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Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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O sector dos Transportes e Comunicações tem estado a registar, desde 2015, um crescimento anual, na média de nove por cento, sendo que no peso da estrutura desse crescimento, o ramo ferro-portuário afigura-se basilar, com uma contribuição, cujo peso representou, no ano passado, 15 por cento da produção total do sector.

 

Esta informação foi dada a conhecer, na segunda-feira, 13 de Maio, em Maputo, pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, durante o fórum que reúne operadores ferro-portuários da África Austral (SADC), denominado “Mozambique Ports and Rail Evolution”.

 

O governante considerou o evento como uma plataforma fundamental que vai projectar a evolução do pilar mais importante para sustentar o crescimento global do sector dos Transportes e Comunicações e da economia nacional e regional.

 

Carlos Mesquita referiu que como resultado da localização geoestratégica do país, a missão do Governo moçambicano é liderar a cadeia logística regional, feito que exige esforços adicionais para tornar as infraestruturas eficientes e competitivas.

 

De entre vários factores de eficiência e competitividade, o governante apontou a necessidade de os gestores das infraestruturas ferro-portuárias dedicarem atenção especial à capacidade de responderem, em tempo útil, à demanda e às expectativas dos clientes.

 

“A nossa actuação tem tido como prioridade a melhoria da nossa eficiência logística, criando o ambiente apropriado para a atração de investimentos, bem como a remoção de obstáculos que influenciam negativamente a exploração em pleno da capacidade instalada nas nossas infraestruturas de transporte”, frisou Carlos Mesquita.

 

Segundo o ministro, o avanço do ramo ferro-portuário compreende ainda as actividades administrativas que coordenam a circulação dos navios e mercadoria no país, nomeadamente as autoridades marítimas e aduaneiras, horários e capacidade de atendimento nas fronteiras, entre outros.

 

Num outro desenvolvimento, Carlos Mesquita exortou aos participantes no fórum a aprofundarem o debate sobre uma visão integrada entre as operações portuárias e ferroviárias, na componente de investimentos integrados para uma cadeia logística eficiente e competitiva.

 

Por sua vez, o administrador executivo dos CFM-Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, Anísio Bainha, indicou que ao nível do Corredor de Maputo, no âmbito do projecto integrado desenvolvido com a Companhia de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) e a firma sul-africana TSR, com o objectivo de manter um sistema ferro-portuário coerente e competitivo, têm sido alcançados resultados animadores.

 

Neste contexto, serão reconstruidas duas pontes na linha ferroviária de Ressano Garcia que vão permitir a passagem de composições com maior capacidade: “De nada iria adiantar os CFM direccionarem os seus esforços de forma unilateral para aumentar a capacidade da linha sem o envolvimento do Porto de Maputo”, destacou, acrescentando que “do nosso lado, continuamos abertos e flexíveis para quaisquer acções ou mudanças que sejam sustentadas nas partes envolvidas tendo em vista o melhoramento do sistema ferro-portuário”. (FDS)

O Instituto Eleitoral da África Austral (EISA), organização da sociedade civil, acusou ontem o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) de reduzir o número de eleitores nas zonas dominadas pela oposição para as eleições gerais de outubro próximo. A acusação consta de um estudo intitulado "Uma análise a partir da distribuição das brigadas de recenseamento eleitoral para as eleições de 2019 em Moçambique", elaborado pela delegação em Moçambique daquela Organização Não Governamental (ONG) da África Austral.

 

O Governador de Nampula, Victor Borges, regressou no sábado passado ao “assombrado” palácio que é residência oficial do representante do poder central na capital do norte. Borges, sua esposa e dois filhos, haviam abandonado o palácio e durante 33 dias ocuparam aposentos de luxo no Hotel Grand Plaza, “fugindo a ratos e cobras”. Numa conversa com “Carta”, ele contou o drama por que diz ter passado durante longos meses: “Os ratos já eram demais. Circulavam pelo palácio em todos os compartimentos, vindos de buracos enormes no jardim das traseiras”, disse ele, ainda combalido.

 

Foi num ambiente de suspense, nervosismo e ansiedade que, nesta segunda-feira (13 de Maio), anónimos, jornalistas, advogados e outros interessados aguardavam o anúncio da sentença do julgamento do caso do pedido americano de extradição do cidadão paquistanês Tanveer Ahmed Allah ou, simplesmente, Galby, procurado pela justiça norte-americana por tráfico de drogas.

 

A leitura da sentença estava marcada para as 11 horas, entretanto, mesmo com a presença de representantes dos Estados Unidos da América (EUA) e dos advogados do acusado na sala de audiências do Tribunal Supremo, nem a Procuradora Amabélia Chuquela, nem o Juiz Conselheiro Luís Mondlane, que preside ao caso, se fizeram presentes, uma situação que deixou todos os presentes boquiabertos.

 

O silêncio do Tribunal em relação à situação prolongou-se por quase quatro horas. Só por volta das 15 horas é que uma funcionária veio anunciar que o julgamento estava adiado, porque o colectivo de juízes ainda não tinha decidido sobre o caso, uma vez que estava a atender a um outro caso, "mais complexo" que o do paquistanês. O réu chegara, entretanto, ao Tribunal por volta das 10:30 horas, sob fortes medidas de segurança.

 

Tanveer Ahmed é acusado por um Tribunal do Texas, nos EUA, de ser “barão de drogas”. Aliás, aquando da sua detenção, no ano passado, no município da Matola, província de Maputo, Ahmed encontrava-se com 34 kg de cocaína e mais 2 kg de haxixe. O paquistanês foi detido conjuntamente com outros três cidadãos, dois de origem tanzaniana (Kassimo Ali Selemane e Adamo Mussa Munhamane) e um queniano (Abraham Msee Mussa).

 

Kassimo Ali Selemane foi condenado a dois anos de prisão por uso de documentos falsos e Adamo Mussa Munhamane a 18 anos de prisão. Por sua vez, Abraham Msee Mussa foi absolvido pelo Tribunal Judicial da Província de Cabo Delgado, assim como Tanveer Ahmed.

 

Segundo apurámos, aquando da detenção da “rede” de Ahmed, foram apreendidas 24 viaturas roubadas e que eram usadas como instrumentos do crime. Tanveer Ahmed Allah encontra-se detido, desde 10 de Janeiro e, conforme a “Carta” apurou de fontes próximas do processo, “não há dúvidas de que o visado é mesmo barão de drogas” e que “tem protecção de certas figuras políticas e judiciárias a nível nacional, que tudo podem fazer para não ser extraditado para os EUA”.

 

Tanveer Ahmed é visto como quem coordena as actividades de uma rede internacional a nível da África Austral. A leitura da sentença da extradição do visado foi remarcada para esta quarta-feira (15 de Maio). (Omardine Omar)

Moçambique faz parte dos países classificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como tendo altas taxas de tuberculose, de "coinfecção" da tuberculose-HIV e de tuberculose resistente a medicamentos, com uma incidência estimada em 551 casos por cada 100 mil habitantes. A informação foi avançada, esta segunda-feira (13 de Maio), pela Ministra da Saúde, Nazira Abdula, durante a abertura da Quinta Reunião do Comité Consultivo Regional (RAC) do Projecto sobre a Tuberculose e Reforço dos Sistemas de Saúde da África Austral, que se realiza na cidade de Maputo. O evento contou com a participação de diversos países, com destaque para o Malawi, a Tanzânia, o Lesotho e a Zâmbia e teve patrocínio do Banco Mundial.

 

Segundo a ministra, os dados colocam Moçambique ainda com elevados níveis de incidência desta doença em todo o mundo. Porém, a fonte explicou que, com as intervenções do sector da saúde, no âmbito deste projecto regional, foi possível tratar com sucesso cerca de 90 por cento dos casos de tuberculose, colocar em tratamento antirretroviral 96 por cento dos pacientes infectados pela dupla infecção de tuberculose e HIV-SIDA e, neste momento, está em curso o primeiro inquérito nacional da tuberculose pulmonar, levado a cabo pelo Banco Mundial.

 

Abdula revela ainda que, só em 2017, cerca de 10 milhões de pessoas, em todo o mundo, contraíram a tuberculose e 1,4 milhões morreram devido a mesma causa. Entretanto, ainda que seja uma doença transmissível, a tuberculose, algumas vezes, aparece por causa das más condições de trabalho, facto que levou o Banco Mundial a intervir de modo a melhorar as condições de luta contra esta pandemia nas suas diferentes vertentes e contribuir para a sua eliminação até 2030.

 

Segundo a mesma fonte, a OMS declarou a tuberculose como uma emergência, há cerca de 25 anos, pelo que, desde então, vários países (incluído Moçambique) têm feito muito esforço para o seu controlo efectivo. Porém, até hoje continua a ser a maior causa de doença e de morte entre milhões de pessoas há cada ano e tornou-se, ainda, na maior causa de morte entre as pessoas vivendo com o Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV-SIDA), em todo o mundo. (Marta Afonso)

Mais um ataque aconteceu, na madrugada desta segunda-feira (13 de Maio), no distrito de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado. Segundo apurou “Carta”, de fontes locais, quatro pessoas do sexo masculino foram esquartejadas pelos insurgentes no povoado de Anga, a sensivelmente 7 km da residência oficial do administrador do distrito, Marques Tamadune Naba.

 

Segundo as fontes, a população daquele povoado acredita que o grupo que praticou o acto macabro terá pernoitado no local. Os autores do ataque não foram identificados.

 

As nossas fontes relatam que, contrariamente aos outros ataques, desta vez, os insurgentes não incendiaram nenhuma residência, tendo decapitado apenas os cidadãos em causa. Embora as fontes oficiais do distrito confirmem a morte de duas pessoas, fontes da “Carta” disseram que foram quatro as pessoas decapitadas. O distrito de Mocímboa da Praia foi o ponto de entrada dos insurgentes quando a 05 de Outubro de 2017 atacaram esquadras daquele ponto da província de Cabo Delgado. (Carta)

Depois de muita hesitação, o ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Joaquim Veríssimo, decidiu finalmente, nesta segunda-feira, dar luz verde à criação do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS).

 

Os preços de produtos e serviços na cidade da Beira desaceleraram no mês passado, após terem disparado devido aos efeitos do ciclone IDAI, mas mesmo assim a segunda maior cidade continua ainda a mais cara do país. Dados do Índice de Preço ao Consumidor (IPC), recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), demostram que, em Abril, a inflação desagregada na capital de Sofala atingiu 1,02 por cento, contra 2,87 por cento registado em Março. Depois da Beira, Nampula foi, naquele mês, a segunda cidade mais cara, tendo registado uma inflação desagradada de 0,21 por cento e, por fim Maputo com 0,07 por cento.

 

No geral, o país registou face ao mês anterior (Março), um aumento do nível de preços na ordem de 0,29 por cento, contra 3,27 por cento registados, em Abril, de 2018. A divisão de alimentação e bebidas não alcoólicas foi a que maior agravamento de preços registou, tendo contribuído com 0,15 pontos percentuais (pp) positivos.

 

 A análise do INE explica que, da inflação mensal por produto, o destaque vai para a subida de preços da cebola (17,6 por cento), de veículos automóveis ligeiros novos (5,7 por cento), da couve (13,4 por cento), do carvão vegetal (3,6 por cento), do peixe seco (1,85 por cento), da batata-doce (17,7 por cento) e da farinha de milho (3,6 por cento), que contribuíram no total da inflação mensal com cerca de 0,46pp positivos. 

 

“Entretanto, alguns produtos com destaque para a gasolina (1,0 por cento), o camarão fresco (9,8 por cento), o coco (3,9 por cento), a cerveja (0,7 por cento), a alface (3,9 por cento), o carapau (0,7 por cento) e o feijão manteiga em grão seco (1,5 por cento) contrariaram a tendência de aumento de preços, ao contribuírem com cerca de 0,18pp negativos”, observou o instituto.

 

Ainda de acordo com dados do INE, de Janeiro a Abril de 2019, o país registou um aumento de preços acumulado na ordem de 1,93 por cento, tendo a divisão de alimentação e bebidas não alcoólicas, sido responsável pela tendência geral de subida de preços ao contribuir com aproximadamente 1,23pp positivos. (Evaristo Chilingue)

terça-feira, 14 maio 2019 06:20

IDAI varreu 800.000 hectares de culturas

Uma avaliação completa do impacto do ciclone Idai na agricultura moçambicana mostra que o ciclone devastou 813.000 hectares de culturas nos 71 distritos afectados, de acordo com o Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, Higino de Marrule. O Idai atingiu o centro de Moçambique no dia 14 de Março. A maior parte dos danos ocorreu em Sofala, Manica, Tete e Zambézia, mas as chuvas torrenciais também afectaram os distritos na parte norte da província de Inhambane. 

 

Falando na cidade de Tete na sexta-feira, numa reunião que serviu para discutir o novo preço mínimo para o algodão-caroço, Marule disse que as colheitas arruinadas pelo Idai pertenciam a 496.101 famílias. Os criadores de gado também sofreram um duro golpe. Marrule disse que cerca de 13.860 criadores de gado perderam 5.375 cabeças, 3.172 porcos, 7.467 pequenos ruminantes (principalmente caprinos) e 108.198 aves (principalmente frangos).

 

A maior parte do algodão moçambicano é produzido nas províncias do norte, que não foram atingidas pelo Idai. Mas Marrule disse que 0,5% dos produtores de algodão do país e 0,6% da área plantada com algodão foram afetados. Antes da chegada do ciclone, a meta de produção de algodão para este ano era de 60.000 toneladas, cultivadas por 170.000 domicílios numa área de 100.000 hectares.

 

Marrule disse que o segundo ciclone, Kenneth, que atingiu a costa da província de Cabo Delgado, no norte do país, em 25 de Abril, está afetando seriamente a plantação de algodão, embora não tenha dado números. As chuvas torrenciais que o ciclone trouxe a Cabo Delgado e a alguns distritos costeiros da província vizinha de Nampula estão causando a podridão do algodão nos campos. Nestes distritos, Marrule esperava que o peso e a qualidade da fibra de algodão fossem reduzidos. (AIM)

Com a inauguração, na última sexta-feira (10 de Maio), de uma agência bancária do BCI, no distrito de Funhalouro, a província de Inhambane, cumpre-se uma meta de cobertura de todos os distritos desta província por serviços bancários. A cerimónia de inauguração foi orientada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, que exortou a população local a honrar o esforço do governo: “Este banco só pode sobreviver se nós produzirmos. Nós temos de aumentar a nossa produção para também provocar rendas, e estas poupanças devem ser depositadas neste banco”.

 

Num outro desenvolvimento, Filipe Nyusi afirmou ter registado “com satisfação que em pouco mais de 2 anos, elevámos de 85 para 115 o número de distritos com Bancos, num investimento do governo para os bancos comerciais em cerca de 500 milhões de Meticais”. E vaticinou: “até finais de 2019, está previsto abranger 100% de cobertura bancária em todos os distritos do país, garantindo, assim, a todos os moçambicanos, o acesso aos serviços financeiros formais. Com vista a conferir total cobertura bancária do país, o governo vai continuar a empenhar-se e prevê investir, até finais de 2019, um bilião de Meticais para que através dos apoios específicos aos bancos comerciais fique materializada esta promessa”.

 

Já o Presidente da Comissão Executiva do BCI, Paulo Sousa, manifestou a sua satisfação pelo contributo que o BCI tem dado e pela oportunidade de testemunhar os resultados concretos do programa ‘Um distrito, um banco’.

 

"Até à data, para aqueles que tinham dúvidas sobre o investimento na bancarização rural, apesar de estes balcões serem recentes, têm já registados um total de 23 771 novos clientes e 49 novos colaboradores que passaram a integrar o BCI e que acompanham estas nossas Agências”, disse Paulo Sousa, revelando alguns números: “Os depósitos perfazem já 148 284 432 Meticais, os novos financiamentos atingiram o montante de 125 617 105 Meticais e, portanto, um volume de negócios global de 273 901 000 Meticais".

 

O PCE do BCI revelou ainda que, para além das agências já instaladas, estão em obra oito novas em igual número de distritos, de diferentes províncias, e que mais duas estão projectadas para os próximos tempos. “Em todas as nossas agências deste programa ‘Um distrito, um banco’ temos 17 ATMs em pleno funcionamento e cerca de 18 mil cartões bancários já emitidos”. (Carta)