Numa disputa que não foi renhida como se esperava, o General Ossufo Momade acabou vencendo folgadamente a eleição para o cargo de Presidente da Renamo, colocando-se como o próximo candidato do maior partido da oposição às eleições presidenciais de 2019. O processo selectivo terminou esta madrugada, cerca da 1 hora, na serra da Gorongosa. Elias Dhlakama, irmão mais novo de Afonso Dhlakama, que morreu em Maio de diabetes, foi o segundo mais votado, com 238 votos. Manuel Bissopo, o actual Secretário-Geral (cargo que a partir de hoje deverá pertencer a um outro militante), confirmou sua impopularidade ao conquistar apenas 7 votos. E Juliano Picardo, um parlamentar da Renamo na Assembleia da República, também representou a cara da irrelevância, ao obter somente 5 votos.
Ontem, a escassos minutos do início da votação, o General Hermínio Morais decidiu retirar a sua candidatura para apoiar Ossufo Momade. Fica ainda por se avaliar até que ponto o apoio de Morais a Momade foi decisivo para a concentração da maioria dos votos naquele que, até ontem, era o Coordenador Interino da Renamo. A opção por Ossufo Momade mostra, no entanto, que a residir na serra da Gorongosa desde Maio de 2018 e rodeado pelo generalato da Renamo, ele conseguiu cair nas graças dessa ala castrense que continua a comandar a linha política do partido, nomeadamente, impingindo a sua barganha bélica no diálogo com o Governo, nos derradeiros passos da pacificação em curso, iniciada pelo Presidente Filipe Nyusi e pelo anterior líder, Afonso Dhlakama.
Ainda não é claro se o novo Presidente da Renamo vai continuar a residir na serra, mas é provável que isso venha a acontecer, o que confirmará que os generais são os que têm a voz no comando. Ou seja, Ossufo Momade será uma líder completamente a mercê da ala militar, numa etapa crucial da história do movimento, particularmente a da sua transformação em partido político não armado. Aliás, a sua eleição é também prova de que ele foi já “domesticado” por esse generalato.
Originário de Nampula e de etnia macua, também antigo membro do exército governamental antes de transitar para a Renamo nos anos 80, em Maio, quando chegou a Gorongosa para assumir a pasta interina, Momade era ainda olhado sob certa desconfiança e os seus passos milimetricamente teleguiados, como se viu quando em Junho foi frustrado um encontro com o PR Filipe Nyusi na Beira. Apesar de ter o ar de durão, Ossufo Momade não tem o carisma e a espontaneidade de Dhlakama.
Mas, a escolha dos militantes da Renamo não terá sido para encontrar o candidato que mais se parecesse com o antigo líder (por aí, a preferência talvez recaísse sobre Elias Dhlakama).
Foi claramente para encontrar quem tinha credenciais firmes de “open mindedness”, alguém capaz de ouvir e dialogar, fazer pontes entre as várias franjas de opinião interna e, sobretudo, garantir uma convergência entre as chamadas ala política e militar da Renamo.
“Momade já é deputado há muitos anos e também um general de mão cheia”, recordou um analista político, realçando que ele era a figura ideal para conduzir a transformação final da Renamo num partido político completamente descasado do seu ADN bélico. Um dos grandes desafios internos de Momade é assegurar que a Renamo não se parta entre a corrente que votou em si e os “dhlakamistas” (onde se destaca a aguerrida deputada Ivone Soares e também António Muchanga), apoiantes de Elias Dhlakama, que arrecadou quase metade dos votos, demonstrando um grande nível de respeitabilidade interna.
Os "dhlakamistas" preferiam Elias como a figura que podia fazer apelo ao carisma do irmão, mais através do apelido e das parecenças físicas e menos por sua nunca provada postura e capacidade de liderança. Elias foi olhado sob desconfiança. Viveu integrado no exército governamental saído de acordo de Paz de Roma de 1992 e esteve sempre afastado da luta política da Renamo nos últimos anos.
Mas, houve também quem temesse que a sua escolha seria empurrar a Renamo para uma característica de vertente clânica, matando a sua diversidade étnica, com base nas regiões centro e centro/norte de Moçambique. Momade deverá agora construir uma ponte de convergência com os eleitores do “dhlakamismo”. O primeiro grande teste para ver se ele vai mesmo apostar na coesão interna é o perfil do seu grupo de trabalho, que será montado muito brevemente. É provável que Elias Dhlakama venha a ter uma palavra a dizer nesse quadro dessa almejada coesão interna. (Marcelo Mosse)
Passam nove dias desde que o jornalista Amade Abubacar foi detido em Macomia e transferido para um Quartel Militar em Mueda, onde mantém-se incomunicável e privado dos seus direitos. Face a isto, o Centro dos Direitos Humanos da American Bar Association (ABA) solicitou que o Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religioso, Joaquim Veríssimo, interviesse no caso e intercedesse na libertação do “escriba”, apresentando-lhe a um Juiz.
O ABA insta o Governo moçambicano a respeitar os dispositivos legais nacionais e internacionais, de entre eles a Constituição da República de Moçambique (CRM). No documento, a organização faz lembrar que o país é signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e da Carta africana, dentre outros. A organização, com sede em Washington, repudia a atitude das autoridades moçambicanas que, desde que a insurgência iniciou os ataques em Cabo Delgado, a 5 de Outubro de 2017, já detiveram três Jornalistas e um pesquisador em pleno exercício das suas funções. Para o ABA, é urgente que o Governo explique qual foi o crime praticado por Amade Abubacar, assim como, que se respeite os seus direitos, porque da forma como as autoridades estão actuar revela que não respeitam os direitos humanos. (Omardine Omar)
A Procuradoria-Geral da República (PGR) diz que já constituiu 18 arguidos relacionados com a sua investigação do caso das dívidas ocultas em Moçambique, tendo em conta os factos ocorridos na jurisdição moçambicana. Segundo um comunicado distribuído hoje, o caso continua em instrução preparatória. Entre os arguidos estão servidores públicos e outros cidadãos indiciados da prática de crimes de abuso de cargo ou função, abuso de confiança, peculato e branqueamento de capitais.
O comunicado não revela os nomes dos arguidos e nem perspectiva sobre quando será iniciada a instrução contraditória. A informação é dada uma semana depois da detenção do antigo Ministro Manual Chang, na África do Su.(Carta)
Insurgentes atacaram esta tarde várias aldeias nos distritos de Meluco, Ibo e Palma, e pela primeira vez, queimaram uma viatura em plena estrada, em Pundanhar, entre Mocímboa e Palma. No ataque no Ibo várias casas foram incendiadas na aldeia Mussemuco, sendo que o número de vitimas ainda está por apurar. Sabe-se apenas que os insurgentes atacaram uma zona residencial de professores, enfermeiros e responsáveis administrativos da aldeia. Segundo as nossas fontes, os atacantes chegaram ao Distrito do Ibo por via marítima, atacaram e saíram do mesmo modo. A zona de Mussemuco, que também tem uma pequena ilha, é habitada por pescadores e suas famílias.
Na noite de sábado, quando o empresário Rogério Manuel submeteu seu plano de voo ao “Despacho de Pilotos” do Aeroporto de Mavalane, solicitando autorização para voar de regresso para o Bilene, o técnico de serviço franziu o sobrolho e terá rejeitado que ele fizesse aquela que seria uma viagem fatal, apurou “Carta” de fontes reputadas. O técnico do aeroporto estava simplesmente a cumprir as normas: Rogério Manuel não estava habilitado a pilotar de noite. Nem sua aeronave, um helicóptero R44-Robinson, vinha equipada com instrumentos de navegação apropriados para voos nocturno. Era um pequeno monomotor, de 3 lugares, com autonomia de 3 horas e uma velocidade de cruzeiro de 200 km/hora, geralmente interditado para viagens noturnas, salvo em raras excepções de transporte postal.
O técnico de serviço naquele dia tinha tomado uma decisão correcta, de acordo com um especialista em aviação, mas “Carta” sabe que o empresário insistiu que tinha de fazer aquela viagem. E pegou no telefone, tendo feito uma chamada. Do outro lado da linha veio uma autorização, e ele seguiu voo. Mas a autorização era ilegal. A direcção do Aeroporto de Malavane devia simplesmente tê-lo impedido de voar. Mas quem autorizou? A troco de quê? Depois de muita insistência, “Carta” conseguiu obter ontem um depoimento do PCA das Aeroportos de Moçambique (ADM), Emmanuel Chaves, sobre o assunto: “O porta-voz sobre este acidente é o Comandante João Abreu, do IACM (Instituto de Aviação Civil de Moçambique)", disse ele. "Por se tratar de matéria regulada pelas autoridades nacionais e internacionais, caberá a esta entidade prestar declarações sobre as matérias do acidente”, acrescentou.
Mas quem autorizou que Rogério Manuel levantasse voo? O facto de ele ter levantado voo na base de uma autorização ilegal não seria motivo suficiente para o PCA dos Aeroportos se demitir, dado que desse voo resultou uma morte (independentemente da alegada imprudência do piloto)?, perguntamos a Chaves. Ele respondeu, por escrito, nos seguintes termos: ”Quanto à possibilidade de o PCA da ADM se demitir, se as investigações demonstrarem a necessidade da sua demissão, assim irá acontecer. O PCA não foi consultado para a autorização da saída e nem participou do processo da autorização de saída deste voo”. Insistimos com Chaves: há indicações de que, diversas vezes, o empresário Rogério Manuel fez voos nocturnos no seu monomotor R44-Robinson, que não lhe permitia isso. Quem lhe dava essa autorização e por que é que quando ele poisou na vinda do Bilene não lhe foi cassada a licença, dado que também se tratava de um voo nocturno? Chaves não quis expandir na conversa: “Reitero que não foi o PCA que foi consultado para a autorização da saída. Se não me confia é porque não me conhece”.
A investigação do acidente já foi iniciada pelo IACM. Uma das questões centrais deverá incidir sobre o papel das autoridades aeroportuárias nesse voo particular, para se identificar quem efectivamente deu autorizou. “Carta” sabe que já está a circular uma narrativa tendente a atirar culpas exclusivas pelo acidente ao piloto, nomeadamente devido a uma alegada negligência. Uma das peças usadas para dar corpo a essa narrativa é um print out de um check list sobre o estado da aeronave em determinado momento onde se pode ler: insuficiência de combustíveis. Ou seja, o acidente tinha sido causado porque o piloto não controlara o nível de combustível. Essa narrativa serviria para desresponsabilizar terceiras partes, incluindo as componentes fabricante e seguros.
Mas uma fonte do IACC disse ontem à “Carta” que a alegação da insuficiência de combustíveis era forçada, não verdadeira. Ou seja, o print out que circula nas redes sociais é falso. Mas a quem interessa essa falsidade? Ainda não sabemos. Um especialista local em aviação sugeriu que a investigação devia ser “o mais independente possível”, de modo a se apurar também o grau de responsabilidade de terceiras partes perante o comportamento do piloto, não apenas na véspera deste voo fatal, mas desde que ele obteve seu “brevet” para voar um pequeno monomotor de 3 lugares.
Relatos colhidos indicam que Rogério Manuel voava de noite sempre que lhe apetecesse e perante uma alegada complacência tanto do IACM como da ADM. Ontem, quando lhe sugerimos isso, repisando que ninguém tinha a coragem de impedir a conduta irregular do piloto, o Comandante João Abreu ripostou: “Gostaria de solicitar a tua (da “Carta”) colaboração em nos fornecer as provas materiais que factualizam os pontos arrolados. Dada a gravidade dos mesmos, poderão constituir matéria da Comissão de Inquérito nomeada para a investigação do acidente. Caso tenhas ou haja testemunhas, agradeço que estas se disponibilizem à Comissão junto do IACM”. Abreu deu-nos a atender que, apesar de serem vários os testemunhos públicos das viagens nocturnas de Rogério Manuel no monomotor, ele tinha um cadastro limpo: ”O que é referido não consta no processo do piloto”.
A pergunta central mantém-se: para quem foi a misteriosa chamada através da qual Rogério Manuel recebeu autorização de saída num voo que lhe levaria à morte?(Marcelo Mosse)
O Ex-Ministro das Finanças, Manuel Chang, não foi detido no Aeroporto Internacional Oliver Tambo, em Joanesburgo. Fontes seguras de “Carta” disseram que Chang foi detido na região de Pretória quando se encontrava a caminho do aeroporto para fazer uma ligação para o Dubai, para onde já se tinham deslocado alguns familiares chegados. O facto de ele não ter sido detido dentro do aeroporto na véspera de embarcar indica que os seus movimentos estavam a ser monitorados a partir de Moçambique, apontado para duas hipóteses. A primeira é a de ele se ter entregue ao FBI, para o que teve de retirar sua família mais próxima para proteção fora de Moçambique.
A segunda é a de que, eventualmente, ele foi “entregue” pelas autoridades moçambicanas. Esta última hipótese é corroborada por alegações de várias fontes locais segundo as quais o Governo de Maputo sabia da iminência da prisão de Chang por ordens das autoridades de justiça dos Estados Unidos da América. Uma fonte da embaixada dos EUA em Maputo disse ontem à “Carta” que a representação diplomática de Whashington não podia tecer quaisquer comentários. “A Embaixada dos Estados Unidos não comenta sobre questões de aplicação da lei que estão em curso. E em caso de insistência sugerimos que contacte o Departamento de Justiça”, disse, por escrito, a porta-voz da representação. (Carta)
O corpo do conhecido empresário, Rogério Manuel, já está em Maputo. Sua mulher e filho estão a embarcar no aeródromo do Bilene a caminho de Maputo. Uma fonte próxima da família disse-nos que ele morreu sozinho. “Ele estava sozinho no helicóptero”, disse a fonte, descartando uma informação preliminar dando conta de uma segunda vítima da tragédia O empresário pilotava um helicóptero no seu regresso de Maputo à praia do Bilene, onde gozava as férias de verão com a família. Ele veio a Maputo evacuando o sobrinho do conhecido empresário Juneid Laygy, que se envolvera num acidente na tarde de ontem. Rogério Manuel chegou a Maputo pelas 19.30 e ligou de volta a informar que estava tudo bem. Para além do referido jovem evacuado, havia outro acompanhante no voo de vinda a Maputo. (Carta)
No distrito de Macate, em Manica, há cerca de oitenta e seis mil habitantes, de acordo com o censo de 2017. Porém, apenas 30.000 têm acesso a água potável fornecida por furos.
Ainda assim, catorze destas fontes encontram-se inoperacionais, carecendo de reparação, mas o governo distrital está desprovido de meios financeiros para as repor em funcionamento.
De acordo com os números apresentados anteriormente, constata-se que um furo do precioso líquido está para seiscentos e noventa e quatro habitantes, o que contraria as pretensões do governo segundo as quais uma fonte de água potável no país deveria satisfazer trezentos cidadãos, no máximo.
A maior parte da população de Macate vê-se obrigada a recorrer a poços tradicionais e vários riachos, correndo, vai daí, vários riscos – desde ataques de crocodilos a doenças de origem hídrica, visto que o precioso líquido não tem merecido o devido tratamento, pese embora os esforços do executivo para inverter a situação.
Os locais mais afectados pela escassez de fontes de água no distrito de Macate são os povoados de Hange, Nhabata, Ngoroza, Chinete, Morombwe e Macuendjera, os quais se caracterizam, igualmente, pela falta de infra-estruturas públicas. Aliás, por esse motivo, a maior parte de funcionários do Estado recorre à vizinha cidade de Chimoio para fixarem as suas residências.
O Secretário Permanente do Distrito de Macate, Aufi Razaco, garante que até ao princípio do próximo ano as fontes avariadas estarão operacionais visto que já foi encontrado um parceiro que se disponibilizou a financiar a sua reparação.
Enquanto isso, Razaco afiançou que o governo distrital continua a mobilizar fundos para a construção de fontes de água potável, tarefa nada fácil porque as condições socioeconómicas da região ainda estão aquém das necessidades.
Para que toda a população do distrito de Macate tenha acesso a água potável, serão necessários duzentos e oitenta e sete fontanários, o que acarreta custos estimados em oitenta e seis milhões de meticais.(Pedro Tawanda)
Nos primeiros anos da sua existência, o grupo foi apadrinhado pela já conceituada banda Ghorwane, que na altura tinha a sua sede nas instalações do Grupo Desportivo de Maputo. Foi aí onde aconteceram as suas primeiras apresentações públicas. Porém, rapidamente, o conjunto começou a ganhar espaço no panorama musical nacional, e em 1997 venceu a 1ª edição do concurso de agrupamentos juvenis, denominado Music Crossroads, em Harare (Zimbabwe), classificando-se como o melhor da região austral de África.
Nesse mesmo ano, os Kapa Dech assinaram um contrato com a editora francesa Lusafrica, sediada em Paris – em cujo catálogo faziam parte artistas como Cesária Évora, Bonga, Ferro e Gaita, Sally Nyolo, Filipe Mukenga, Chiwoniso, entre outros. A parceria resultou na gravação e edição de dois álbuns, nomeadamente Katchume (1998) e Tsuketani (2000), ambos gravados em Paris.
O sucesso dos Kapa Dech permitiu a sua participação em festivais fora de Moçambique (Noruega, Portugal, França, Suécia, África do Sul, Zimbabwe, Botswana, Swazilândia, entre outros).
Possuidora de composições musicais com uma forte inclinação para a crítica social, a banda aliou a sua carreira a projectos e campanhas de acção social em diferentes vertentes, com destaque para área de HIV/SIDA e meio ambiente.
Perdas de vulto
Numa altura em que se encontrava muito bem posicionada no mercado e após um arrebatador sucesso, em 2007 o grupo sofre a perda de alguns dos seus elementos, designadamente Tony Jango, Pilecas (falecidos) e Roberto Isaías que optou por seguir uma carreira a solo, o que conduziu paulatinamente a uma instabilidade estrutural.
De registar que nessa altura os diferentes membros decidiram enveredar por projectos individuais, levando a que a banda sofresse uma estagnação de cerca de 10 anos.
Em finais de 2017, os antigos OK? integrantes do Kapa Dech sentiram a necessidade de retomar o projecto. O anúncio público do seu regresso aconteceu nos princípios do presente ano, e foi apadrinhado pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho de Rosário.
A ocasião serviu também para dar a conhecer o retorno de Roberto Isaías e a integração de dois novos membros: a cantora Sizaquel Matlombe e o percussionista Pimenta Lifaniça. A retoma tem sido marcada por diversas apresentações em eventos, sendo de destacar os MMM (Mozambique Music Meeting), Festival da Barra, Conferência Anual do Sector Privado (CASP), Festival Azgo, Gala Vibratoques, Festival A Luta Continua, e Festival Municipal, dentro do país, e Bushfire, na Suazilândia.
“Line-up” e projectos para 2019
Para 2019 estão previstos o lançamento de um álbum de originais e um concerto na Praça da Independência intitulado “Retroespectativa”, o qual vai “olhar” para o passado, presente e futuro.
Actualmente o grupo é composto por Sizaquele Matlombe (Voz) Roberto Isaías (Voz),Pimenta Lifaniça (Percussão), Rufus Maculuve (Teclados), José Pires (Teclados), Stélio Zoé (Bateria), António Firmo (Guitarra) e Jaime Guambe (Baixo).(H.L)
Uma frota de seis autocarros civis transportando militares foi vista a atravessar ontem, por volta das 11 horas, a sede distrital de Macomia, em Cabo Delgado. Cada um dos seis autocarros transportava 70 homens fardados e armados. Os mesmos autocarros foram posteriormente também vistos na aldeia da Nova Zambézia, em Chai (Macomia) e Miagalewa (em Muidumbe).
Em Macomia, a caravana passou numa altura em que na vila era visível um movimento desusado de pessoas, que chegavam de carro e a pé de Chicomo para o bairro de Nanga. Chicomo foi atacada na sexta-feira, numa incursão que resultou no incêndio de 103 casas, sem qualquer óbito. No final da tarde de ontem, os autocarros estacionaram em Owasse, no cruzamento entre os distritos de Mueda e Mocímboa da Praia. Desconhece-se o destino final dos homens mas este dado mostra que o exército decidiu reforçar as accões militares do terreno.
Nas últimas semanas, nos distritos de Mocimboa da Praia, Nangade, Palma e Macomia, registou-se um aumento significativo de ataques às comunidades locais, saldando-se em dezenas de mortes de pessoas inocentes (umas a tiro, outras decapitadas), ferimentos ligeiros e graves, para além de avultados danos materiais e até deslocados.
Os ataques registaram-se concretamente nas aldeias de Chitolo, Nfinji, Njama e Nangondo (em Mocimboa da Praia), Chicuaia-velha, Litingina, Ngangolo, Machava, 5º Congresso (no distrito de Nangade), Bagala, Malamba, Pundanhar (em Palma) e Milamba, Cogolo, Chitoio, Chicomo e Nacutuco (em Macomia).
Nos últimos dias, altas patentes do exército e membros do Governo provincial estiveram nalgumas regiões afectadas, onde populares pediram armas para se defenderem mas também o aumento de efectivos militares.
O reforço do contigente militar é uma resposta ao recrudescimento dos ataques na região e à solicitação dos populares e acontece poucos dias depois de o Presidente, Filipe Nyus, ter, na AR, interpretado a insurgência em Cabo Delgado da seguinte forma:”A nossa marca para a conquista plena da independência económica não é bem vista por grupos de interesses adversos. Assim se explicam os novos fenómenos do crime organizado, nas zonas de exploração de recursos minerais, que representam um desafio para todos os moçambicanos”. Alguns dos autocarros vistos a atravessar a região de Macomia ostentavam a nome da Selekane Grupo, uma empresa privada que faz ligações por terra a partir de Maputo para destinos no norte. (Saide Abibo)