As autoridades sanitárias sul-africanas confirmaram em laboratório mais um caso positivo para a Mpox (varíola de macacos), sendo o paciente mais recente um homem de 38 anos da Cidade de Cabo, sem histórico de viagens internacionais. Com esta descoberta, sobe para 25 o número de casos positivos registados no país, desde a eclosão do surto em maio deste ano, incluindo três mortes.
Doze casos de mpox foram confirmados em Gauteng, 11 em KwaZulu-Natal e dois no Cabo Ocidental. De acordo com o departamento de Saúde, o último paciente procurou intervenção médica num consultório médico particular na Cidade do Cabo na quarta-feira (04) da semana passada.
Isso ocorreu depois que ele apresentou lesões típicas de Mpox no rosto, tronco, tórax e genitais. Ele também teve dor de cabeça, sensibilidade à luz, dor de garganta e dores musculares. “O paciente não foi admitido, mas foi instado a ficar em isolamento domiciliar enquanto aguardava os resultados dos testes. Os resultados voltaram positivos na sexta-feira, 6 de setembro”, diz o Departamento de Saúde.
De acordo com o relatório, o paciente não tem histórico recente de viagens internacionais nem teve contacto com um caso suspeito ou confirmado de Mpox. “O paciente está em isolamento domiciliar e em condição estável. Pedimos a todos os contatos identificados e suspeitos que cooperem com as autoridades de saúde durante o rastreio de contactos para triagem e possível diagnóstico para prevenir a transmissão futura desta doença prevenível e tratável”, exorta o Departamento de Saúde.
Enquanto isso, de acordo com o departamento, o risco de transmissão mais ampla continua baixo no país, mas qualquer pessoa pode contrair Mpox, independentemente de idade, sexo, orientação sexual e raça.
Alguns dos sintomas comuns da Mpox incluem erupção cutânea que pode durar de duas a quatro semanas, febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, falta de energia e glândulas inchadas. “A erupção cutânea dolorosa parece bolhas ou feridas e pode afectar o rosto, as palmas das mãos, as solas dos pés, a virilha e assim por diante”, explicou o departamento.
A eclosão de casos positivos para a Mpox na África do Sul é um alerta para Moçambique, tendo em conta que os dois países partilham a mesma fronteira, e diariamente há um fluxo de moçambicanos para a chamada terra do rand.
Até agora, das 36 amostras recolhidas em Moçambique, todas testaram negativo para a Mpox e o país está à busca de parceiros internacionais para ter acesso a vacinas contra a doença. A Organização Mundial da Saúde declarou no mês passado a Mpox como uma Emergência de Saúde Global, com mais de dois mil casos e 517 mortes relatadas em 13 países africanos até 2024. (SAnews)
Os estudantes de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) amotinaram-se nas primeiras horas desta segunda-feira (09) em frente ao edifício do Ministério da Saúde (MISAU), em protesto contra a falta de pagamento do subsídio de estágio.
Os estudantes estagiários afectos ao Hospital Central de Maputo (HCM) reivindicam os seus subsídios de quatro meses e lamentam o facto de que o pagamento quase sempre só acontece depois de muita pressão. "Somos estagiários do sexto ano e estamos a reivindicar aquilo que são os nossos direitos. Sem dinheiro, trabalhamos desmotivados", disse o porta-voz dos estudantes.
Neste contexto, os estudantes alegam ter submetido uma carta ao Ministério da Saúde para dar a conhecer a sua situação, mas não obtiveram uma resposta positiva, visto que há quatro meses não recebem os seus subsídios e, até ao momento, nem sabem quando os vão receber.
Os estudantes afirmam que não é a primeira vez que se deslocam ao MISAU para exigir os seus direitos, mas o mais desgastante é que, para receber o valor do subsídio, é necessário fazer muito “barulho”, pois dificilmente o pagamento é efectuado a tempo e horas.
O grupo sente-se agastado e está preocupado com a forma como as autoridades lidam com questões tão simples como estas, principalmente quando se trata de dinheiro. "Somos futuros médicos e, se tivermos que passar a vida a viver de “cão e gato” com o governo, não sabemos onde isso vai terminar. Nós temos passado por situações difíceis durante o processo de estágio que muitos não suportariam e neste momento estamos desmotivados", acrescentou um dos estudantes.
"Lamentamos ainda o facto de alguns colegas não se deslocarem ao local de estágio, de vez em quando, por falta de dinheiro e isso torna-se deplorável a cada dia", frisaram. Entretanto, na tarde desta segunda-feira, o MISAU manteve um encontro com os estudantes estagiários e prometeu pagar os subsídios nos próximos dias. (M.A.)
Maria de Lurdes Mutola, a lendária, eterna e incontornável campeã olímpica dos 800 metros, manifestou no último sábado, em Maputo, durante um encontro que manteve com o próprio, o seu apoio ao candidato presidencial da Frelimo, Daniel Chapo, por o considerar o candidato melhor preparado para as funções de mais alto magistrado da nação.
A situação do atletismo em Moçambique foi tónica dominante do encontro, que foi ainda marcado pela troca de ideias sobre as dificuldades e os desafios enfrentados pelos atletas moçambicanos, especialmente os jovens que buscam oportunidades para se destacarem no cenário internacional.
Lurdes Mutola, que é uma das figuras mais respeitadas do desporto nacional e internacional, compartilhou as suas experiências e destacou a importância de investimentos contínuos no desporto de base como forma de se garantir o surgimento de novos talentos.
Chapo, por sua vez, expressou o seu compromisso com o desenvolvimento do desporto no país, sublinhando que o atletismo tem um papel crucial na promoção da saúde, do bem-estar e da coesão social. Afirmou que, caso seja eleito, dará especial atenção ao fortalecimento das infra-estruturas desportivas e ao apoio aos atletas em todas as fases das suas carreiras.
De recordar que Maria de Lurdes Mutola, que colocou a ‘Marca Moçambique’ no ápice do globo terrestre ao conquistar, em 2000, em Sydney, na Austrália, a medalha de ouro nos 800 metros, tem-se evidenciado, nos últimos anos, na promoção do desporto feminino em Moçambique. Por meio da organização de que é patrona, a Fundação Lurdes Mutola, a ex-atleta tem dado um apoio significativo ao futebol feminino, destacando-se pela criação e suporte à ‘Liga Mutola’, uma iniciativa que visa fortalecer e expandir a prática do futebol entre as mulheres no país.
O encontro terminou com a promessa de uma colaboração contínua entre Chapo e Mutola, visando criar condições favoráveis para o crescimento do atletismo em Moçambique. Ambos comungam da ideia segundo a qual é essencial que se criem políticas públicas eficazes, que promovam não apenas a prática desportiva, mas também a inclusão social e o desenvolvimento humano através do desporto.
O encontro entre Chapo e Lurdes Mutola reforça a importância do desporto como ferramenta de transformação social e o papel dos líderes na promoção de iniciativas que beneficiem as futuras gerações.
De resto, Chapo destacou-se, sempre, quer enquanto administrador distrital (Nacala-a-Velha e Palma, em Nampula e Cabo Delgado, respectivamente) e governador da província de Inhambane, durante oito anos, como amante e promotor do desporto na sua plenitude, sendo, ele próprio, praticante de futebol e basquetebol.(Carta)
Um membro do partido da oposição na Tanzânia foi encontrado morto depois de, na sexta-feira, ter sido raptado por homens armados, espancado e encharcado com ácido, afirmou ontem o presidente do partido Chadema.
Numa conferência de imprensa, o presidente do partido, Freeman Mbowe, disse que o membro do secretariado nacional do partido Ali Mohamed Kibao foi obrigado a sair de um autocarro sob a mira de uma arma, na sexta-feira, quando viajava de Dar es Salaam para Tanga, na costa norte do país.
A morte de Kibao ocorre menos de um mês depois de Mbowe, o seu adjunto Tundu Lissu e outros dirigentes do Chadema terem sido detidos numa operação policial antes de um comício da juventude do partido.
“A autópsia foi feita (na presença) dos advogados do Chadema e é evidente que Kibao foi severamente espancado e que lhe foi aplicado ácido na cara”, disse Mbowe durante a conferência de imprensa, realizada em Dar es Salam, a capital da Tanzânia, país que faz fronteira, a sul, com Moçambique.
“Não podemos permitir que o nosso povo continue a desaparecer ou a ser morto desta forma”, afirmou, acrescentando que "as vidas dos funcionários do Chadema estão atualmente em perigo" e que outros funcionários do partido estão desaparecidos.
A Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, disse no domingo que tinha tomado conhecimento da morte de Kibao “com grande tristeza” e apresentou as suas condolências à família, amigos e líderes do partido.
“Ordenei às autoridades responsáveis pela investigação que me enviassem relatórios pormenorizados sobre este incidente extremamente grave”, escreveu na sua conta na rede social X (antigo Twitter). “O nosso país é democrático e todos os cidadãos têm direito à vida. O governo que lidero não tolerará tais atos de crueldade”, acrescentou.
Vários ativistas dos direitos humanos e opositores mostraram-se preocupados com a repressão, que, dizem, poderia levar a um regresso às políticas opressivas do ex-presidente John Magufuli, que morreu em 2021.
Em agosto, a ONG Amnistia Internacional descreveu as detenções de opositores como um “sinal profundamente preocupante” em vésperas das eleições presidenciais e parlamentares da Tanzânia, em 2025, as primeiras desde a morte de Magufuli. (Lusa)
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) afirmou que as redes sociais não estão a ser usadas de forma adequada para a divulgação de informações neste período de campanha eleitoral. A informação foi partilhada no último sábado pelo porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, durante o balanço sobre a actuação da imprensa durante a campanha eleitoral.
“Existe uma preocupação comum para todos, tanto para os órgãos eleitorais como para os concorrentes, que tem a ver com o uso da mídia digital. Isto porque ninguém escapa às investidas dos produtores e difusores de ‘fake news’, que têm por objetivo prejudicar aqueles que concorrem de forma leal, prejudicando aquilo que são os objectivos de uma campanha e propaganda política”, destacou Paulo Cuinica.
A fonte disse ainda que, neste período, é notória a distribuição equitativa dos espaços (televisivos e radiofónicos) criados para a cobertura da campanha eleitoral.
Para o porta-voz da CNE, nota-se também que tem havido equilíbrio em relação à isenção que se pretende neste tipo de processos. Entretanto, a CNE aponta com preocupação o uso de uma linguagem inadequada por alguns candidatos.
“Alguns candidatos não têm pautado por uma linguagem moderada para o bom curso da campanha eleitoral. Temos acompanhado alguma linguagem com tendência para a incitação à violência, com injúria à mistura”, explicou Cuinica. (M. Afonso)
A segunda semana de campanha eleitoral foi marcada por três acidentes de viação que resultaram em dois mortos e mais de 100 feridos. Os dois primeiros ocorreram na segunda-feira, em Sussundega, província de Manica, e causaram um morto e cerca de uma dezena de feridos. O segundo foi na quarta-feira, no Rio Mulongozi, em Milange, província da Zambézia. Todos envolveram viaturas transportando membros da Frelimo para reforçar a campanha eleitoral do seu candidato, Daniel Chapo.
O primeiro acidente, que resultou na morte de uma pessoa, ocorreu na localidade de Sembezeia, em Sussundega, Manica. O taipal da viatura, caixa aberta, em que viajavam os simpatizantes do partido Frelimo abriu-se provocando a sua queda. A vítima mortal foi levada para a morgue do Centro de Saúde de Sussundenga.
O segundo envolveu uma viatura proveniente do Central Mavuze, em Manica, que levava, igualmente, outros membros do mesmo partido. A viatura capotou causando um ferido grave e outros tantos ligeiros. O motorista perdeu o controlo da viatura, sendo que a vítima grave fracturou a perna e foi transportada para o Centro de saúde de Sussundenga e, posteriormente, transferida para o Hospital Provincial de Chimoio.
O terceiro acidente ocorreu na quarta-feira, em Milange, e resultou em um morto confirmado e 92 feridos, entre ligeiros e graves. São todos membros e simpatizantes do partido Frelimo que também se deslocavam das localidades para a recepção do candidato à Presidência da República, Daniel Francisco Chapo. No regresso, o carro que transportava os “camaradas” perdeu o controle no rio Mulongozi na via Milange-Majaua.
A directora distrital de Saúde Mulher Acção Social de Milange confirmou a entrada de 93 pacientes feridos. Um deles acabou perdendo a vida no hospital. Três estão em estado grave e foram transferidos para o Hospital Central de Quelimane. O motorista do autocarro, de matrícula AGQ 084 MC, que carregava um pouco mais de 100 pessoas, estaria, supostamente, embriagado.
Ainda na semana finda circulou uma viatura com atrelado transportando mais de uma centena de apoiantes da Frelimo. A viatura saía de Marromeu para reforçar a campanha da Frelimo, durante a passagem de Chapo pela província de Sofala.
Violência em Niassa
Sexta-feira e sábado foram, igualmente, dias de tensão em alguns distritos da província do Niassa, por onde passou o candidato do PODEMOS, Venâncio Mondlane. Na sexta-feira, membros da Frelimo realizaram campanha onde estava previsto um comício popular do candidato Venâncio Mondlane. As partes confrontaram-se.
No sábado, os confrontos foram em Mecanhelas pelas mesmas razões. A Polícia abandonou o local onde era esperado o candidato presidencial, na vila municipal de Insaca, por volta das 17 horas. Venâncio só chegou por volta das 19 horas e a caravana marchou até ao local onde se realizou o comício. Mas o dia tinha sido marcado por confrontos.
A caminho do local do comício de Venâncio, os integrantes da caravana rasgaram panfletos dos outros partidos, com destaque para os da Frelimo. A acção era maioritariamente protagonizada por menores. (CIP Eleições)