Segunda-feira, 06 de Abril de 2020, as pessoas estavam agitadas em toda a aldeia de Xitaxi, no distrito de Muidumbe, província de Cabo Delgado. Ninguém imaginava que seria um dia negro para os populares nativos, para os moçambicanos e o mundo. As aldeias circunvizinhas estavam em chamas. O som da pólvora poluía o distrito. As pernas da população tremiam. Ninguém conseguia beber pelo menos um copo de água. Os terroristas estavam nas proximidades da aldeia.
Os ponteiros dos relógios produziam ecos. As balas intensificaram o desespero da população. Horas depois, homens trajados de malaias caminhavam pelas aldeias, cantando, dançando e exibindo bandeiras do Estado Islâmico. A aldeia estava desprotegida. Os bravos militares destacados para garantir a segurança em Xitaxi haviam zarpado pelos relatos que chegavam e os horrores causados pelos terroristas em outras aldeias. Os que restavam eram poucos e terão ficado não pela coragem, mas pela falta de condições financeiras para escapulir-se.
Contra todas as vontades, os homens armados entraram na aldeia, dirigiram-se à casa do líder tradicional local, onde comunicaram que pretendiam ter uma reunião com a população local – a informação foi rapidamente transmitida – todos aqueles que estavam no cativeiro saíram. Militares trajados a civil fizeram parte da reunião. Começou o encontro. Os terroristas trajados de vestimentas islâmicas e empunhando armas de fogo começam por separar os presentes em função da religião que praticavam…
Alguns acataram a ordem dos terroristas e outros recusaram aderir. Repentinamente, começou uma agitação no seio da multidão. Eis que os terroristas foram recolhendo um por um e exigindo que passassem a frente, alegadamente, para amainar a confusão. Disparos para o ar e para as pernas dos revoltados. De repente o silêncio, lágrimas nos olhos e choros ofegantes faziam-se sentir. Começou o processo de recrutamento – quem seguia e quem não seguia com o grupo terrorista – o caos instalou-se no local.
Foram escolhidos 53 jovens e obrigados a recitar o Kalimah da aceitação do Islamismo – a shahada - "La ilaha illa Allah, Muhammad Rasul Allah" que traduzido para a língua portuguesa significa "não há outro Deus senão Alá e Maomé é seu servo e mensageiro." Os jovens negaram veementemente. Mesmo diante de chumbo grosso e baionetas no pescoço. A multidão implorava. Os anciões ajoelhavam pedindo misericórdia. Mas os terroristas não ouviram as súplicas dos presentes – pelo contrário, viram o acto como falta de respeito – o comandante dos terroristas deu a ordem para que os sanguinários começassem a actuar.
Insistiram por mais uma vez, se os jovens pretendiam aderir ao grupo ou à bárbara morte. Começaram as decapitações como forma de intimidar os restantes, mas estes estavam determinados – em não ceder! Aguentaram a agonia da morte e a crueldade humana foi visível, todos os presentes estavam inconformados com o acto. Era inacreditável que humanos feitos de sangue e pele igual pudessem agir de tal modo! Assassinaram os 53 jovens sem piedade, simplesmente por dizerem que louvavam um outro Deus e que não podiam aderir a uma guerra contra o próprio povo.
06 de Abril de 2020, o dia negro para a população da aldeia Xitaxi, Muidumbe, e a prova nítida da barbárie do terrorismo que aconteceu em Cabo Delgado - Moçambique …!
A exploração de recurso naturais deve ter sempre como prioridade proporcionar o bem-estar das populações e promover o desenvolvimento sustentável do país. Foi com este pressuposto que o Governo de Moçambique definiu a área de hidrocarbonetos por estratégica para a viabilização da exploração sustentável das reservas de gás natural de que o país dispõe, criando alicerces para o desenvolvimento industrial, criação de oportunidades de emprego e geração de renda em escala, bem como uma exploração dos recursos naturais que minimize o impacto negativo sobre o ambiente e sobre as comunidades. Nesse sentido, é imperioso que a gestão destes recursos seja prudente e transparente garantindo que as populações estejam informadas sobre as valências dos mesmos na melhoria da qualidade de vida dos moçambicanos.
Neste contexto, o anúncio do lançamento do programa “DÁ + GÁS Moçambique” representa a materialização da estratégia de desenvolvimento nacional e a resposta proactiva por parte do Governo de Moçambique às necessidades das populações, promovendo o acesso ao Gás de Cozinha como fonte primária de energia para cozinhar. A perspectiva que se tem com a campanha “DÁ + GÁS MOÇAMBIQUE” é de inverter o cenário apresentado pelo IOF (2019/2020), segundo o qual 95% da população é usuária de biomassa (lenha e carvão) para cozinhar, priorizando o Gás de Cozinha enquanto fonte de energia limpa na equação da gestão familiar. Por outro lado, o Gás de Cozinha vai permitir às populações reduzir os gastos mensais na cozinha, proporcionar mais conforto e diminuir o tempo gasto no processo de cozinhar.
Para tal, o Governo perspectiva colocar o Gás ao serviço de todas as comunidades moçambicanas, diminuindo os custos logísticos de distribuição, aumentando a disponibilidade nas zonas anteriormente não abastecidas, reduzindo as barreiras de acesso e estabelecendo um mecanismo de preços favoráveis a todos os intervenientes. A primeira etapa para o cumprimento deste objectivo passa pelo desenvolvimento da infraestrutura como é exemplo a recém-inaugurada a unidade de enchimento das botijas, construída pela Petromoc ou a nova linha de enchimento de GPL inaugurado no final do ano passado pela Galp na Matola. Estamos perante excelentes exemplos de verdadeira parceria entre o sector público e privados com benefícios evidentes para a sociedade e retorno financeiro para os investidores.
Parece-nos justo aceitar que o programa “DÁ + GÁS MOÇAMBIQUE” representa, de facto, a materialização da estratégia de desenvolvimento sustentável integrado e dos compromissos assumidos no âmbito da agenda 2030 das Nações Unidas e no Acordo de Paris e nos convém assumir que estamos no rumo certo à transição energética em Moçambique.
Apolinário Malauene
(Docente Universitário, Faculdade de Ciências da Terra e Ambiente – UP MAPUTO)
Na semana antepassada, o Presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, reuniu-se com os militantes em Pemba, nos momentos vagos daquelas suas viagens presidenciais pagas pelo erário público. A reunião serviu para debater pessoas...não ideias. Uma das pessoas mais visadas foi o edil de Pemba, Florete Simba Moturua. Sua cabeça foi pedida. Entre os edis da Frelimo agora em exercício, Simba parece o mais crucificado.
Minhas fontes dizem que ele mostrou, durante estes anos, poucas simpatias para interesses mesquinhos de militantes e empresários locais, que achavam que tinham luz verde para satisfazerem seus apetites nos terrenos municipais. Mas, Simba não foi na cantiga. E criou inimigos figadais.
A nosso ver, o Edil de Pemba merece uma segunda oportunidade. Porque ele está a gerir a cidade mais pressionada em Moçambique por eventos extremos, incluindo o terrorismo. A pressão demográfica sobre a cidade é enorme.
De acordo com o Censo de 2017, Pemba tinha 204.872 habitantes. Em 2020, por causa do terrorismo, a cidade recebeu quase que uma outra cidade: 227.393 deslocados de Mocímboa da Praia, Palma e Muidumbe. Depois teve o ciclone Keneth...mas Pemba não se desestruturou. Mantém-se mais ou menos saudável, com uma melhoria visível nas suas infra-estruturas escolares, de saúde e estradas, para além da transferência da antiga lixeira.
A pressão sobre Pemba é enorme que faria cair qualquer Edil que se prese. Simba merece uma segunda oportunidade.(Marcelo Mosse)
Na semana antepassada, o Presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, reuniu-se com os militantes em Pemba, nos momentos vagos daquelas suas viagens presidenciais pagas pelo erário público. A reunião serviu para debater pessoas...não ideias. Uma das pessoas mais visadas foi o edil de Pemba, Florete Simba Moturua. Sua cabeça foi pedida. Entre os edis da Frelimo agora em exercício, Simba parece o mais crucificado.
Minhas fontes dizem que ele mostrou, durante estes anos, poucas simpatias para interesses mesquinhos de militantes e empresários locais, que achavam que tinham luz verde para satisfazerem seus apetites nos terrenos municipais. Mas, Simba não foi na cantiga. E criou inimigos figadais.
A nosso ver, o Edil de Pemba merece uma segunda oportunidade. Porque ele está a gerir a cidade mais pressionada em Moçambique por eventos extremos, incluindo o terrorismo. A pressão demográfica sobre a cidade é enorme.
De acordo com o Censo de 2017, Pemba tinha 204.872 habitantes. Em 2020, por causa do terrorismo, a cidade recebeu quase que uma outra cidade: 227.393 deslocados de Mocímboa da Praia, Palma e Muidumbe. Depois teve o ciclone Keneth...mas Pemba não se desestruturou. Mantém-se mais ou menos saudável, com uma melhoria visível nas suas infra-estruturas escolares, de saúde e estradas, para além da transferência da antiga lixeira.
A pressão sobre Pemba é enorme que faria cair qualquer Edil que se prese. Simba merece uma segunda oportunidade.
Marcelo Mosse
Em 1983, à saída do local do evento em que Moçambique fora admitido como membro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, a comitiva moçambicana, a que negociara a adesão, deu de caras com uma manifestação internacional da sociedade civil contra estas instituições.
Diante da situação, e visivelmente estupefacto, um dos membros da comitiva moçambicana, por sinal o actual Edil de Maputo, o economista Eneas Comiche, olhou para um colega como quem perguntasse se teriam feito uma boa coisa, designadamente o de terem pedido a entrada de Moçambique nestas instituições internacionais.
Este episódio foi contado pelo próprio Eneas Comiche numa palestra sobre o impacto desta adesão. E já agora, tenho fé de que Comiche tenha ficado aliviado quando, há dias, o Presidente da República (PR) anunciou uma grande vitória do seu executivo: a retoma da relação de Moçambique com o FMI depois de seis anos de separação.
O PR ainda deu uma outra novidade: nestes seis anos até a China – que se propala que não condiciona o acesso aos seus empréstimos – respondia negativamente ao constante assédio de Moçambique enquanto o país não reatasse a sua relação com o FMI. A resposta chinesa era do tipo: eu só ando com damas casadas (com o FMI).
Foram duas novidades dadas pelo PR - a da retoma com o FMI, e a do condicionalismo do apoio da China - que possivelmente o leitor, quanto eu, ache-as estranhas, pois, que se saiba - andar aos beijos com o FMI - não é boa coisa.
Enfim, e a terminar, referir que a retoma da relação com o FMI e, por tabela, o reatamento de outras relações afins exigi dos moçambicanos que esmerem e fortaleçam os beiços sob o risco de voltarem a estalar em plena actividade. Ainda, dita a experiência e é vital, recomenda-se que não se feche os olhos na hora dos suculentos beijos.
PS: Em caso de alguma dúvida sobre relacionamentos com o FMI, os portugueses que o digam, particularmente sobre a mais recente quanto dolorosa relação com uma “TROIKA” do FMI. Aliás, e é uma dica: numa audiência para a concessão de visto de viagem simples a Portugal, ameace chamar a “TROIKA” que o cônsul, na hora, concede-lhe até um “Visto Gold”.
Somos famosos internacionalmente como um país da corrupção, subtracção, subfacturação, superfacturamento e da ladroagem - isto o nosso "empregado do povo" viveu na pele conforme suas declarações que são públicas. E como era de esperar a "mão leve" de sempre dos nossos representantes governamentais não aguentaram gerir a mola que os doadores "caridosamente" canalizaram para o famigerado Fundo de resposta à Covid-19 para atender ao impacto desta pandemia que assola o mundo e o país em específico. Eis que os parceiros, atendendo os choros que se faziam sentir na altura colocaram nas nossas mãos estendidas mais de 678 milhões de USD dos 700 milhões de USD pretendidos para fazer face a pandemia, mas como a "ocasião faz o ladrão", os homens de sempre lamberam parte da mola no estilo sexual das lésbicas!
Esta moda de lamber tudo que aparece, está custar caro aos "cidadãos honestos" da Pérola do Índico, principalmente numa altura em que os magnatas das instituições financeiras de Bretton Woods querem voltar a dar mais mola e oportunidades para animar está economia esfolada pela ganância dos cabritos amarrados em todos os departamentos, direcções e ministérios que compõem este "paraíso dos corruptos e dos cidadãos empobrecidos".
A revelação do Tribunal Administrativo (TA) embora já fosse expectável vem reforçar que de facto que a corrupção e neocabritismo devem ser imediatamente declaradas como calamidades, embora humanas e públicas, mas já não resta dúvidas de que o vampirismo económico e administrativo vai levar décadas para que seja eliminado - olhem para as adjudicações directas, quem vai parar este mamanso? Se o TA, que é auditor das contas do Estado e com pujança diz não ter balas na Makarov para imobilizar este animal selvagem e infeccioso (desvio de fundos) que dia-a-dia está a destruir nossas culturas, residências e o futuro de uma nação que tem "tudo para dar certo" - palavras do Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi.
Em relação a mola do fundo mamada, era visível a forma como está a ser gerido - tudo feito no estilo de quem quer ficar com o saco contendo o pão dado para distribuir aos pobres que tanto precisam. Os homens criavam "confusão para dividir" e depois davam migalhas alguns e alistavam os outros e nunca mas colocavam os pés naquele local - e o relatório este vinha que apoiamos tantos moçambicanos dos bairros X, Y e Z, enquanto na verdade não passavam de um simples amostra ou experimentos laboratoriais que seriam compilados no relatório final junto com as listas em anexo - a informação que pairava era de que o povo está a ser ajudado, mas na verdade, era mais um roubo titânico e danificador da já pálida imagem do país e dos moçambicanos no seu todo perante os parceiros internacionais e as organizações estrangeiras que trabalham em certos projectos humanitários e de "desenvolvimento"!
Lamberam mesmo a mola da Covid-19, usando por mais uma vez o argumento - "pobreza" do povo? O engraçado é que na altura quando pediam os rostos dos governantes estavam que nem de uma criança que quer uma moeda para comprar doce na banca do vizinho - e hoje todos ficamos a saber que lamberam mesmo a mola sem dó e nem piedade! Até quando, vamos continuar a ser lambidos deste jeito, por quem deveria nos cuidar, proteger e permitir a nossa felicidade?