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Quando faltam pouco mais de 110 dias para a realização das VII Eleições Gerais (Presidenciais e Legislativas) e IV Eleições Provinciais (das Assembleias Provinciais e Governador), os eleitores já conhecem os principais candidatos a Governadores pelos três principais partidos do país.

 

Dos nomes avançados pelas três formações políticas com assento parlamentar, o destaque vai para continuidade de sete, dos 10 cabeças-listas da Frelimo que concorreram em 2019. Saíram da corrida Júlio Parruque, actual Edil da Matola, Daniel Chapo, candidato presidencial da Frelimo, e Manuel Rodrigues, castigado por se ter recusado a encabeçar lista da Frelimo na autarquia de Nampula, em 2023.

 

Das 10 províncias que vão às eleições provinciais (excepto a Cidade de Maputo, que tem estatuto especial), as de Maputo, Sofala, Manica, Zambézia e Nampula é que apresentam candidaturas que podem “animar” as eleições de 2024, com a Frelimo, Renamo e Movimento Democrático de Moçambique (MDM) a apresentarem nomes sonantes na arena política e social do país.

 

A primeira província que reserva uma batalha renhida é a de Maputo. Historicamente dominada pela Frelimo, a província de Maputo apresenta-se, em 2024, como um dos principais campos de batalha eleitoral, a julgar pelos resultados conseguidos pela oposição nas eleições autárquicas de 2023, sobretudo nos municípios da Matola, Manhiça, Marracuene e Matola-Rio, onde a Renamo chegou a reclamar vitória.

 

Para a liderança da província mais industrializada de Moçambique, a Frelimo aposta em Manuel Tule, um ilustre “desconhecido”, que ocupou a vaga de Governador de Maputo em Fevereiro, depois de Júlio Parruque assumir as suas funções de Edil da Matola. Tule era o segundo da lista concorrente de 2019 e, por força da lei, teve de suceder Parruque, numa altura em que a Frelimo buscava outras alternativas para o cargo.

 

O cabeça-de-lista da Frelimo vai disputar o trono com António Muchanga, deputado da Renamo, e duas vezes cabeça-de-lista da “perdiz” pela Autarquia da Matola (2018 e 2023), e que em 2019 liderou a lista da “perdiz” na província de Maputo. Também concorre ao cargo de Governador da província a activista Fátima Mimbire, que lidera a lista do MDM.

 

O segundo campo de batalha político-eleitoral será testemunhado em Sofala, tradicionalmente dominada pela Renamo e que, nas últimas eleições gerais, viu o partido no poder “vencer” quase que de forma folgada.

 

Lourenço Bulha, actual Governador de Sofala, concorre para a própria sucessão, mas terá pela frente José Domingos, cabeça-de-lista do MDM e antigo Secretário-Geral desta formação política, e André Magibire, ex-Secretário-Geral da Renamo e cabeça-de-lista da “perdiz”. Trata-se de uma batalha que colocará à prova, mais uma vez, por um lado, a popularidade do partido liderado por Ossufo Momade e, por outro, a capacidade deste em controlar o voto, depois do roubo assistido em Marromeu.

 

Em Manica, a Frelimo voltou a apostar em Francisca Tomás, eleita àquele cargo em 2019. Numa província também dominada pela Frelimo, nos últimos anos, a cabeça-de-lista do partido no poder deverá enfrentar Saimone Macuiane, que tem a responsabilidade de resgatar o “domínio” da Renamo, assistido naquela província até 2014. Elisa Sabão vai encabeçar a lista do MDM.

 

Já na vibrante província da Zambézia, Manuel De Araújo, Edil de Quelimane, volta a colocar-se à disposição dos “zambezianos” para governar a província, depois de, em 2019, ter perdido para Pio Matos da Frelimo, cuja continuidade na pole position da lista do partido no poder foi imposta pela Comissão Política da Frelimo, após ser rejeitado pelos seus “camaradas”.

 

Aliás, o facto de a eleição de Pio Matos a cabeça-de-lista da Frelimo não ter sido consensual, leva alguns críticos a considerá-la uma fragilidade para o partido no poder, o que pode beneficiar a Renamo, cuja popularidade continua em “alta” naquela província. O MDM, por sua vez, entregou a Bruno Dramusse a responsabilidade de conquistar aquele território.

 

Por seu turno, a província de Nampula vai assistir a uma batalha campal entre “novatos” àquele tipo de corridas eleitorais, na medida em que os três candidatos são estreantes naquela posição. Eduardo Mariamo Abdula, da Frelimo, o padre Fernão Magalhães Raul, do MDM, e Abiba Linha, da Renamo, tentam substituir Manuel Rodrigues, sacrificado por se ter recusado a obedecer aos desejos da Comissão Política, em 2023, de liderar a lista da Frelimo na Cidade de Nampula.

 

Nampula é tradicionalmente um bastião da Renamo, porém, foi reduzida “a nada” nas eleições gerais de 2019 e nas autárquicas de 2023, em que perdeu todos os cinco municípios que governava. Em 2019, para além de perder as eleições provinciais, a Renamo não conseguiu sequer eleger a metade dos deputados concorrentes por aquela província, o mesmo que aconteceu na Zambézia, Sofala, Tete e Manica, outrora bastiões do maior partido da oposição. (Carta)

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A comissária europeia para as Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen, manifestou hoje o desejo de que as eleições gerais de outubro em Moçambique sejam “estáveis e livres”, como premissa importante para a boa governação.

 

“É importante garantir que as vossas eleições sejam estáveis e permitam realmente que os cidadãos emitam a sua opinião” nas urnas, afirmou Urpilainen.

 

A comissária europeia para as Parceiras Internacionais falava em Maputo, durante um encontro com a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, no âmbito da visita de dois dias que realiza ao país africano.

 

Jutta Urpilainen realçou a importância da participação dos jovens nas eleições gerais de outubro, porque representam mais de 50% da população moçambicana e são o futuro do país.

 

Nesse sentido, prosseguiu, os jovens estão no centro do apoio da UE ao desenvolvimento humano em Moçambique, para que sejam “membros ativos da sociedade”.

 

A UE vai ter observadores nas eleições gerais moçambicanas de outubro deste ano, anunciou em fevereiro a presidente do Comité Político e de Segurança da organização, Delphine Pronk, após uma audiência com a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação moçambicana.

 

No encontro de hoje com Verónica Macamo, Jutta Urpilainen destacou a importância de apoio à educação e programas de promoção de emprego visando assegurar o envolvimento dos jovens no desenvolvimento e bem-estar do país.

 

“Moçambique é um importante parceiro de longa data da União Europeia na África Austral, não temos apenas laços políticos e económicos, mas também históricos e culturais”, enfatizou aquela responsável.

 

A UE tem canalizado apoio às áreas de desenvolvimento humano, transição verde, segurança e boa governação e pretende aprofundar a cooperação bilateral, acrescentou.

 

“Moçambique, com a sua localização estratégica na África Austral e no Oceano Índico, e com grandes recursos naturais e população jovem, tem grande potencial para transição verde e crescimento económico sustentável”, sublinhou a comissária europeia para as Relações Internacionais.

 

Por seu turno, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique também realçou a importância das relações com a UE, destacando as possibilidades de estreitamento dos laços bilaterais.

 

“A troca de visitas de alto nível é sinal de que a UE e os seus Estados membros estão disponíveis para continuar a aprofundar a cooperação com Moçambique”, declarou Verónica Macamo.

 

No âmbito da sua visita de dois dias a Moçambique, Jutta Urpilainen vai promover a Estratégia Global Gateway e a sua implementação e enfatizar a cooperação bilateral, em particular nos setores da juventude e educação, de acordo com um comunicado da delegação da UE em Maputo.

 

Vai também interagir com parceiros que desenvolvem projetos apoiados pela UE e proceder ao lançamento do programa VaMoz Digital!, concebido no âmbito do Plano Anual de Ação 2023, visando o fortalecimento do setor digital em Moçambique.(Lusa)

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O Banco de Moçambique anunciou hoje a “remoção de barreiras” no investimento estrangeiro e nos investimentos de residentes no exterior, incluindo comércio internacional, aumentando para um milhão de dólares o limite anual sem necessidade de autorização prévia.

 

Numa informação prestada hoje, em Maputo, o banco central explicou que as alterações resultam de “novos normativos cambiais”, já em vigor, para “remoção de barreiras para o investimento estrangeiro em Moçambique e de investimentos de residentes no exterior, bem como a facilitação da realização do comércio internacional, que se resume na criação de mecanismos de flexibilização das operações cambiais através da liberalização gradual da conta capital”.

 

A título de exemplo, o Banco de Moçambique explica que no Investimento Direto Estrangeiro, Investimento no Estrangeiro, operações sobre certificados de participação em organismos de investimento coletivo e operações sobre títulos e outros instrumentos transacionados no mercado de capitais fora de bolsa, em Moçambique, os valores “que podem ser realizados sem prévia autorização do Banco de Moçambique” aumentaram dos anteriores 250 mil dólares para um milhão de dólares (233 mil para 932 mil euros) anuais.

 

Fica também estabelecida “a obrigatoriedade de pagamentos em moeda nacional em todas as transações domésticas no país” e a “harmonização dos vários regimes cambiais especiais vigentes, no âmbito dos projetos de exploração mineira e de hidrocarbonetos no país, sem, contudo, pôr em causa os compromissos já assumidos nesta matéria”.

 

Em causa estão alterações à Lei Cambial, na legislação sobre normas e procedimentos a observar para realização de operações cambiais e nos regimes de Liberalização de Operações de Capitais e de Outras Operações Cambiais e do Repatriamento e Conversão das Receitas de Exportação de Bens, Serviços e de Rendimentos de Investimentos do Exterior.

 

O objetivo, segundo o Banco de Moçambique, é conseguir “maior celeridade na realização das operações cambiais”, garantir “maior influxo de capitais externos” e “maior disponibilização de divisas”, além de promover a “valorização da moeda nacional” e de um “mercado cambial estável, dinâmico e robusto”.

 

Com os novos normativos aprovados e apresentados hoje, o banco central afirma pretender, ainda, “legitimar a intervenção e o papel do Banco de Moçambique”, enquanto “autoridade cambial”, para “atribuir competências claras em matérias cambiais” e “garantir a tempestividade da regulamentação cambial”, que passa a ser feita “através de avisos do governador”, dado “que a matéria cambial é bastante dinâmica e requer intervenção permanente e em tempo útil da autoridade de modo a poder corrigir qualquer situação anómala que possa distorcer o funcionamento do mercado”.(Lusa)

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Finalmente, já são conhecidos os 10 cabeças-de-lista da Renamo nas eleições provinciais de 09 de Outubro. Os nomes dos candidatos a Governadores Provinciais foram anunciados na manhã desta terça-feira pelo porta-voz do partido, José Manteigas Gabriel, em conferência de imprensa.

 

Entre as confirmações e novidades, o destaque vai para as entradas de André Magibire e Saimone Macuiane na disputa pela liderança das províncias e para sobrevivência de António Muchanga, Manuel de Araújo e Ângela Eduardo, que lideraram as listas do maior partido da oposição em 2019, naquela que foi primeira eleição dos governadores no país.

 

André Magibire, ex-Secretário-Geral da Renamo e candidato a deputado, encabeça a lista da “perdiz” na província de Sofala, substituindo Noé Marimbique, que liderou a lista da Renamo em 2019 naquela província do centro do país.

 

Por sua vez, Saimone Macuiane, que também tenta regressar ao Parlamento, encabeça a lista da província de Manica, depois de Alfredo Magumisse ter-se tornado no primeiro candidato daquela formação política à Governador daquela parcela do país.

 

Já António Muchanga, por duas vezes derrotado nas eleições autárquicas a nível do Município da Matola (2018 e 2023), volta a liderar a lista da Renamo para a província de Maputo, depois de o ter feito em 2019. Enquanto isso, Ângela Eduardo volta a encabeçar a lista da província de Cabo Delgado, na qual concorreu à Governador em 2019.

 

Outro sobrevivente é o Edil de Quelimane, Manuel de Araújo, que volta a ser cabeça-de-lista da Renamo para Governador da Zambézia, depois de ter perdido para Pio Matos, em 2019. Aliás, Araújo é o único cabeça-de-lista à Governador que é Edil, sendo um dos três cabeças-de-lista da “perdiz” que não concorrem à Assembleia da República.

 

Os outros candidatos que encabeçam listas provinciais e que não concorrem ao Parlamento são Elvino Ferrão, que lidera a lista de Tete, e João Rego, que encabeça lista de Inhambane. Ferrão substitui Ricardo Tomás, que liderou a lista da Renamo em 2019, enquanto Rego substitui Daniel Machamele, que liderou a lista de Inhambane naquele ano.

 

Pela província do Niassa, a Renamo apostou em Orlando Leite e Sousa, depois de Hilário White não ter conseguido convencer o eleitorado do Niassa, em 2019, enquanto em Nampula, a escolha recaiu sobre Abiba Aba Linha, que também é candidata à deputada. Em 2019, a Renamo tinha Luís Mucupeia como cabeça-de-lista para a província de Nampula.

 

Por último, o maior partido da oposição apostou em Félix Tivane para a província de Gaza, bastião da Frelimo. Tivane, que também é candidato à Assembleia da República, substitui Mouzinho Gundurujo, que liderou a lista da “perdiz”, em Gaza, em 2019.

 

Com a divulgação dos cabeças-de-lista da Renamo à Governadores, fica completa a lista de candidatos àquele cargo a nível dos três partidos com representação parlamentar. Lembre-se que, na província de Maputo, a Frelimo avança com Manuel Tule, actual Governador, enquanto o MDM escolheu a activista Fátima Mimbire.

 

Na província de Gaza, Margarida Mapandzene tenta, pela Frelimo, renovar o seu mandato, enquanto o MDM lançou o activista Agnaldo Navalha. Em Inhambane, a Frelimo escolheu Francisco Pagula, actual Administrador de Vilankulo, e o MDM Joana Jorge.

 

Na província de Sofala, avançam para batalha, Lourenço Bulha, pela Frelimo, e José Domingos pelo MDM. Em Manica, Francisca Tomás lidera a lista da Frelimo, enquanto Elisa Sabão encabeça a lista do MDM.

 

Na província de Tete, Domingos Viola volta a merecer confiança da Frelimo e Carlos Chataica do MDM. Na Zambézia, as escolhas recaíram sobre Pio Matos, na Frelimo, e Bruno Dramusse, no MDM. Na província de Nampula, vão disputar o cargo de Governador de província, Eduardo Mariamo Abdula, pela Frelimo, e o padre Fernão Magalhães Raul, pelo MDM.

 

No Niassa, Elina Judite Massengele lidera a lista da Frelimo, enquanto Damião Songueia encabeça lista do MDM. Por fim, em Cabo Delgado, a Frelimo avança com Valige Tauabo, enquanto o MDM lançou Santos Abílio.

 

Referir que, em 2019, a Frelimo foi a única vencedora das eleições províncias em todo país, tendo assumido o comando dos primeiros governos provinciais eleitos. (A. Maolela)

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A União Europeia está a considerar fornecer até 40 milhões de euros para apoiar as operações anti-terroristas das Forças de Segurança do Ruanda (RSF) em Moçambique, informa a Bloomberg. As forças ruandesas lutam contra os terroristas ligados ao Estado Islâmico na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, desde 2021.

 

A UE forneceu pela primeira vez apoio de 20 milhões de euros às operações das forças ruandeses em Moçambique em dezembro de 2022. A proposta de fornecer apoio adicional às operações ruandesas em Moçambique será discutida pelos Estados-membros da UE nas próximas semanas, disse a Bloomberg, citando duas fontes oficiais anónimas.

 

A convite do governo moçambicano, em Julho de 2021, o Ruanda enviou tropas para Cabo Delgado para combater os insurgentes que desestabilizaram a província costeira desde 2017.

 

Depois de estabilizarem a maior parte dos distritos atingidos por terroristas em Cabo Delgado, as forças ruandesas e moçambicanas expandiram recentemente as suas operações conjuntas para sul, para a província vizinha de Nampula, para continuarem a perseguir os insurgentes e ocupar alguns pontos deixados pela SAMIM que termina o seu mandato até 15 de Julho. (The New Times)

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A Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC) recomendou, nesta segunda-feira (17), o Instituto Nacional das Comunicações (INCM), enquanto regulador sectorial, a revogar a Resolução n.º 01_BR/CA/INCM/2024, de 19 de Fevereiro, que reajusta as tarifas de telefonia móvel por esta ter violado os deveres de cooperação e de fundamentação.

 

Num comunicado enviado à nossa Redacção, a ARC diz que existe necessidade de se fazer uma análise aprofundada do mercado de telecomunicações, no que diz respeito aos indícios de práticas anti-concorrenciais, mas tudo em colaboração com a entidade reguladora da Concorrência.

 

Segundo a Autoridade Reguladora da Concorrência, a intervenção do INCM não só contraria os princípios definidos no Regulamento de Critérios e Princípios para a Fixação de Tarifas de Telecomunicações, como também viola o disposto na Lei das Telecomunicações, ao agravar significativamente as tarifas dos serviços de telecomunicações ao consumidor.

 

A ARC recomenda a realização de um estudo conjunto relativo aos melhores mecanismos de intervenção nos mercados relevantes, de modo a não criar restrições à concorrência efectiva entre os operadores que não sejam estritamente necessárias, adequadas e proporcionais para afastar preocupações de natureza regulatória sectorial e que assegurem, simultaneamente, a sustentabilidade da indústria e a salvaguarda dos interesses dos consumidores.

 

A Autoridade Reguladora da Concorrência refere ainda que a imposição de preços mínimos a todos os operadores interfere directamente na liberdade dos agentes económicos de definir os seus preços de acordo com as condições do mercado e os custos associados à sua actividade, limitando a sua competitividade e a criatividade, o que pode conduzir à ineficiência. (M.A)

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O Presidente do Município de Quelimane, Manuel de Araújo, rejeitou sábado, repetidamente, a ideia de que o principal partido da oposição, a Renamo, esteja em agonia.

 

Discursando num comício em Quelimane, onde foi apresentado como candidato da Renamo a governador da província da Zambézia, nas eleições provinciais marcadas para 9 de Outubro, Araújo, citado na edição de segunda-feira do boletim independente “Mediafax”, disse que aqueles que prevêem o iminente desaparecimento da Renamo “não conhecem a Renamo e os seus apoiantes”.

 

“Há quem diga que a Renamo está acabada em Quelimane”, declarou. “Dizem que os jovens abandonaram a Renamo. Dizem que as mulheres abandonaram a Renamo”.

 

Após cada uma destas declarações, ele perguntou à enorme multidão presente no comício se era verdade e eles responderam com gritos ensurdecedores: “Não!”

 

O futuro da Renamo foi seriamente questionado quando a liderança do partido excluiu Venâncio Mondlane, que tinha sido candidato da Renamo a presidente do Município de Maputo nas eleições municipais do ano passado, do congresso da Renamo realizado no município de Alto Molócuè, em meados de Maio.

 

Mondlane pretendia desafiar o líder do partido, Ossufo Momade, para a presidência da Renamo. Mas com o seu adversário mais sério excluído do Congresso, Momade teve poucos problemas em ser reeleito para um segundo mandato de cinco anos como presidente do partido.

 

Mondlane demitiu-se então da Renamo e está agora a concorrer com o apoio da Coligação Aliança Democrática (CAD) nas eleições de Outubro para Presidente da República.

 

Araújo, que tem sido por vezes mencionado como um possível futuro líder da Renamo, não seguiu Mondlane para fora do partido, embora tenha deixado claras as suas diferenças com Momade. Ao oferecer apoio condicional à liderança de Momade, Araújo deixou aberta a possibilidade de uma futura candidatura à presidência da Renamo.

 

Araújo escolheu atacar nominalmente, não o próprio Mondlane, mas um dos seus proeminentes apoiantes da Zambézia, Joel Amaral, que, no mesmo dia, liderou uma marcha pelas ruas de Quelimane em apoio a Mondlane, e à Coligação da Aliança Democrática (CAD)), que o está apoiando. Amaral “passou para o outro lado, pensando que a Renamo está acabada”, disse Araújo. “Mas diga a ele que ainda é tempo de voltar para casa”.

 

Disse que os líderes da Renamo “cometeram erros” e pediu à multidão que os perdoasse e depois “marchassem juntos pelo mesmo caminho”.

 

“Os nossos chefes em Maputo cometeram alguns erros. Não podemos esconder isso”, sublinhou. “Temos que criticá-los e eles devem admitir que cometeram erros”. Mas insistiu que a população de Quelimane e da Zambézia “nunca” abandonará a Renamo.

 

Araújo declarou a sua convicção de que vencerá em Outubro e se tornará o primeiro governador da Renamo na Zambézia. (AIM)

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O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) diz que, nos últimos 10 anos, aprendeu 2.905.259.882,24 mts (dois mil milhões, novecentos e cinco milhões, duzentos e cinquenta e nove mil, oitocentos e oitenta e dois meticais e vinte quatro centavos), provenientes de actividades ilícitas investigadas.

 

Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (17) pelo GCCC no âmbito da celebração dos 20 anos de existência do órgão. Falando sobre o desempenho do GCCC, na última década, o Director-Adjunto do Gabinete Central de Combate à Corrupção, Eduardo Sumana, disse que, para além da recuperação deste valor, foram também apreendidos 56 imóveis e 83 viaturas.

 

No período em alusão, foram tramitados 11.030 processos, dos quais 10.403 foram concluídos, o que corresponde a um desempenho de 94%. Não obstante, o GCCC apontou vários desafios da área de combate à corrupção, tais como a necessidade de profissionalização dos recursos humanos e o reforço da capacidade técnica institucional, como ferramentas para o combate eficaz ao fenómeno.

 

A instituição também considera importante a implementação da legislação aprovada e a adopção de medidas estratégicas de combate eficaz ao branqueamento de capitais, a inovação e uso das tecnologias de informação e comunicação na prevenção da corrupção e a efectiva interoperabilidade de sistemas, com vista à melhoria da instrução processual. (M.A)

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Estão já definidas as listas dos partidos políticos concorrentes ao Parlamento para a X Legislatura (2025-2029) e, tal como é habitual, estão prenhas de novidades, entre estreias, regressos e saídas da chamada “Casa do Povo”.

 

Das listas já fixadas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), o destaque vai para as da Renamo e da Frelimo, sendo que as do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) e da Coligação Aliança Democrática (CAD) ainda não estão disponíveis.

 

Do maior partido da oposição, destaque vai para a presença de Elias Dhlakama na 15ª posição na lista da província de Sofala, numa província que terá 19 assentos na Assembleia da República. O irmão do falecido líder da Renamo e adversário de Ossufo Momade nas eleições internas de 2019 e 2024 é deputado desde 2020, tendo sido eleito pelo círculo eleitoral de Sofala, porém, poderá deixar o Parlamento no fim da legislatura.

 

Elias Dhakama não é o único da família cuja posição deixa dúvidas sobre a sua eleição. Seu irmão Óscar Dhlakama ocupa a última posição na lista daquela província, liderada por Davide Gomes e que tem Geraldo Carvalho (ex cabeça-de-lista para Edil de Sofala) na terceira posição e André Magibire (ex-Secretário-Geral e cabeça-de-lista para Governador de Sofala) no sexto lugar. Em 2019, recorde-se, a Renamo elegeu quatro deputados em Sofala.

 

A histórica família Dhlakama poderá contar com a companhia dos deputados Alberto Ferreira e Alfredo Magumisse, cujas posições nas listas entregues aos órgãos eleitorais também não são confortáveis, numa corrida que, para além da Frelimo, conta com o MDM e a CAD e em províncias cujas batalhas se têm revelado intensas e favoráveis ao partido no poder, nos últimos anos.

 

Alfredo Magumisse e Alberto Ferreira integram a lista da Renamo em Manica, sendo que Alfredo Magumisse é o oitavo e Alberto Ferreira é o 14º, numa província com 16 mandatos. Lembre que, em 2019, a Renamo conseguiu eleger quatro deputados na província de Manica.

 

A lista da Renamo na província de Manica é liderada pela “veterana parlamentar” Maria Angelina Enoque, sendo seguida pelo jurista Saimone Macuiana, que tenta regressar à chamada “Casa do Povo”, depois de ter falhado a sua eleição em 2019.

 

Para além dos deputados que podem deixar a Assembleia da República, há que destacar também os que podem não regressar e muito menos “estrear”. Nessa lista constam Paulo Vahanle, ex-Edil de Nampula, que aparece na 25ª posição na lista da província de Nampula, e Ossufo Raja (ex-Edil de Angoche), que ocupa o lugar 32 na mesma lista, numa província com 48 mandatos.

 

A lista da província de Nampula é liderada por Lúcia Afate e conta com as presenças de Arnaldo Chalaua (quarto), Glória Salvador (sexto) e Muhamad Yassine (no 11º lugar). Em 2019, a Renamo elegeu 16 deputados em Nampula.

 

No Círculo Eleitoral da Cidade de Maputo, Ivan Mazanga, Presidente da Liga Juvenil da “Perdiz”, tenta regressar ao Parlamento, mas encontra-se no “incómodo” terceiro lugar, numa província dominada pela Frelimo e que deverá eleger 10 deputados. A lista da capital do país é liderada pelo General Hermínio Morais, sendo que, em 2019, a Renamo elegeu quatro.

 

Na província de Maputo, Américo Ubisse ocupa a décima posição, num Círculo Eleitoral com 23 mandatos, num território também dominado pela Frelimo. A lista é encabeçada por Clementina Bomba, Secretária-Geral do partido, tendo António Muchanga no terceiro lugar e José Manuel Samo Gudo na quinta posição. Na província de Maputo, em 2019, a Renamo conseguiu eleger cinco deputados.

 

O Assessor de Imprensa de Ossufo Momade, Rassul Nobre, tenta também a sua sorte na província de Inhambane, onde ocupa a quarta posição, numa lista liderada por Gania Mussagy. Inhambane tem 15 mandatos e, em 2019, a Renamo elegeu dois deputados.

 

Na Zambézia, destacam-se as presenças de Gerónimo Malagueta (líder da lista), José Manteigas (quinto), Viana Magalhães (sétimo) e Ivone Soares (oitava). O segundo maior círculo eleitoral do país tem 42 assentos e, em 2019, a Renamo elegeu 12 deputados, dos 41 possíveis. (A. Maolela)

 

A Conferência BFSI 2024, a realizar-se no dia 19 de Junho no Montebelo Indy Maputo Congress, contará com a participação de três líderes empresariais de renome, Vítor Timóteo, Miguel Jóia Santos e Jaime Joaquim. A experiência e visão estratégica destes profissionais irão enriquecer os debates sobre o futuro do sector da Banca, Serviços Financeiros e Seguros (BFSI) em Moçambique, com foco no desenvolvimento do conteúdo local, inclusão financeira e integração nos mega projectos.

 

Vítor Timóteo, Presidente do Conselho de Administração da Movitel e da M-Mola, participará no painel "Dados, Inovação e Estratégias Colaborativas para um Acesso Integrado e Sustentável aos Serviços Financeiros." A empresa M-Mola, operadora de carteira móvel subsidiária da Movitel, licenciada pelo Banco de Moçambique para prestação de serviços financeiros digitais, tem operado no mercado desde 2016 sob a marca e-Mola, sendo um símbolo de inclusão financeira em Moçambique, especialmente nas zonas rurais.

 

A plataforma e-Mola tem desempenhado um papel crucial na expansão da cobertura e acessibilidade dos serviços financeiros, facilitando transacções e proporcionando acesso a serviços financeiros a populações anteriormente desbancarizadas. Timóteo discutirá a importância dos dados como catalisadores da transformação digital no sector BFSI e destacará como a análise e utilização de dados podem melhorar a tomada de decisões e optimizar a eficiência operacional. A inclusão financeira será um tema central, com ênfase no papel dos pagamentos móveis em ampliar o acesso a serviços financeiros nas zonas rurais.

 

Timóteo tem uma vasta experiência em liderança empresarial e gestão de projectos estratégicos. Foi Representante e Director Geral dos escritórios da Mitsubishi Corporation em Moçambique, onde fez parte do processo que culminou com a participação da Mitsubishi no projecto MOZAL. Além disso, ocupou cargos de destaque em várias empresas, incluindo a Sociedade Casino Hotel Polana, Sociedade Cimentos da Beira e o Parque Industrial de Beluluane.

 

M-Mola tem sido exemplar na colaboração com instituições financeiras e entidades governamentais para expandir a sua rede de serviços e alcançar comunidades em áreas remotas, promovendo a inclusão financeira através de uma plataforma integrada que facilita o acesso dos consumidores a uma variedade de serviços financeiros de forma eficiente e segura.

 

Miguel Jóia Santos, Director Geral da SBS, representará a Associação Industrial de Moçambique (AIMO) no painel "O Papel do BFSI para Impulsionar o Desenvolvimento do Conteúdo Local e a Integração nos Mega Projectos." Com 20 anos de experiência no sector bancário e de seguros em Moçambique, Miguel Jóia tem liderado a SBS na oferta de serviços de consultoria financeira disruptivos, incluindo seguros de crédito comercial e garantias financeiras de crédito comercial. Estes produtos têm sido fundamentais para melhorar o acesso ao financiamento das PMEs que actuam nas grandes cadeias de valor e no ecossistema dos grandes compradores de bens e serviços, incluindo de conteúdo local.

 

A Associação Industrial de Moçambique (AIMO), como uma das principais associações empresariais de Moçambique, desempenha um papel crucial no apoio e desenvolvimento do sector industrial do país. A associação representa os interesses de várias indústrias e empresas, promovendo a competitividade e o crescimento sustentável. No contexto do painel, a AIMO tem um papel importante na defesa e promoção do desenvolvimento do conteúdo local, assegurando que as empresas moçambicanas possam participar activamente nos mega projectos que estão a moldar a economia do país.

 

No painel, Jóia discutirá estratégias para fortalecer o papel do sector BFSI no desenvolvimento do conteúdo local e na integração nos mega projectos. Ele destacará como os seguros de crédito comercial e as garantias financeiras podem facilitar o acesso ao financiamento para as PMEs, promovendo o crescimento económico sustentável e a inclusão financeira. A AIMO, sob a representação de Miguel Jóia, contribuirá com uma visão estratégica sobre como as parcerias entre o sector financeiro e industrial podem impulsionar a criação de valor local, promover a capacitação das empresas nacionais e assegurar que os benefícios dos mega projectos sejam amplamente distribuídos na economia moçambicana. A participação de Miguel Jóia na conferência reforça o compromisso da AIMO em promover a inovação e a colaboração estratégica para o desenvolvimento económico sustentável de Moçambique.

 

Jaime Joaquim, Membro da Comissão Executiva do Moza Banco S.A., será um dos painelistas na Conferência BFSI 2024. Joaquim participará no painel "O Papel do BFSI para Impulsionar o Desenvolvimento do Conteúdo Local e a Integração nos Mega Projectos," trazendo a sua vasta experiência no sector bancário.

 

Jaime Joaquim iniciou a sua carreira no Ministério do Plano e Finanças em 1993. Desde então, colaborou com o Instituto de Desenvolvimento da Indústria Local (IDIL) como analista de investimento e ocupou posições chave no BIM Investimento, SARL, e no Millennium BIM, focando-se em originação, financiamentos estruturados, corporate finance, project finance e mercado de capitais. Posteriormente, no Standard Bank, SA, Joaquim desempenhou um papel importante na melhoria da posição estratégica e competitividade do banco no sistema financeiro moçambicano, coordenando actividades de trade e financiamento à tesouraria, e representando a África Austral no Comité do Grupo Standard Bank sobre o Acordo da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA).

 

Actualmente, como Membro da Comissão Executiva do Moza Banco, é responsável pelo pelouro comercial, abrangendo diferentes segmentos de clientes. Defensor da educação financeira, participa frequentemente como palestrante em conferências e workshops sobre banca.

 

Na Conferência BFSI 2024, Jaime Joaquim discutirá estratégias para fortalecer o papel do sector BFSI no desenvolvimento do conteúdo local e na integração nos mega projectos. A sua experiência em financiamentos estruturados e project finance será crucial para explorar como o sector bancário pode facilitar o acesso ao financiamento para empresas moçambicanas, promovendo a sua participação em grandes projectos e contribuindo para o crescimento económico do país

 

A participação de Vítor Timóteo, Miguel Jóia Santos e Jaime Joaquim na Conferência BFSI Mozambique, sublinha a importância da colaboração entre os principais actores do sector BFSI para promover o desenvolvimento económico de Moçambique.

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