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Cabo Delgado_ Mais de mil raparigas afectadas por desmaios nos últimos sete meses.jpg

Dados oficiais apontam que, entre os meses de Janeiro e Agosto findo, os desmaios afectaram mais de 1000 raparigas em recintos escolares. Os casos de desmaios arrastam-se desde o ano passado em algumas escolas primárias e secundárias em Cabo Delgado, sobretudo na cidade de Pemba. O assunto voltou a debate no recente encontro de confissões religiosas realizado na capital provincial.

 

Baina Armando, da Área de Psicologia no Serviço Provincial de Saúde em Cabo Delgado, disse sem apontar as reais causas que pelo menos 250 raparigas de diferentes estabelecimentos de ensino foram atendidas nas unidades sanitárias da cidade de Pemba. A psicóloga avançou que uma equipa do Instituto Nacional da Saúde já foi destacada para investigar as causas do problema.

 

Acrescentou que, enquanto não forem conhecidas as causas, não se pode afirmar que se trata de um problema de saúde pública. O Secretário do Estado, António Supeia, entende que a solução dos desmaios em Pemba passa pelo envolvimento de todos, ao invés de se olhar apenas como um problema do governo. (Carta)

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O candidato presidencial do partido Frelimo, Daniel Chapo, terminou este domingo, 15, a sua acção de ‘caça ao voto’ à sétima das 11 províncias do país, explicando às populações da província de Maputo o que se propõe fazer caso seja eleito no pleito de 9 de Outubro próximo.

 

Antes da província de Maputo, na qual escalou, durante dois dias (14 e 15 de Setembro) seis distritos – Magude, Moamba, Marracuene, Namaacha, Matutuíne e Cidade da Matola –, Daniel Chapo trabalhou nas quatro províncias da região centro do país – Sofala, Manica, Tete e Zambézia – e em duas das quatro da região sul, nomeadamente Inhambane e Gaza. Assim, na região sul falta-lhe apenas a Cidade de Maputo, que possui estatuto de província.

 

No comício que orientou na tarde deste domingo no bairro de Kongolote, no Município da Matola, Chapo prometeu revitalizar o parque industrial local, com o que os jovens terão cada vez mais alargadas oportunidades de emprego.

 

“Matola é a capital industrial de Moçambique. Connosco, através das mudanças que vamos introduzir, isto vai ter impacto directo na vida da população, em particular dos nossos jovens, sobretudo através de emprego”, destacou.

 

Chapo referiu estar ciente dos problemas de sobrefacturação de água, qual sufoco para as famílias. “Não se pode pagar água que não se consumir. Vamos restabelecer a ordem e a justiça nisto”, frisou.

 

Além de comícios em todos os locais por si visitados na província de Maputo, o candidato presidencial suportado pelo partido Frelimo efectuou visitas a mercados, manteve interacções com agricultores e comerciantes, além de encontros com líderes comunitários.

 

Nessa sua “estratégia de proximidade”, Chapo disse às almas com quem manteve contacto que, caso seja eleito, dará prioridade aos problemas mais urgentes da província, que os conhece profundamente, conforme o demonstrou em todos os comício, através, por exemplo, da descrição detalhada das principais estradas secundárias e terciárias que merecerão sua redobrada atenção.

 

À semelhança da Matola, noutros pontos por si visitados a disponibilidade de água é também problema. "Sei que muitos de vocês enfrentam, diariamente, problemas de falta de água, o que é inaceitável. Vamos trabalhar para melhorar o abastecimento, expandindo e modernizando a rede de distribuição para garantir que todas as comunidades tenham acesso à água potável," afirmou, arrancando fortes aplausos dos cidadãos-eleitores que se fizeram presentes.

 

Chapo referiu-se, igualmente, à necessidade de expansão da rede de energia eléctrica, bem assim da rede viária, ambas essenciais para estimular o crescimento económico da região.

 

O candidato presidencial da Frelimo sublinhou que a sua visão para a província de Maputo envolve a construção de infra-estruturas como escolas, hospitais e estradas, tudo com o objectivo de melhorar a condição de vida da população.

 

“Só assim podemos melhorar a vida da população, que precisa de estradas em condições como forma de ver facilitado o escoamento de produtos agrícolas, fomentando a economia local e criando mais oportunidades de negócios para as comunidades,” sublinhou.

 

Chapo fez questão de realçar o histórico do partido Frelimo na promoção do desenvolvimento do país, referindo que “ao votar na Frelimo e no seu candidato estaremos a votar no melhoramento das condições de vida das populações, assim como num Moçambique promissor, porque a nossa candidatura é a melhor. Votar na Frelimo e no Chapo é votar na renovação".

 

Do leque das ideias-solução para os distritos por si visitados, Chapo fez menção a um plano para promover a industrialização local, por via da criação de parques industriais nos distritos de Magude e Moamba, e o fortalecimento da agricultura em Marracuene e Matutuíne, visando garantir a segurança alimentar e gerar empregos.

 

Prometeu, ainda, priorizar a melhoria dos sistemas de saúde e educação, principalmente em áreas rurais, investindo na construção de novos centros de saúde e escolas. “Saúde e educação serão nossas prioridades de primeira linha, caso sejamos eleitos”, enfatizou. 

 

Alguns participantes dos comícios com quem o nosso jornal interagiu disseram notar que a campanha eleitoral de Chapo tem sido marcada por um tom de optimismo e propósitos claros, o que é caracterizado por uma abordagem que busca directamente o envolvimento das comunidades.

 

“Está mais do que claro que Daniel Chapo é o único candidato preparado para as funções de Presidente da Repúblico”, remataram.

 

Daniel Chapo vai, a partir desta segunda-feira, 16, trabalhar na província de Nampula, o maior círculo eleitoral do país, dando a conhecer o seu projecto de governação e solicitando voto aos “achinenes”, tanto em grandes centros urbanos como noutros locais.

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O Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África) conseguiu arrecadar 600 milhões de dólares para combater o surto de Mpox no continente, disse o chefe da agência esta quinta-feira (12).

 

A Organização Mundial da Saúde declarou a Mpox (varíola de macacos) uma emergência sanitária global em meados de Agosto, depois que uma nova cepa começou a espalhar-se da República Democrática do Congo para países vizinhos.

 

“Se vocês querem saber se tenho certeza de que podemos arrecadar 600 milhões de dólares, direi com segurança que sim”, disse Jean Kaseya, Director-Geral do CDC.

 

Em Agosto, a agência estimou o custo da resposta ao MPox em US$ 245 milhões e disse que havia garantido apenas cerca de US$ 20 milhões. Kaseya não disse porque o valor, que exclui o custo das vacinas, havia aumentado.

 

Ele disse que o financiamento poderia vir de países da União Africana, parceiros de desenvolvimento, instituições filantrópicas e do sector privado. Disse ainda que a aliança internacional de vacinas GAVI prometeu assistência e que o CDC estava em discussões com o Pandemic Fund, uma organização multilateral que financia a resposta à pandemia.

 

Kaseya referiu que uma transferência de tecnologia para o continente reduziria o preço das vacinas entre 80 a 90%. O CDC disse no mês passado que as negociações começaram com a empresa de biotecnologia dinamarquesa Bavarian Nordic BAVA.CO para fabricar a sua vacina contra a Mpox em África, o que segundo Kaseya, ajudaria a tornar a vacina acessível para os países africanos. Kaseya anunciará o valor arrecadado na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York neste mês.

 

Dados do CDC mostram que África registou mais de 26.000 casos suspeitos de Mpox, incluindo 724 mortes até agora neste ano. Na República Democrática do Congo, crianças menores de 15 anos representam cerca de 60% dos casos suspeitos e 80% das mortes neste ano, disse o UNICEF em comunicado esta quinta-feira. (Reuters)

 

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O surto de sarampo na província de Cabo Delgado já afecta quatro distritos, nomeadamente, Ancuabe, Chiúre, Namuno e Montepuez, com um cumulativo de 340 casos, dos quais 68 necessitaram de internamento nas unidades sanitárias. Os dados foram avançados pelo médico Chefe Provincial, Edson Fernando, para quem a situação tende a agravar-se nos últimos dois meses. Ele apontou que o aumento dos casos de sarampo em Cabo Delgado deve-se à inacessibilidade de algumas comunidades às unidades sanitárias devido a acções terroristas, o que motivou de igual modo a ausência de vacinação em muitas crianças.

 

Segundo o médico chefe Provincial, para conter o surto será realizada de 16 a 22 deste mês uma campanha de vacinação, prevendo alcançar  1.739.963 crianças dos 9 aos 14 anos de idade. A fonte acrescentou que todas as condições logísticas estão criadas para garantir que maior parte do grupo-alvo seja alcançado, afirmando que a província já dispõe de 1.912 doses de vacina. Mais de 1000 equipas móveis e fixas serão igualmente constituídas para garantir a campanha de vacinação.

"Carta" apurou que, além dos quatro distritos, o surto de sarampo afecta outros pontos da província, como é o caso de Macomia, onde há relatos de pacientes com a doença. A situação tende a agravar-se devido à falta de medicação na unidade sanitária local, obrigando alguns pacientes a recorrer ao tratamento caseiro. (Carta)

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A Sala da Paz, uma plataforma de observadores constituída por diversas organizações da sociedade civil, apresenta várias recomendações face às constatações levantadas nos primeiros 15 dias da campanha eleitoral de 2024 e à medida que se avança para os restantes dias. Uma das constatações é a presença de menores de idade em campanha eleitoral, o que ilegal.

 

Nesse contexto, o destaque dos apelos vai para os líderes das caravanas partidárias e cidadãos adultos e aos pais e encarregados de educação, para dissuadir menores de idade a se envolverem em actos de campanha eleitoral. A Sala da Paz explica que o apelo não surge apenas para o respeito da lei, mas também para garantir a segurança dos menores, lembrando que estão entre as faixas etárias mais vulneráveis a actos de violência em actividades político-eleitorais em Moçambique.

 

A Sala da Paz exorta também as lideranças políticas, membros e simpatizantes de partidos políticos a enveredar por uma campanha eleitoral pacífica e ordeira e a se absterem de se envolver em actos de violência e de práticas que os coloquem em conflito com a lei.

 

À Polícia da República de Moçambique (PRM), a Sala da Paz exorta para que contribua para uma campanha eleitoral pacífica e ordeira, concentrando esforços em garantir a segurança e liberdade de todos os actores envolvidos na campanha eleitoral, especialmente, nos locais onde se espera os candidatos e os cabeças-de-lista, candidatos a governadores provinciais.

 

A Sala da Paz recomenda ainda aos partidos políticos e seus simpatizantes que respeitem os locais públicos e monumentos, evitando a colocação de panfletos e materiais de propaganda nas escolas, sinais de trânsito, edifícios religiosos e monumentos históricos.

 

A plataforma com mais de 400 observadores em todo o país apela para que os órgãos de gestão pública reforcem a fiscalização e proíbam o uso de bens públicos, como veículos e instalações do Estado, para fins de campanha eleitoral, garantindo igualdade de condições para todos os partidos e candidatos.

 

“Recomenda que os funcionários públicos mantenham a neutralidade e se abstenham de participar em actividades de campanha eleitoral durante o horário de trabalho, assegurando a prestação adequada dos serviços públicos. Em regiões como Cabo Delgado, onde há maior vulnerabilidade devido ao conflito, é essencial que a colaboração entre os partidos, autoridades locais e forças de segurança seja reforçada para garantir um ambiente seguro para a realização das campanhas”, lê-se no informe da plataforma.

 

A Sala da Paz apela ainda à observância de medidas de segurança no transporte e concentração de membros e simpatizantes de partidos políticos, tendo em conta que alguns incidentes violentos resultaram da falta de tomada de medidas cautelares para que não voltem a ocorrer. (Carta)

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Observadores filiados ao Consórcio Eleitoral Mais Integridade denunciam haver uma cobertura jornalística tendenciosa e favorável ao partido Frelimo por parte dos principais jornais (diários e semanários) e estações de televisão do país.

 

De acordo com o Relatório de observação eleitoral referente aos primeiros 15 dias da campanha eleitoral, publicado esta quarta-feira, à excepção da Rádio Moçambique, “que tem procurado dar uma abordagem equilibrada sob ponto de vista de espaço, número de peças, peças de abertura e rotatividade dos protagonistas”, todas as televisões fizeram uma cobertura favorável à Frelimo.

 

“Por exemplo, a STV, ao longo da primeira e segunda semana da campanha, fez a abertura diária dos telejornais com as actividades de campanha do candidato da Frelimo, seguido da Renamo e MDM. Nos meios de radiodifusão, no geral, a Frelimo acumulou 29% de toda a cobertura realizada contra 17% para a Renamo, 16% para o MDM e 6% para o PODEMOS”, revela a plataforma.

 

O “Mais Integridade” afirma ter chegado a estes resultados após analisar 1.470 peças publicadas em órgãos de comunicação social nacionais, sendo 27% em quatro jornais diários (Notícias, Diário de Moçambique, O País e Carta de Moçambique), 5% em sete jornais semanários (Savana, Zambeze, Domingo, Magazine Independente, Evidências, Dossiers e Factos e Público) e 68% em cinco meios de radiofusão (Rádio Moçambique, STV, TV Miramar, TV Sucesso e TVM).

 

O Consórcio Eleitoral “Mais Integridade” acrescenta que a tendência de favorecimento ao partido no poder se verificou também em jornais diários e semanários. “Esta tendência de distribuição de cobertura verificou-se, também, nos jornais diários e semanários, com a Frelimo com quase o dobro da cobertura em relação ao partido a seguir. Por exemplo, nos semanários, a Frelimo teve 38% da cobertura total a seu favor, contra 21% para Renamo, 19% para o MDM e 18% para o PODEMOS”.

 

Já nos jornais diários, os observadores eleitorais daquela plataforma referem que a Frelimo teve 42% do total das peças publicadas, seguida da Renamo com 24%, MDM com 18% e PODEMOS com 11%. “O candidato da Frelimo foi, ainda, beneficiado positivamente pelas TVs, através do uso de semi-directos, peças longas que oferecem construções e descrições narrativas da sua campanha com tonalidade positiva, o que ocorre poucas vezes na campanha dos partidos da oposição”, sublinha o Relatório.

 

Relativamente aos Tempos de Antena, na Rádio Moçambique, o “Mais Integridade” diz ainda haver desrespeito pelo alinhamento dos concorrentes ao Parlamento, com cerca de 79% das unidades de tempos a serem transmitidas fora da ordem estabelecida pelos órgãos eleitorais.

 

Refira-se que o país entra hoje para o seu 20º dia consecutivo, com os candidatos presidenciais ainda a esgrimirem os seus argumentos para convencer o eleitorado a votar em si. Daniel Chapo continua a trabalhar na província de Gaza, enquanto Ossufo Momade “namora” o eleitorado de Nampula, o maior círculo eleitoral do país. Venâncio Mondlane trabalha na província do Niassa e Lutero Simango, na província de Cabo Delgado. (Carta)

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