Director: Marcelo Mosse

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Actualizado de Segunda a Sexta

Co'Licença

quinta-feira, 11 abril 2019 09:03

Parece que querem criar uma República Oculta

Pessoal, vamos lá ficar um pouco mais atentos. Muito provavelmente, estes senhores querem criar uma República Oculta na cadeia. Olha lá! Não é normal isso! É que o tipo de indivíduos que foram constituídos arguidos (presos e livres) ou que foram simplesmente ouvidos como declarantes no caso das dívidas ocultas são, do ponto de vista de currículo, suficientes para se criar uma República com todos os órgãos que compõem o Estado. É um autêntico governo. 


Aliás, o relatório da Kroll é um governo codificado e escondido numa gaveta da Procuradoria. Tem tudo lá, desde presidentes, ministros, secretárias, assessores políticos, governadores, embaixadores, Pê-Cê-As, agentes da secreta, lobistas e empresários. Com a entrada do antigo Governador do Banco Central na equipa já estão criadas as condições para se ter um Estado Oculto que pode funcionar directamente do xilindró. 


Eu já estou a começar a ter medo disso! Provavelmente, prender todos os gatunos ao mesmo tempo não seja uma boa ideia. Os gajos podem criar uma República escondida aqui dentro do país. Que tal fazermos uma escala de prisão?! Do tipo, os mais velhos serem presos primeiro, sei lá!!! Ou os presidentes primeiro; depois, os ministros; depois, os embaixadores; depois, os governadores; e assim sucessivamente até chegarmos à secretária! Sei lá né, pessoal, mas todos lá dentro de uma só vez pode não ser bom. Talvez separarmos os gajos: uns nas Américas, outros em Madagascar ou na Antártida. 


Podemos estar aqui a pensar que é tudo brincadeira e nos surpreendermos amanhã. Podemos acordar um dia com uma República a funcionar da cadeia, com representações diplomáticas e direito à assento nas Nações Unidas. Ou seja, de repente, as nossas cadeias podem virar um País autónomo. De resto, pelos montantes envolvidos, não será um País qualquer! Será um País com capacidade até de conceder empréstimos à Moçambique para combater a corrupção.

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Algumas pessoas dizem que se Manuel Chang regressar a Moçambique, vai ter uma vida difícil. Dizem que a imagem, a reputação e o bom-nome do Chang caíram na sarjeta e, por isso, já não tem cara para aparecer em público. E essas pessoas acreditam que isso pode ser suficiente para ele morrer de depressão. Como se ele estivesse preocupado com imagens, reputações e bons-nomes! 


Outras dizem que aqui o Chang vai confiar mais nos seus inimigos do que nos seus amigos. Dizem eles que os seus amigos, com os quais engendrou a fraude, vão encomendar a sua morte para que este não abra a boca. Por isso, acreditam eles, Chang estará em maus lençóis. Mentira! 


Alguém se lembra da chegada triunfal de Anibalzinho vindo do Canadá? Então, a de Chang será muito mais triunfal do que aquela. Aquele ministro de bandeira-na-bunda terá muito trabalho nesse dia para ornamentar a pista com tapete vermelho e organizar os grupos de marrabenta, nyau, xigubo, nhambaro, tufo, etecetera. O país vai parar. A bandeira estará à uma haste acima do mastro. 


Nada vai acontecer! Chang vai beber vinho verde com atuns e lagostas com os seus comparsas. Vai curtir malta Bilene, Bazaruto, Tofo, Quirimbas, Mamoli, Medjumbe, Ibo e quejandos. Os bradas dele vão festejar maningue. Alguém acha mesmo que Chang escolheu ser extraditado para Moçambique para ter uma "vida de cão"? Alguém acha mesmo que essas correrias de resgate são para prendê-lo? 


Com Chang não será diferente! Vai ser julgado, assim como nos filmes de comédia, e, para não fugir a moda, vai ter uma prisão convertida em multa por um montante que nem chega para comprar uma latinha de atum "bom amigo" no contentor do maliano. Não será diferente! Se até aquela senhora do fundo agrário está aqui numa wella dando palestras sobre gestão financeira, por quê seria diferente agora? 


Uma das sortes do Chang é ser tipo chinês. É fácil encontrar um gajo parecido com ele e ensaiar uma morte e um funeral, como nos filmes, e no dia seguinte ouvirmos que foi nomeado, para um ministério, um assessor parecido com Chang (com barba, bigode e meize).


Isto é um paraíso... experimenta roubar para ver! Mas, rouba bem. 

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segunda-feira, 08 abril 2019 08:40

Eu não sou da RENAMO

O grande desafio de ser eu, Juma Aiuba, é convencer os demais que eu não sou nem membro nem simpatizante do partido RENAMO... nem do PAHUMO... nem do Eme-Dê-Eme... nem do PIMO. 



Nesta empreitada está provado que o mais difícil não é convencer os meus amigos da FRELIMO que eu não sou da Oposição, mas - sim - convencer a própria Oposição de que eu não sou da Oposição. Ou seja, há, nos meus amigos simpatizantes dos partidos da Oposição, uma convicção muito grande e irrefutável de que eu, porque escrevo o que bem entendo sem resguardo, sou deles. 



A crença de que gajos loucos como eu são da RENAMO, por exemplo, nasce da percepção errônea de que esses gajos escrevem contra a FRELIMO ou contra o governo do dia. Eu ainda não cheguei nesse patamar, e não gostaria de chegar. Eu não escrevo "contra" nem a "favor" de algo ou de alguém especificamente, eu apenas escrevo "sobre". É neste escrever "sobre" algo, que, por ser cidadão deste mundo globalizado e globalizante, me posiciono no "sim" ou no "não". Simples quanto isso! 



Talvez isso responde a minha negação de escrever por solicitação ou pedido. É que eu não sou menino-de-recados de ninguém nem portador de mensagens alheias. Eu sou correio da minha própria consciência apenas. A minha escrita não me permite escrever por encomenda. Acho que perde a graça. Não consigo escrever o que não foi pensado por mim. A minha consciência é apartidária e sem fins lucrativos. 



Garanto que ninguém gostaria de me ter como membro do seu partido, seja da Posição ou da Oposição. Eu não tenho disciplina partidária. Eu sou maningue complicado. 

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sexta-feira, 05 abril 2019 07:31

O (em)baixador da pátria

Ontem diziam que o país estava em boas mãos porque o Presidente da República era uma pessoa experiente que passou por provação temporária no Ministério da Defesa. Diziam que segurança era estrategicamente bastante importante para qualquer governo. Diziam que era um gestor de carreira. E nós dissemos "Okay! Tem razão".

 

Ainda ontem diziam também que o partido nunca esteve em melhores mãos do que naquele momento porque o novo secretário geral, saído do congresso, era um indivíduo muito experiente que passou por várias posições no partido desde os órgãos de nível distrital, provincial e nacional. Portanto, um indivíduo que conhece a casa. Diziam que era um político de carreira. Também dissemos "Okay! Okay!"

 

Ainda no mesmo dia de ontem diziam que o Ministério dos Negócios Estrangeiros estava em boas mãos porque o novo ministro era um fulano maningue conhecedor de negócios e que fez muitas viagens ao estrangeiro para vender tábuas. Diziam que o tal fulano estava há bastante tempo no governo num ministério maningue estratégico. Diziam que tinha carreira ministerial. E nós, como sempre, dissemos "Afinal!? Então Okay! Tá certo!"

 

Mas hoje, dizem que não precisa ter experiência de nada para ser embaixador. Carreira já não conta mais. Dizem que um domador de cães para morderem manifestantes também serve para embaixador. Dizem que um viciado em chambocos também dá. Dizem que o mais importante é conhecer o objectivo da cooperação com o país em causa. Dizem que, se o objectivo da cooperação for comércio, o embaixador tem de ser um comerciante; se for energia, um electricista; se for pesca, um pescador; se for venda de madeira, um carpinteiro; se for saúde, um enfermeiro; se for educação, um professor; etecetera. Agora é que estamos baralhados... "Aí é!" 

 

Assim qual é o objectivo da nossa cooperação com aquele pedófilo desabotoado que pesou para a nomeação daquele especialista em gritaria e kung-fu gratuito? Digam-nos também com que país temos cooperação na área desportiva para  mandarmos o Abel Xavier, e na área cultural para enviarmos a Mulher Melancia.

 

Pois é! Agora está explicado o porquê de termos recentemente uma embaixadora acusada de falcatruas levianas e banais como, por exemplo, depositar orçamento da embaixada na sua conta pessoal. As vezes é culpa da tal nomeação por recompensa... "job for the boys".

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terça-feira, 02 abril 2019 07:34

As mentiras dos restantes dias

Mentiras. Vamos lá falar do Ministério da Cultura e do Ministério Juventude e Desportos. Não existe melhor homenagem a mentira do que estes dois ministérios juntos no mandato de um governo. Uma burla. 

 

Mas, ouve lá, quando o sô Silva acorda, escova os dentes, toma um banho, põe creme dele de aloe vera, pentea, veste casaco dele e gravata, matabicha, bebe água e despede-se da família, diz que vai aonde e fazer o quê? Aliás, ele diz que faz o quê na vida? Onde é que está a tal Cultura que ele diz que está a trabalhar nela todos os santos dias de Cristo que lhe dá o direito de ser chamado "ministro"? A tal Cultura que lhe dá o direito de andar de Mercedes, Á-Dê-Cê e viver numa casa protocolar onde está? Sô Silva só aparece nos festivais da cultura, conselhos coordenadores e quando Yolanda astea bandeira do traseiro dela. Má-nada! 

 

A juventude é esta mesmo igual ao seu desporto. Até agora os melhores resultados que os jovens conseguem alcançar tem sido nos desportos aquáticos... concretamente na modalidade de bebedeira. Portanto, é esta juventude e é este desporto pelos quais a mana Nyelete é ministra. Uma juventude que vive com a esperança moribunda de tanto aguardar promessas qual o seu desporto. 

 

E aí eu pergunto: precisamos mesmo destes ministérios? Fazem-nos falta? Fazendo um exercício assim rápido, estou a ver o que pode acontecer se não tivermos um Ministério da Saúde, da Educação, etecetera, mas não vejo nada de anormal que pode acontecer se não tivermos ministérios da cultura ou da juventude e desportos. Aliás, só sei que, se não tivermos essas cenas, vamos poupar muito tako. 

 

Estão a prometer aos nossos netos a mesma política de emprego e habitação que nos prometeram há quarenta anos, mas a única coisa que nos dão são cervejas. Outras mentiras que deviam acabar são malta Força Aérea e Marinha de Guerra. Vamos ser sérios, pessoal. 

- Co'licença!

Não posso me queixar do mérito do "casting" do filme "O Calote da Dívida"
porque foi muito bem feito, os actores são bons. Mas, não posso dizer o
mesmo do director/realizador. Onde já se viu um filme desta categoria sem
"Chefe dos Bandidos"!?


Depois destes minutos todos, algo me diz que este filme não vai animar. Num
filme da categoria de acção como este não pode chegar até ao meio sem se
conhecer o "Chefe dos Bandidos". Já é tempo do "Chefe dos Bandidos"
aparecer. Que seja Al Pacino ou Escobar ou Abdul-Jabbar, já é momento de
aparecer para dar mais acção ao filme. Esses malta Bolo Yeung, Tong Po,
etecetera, têm os seus chefes. Este tipo de suspense é típico filmes de
suspense mesmo ou de terror.


Estamos cansados desses vinte bandidinhos fosfóricos sem graça. Acho que o
papel deles nesta longa-metragem já terminou. Já não têm mais texto e estão
a virar figurantes. O filme está a ficar "mono". Só estamos a ouvir
"formação de quadrilha" para cá, "formação de quadrilha" para lá, mas o
próprio formador das tais quadrilhas, nada. Como é possível tantas
quadrilhas conectadas entre si, mas sem mandante?!


Se esta cena não tem "Chefe dos Bandidos" é melhor falarem de uma vez por
todas. Não nos criem expectativas em vão. Não gastem nossas pipocas. Se não
tem "Chefe dos Bandidos", digam, para mudarmos de filme. Queremos ver "A
Ladra de Turbante", essa película que foi lançada ontem em Angola.

- Co'licença!

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