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terça-feira, 12 novembro 2019 07:24

African Investment Fórum: E o Primeiro-Ministro esquece mais uma vez a Zambézia

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 Iniciou ontem, em Sandton, na RAS, o African Investment Fórum. Trata-se de uma plataforma criada pelo Banco Africano de Desenvolvimentos (BAD) para mobilização de fundos públicos e privados para investimentos, sobretudo privados, no âmbito da sua estratégia designada Transforming África. O fundo foi este ano capitalizado em cerca de 150 bilhões USD. Moçambique, representado no Fórum pelo Primeiro-Ministro Carlos Agostinho do Rosário, anunciou como projectos estratégicos a reactivação das fábricas têxteis de Marracuene (RioPele, para o que precisa de cerca de 40 milhões de USD) e de Manica (Textáfrica).

 

O Primeiro-Ministro desperdiçou uma soberba oportunidade de falar de projectos verdadeiramente estruturantes para o país. E ignorou certamente os factos de: i) a RioPele ser uma Unidade de Curtumes e não uma fábrica têxtil propriamente. Foi implantada para o processamento de pele de animais bovinos que abundavam na baixa do Incomati;  a Textáfrica, em Manica, tem as terras outrora usadas para a produção de algodão absorvidas pelos refugiados da guerra dos 16 anos, que nelas construíram habitações e fazem agricultura de subsistência.

 

 Se a estratégia é a produção têxtil, esperava-se, sim, que o PM se referisse à Téxtil de Mocuba. Esta, sim. com infra-estrutura no lugar, terras abundantes para produção de algodão (50 mil hectares) e das melhores do país, um projecto com potencial de gerar mais de 750 mil postos de trabalho. Mas, mais uma vez, a Zambézia foi esquecida. Até quando?

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