Dados tornados públicos pelas autoridades indicam que 103 pessoas morreram no primeiro semestre deste ano, vítimas da malária na província do Niassa. A informação foi divulgada na mais recente sessão do Conselho dos Serviços de Representação do Estado.
Niassa notificou, no primeiro semestre, 306.972 casos de malária que resultaram em 103 óbitos contra 226.972 e 65 mortes no mesmo período de 2021.
Em causa está o uso indevido de redes mosquiteiras e fraco saneamento do meio, entre outras práticas que contribuem para o aumento e reprodução do mosquito causador da malária. Mecanhelas, Cuamba, Lichinga e Mandimba são os distritos que registam maior número de casos da doença. (Carta)
O BCI está presente na 4ª edição do MozGrow, o maior encontro dedicado a potenciais operadores do sector do agro-negócio, que arrancou na quarta-feira (6), na cidade de Maputo, apresentando um conjunto de soluções de financiamento ao Agronegócio.
O BCI é parceiro desta iniciativa, desde o seu lançamento, em reconhecimento, também, ao elevado potencial da agricultura, que constitui verdadeiramente a base de desenvolvimento da economia moçambicana, e que contribui em grande medida para o PIB e para a geração de divisas através das exportações de diversos produtos.
Na sua intervenção, Anésio Guambe, coordenador do Gabinete de Negócio Especializado do BCI, apresentou as linhas de financiamento disponíveis, nomeadamente a Linha Agronegócios BCI, de baixo custo, dirigida a empresários em nome individual, Pequenas e Médias Empresas (PMEs) moçambicanas, com actividade predominante no sector agrícola, em todo o território nacional. Focalizou, entretanto, as linhas das energias renováveis, destacando a sua aplicação para a agricultura (geração de energia para sistemas de irrigação, agro-processamento, conservação, entre outros).
Neste contexto, falou da Linha de Crédito BCI SUPER: destinada a empresários em nome Individual, Micro, Pequenas Médias Empresas e Grandes Empresas, com vista à aquisição de equipamentos de energias renováveis para uso produtivo no ramo de agronegócios (agricultura e processamento agro-alimentar) no país. Da linha Eco Ambiental; do Agro Garante, e da linha estabelecida com o IAM – Instituto de Amêndoas de Moçambique (então Linha INCAJU), em que se destacam as taxas de juro, a partir de 7,5% ao ano. Abordou igualmente a Linha FECOP, um fundo de garantia para apoiar projectos de investimento promovidos por microempresas, associações/ cooperativas de produtores e por PMEs moçambicanas, assim como apoiar intervenções nas regiões afectadas pelas calamidades naturais, incluindo os impactos da pandemia de COVID-19.
O BCI participou na 3ª edição do Mozamreal Property Forum, o principal encontro imobiliário no país, que decorreu na quarta-feira (29), em Maputo, sob o lema “Futuro de Moçambique: O Caminho para o Desenvolvimento Sustentável”, e tendo como mote impulsionar a indústria local.
Integrado no 1º Painel da Conferência, o BCI tomou parte na discussão sobre as tendências e oportunidades económicas no âmbito do sector imobiliário em Moçambique, numa visão macroeconómica.
Na sua intervenção, a Directora Central da Direcção de Mercados Financeiros, Farhana Razak, afirmou que Moçambique é um país rico em recursos e com muito potencial, destacando que “o cenário fiscal 2023-2025, publicado em Maio pelo Ministério de Economia e Finanças, perspectiva um crescimento superior a 5% no sector de construção”. Indicou que os grandes projectos impulsionam a economia, “mas devemos assegurar que as nossas empresas estejam bem preparadas, e continuar a investir noutros sectores da economia, que até então têm contribuído para o desenvolvimento do país”.
Num outro desenvolvimento, dissertou sobre a estabilidade cambial, considerando que o Banco Central tem tido uma intervenção “para a cobertura dos pagamentos das facturas de combustível líquido. Os restantes pagamentos ao estrangeiro estão a ser feitos com base nos fluxos existentes no mercado. Os inflows aumentaram, dada a valorização das principais commodities que exportamos no mercado internacional, o aumento do investimento directo estrangeiro e o apoio humanitário”. E esclareceu: “Portanto, o mercado encontrou o equilíbrio entre a oferta e a procura. Contamos com a manutenção da estabilidade cambial associada aos pontos anteriormente referidos e ainda à implementação dos grandes projectos na área de petróleo e gás”.
Refira-se que este painel contou ainda com a intervenção de outros especialistas da área, provenientes de renomadas instituições do sector.
Eis uma comunicação da Galp Moçambique, recebida na nossa redacção, a qual transcrevemos integralmente:
A Galp Moçambique tomou conhecimento de matérias publicadas nos jornais “Zambeze” e “Canal de Moçambique”, nas quais se afirma que a empresa realizou a importação irregular de combustível entre 2016 e 2021, que estará a liderar a pressão das gasolineiras sobre o Governo visando o aumento dos preços dos combustíveis, e que terá manipulado o volume das botijas de GPL (gás doméstico).
No sentido de repor a verdade dos factos, cumpre-nos prestar os seguintes esclarecimentos:
A Galp Moçambique cumpre com as suas obrigações legais e fiscais de forma transparente e responsável;
Assim, não procedeu a qualquer importação irregular de combustíveis, presumindo-se que as insinuações proferidas decorram de uma auditoria de rotina levada a cabo pela Autoridade Tributária que resultou numa alegada divergência entre o valor calculado e o efectivamente entregue pela Galp, a título de direitos aduaneiros e IVA, tendo esta prontamente prestado todos os esclarecimentos, e fundamentando nada ser devido;
A postura exemplar da Galp Moçambique enquanto contribuinte tem sido recorrentemente distinguida pela própria Autoridade Tributária, nomeadamente em Março deste ano, com diversos prémios, nomeadamente como maior Contribuinte na categoria de direitos aduaneiros no ano transacto;
As alegações, graves e falsas, são lesivas do bom nome da Galp Moçambique e do próprio jornalismo enquanto atividade idónea e honrada, uma vez que a Galp não foi em momento algum contactada pelos meios de comunicação social em questão;
Em relação aos preços dos combustíveis, a Galp Moçambique tem mantido uma via de diálogo franco e permanente com as autoridades nacionais para monitorar as oscilações das cotações no mercado internacional e encontrar soluções que permitam minimizar o impacto para os consumidores moçambicanos;
É um facto, reconhecido pelas próprias notícias, que têm sido as empresas distribuidoras, como a Galp, quem tem suportado financeiramente o esforço da estabilização dos preços no mercado nacional, acumulando défices desde março de 2021, período em que os preços do petróleo e dos combustíveis no mercado internacional duplicaram;
Apesar deste desequilíbrio, a Galp tem contribuído de forma activa para assegurar o normal abastecimento do mercado;
Sobre o GPL, a Galp Moçambique realizou grandes investimentos na sua cadeia logística, designadamente na renovação total do Terminal da Matola e numa nova linha de enchimento de garrafas completamente automatizada e com um sistema digital de controlo que assegura a correta calibragem, volumes e número de garrafas. O processo de enchimento de garrafas é objeto de um controlo rigoroso, não apenas interno, mas também da parte de entidades externas, como o Instituto Nacional de Normalização e Qualidade-IP (INNOC), a DNHC, a ARENE e o INAE.
Por reconhecer o importante papel de um jornalismo rigoroso na promoção de uma sociedade moçambicana cada vez mais informada e esclarecida, a Galp repudia categoricamente este tipo de notícias sem qualquer fundamento ou aderência à realidade, e está disponível, como sempre tem estado, para todos os esclarecimentos que levem à verdade dos factos. Adicionalmente, e dada a gravidade das acusações, a Galp reserva o direito de defender a sua posição através todos os meios disponíveis, nomeadamente pela via judicial.
A Galp está presente em Moçambique há 65 anos, período ao longo do qual sempre pugnou por uma postura de seriedade, de qualidade de serviço, e de contributo para o desenvolvimento do País através do seu investimento, da criação de emprego e do apoio à actividade económica e ao bem-estar das famílias moçambicanas. Estes atributos são a nossa forma de estar e de ser em todos os países onde estamos presentes.
Galp Moçambique
O jornalista moçambicano Ilídio Jossai lançou na quinta-feira (30), no Auditório do BCI em Maputo, o seu primeiro livro intitulado “Futebolíndico e personas non gratas”, através da editora Siga, Lda., e com patrocínio do BCI. A apresentação da obra esteve a cargo de Victor Miguel, uma conhecida personalidade desportiva da capital.
Após passar em revista alguns momentos que marcaram o futebol em Moçambique, desde a independência até agora, Ilídio Jossai baseia-se em depoimentos de árbitros e outras personalidades desportivas, para descortinar a essência desta modalidade desportiva. “O propósito deste livro é compreender a evolução do futebol moçambicano” – referiu o autor, para quem o título da obra, logo à partida, suscita muita curiosidade, “o que considero normal. Escolhi-o simplesmente porque o achei melhor enquadrado para abordar o assunto que me moveu a escrever sobre Futebol e Arbitragem e dessa maneira, poder exprimir o pensamento que me vem à mente”.
“Estamos convictos de que o material aqui recolhido vai ser um contributo importante para os pesquisadores, dirigentes, amantes do futebol e o público leitor em geral” – salientou o representante do BCI, Heisler Castelo David, que associou o patrocínio do livro a um conjunto de acções que o Banco tem desenvolvido em prol do desporto. “O compromisso do BCI com o desenvolvimento do desporto moçambicano é notório ao longo da sua história. É conhecido o apoio que o Banco tem dado, muito em particular ao futebol, à Selecção Nacional, os Mambas, aos clubes, às instituições do Estado, às academias e outras organizações” – disse. E acrescentou: “Há dias oferecemos material e equipamento desportivo ao Município de Massinga, o que constitui uma prova inequívoca de que o BCI, o Banco Daqui, é um Banco de Causas, de apostas no futuro, de Desafios e do Orgulho Nacional”.
Formado em jornalismo, Ilídio Jossai nasceu em Nampula, em 1973. Trabalhou em vários jornais e canais de televisão, assim como num organismo que assegura o direito do exercício o direito à informação e à liberdade de imprensa.
Aminata Toure foi empossada em Junho como ministra de Assuntos Sociais, Juventude, Família, Idosos, Integração e Igualdade do Estado de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha. Toure é uma cientista e política alemã da Aliança 90/Os Verdes, o partido verde alemão, activo principalmente no Estado de Schleswig-Holstein e filha de refugiados do Mali.
Falando à mídia alemã, ela disse que vê o seu papel como “especial”, tendo em conta as inúmeras mensagens que recebeu de pessoas que dizem que a sua nomeação significou “muito para eles”.
Toure, de 29 anos, disse que também aproveitaria a oportunidade para lutar pela igualdade e contra o extremismo de direita. Essas questões têm sido a sua marca registada desde que ela foi eleita pela primeira vez para o parlamento estadual de Schleswig-Holstein em 2017. Não é a primeira vez que Toure consegue uma estreia política. Em 2019, ela foi eleita vice-presidente do parlamento estadual, tornando-se a primeira negra e a política mais jovem a ocupar tal cargo em qualquer um dos 16 Estados da Alemanha.
Afro-alemão e orgulhosa
Toure nasceu em 1992 em Neumünster, uma cidade industrial de média dimensão no extremo norte da Alemanha, onde os seus pais se instalaram depois de fugir do Mali. Ela passou os primeiros cinco anos de vida num abrigo para refugiados, ganhando a cidadania alemã aos 12 anos.
Toure usa o termo afro-alemão para se referir a si mesma; ela define-se como uma pessoa com raízes em África, mas tendo a Alemanha como sua casa, disse à Deutsche Welle (DW) no início deste ano. “Sempre tive os dois mundos em mim”, disse ela. “Em algum momento, eu não queria mais ter de escolher entre países. Então eu uso um termo adoptado por um movimento feminista de mulheres negras aqui na Alemanha: afro-alemã”.
Ameaças anónimas
O medo da sua família de ser deportada moldou a sua decisão de começar a ser politicamente activa e ela se juntou aos Verdes em 2012 – o mesmo ano em que começou a estudar Ciências Políticas e Francês numa universidade na Alemanha. Há muito que Toure pressiona por uma integração melhor e mais rápida dos refugiados na Alemanha. Essa postura valeu-lhe inimigos e resultou em ameaças anónimas. Mas a jovem estrela da política alemã disse que não permitiria que isso a intimidasse.
A sua vontade de ter sucesso na política foi fortalecida pelos seus pais, que nunca se cansaram de lhe dizer que, como membro de um grupo minoritário, ela teria de dar 200% enquanto outros dão 100%, disse ela à mídia alemã RND antes da tomada de posse como ministra. "Mas eu gostaria de ver uma sociedade em que não há necessidade de dar o dobro só porque você é diferente de alguma forma", disse ela. E acrescentou: “Todos devem ter as mesmas oportunidades e possibilidades.”
As suas experiências fortaleceram a sua crença de que a política alemã precisa de mais diversidade. As políticas, disse ela, também devem ser feitas por pessoas que entendam a perspectiva daqueles que ainda estão mal representados na sociedade. E embora “a biografia não substitua a política”, o que uma pessoa passa “influencia a forma como as decisões políticas são tomadas”, disse ela à DW.
A necessidade de mais diversidade na política
Como alguém que viveu o racismo, mas também teve forte apoio de pessoas que acreditam na importância de seu trabalho, Toure quer dar o exemplo para outras pessoas de etnias minoritárias.
Como ela escreveu em seu livro, “We Can Be More: The Power of Diversity”, os alemães devem se orgulhar de todos os que contribuíram para transformar o país numa democracia e daqueles que ainda lutam para fortalecer o Estado de Direito.
Recorde-se que cerca de 20 mil cidadãos moçambicanos (vulgo Madgermanes) trabalharam temporariamente na antiga e extinta República Democrática Alemã (RDA).Alguns moçambicanos deixaram filhos na Alemanha. (Carta)