O Ministro da Defesa de Moçambique, Atanásio Salvador M'tumuke, beneficiou-se do dinheiro dos subornos do chamado caso das "dívidas ocultas", ao vender dois apartamentos, através de uma empresa de propriedade turca em Moçambique, a Bruno Tandane Langa, um dos principais implicados no processo 1/PGR/2015. O caso foi revelado pelo Zitamar.
De acordo com a acusação da PGR, Bruno Langa encaixou 8,5 milhões de USD em subornos da Privinvest, pelo seu papel na intermediação do calote. A PGR diz também que Langa comprou dois apartamentos à ATA Construções por 1 milhão de USD, em 2014, tendo o dinheiro sido enviado de uma sua conta bancária nos Emirados Árabes Unidos para a conta da construtora turca.
Mas, de acordo com uma cópia do contrato de compra e venda, o vendedor real dos dois apartamentos foi Atanásio Salvador M'tumuke, então uma alta patente do exército moçambicano, nomeado Ministro da Defesa por Filipe Nyusi em Janeiro de 2015. Alguns dos que se beneficiaram indiretamente dos subornos “dívidas ocultas” foram interrogados pela PGR e dois foram presos como suspeitos, nomeadamente Sidónio Sitoi e Fabião Mabunda. M'tumuke, no entanto, nunca foi mencionado pela PGR.
Langa vendeu depois um dos dois apartamentos a um comprador em Moçambique, por uma combinação de dólares e meticais, totalizando 338.000 USD – muito abaixo dos 500.000 USD que ele pagou a M'tumuke. Langa morou noutro apartamento até que foi preso em Fevereiro deste ano.
O contrato de compra e venda de 2014 diz que M'tumuke foi representado na transação pela ATA Construções, que por sua vez foi representada por um dos acionistas da empresa, o nacional turco Murat Kurt. O outro acionista é Muzna Mansul Abdul Waly. M'tumuke, Kurt e Waly também são sócios, junto com outros três, numa outra empresa chamada Dinema Investimentos Limitada, que actua no comércio a grosso e retalhista de cimento, segundo consta do registo da empresa publicado em Boletim da República.
A PGR alega que Langa comprou os apartamentos usando dinheiros do suborno recebido pelo seu papel como intermediário nos negócios da Privinvest. Langa é amigo íntimo de Ndambi Guebuza, filho do então Presidente Armando Guebuza, e ajudou o representante da Privinvest, Teófilo Nhangumele, a contactar Ndambi para este obter uma aprovação presidencial para o projeto de segurança marítima, que descambou no calote. Langa passou a desempenhar outros papéis no esquema da “dívida oculta”, pelo qual recebeu um total de 8,5 milhões de USD subornos, de acordo com a acusação preparada pelo PGR. (Carta)
O antigo Ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, foi detido no âmbito das investigações sobre o caso Odebrecht/Aeroporto de Nacala. O processo n° 58/GCCC/17-IR, em investigação no Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), constituiu dois arguidos, nomeadamente Paulo Zucula e Manuel Chang. Zucula é acusado de ter recebido subornos no valor de 135 mil USD e Chang é suspeito de ter encaixado 250 mil USD. No total, os dois terão recebido 385 mil USD.
Tal como avançara a “Carta”, na edição desta segunda-feira, o partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) manifestou mesmo a intenção, na manhã de ontem, de concorrer às VI Eleições Gerais, agendadas para 10 de Outubro próximo.
Terminou, no último dia 30 de Maio (quinta-feira), em todo o país, o Recenseamento Eleitoral com vista às eleições gerais do dia 15 de Outubro próximo. Na província de Cabo Delgado, a Renamo, a segunda maior força política do país, afirma que o processo esteve “banhado de irregularidades”, com algumas vilas e Postos Administrativos excluídos do processo que determina quem irá escolher, pela primeira vez, o governador daquela província do norte do país, nos próximos cinco anos.
Começou em festa, mas terminou em tragédia, a celebração do Dia Internacional da Criança, no espaço Aqua Park, na cidade de Maputo. Cinco pessoas, entre crianças e adultas, perderam a vida, no último sábado (01 de Junho), em consequência de queda numa “vala” de drenagem em frente a um dos locais que acolhia a festa da criança, na capital moçambicana.
O incidente ocorreu por volta das 19 horas, quando os participantes do evento, organizado pela “Lizha Só Festas”, “firma” especializada na promoção de eventos, pertencente à cantora moçambicana Lizha James, saíam do local, após quase cerca de cinco horas de convívio.
O partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), que se diz ser composto por membros dissidentes do partido no poder, a Frelimo, vai anunciar, nas próximas 48 horas, o candidato presidencial para as eleições, até aqui, aprazadas para 15 Outubro próximo.
A garantia foi dada por Zefanias Langa, porta-voz do PODEMOS, em conversa com “Carta” na manhã deste domingo. Zefanias Langa avançou que, neste momento, decorre o processo de selecção da figura que vai disputar a corrida à presidência do país com Filipe Nyusi (actual Presidente da República e candidato da Frelimo), Ossufo Momade (Renamo) e Daviz Simango (Movimento Democrático de Moçambique), todos confirmados pelas formações políticas que lideram.