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sexta-feira, 05 abril 2019 07:31

O (em)baixador da pátria

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Ontem diziam que o país estava em boas mãos porque o Presidente da República era uma pessoa experiente que passou por provação temporária no Ministério da Defesa. Diziam que segurança era estrategicamente bastante importante para qualquer governo. Diziam que era um gestor de carreira. E nós dissemos "Okay! Tem razão".

 

Ainda ontem diziam também que o partido nunca esteve em melhores mãos do que naquele momento porque o novo secretário geral, saído do congresso, era um indivíduo muito experiente que passou por várias posições no partido desde os órgãos de nível distrital, provincial e nacional. Portanto, um indivíduo que conhece a casa. Diziam que era um político de carreira. Também dissemos "Okay! Okay!"

 

Ainda no mesmo dia de ontem diziam que o Ministério dos Negócios Estrangeiros estava em boas mãos porque o novo ministro era um fulano maningue conhecedor de negócios e que fez muitas viagens ao estrangeiro para vender tábuas. Diziam que o tal fulano estava há bastante tempo no governo num ministério maningue estratégico. Diziam que tinha carreira ministerial. E nós, como sempre, dissemos "Afinal!? Então Okay! Tá certo!"

 

Mas hoje, dizem que não precisa ter experiência de nada para ser embaixador. Carreira já não conta mais. Dizem que um domador de cães para morderem manifestantes também serve para embaixador. Dizem que um viciado em chambocos também dá. Dizem que o mais importante é conhecer o objectivo da cooperação com o país em causa. Dizem que, se o objectivo da cooperação for comércio, o embaixador tem de ser um comerciante; se for energia, um electricista; se for pesca, um pescador; se for venda de madeira, um carpinteiro; se for saúde, um enfermeiro; se for educação, um professor; etecetera. Agora é que estamos baralhados... "Aí é!" 

 

Assim qual é o objectivo da nossa cooperação com aquele pedófilo desabotoado que pesou para a nomeação daquele especialista em gritaria e kung-fu gratuito? Digam-nos também com que país temos cooperação na área desportiva para  mandarmos o Abel Xavier, e na área cultural para enviarmos a Mulher Melancia.

 

Pois é! Agora está explicado o porquê de termos recentemente uma embaixadora acusada de falcatruas levianas e banais como, por exemplo, depositar orçamento da embaixada na sua conta pessoal. As vezes é culpa da tal nomeação por recompensa... "job for the boys".

- Co'licença! 

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