, já que aquela instituição vem operando em desconformidade com o preceituado no Regulamento de Licenciamento e Funcionamento das Instituições de Ensino Superior (Decreto nº 46/2018, de 1 de Agosto). Esta informação consta de um despacho emitido a 13 de Dezembro último, pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Jorge Nambiu. Face às irregularidades constatadas, o despacho obriga “a entidade instituidora a encerrar a sua Unidade Orgânica de Tete, não podendo esta, portanto, desenvolver a sua actividade a partir de 2019”. No mesmo despacho, o Ministro faz saber que “não autoriza a emissão do Alvará e que o ISGECOF deverá responsabilizar-se pelos direitos dos estudantes, corpo docente e técnico-administrativo daquela instituição “.
O encerramento do ISGECOF em Tete surge no âmbito de um trabalho de monitoria que está a ser levado a cabo pelo ministério que tutela o ensino superior, relativamente à regularização de alvarás pelas Instituições de Ensino Superior (IES). O trabalho abrangeu 132 instituições de ensino superior, tendo o ministério constatado que 28 não possuíam as mais elementares condições para funcionar. Além do ISGECOF de Tete, das restantes 27 IES que foram inspecionadas, há outras a serem alvo de encerramento a breve trecho. (Evaristo Chilingue)
A hipótese de Manuel Chang se ter entregue ao FBI cai por terra. Ele vai se opor à extradição para os Estados Unidos da América, de acordo com o seu advogado na África do Sul, Rudi Krause, que falou ontem por telefone com a agência americana de noticiário financeiro, Bloomberg. Krause disse que a detenção de Chang estava relacionada com a chamada "dívida oculta" de pouco mais de 2 bilhões de USD.
No dia 8 de Janeiro, quando Chang regressar para ser ouvido por um juiz no Tribunal de Kempton Park, nos arredores de Joanesburgo, seus advogados vão solicitar uma liberdade por caução. “Ele se oporá à extradição”, disse Krause. Isso implica que Chang deverá permanecer na cadeia por mais tempo.
A empresa moçambicana Plexus vai iniciar em 2019 a produção de óleo alimentar a partir da semente de algodão numa unidade industrial no distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado, informou a administradora distrital. Etelvina Fevereiro disse ao matutino “Notícias”, de Maputo, que a unidade de produção Plexus, que cultiva algodão e explora uma fábrica de descaroçamento na região, tem capacidade para produzir 16 500 litros de óleo por dia.
“A informação que recebemos dos gestores da fábrica foi de que a mesma vai empregar mais de 100 operários, todos nacionais, com uma produção onde por turno de 5500 litros, o que perfaz 16 500 litros por dia”, disse a administradora distrital. Além de óleo, que será, posteriormente, vendido às empresas de refinaria existentes no país, para uso doméstico, a mesma unidade vai produzir bagaço para ração animal para o mercado interno e externo. A província de Cabo Delgado produz, em média, cerca de 30 mil toneladas de algodão por ano nos distritos de Namuno, Balama, Montepuez, Ancuabe e Chiúre, que devido à falta de indústria têxtil na província é exportado para mercados externos. (Macauhub)
Um decreto prescrevendo um perdão fiscal às empresas está em vias de ser aprovado pelo executivo, revelou ontem Amélia Nakhare, Presidente da Autoridade Tributária (AT), numa entrevista à TVM. O decreto vai essencialmente estabelecer um perdão sobre os juros das dívidas fiscais, suas multas e taxas relativas à execução fiscal.