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Redacção

Redacção

sexta-feira, 30 novembro 2018 03:00

Em Moçambique já houve mais elefantes que pessoas

Foram lançadas, esta quarta-feira, 28 de Novembro, em Maputo, duas obras literárias da autoria de Ricardo Barradas, nomeadamente “Ilha de Moçambique, estórias da sua história” e “Memória dos elefantes de Moçambique”, cuja edição contou com o apoio da Gapi-Sociedade de Investimentos. A primeira obra representa um contributo para as comemorações dos 200 anos de elevação da Ilha de Moçambique à categoria de cidade, enquanto a segunda faz alusão à forma como o comércio do marfim foi, para além do comércio do ouro e dos escravizados, um importante motor do desenvolvimento de Moçambique; o massacre de elefantes e respetiva violenta agressão ambiental, ocorrida no nosso País, especialmente nos séculos XVII e XVIII.

Ricardo Barradas contou que começou a escrever a “Memória dos Elefantes” há, sensivelmente, seis anos, quando começou a ter pretensões de ser escritor. “Apercebi-me que em Moçambique antes de se designar Moçambique, existiam milhões de elefantes. Os demógrafos têm capacidade de fazer retroprojeções e estão em acordo que Moçambique, no século XVI, tinha apenas um milhão de habitantes pelo que chegou a haver mais elefantes do que homens”, disse, acrescentando que motivou-lhe a ideia de que realmente o País esteve povoado de elefantes, que ainda por cima, foram alvos de uma carnificina.

Na ocasião, o escritor ofereceu 100 exemplares das suas obras à Gapi, destinadas às instituições de ensino superior: “Se o objectivo é que os jovens leiam estas obras, a Gapi tem condições para fazer a sua distribuição às universidades ao longo do País”, afirmou Ricardo Barradas. Ao proceder à apresentação dos livros, Álvaro Carmo Vaz, professor catedrático da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), considerou que no livro “Ilha de Moçambique, estórias da sua História”, o autor leva-nos a uma viagem fascinante ao longo de onze capítulos, iniciada com uma descrição da Ilha de Moçambique na época em que foi elevada à categoria de cidade.

“No segundo livro, Memória dos Elefantes de Moçambique, é mais breve do que no anterior, uma monografia, onde se percebe que confluem dois amores de Ricardo Barradas: a Ilha de Moçambique e a Natureza, esta corporizada nestes magníficos animais que vemos, horrorizados, à beira da extinção no nosso País, perante o que não sei se é impotência, complacência ou cumplicidade de demasiada gente”, observou Álvaro Carmo Vaz.  Por sua vez, o presidente da Comissão Executiva da Gapi, António Souto, referiu-se às razões que levaram a instituição que dirige a associar-se a este projecto literário, tendo realçado o facto de o escritor dedicar as suas obras aos jovens.

“As estórias, que Ricardo Barradas partilha, têm o fascínio de nos levar para o tempo em que, atravessando o Índico, donos de pangaios e caravelas iniciaram a globalização desta parte do continente africano, através do controlo da ilha que viria a ser a terra de Mussa Al-Mbique”, indicou António Souto, realçando a forma simples e de fácil leitura como as estórias são apresentadas, o que despertou o interesse da Gapi, na motivação cultural de uma geração que hoje se globaliza, através da web e de smartphones. Enquanto instituição financeira de desenvolvimento, a Gapi, conforme sublinhou, tem vindo a conduzir, há mais de dez anos, programas especificamente focados na juventude e na necessidade de se criar uma nova geração empresarial.

São programas que preparam jovens no âmbito da iniciativa empresarial privada e da descoberta de oportunidades de novos negócios. Importa realçar que Ricardo Barradas nasceu em Maputo, em 1948. Concluiu o curso de Medicina em 1975 e trabalhou nos hospitais centrais das cidades de Nampula, Beira e Maputo, durante 25 anos, primeiro como cirurgião geral e depois como cirurgião plástico. “Ilha de Moçambique, estórias da sua história” e “Memória dos elefantes de Moçambique” são os seus primeiros livros publicados.(Carta)

Venha participar da feira do Mercado da terra, onde poderá aprender mais sobre o valor nutricional dos alimentos orgânicos e naturais, produtos processados e ainda adquirir vários objectos de artesanato local. Os chamados produtos orgânicos são aqueles produzidos sem a adição de adubos químicos e de agrotóxicos. Produtos naturais são um composto químico ou substância produzida por um ser vivo - encontrado na natureza e que geralmente tem atividade biológica ou farmacológica que pode ser usado na descoberta ou concepção de produtos farmacêuticos. Um produto natural pode ser considerado como tal mesmo que possa ser preparado por síntese total. Alimento processado é o alimento que é comercialmente preparado (muitas vezes através de processamento) para otimizar a facilidade de consumo. Tal alimento é normalmente pronto para comer, sem qualquer preparação adicional. Costuma ser facilmente portátil e possuir um tempo de prazo de validade, ou oferecer uma combinação dos dois. Embora refeições de restaurantes atendam a essa definição, o termo é raramente aplicado. Alimentos processados incluem produtos secos, alimentos congelados e misturas, tais como a mistura de bolo e salgadinhos.

(02 de Dezembro, das 10 às 17 horas no Jardim dos Professores)

sábado, 01 dezembro 2018 03:00

Promoção / Dia do CD

Dia do CD é, uma plataforma que visa promover a música nacional e fazer com que o músico e a cultura no geral sejam sustentáveis. Todas as semanas teremos no local Beergarden CDs de vários músicos moçambicanos (de todo estilo musical) a venda. E cada evento, vamos trazer um artista para uma sessão de autógrafos isto é, vamos escolher um artista por semana para a promoção do seu disco e chamamos ao seu disco CD do DIA.

 (02 de Dezembro, das 10 às 21 horas no Beergarden)

sábado, 01 dezembro 2018 03:00

Festival / Maputo Electrónico

Vai decorrer a 1ª edição do Festival MAPUTO ELECTRÓNICO! Farão parte artistas de Moçambique, França, Ilha da Reunião, Eswatini, Uganda, e Brasil. Com: Dubnahave, Tushimitsu, Danny G, Rhodália Silvestre de Moçambique e DJ Bill do Brasil, Mr Freddy (Eswatini / Uganda) BoogzBrown + Nandele (Ilha da Reunião / Moçambique). Electro Chico: Smadj + Chico António (França / Moçambique).

(01 de Dezembro, das 16h às 23h no Centro Cultural Franco Moçambicano)

Esta sexta-feira, 30 de Novembro, a grande final da 32ª Edição do Ngoma Moçambique acontece no Pavilhão de Maxaquene, em Maputo, com alguma inovação para a grande festa da música ligeira nacional. São ao todo 60 canções que concorrem para as categorias de Melhor Canção, Canção popular, Melhor Voz e Prémio Revelação. O Ngoma Moçambique vai igualmente atribuir, uma vez mais, o Prémio Carreira, distinção que visa reconhecer as referências da música moçambicana.

Segundo João Cerveja, produtor desta competição musical que há 31 anos é promovida pela RM, na edição deste ano houve maior uso das redes socias como o Facebook e Instagram, melhorando a divulgação dos trabalhos dos artistas e facilitando também votação por parte do público. “No que concerne à premiação, houve uma subida para a categoria de melhor cancão passando para 180.000 Myts contra os anteriores 160.000. O prêmio para a cancão mais votada passaou para 140.000 Mts”, disse.

O Ngoma Moçambique teve inovações, incluindo a formação de artistas e uma viragem nos efeitos do palco para dar outro brilho à festa da música. Foram inscritas mais de 400 canções, das quais 60 foram apuradas para a final. Deste número, 12 tornaram-se finalistas, por terem atingido uma ou mais vezes o primeiro lugar da parada. Para a Canção Mais Votada, vão subir ao palco Isaú Meneses, Texito Langa, Marlene, Leynna Souto, Telmo Letela, Juma Kombola, Liloca, Raquel Akungondo, Lourena Nhate, Tima, Aly Aboobacar e Zacaraia.

 A banda RM, com as vozes de Wazimbo, Pureza Wafino e Kaliza, são os convidados especiais. Cerveja revelou à “Carta” que, para 2019, o Ngoma vai incluir uma transmissão televisiva, sendo, por isso, preciso que os participantes tenham um vídeoclip para se adaptarem ao novo formato, tendo em conta que rádio é voz e televisão é imagem.(Marta Afonso)

 

 

A “Darling”, famosa produtora de cabelos artificiais, vai conhecer sua pena na próxima semana, depois que 133 trabalhadores acabaram desmaiando nas suas instalações fabris de Beluluane na passada sexta-feira. A pena será uma leve multa pecuniária. A legislação nacional é marcadamente omissa nos casos de violações empresariais de natureza não alimentar (e que não se enquadrem na legislação laboral). A Darling deverá pagar uma pequena multa e continuar a trabalhar normalmente.

quinta-feira, 29 novembro 2018 03:03

Calisto Cossa reduz taxas de DUATs na Matola

Calisto Cossa, o edil eleito da Matola, acaba de anunciar o arranque de uma campanha de regularização de terrenos com taxas reduzidas em 30%. A campanha, que começa na segunda feira com a duração de três meses, abrange todos os munícipes que ocupam talhões devidamente parcelados e com a numeração correta. A iniciativa visa também aqueles que construíram sem o devido licenciamento. Eles estarão isentos do pagamento das multas estabelecidas no Regulamento Geral das Edificações Urbanas. Calisto Cossa, que assumiu a presidência da Matola em 2013, desencadeou jornadas massivas de regularização de terrenos em todos os bairros dos postos administrativos da cidade, tendo  a edilidade distribuído mais de 23 mil DUAT’s.

 O vereador de Planeamento Territorial e Urbanização da Matola, João Sambo, explicou que todas as outras foram campanhas normais, destacando que esta é particularmente especial pela redução da taxa em 30% e isenção no pagamento de multas àqueles cujos processos estão irregulares. João Sambo disse à “Carta” que as taxas de regularização de terrenos vária em relação ao tamanho e zona da sua localização. O município parcela talhões  15/30 e para estes a taxas a pagar será 5.625 Mts para as zonas menos valorizadas e 12.500 Mts para as valorizadas. Esta campanha vai significar um incremento no registo da base de dados do cadastro do município, apurou a “Carta”. A redução das taxas na regularização de terrenos é o primeiro ato público de impacto social anunciado por Calisto Cossa depois das eleições de Outubro passado, que o reconduziram para um segundo mandato de cinco anos, cuja tomada de posse está marcada para Fevereiro de 2019. (G.S)

quinta-feira, 29 novembro 2018 03:00

RENAMO em conclave electivo na Gorongoza

Marcar a data e local do Congresso que vai eleger o novo líder da Renamo é o principal ponto de agenda da reunião do Conselho Nacional do partido que arranca hoje na Serra da Gorongosa, em Sofala. A reunião, de dois dias, vai relançar o debate interno da sucessão do líder, que morreu de doença em Maio. Os putativos candidatos são Elias Dhlakama, irmão do antigo líder, Ossufo Momade, atual Coordenador-interino, e Manuel Bissopo, o Secretário-Geral.

Com o objetivo de incluir mais atores no debate interno, o CN será alargado a outros quadros.


De referir que a Renamo recebeu nas suas fileiras, nos últimos meses, figuras com visível capital político e social, alguns idos do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, destacando-se na lista os nomes de Manuel de Araújo (atual edil da Cidade de Quelimane), Venâncio Mondlane (ex-deputado da Assembleia da República) e Geraldo de Carvalho (Deputado pelo MDM e ex-mobilizador nacional daquela força política). É provável que alguns destes nomes se façam presentes na serra. Venâncio Mondlane está em Maputo onde assumiu funções no seu emprego. Ricardo Tomás, também Deputado pelo MDM na AR e candidato derrotado nas últimas eleições na Cidade de Tete, poderá estar presente.


O CN da Renamo vai também fazer o balanço das eleições de 10 de Outubro e da situação de Marromeu, assim como dos municípios onde ainda reclama vitória: Alto-Molocué, Monapo, Matola, Moatize. 

Nas autárquicas do mês passado, o maior partido da oposição venceu em oito Conselhos Autárquicos, nomeadamente Nampula, Quelimane, Nacala-Porto, Cuamba, Chiúre, Ilha de Moçambique, Angoche e Malema. (Omardine Omar)

quinta-feira, 29 novembro 2018 03:00

FEIMA a “meio gás”

A Feira de Artesanato, Flores e Gastronomia em Maputo (FEIMA) está, nos últimos tempos, a registar muita fraca afluência de clientes. A situação afeta perto de 400 expositores. Para estes, o problema deve-se a falta de publicidade dos produtos e daquele mercado de artes e artesanato. Alguns expositores dizem que ficam quase uma semana sem vender, o que compromete o seu negócio. António Ezembro, artesão e expositor na FEIMA, diz que, por falta de clientes, já acumulou uma dívida. "Se não consigo pagar ao Município pela ocupação das duas bancas, também me custa sustentar uma família de quatro filhos", queixou-se Ezembro, um homem na casa dos 50 anos. A publicitação não é o único problema que compromete o negócio dos artistas. A dificuldade na exportação de produtos de arte e artesanato é outro desafio. A legislação limita em 20 kg a quantidade máxima de circulação de objeto de arte ou artesanato. “Esta limitacão não nos favorece, pois afecta os clientes, principalmente estrangeiros”, lamentou Armando Jacob, artesão e também expositor na FEIMA. Criada a 10 de Novembro de 2010, a FEIMA esteve sob gestão privada até 2014, altura em que o Município de Maputo assumiu a direção. Face à crise, os artistas sugerem que o Governo Municipal deva publicitar os produtos, bem como o próprio local, como fazia a anterior gestão, que produzia cartazes e panfletos que eram distribuídos em aeroportos, hotéis e outros locais turísticos. (Evaristo Chilingue)   

A SIMO terá de desembolsar, para a implementação da solução Euronet, perto de 7 Milhões de USD, mais 2 Milhōes do que a BizFirst estava a cobrar para licenciar de forma vitalícia o software Bizswich, que estava na posse da Interbancos. Os 7 milhões de USD correspondem ao valor total do contrato proposto com a Euronet Worldwide e engloba “um licenciamento perpétuo, manutenção e suporte, implementação, bem como os custos de deslocação e hospedagem dos recursos da Euronet”. Os dados constam de um “memo” a que “Carta” teve acesso. O documento mostra, em detalhe, os contornos do caso e as opções avaliadas pela SIMO quando em Abril iniciou contactos com outros provedores do serviço.

A solução Bizswich esteve em funcionamento na Interbancos durante o período em que a instituição operou em Moçambique. No documento, a SIMO diz que o software fazia parte dos activos adquiridos com a aquisição da Interbancos. Quando a SIMO engoliu a Interbancos, ela assinou com a BizFirst uma adenda ao contrato de manutenção com validade até Junho de 2019. Mas essa adenda apresentava limitantes. O software só podia estar instalado nos servidores da Interbancos em Maputo e o SIMO só podia aceder ao Software se celebrasse com a BizFirst um novo contrato de licenciamento para a licença de utilização vitalícia do software no valor de 5 Milhões de Euros sem período de exclusividade. Opcionalmente, um acordo contemplaria uma licença de utilização vitalícia do software com período de exclusividade de 3 anos no valor de 2 Milhões de Euros.

Os gestores do SIMO não gostaram destas propostas e partiram ao ataque: encontrar um provedor alternativo. A busca começou em Abril. Por convite, foram contactadas a Progressoft da Jordânia, a  OpenWay da Rússia e a Euronet dos EUA. Durante os meses de Maio e Junho, a SIMO manteve discussões técnicas com as 3 provedoras. A empresa jordana exigia pouco mais de 1 milhão de USD para implementar a sua solução. A Open Way não apresentou nem proposta técnica nem financeira.

A solução Euronet começou a ser tratada em finais de Junho. No passado mês de Outubro houve viagens e workshops diversos onde a solução foi apresentada. A Euronet submeteu uma proposta técnica e financeira em finais de Outubro. A SIMO optou por esta proposta pois ela apresentava produtos ainda não implementados em Mocambique como é o caso do contactless. A SIMO também considerou positivo o facto de a Euronet apresentar serviços adicionais que o software da Bizfirst não apresenta, nomeadamente: certificação UnionPay (Acquiring e Issuing), certificação Mastercard Acquiring e Issuing), certificação Dinners (Acquiring) e certificação Amex (Acquiring). Por outro lado, em termos de terminais de pagamento ATM e POSs, a solução apresenta a funcionalidade de remote key load, fazendo com que as chaves criptográficas dos terminais possam ser carregadas sem custos de deslocação. A única desvantagem identificada foi que o preço do licenciamento e implementação era superior que o da Progressoft. Ou seja, o preço da Progressoft era estranhamente tão inferior. E a OpenWay nunca apresentou nada.

Ontem, “Carta” apurou que o Banco de Moçambique iniciou já contactos com a Euronet visando a sua contratação. Os contactos estão ainda numa fase preliminar mas confirmam o que o Governador do BM, Rogério Zandamela, foi dizer no Parlamento na semana passada: que estavam a caminho de Maputo consultores ligados a uma empresa, que não revelou, para estudar a alternativa ao apagão. Esse estudo já estava afinal em curso desde Junho. E, com a Euronet, só faltava a assinatura do contrato relevante. (Marcelo Mosse)