No dia em que o Administrador de Macomia, Fernando Neves, garantia à população da aldeia de Mitacata, no Posto Administrativo de Quiterajo, estarem controladas as incursões dos insurgentes naquele ponto do país, os malfeitores voltavam a mostrar a sua musculatura, atacando a mesma aldeia, momentos depois da saída do dirigente.
Fontes da “Carta” contam que o facto deu-se por volta das 19 horas desta terça-feira (10), cinco horas depois de Fernando Neves (saiu pelas 14 horas) ter estado naquela aldeia em mais uma actividade de campanha eleitoral, rumo às VI Eleições Gerais e III das Assembleias Provinciais, que tem lugar no próximo dia 15 de Outubro.
Na incursão feita àquela aldeia, relatam as fontes, os insurgentes queimaram quase todas casas, tendo causado a morte de um idoso por carbonização. Também vandalizaram e roubaram diversos bens da população, que, segundo contam, fugiu em direcção ao Oceano Índico.
As fontes contam que, embora a aldeia se localize a menos que 1 Km da sede do Posto Administrativo de Quiterajo, onde se encontra uma posição das Forças de Defesa e Segurança (FDS), não houve qualquer resposta. (Carta)
Jazz P é uma rapper africana nascida no Reino de eSwatini e residente em Moçambique. Ela está no mercado há mais de 20 anos, é a primeira-dama do Hip Hop no seu país e é conhecida na indústria do Rap moçambicano como “Vovó do rap”. Lançou seu primeiro EP, "In My Heart", em 2013 e em seguida "Jah Workshaanz". Jazz P lançou recentemente o seu álbum "Still Grinding" sob o selo da Nexta Vida Entertainment, um álbum que se diz ser uma homenagem ao Rap moçambicano.
(12 de Setembro, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)
O Poeta, Escritor, Arquiteto e Artista plástico, Miguel César dialoga com as suas facetas distintas na exposição “Como um Fio de Água”. A primeira exposição individual deste artista redignifica objectos e recria poemas em cada um dos traços das obras em exposição.
(11 de Setembro, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)
Esta exposição de cerâmica é realizada em comemoração do dia Internacional de Turismo que acontece no dia 27 de Setembro. Conta com a parceria da Direcção Nacional de Turismo do Ministério da Cultura e Turismo. Participam oleiras de 5 províncias do centro e norte de Moçambique nomeadamente: Niassa - Maria Assane, Cabo Delgado - Atija Abuchir, Mariquia Ubaini, Nampula - Merina Amade, Zambézia - Lúcia Ambrósio, Júlia Pinto, Hamurade Falso, Inhambane - Raquel Nhacumba.
(11 de Setembro, às 18Hrs no Centro Cultural Brasil-Moçambique)
O representante do sector privado, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), em parceria com o Fundo para a Melhoria do Ambiente de Negócios (FAN) e o Governo, através do Ministério da Indústria e Comércio (MIC), lançou esta segunda-feira (09), em Maputo, o Programa Nacional de Certificação de Empresas na cadeia de fornecimento de produtos, bens e serviços aos grandes projectos no país.
Designado “Pronacer”, o projecto tem como principal objectivo capacitar e certificar as Pequenas e Médias Empresas (PME), de modo a assegurar sua participação efectiva e sustentável na cadeia de bens e serviços dos grandes projectos em Moçambique, com enfoque para o subsector de extracção mineira, gás natural e petróleo.
Para além de capacitar, o programa visa igualmente tornar a certificação às PME acessível bem como aumentar o número de empresas certificadas no país.
De acordo com informações partilhadas no local, o “Pronacer” é um projecto-piloto (2019-2020) que se pretende levar a cabo durante seis anos, abarcando empresas nas mais diversas áreas de actividades.
Nessa fase piloto, serão capacitadas 200 empresas em diferentes áreas de actividades, em todo o país, sendo que a certificação será feita com a comparticipação das empresas beneficiárias em 50 por cento do valor total da mesma, através de um processo competitivo e transparente. Finda a fase piloto será feita uma avaliação, visando discutir as boas práticas que devem ser tidas em conta para “Pronacer” 2021-2024.
Com esse programa, a CTA e seus parceiros esperam registar um aumento de empresas nacionais que fazem negócio com os grandes projectos; melhorar o conhecimento entre as PME sobre os tipos de certificação requerida para fazer negócios com as multinacionais.
Outro resultado que a CTA espera do projecto é criar produtos financeiros que facilitam a certificação às PME, para além do engajamento de parceiros de cooperação na promoção de certificação empresarial em Moçambique.
Para além da CTA e FAN, o programa vai ser implementado pelo Governo, especificamente pelo Instituto Nacional de Normalizações e Certificações (INNOQ) e o Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas (IPEME), instituições tutelas pelo MIC que, para efeitos de certificação, exigirão à empresa interessada o registo legal e comercial completo e de acordo com a legislação vigente; conformidade com as obrigações legal, fiscal e laboral bem como capacidade financeira para comparticipar no custo da certificação, entre outros requisitos. (Evaristo Chilingue)
Durante o ano passado, o valor de produção a preços constantes (quando a produção de cada ano é avaliada aos preços de um determinado ano, seleccionado como ano base, neste caso 2016) do sector dos transportes e comunicações foi de 9.5 por cento em relação ao ano anterior, refere o Boletim Anual de Estatísticas dos Transportes e Comunicações, produzido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Sectorialmente, o documento recentemente publicado pelo INE explica que, em 2018, o ramo das comunicações cresceu em 5.3 por cento. Justifica que o desempenho positivo nesse subsector reflecte o crescimento do uso da telefonia móvel e dos correios.
De acordo com o Boletim, o tráfego de passageiros teve um bom desempenho, no seu todo, tendo um crescimento de 9.3 por cento, influenciado por todos os ramos, nomeadamente rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo que cresceram 8.9 por cento, 7.3 por cento, 4.5 por cento e 16 por cento respectivamente.
Para a fonte, o crescimento do sector rodoviário deveu-se à aquisição e entrada em operação de novos autocarros para o transporte de passageiros urbanos de modo a fazer face à demanda e da introdução do projecto Metro Bus, que visa a combinação do transporte rodoviário e ferroviário no sistema ferroviário sul.
“No ramo Aéreo, [o crescimento] foi devido à entrada de novas companhias a operar nas rotas domésticas como é o caso da Fastjet e da Ethiopian Mozambique Airlines”, lê-se no boletim.
Segundo o INE, as estatísticas disponibilizadas no documento em referência têm por base informações de um vasto conjunto de fontes administrativas, designadamente Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), Aeroportos de Moçambique (ADM), Admiração Nacional de Estradas (ANE), Ministério do Interior de Moçambique (MINT), Instituto Nacional dos Transportes Terrestres (Inatter), Telecomunicações de Moçambique (TDM), Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) bem como os Correios de Moçambique.
“O INE apresenta os principais indicadores do sector dos Transportes e Comunicações de 2018, com dados cujas séries cronológicas em geral se iniciam em 2016”, sublinha a autoridade estatística nacional. (Evaristo Chilingue)
O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) diz que o apoio recebido, até ao momento, ainda está muito longe de responder às necessidades dos estragos causados pelos ciclones Idai e Kenneth, que fustigaram as zonas centro e norte do país, em Março e Abril último, respectivamente.
A posição foi manifestada, esta terça-feira (10 de Setembro), à imprensa, pela Directora-Geral do INGC, Augusta Maíta, durante o encontro com a representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas, Mami Mizutori, que veio expressar sua solidariedade e reiterar total apoio daquela organização na recuperação e reconstrução da cidade da Beira.
“Aquilo que as Nações Unidas têm estado a fazer é continuar a apelar aos parceiros internacionais e aos demais doadores para que não deixem Moçambique para trás e para que continuem a apoiar o país”, disse a Directora-Geral do INGC.
Entretanto, Maíta explicou que as áreas como capacitação institucional e melhoria na busca de financiamento para responder a este tipo de desastres são uma das componentes em que as Nações Unidas podem ajudar, pelo que está expectante na concretização desse objectivo.
Por seu turno, Mami Mizutori fez saber que ainda nesta quinta-feira irá se deslocar à cidade da Beira para ver in louco os estragos causados pelo ciclone Idai. Na sua visita, explica, vai fazer entrevistas, vídeos e fotos que serão posteriormente apresentados ao mundo inteiro, para que saiba em que situação o nosso país se encontra, actualmente.
Mizutori disse ainda que o trabalho que será feito na Beira, nas zonas afectadas pelas calamidades naturais, servirá como destaque na cimeira de climas que será realizada em Nova Iorque dentro deste mês.
“Nesta cimeira poderei testemunhar em primeira mão aquilo que terei visto na Beira e vou poder advogar melhor sobre o assunto para ver como é que a comunidade internacional poderá ajudar Moçambique na recuperação das zonas afectadas pelo Idai”, acrescentou Mizutori. (Marta Afonso)
O governo moçambicano, através do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento (MITADER), as organizações da sociedade civil e não-governamentais como o Fundo Mundial da Natureza (WWF-Moçambique) estiveram reunidas, desde segunda-feira (09 de Setembro), para discutir sobre a problemática das mudanças climáticas e desenhar um plano, conforme o recomendado pela Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas de 2015 (COP21), realizada em Paris entre 30 de Novembro a 12 de Dezembro de 2015.
Na reunião, que teve lugar em Maputo, entre segunda e terça-feira (09 e 10 de Agosto), Telma Manjate, técnica do departamento de mudanças climáticas a nível do MITADER, afirmou que para a implementação do plano sobre as Contribuições Nacionalmente Determinada (NDC), que já foi aprovado em Dezembro de 2018 e encontra-se a ser melhorado, o país vai precisar de mais de 11 mil milhões de USD.
Telma Manjate disse que o plano de acção abrange todas as áreas, porque o impacto negativo das mudanças climáticas abrange a todas as instituições públicas e privadas existentes em Moçambique. Manjate avançou que a implementação do mesmo vai precisar de mais apoios financeiros, porque existem instituições que ainda não definiram quanto vai se precisar.
Entretanto, o plano, ora em organização, engloba três áreas, sendo elas mitigação, adopção e aspectos transversais ligadas às mudanças climáticas que, nos últimos anos, têm afectado Moçambique drasticamente, como foi com os ciclones Idai, Kenneth e as secas no sul do país.
Relativamente a este aspecto, Rosália Pedro, focal point de género a nível do COP 21, disse estarem a trabalhar para que no plano de acção se observe os aspectos de género, visto que as mulheres e idosos têm sido excluídos no desenho de políticas, no entanto, elas é que sofrem mais com as mudanças climáticas, uma vez que as mesmas praticam agricultura.
De salientar que, no plano de acção, estão abrangidas questões ligadas à energia, processos industriais, saúde e florestas porque entendem que o problema das mudanças climáticas deve ser uma missão de todos.
Refira-se que Moçambique faz parte de um leque de 10 países africanos signatários da Convenção de Nairobi que ainda não incluíram a questão do carbono azul nas suas contribuições determinadas, e a nível global apenas 28 incluíram o carbono azul nos NDC através de medidas de mitigação e 59 através de medidas de adaptação. (Omardine Omar)
A Associação dos Madeireiros de Nampula (ASMANA), através do seu presidente Domingos Caetano, em entrevista à “Carta”, na cidade de Nampula, disse que as reformas implementadas pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) não criaram nenhum incentivo para os “operadores honestos” e que todas as promessas dadas pelo governo, no que concerne à sustentabilidade daqueles que vivem através dos recursos florestais não foram cumpridas.
Domingos Caetano disse que o sentimento de todos os madeireiros honestos, a nível do país, é de frustração e dívidas, porque alguns investiram no negócio, mas o mesmo não teve nenhum retorno.
O dirigente, que falava em nome de todos os membros da ASMANA, avançou que numa das visitas a Nampula, o Presidente da República, Filipe Nyusi, prometeu que encontrariam uma solução para a sobrevivência dos madeireiros, abrindo espaço para a produção de carteiras, através da madeira explorada por eles, entretanto, “até aqui, nem água vem e nem água vai”, porque toda a produção foi alocada para a Luxoflex, firma em que a filha do Presidente da República, Cláudia Nyusi, é accionista.
Caetano contou ainda que os madeireiros chegaram a produzir 180 carteiras, tendo oferecido algumas escolas do distrito de Murrupula, na presença do PR. Na altura, foram garantidos que fariam parte do processo de produção e distribuição, mas tudo morreu pela “boca”.
Na entrevista concedida ao nosso jornal, no passado dia 28 de Agosto, o representante da ASMANA reconheceu que as reformas diminuíram a frequência de furtivos maiores, embora hoje haja alguns menores que, usando veículos de pequeno porte, conseguem tirar certas espécies para produção de certos bens como portas, cadeiras e muito mais.
Domingos Caetano disse também que o negócio de madeira, nos últimos cinco anos, esteve muito abaixo, embora se tenham afastado os “furtivos de cavalo” e ficaram os de bicicletas, Canter e Range Rover.
Caetano disse que, em 2017, se acordou que haveria uma bolsa de venda de madeira com algumas firmas chinesas, mas de lá para cá nada aconteceu. Questionou a proveniência da madeira das serrações que foram incumbidas de produzir as 48 mil carteiras, porque na sua óptica, a madeira da “operação tronco” em Nampula já não existe.
Acrescentando, Domingos Caetano revelou que no início da “Operação Tronco” assinaram um memorando com o MITADER, através do Ministro Celso Correia e o Fundo Nacional Desenvolvimento Sustentável (FNDS), para passarem a receber um valor que iria permitir desenvolver certos projectos como forma de desencorajar a venda de madeira para chineses, o que até ao momento não aconteceu.
Concluindo, o representante disse que a nível nacional os madeireiros honestos sentem-se frustrados, devido à exclusão nos incentivos da famigerada “operação tronco”. (Omardine Omar)
“Ossufo Momade, presidente da Renamo, é quem está a ordenar os ataques”. Foi com estas palavras que o Presidente da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, o Major General Mariano Nhongo, reagiu, na tarde desta terça-feira, quando instado a se pronunciar sobre os ataques a alvos civis na região centro do país.
Em conversa telefónica com “Carta”, no final da tarde de ontem, Nhongo disse não ter dúvidas de que Ossufo Momade, Presidente da Renamo, é quem está a orquestrar e ordenar os ataques naquele ponto do país, isto porque o presidente da Renamo, na sua óptica, é um “traidor”.
Nhongo avançou que não havia qualquer possibilidade de ser a Junta Militar da Renamo a autora moral e material dos ataques porque, até hoje, está comprometida em encontrar, em conjunto com o Governo, uma solução para o que chamou de “verdadeiro braço armado da Renamo”. Nisto, disse ao nosso jornal que na próxima segunda-feira (16) vai enviar uma carta, usando os canais apropriados, para o Governo de Filipe Nyusi, na qual estarão vertidas aquelas que são as principais preocupações do grupo.
O Major Geral defende com “unhas” e “dentes” que Ossufo Momade é responsável pelos ataques por este ser, tal como disse, um “traidor” e que está a proceder naqueles moldes para que a responsabilidade seja imputada à Junta Militar, isto porque ela se opõe de forma aberta e frontal à sua liderança.
Nhongo disse que Ossufo Momade não só traiu a Renamo como também os entendimentos que o líder histórico do partido, Afonso Dhlakama, conseguiu estabelecer com o actual Presidente da República, Filipe Nyusi, no âmbito do diálogo político e hoje está a atentar contra um acordo de paz que ele próprio rubricou.
Até ao momento foram registados três ataques e o denominador comum é que os autores ainda não foram identificados. O primeiro ocorreu na noite de 1 de Agosto passado no posto administrativo de Nhamadzi, norte da Gorongosa, em que uma pessoa foi baleada no braço. O segundo ocorreu em meados do mesmo mês (Agosto) e foi visada uma ambulância que transportava membros da Frelimo que viajavam da Gorongosa ao norte de Marínguè. O mais recente é datado de 4 de Setembro corrente, quando quatro veículos foram alvos de disparos nas proximidades do Rio Púnguè, na fronteira entre os distritos da Gorongosa e Nhamatanda, na província de Sofala.
“A junta militar não está a atacar a população. Nós não queremos guerra. Nós queremos viver em paz. São os homens de Ossufo Momade. O Ossufo é que está a criar essa confusão para as pessoas pensarem que é a Junta Militar que está a atacar. Sr, jornalista, Ossufo é um traidor. Traiu a Renamo e os consensos que o presidente Dhlakama alcançou com Filipe Nyusi”, atirou Nhongo.
Mariano Nhongo contou ao nosso jornal que após a realização da conferência, em que foi indigitado por unanimidade e aclamação presidente da auto-proclamada Junta Militar da Renamo não vive os melhores dias. Diz que ele (Nhongo) e seus apoiantes estão sendo caçados pelos homens leais a Ossufo Momade. Neste momento, tal como disse, encontra-se na região de Piro, na Gorongosa.
“Ossufo Momade mandou seus homens para me matar. O Fumo foi sequestrado pelos homens de Ossufo. Ele está a perseguir as pessoas”, atirou Nhongo. (Ilódio Bata)