Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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O Access Bank finalizou recentemente a aquisição do African Banking Corporation Zambia Limited, que ainda actua como Atlas Mara Zâmbia, consolidando a sua posição como um dos cinco maiores Bancos daquele país africano. A operação foi concluída após a aprovação regulatória e o cumprimento de todas as condições contratuais e permite que, desde já, o Atlas Mara seja completamente uma filial do Access Bank Zâmbia.

Nos termos acordados, os dois bancos vão continuar a operar separadamente até que   todos   os   processos   relacionados   com   a   integração   estejam   concluídos. Terminado o processo de fusão, as entidades combinadas vão tornar-se num dos cinco maiores bancos da Zâmbia na arrecadação de receitas, com perspectivas de se encontrarem entre os três maiores até 2027.

Esta transacção estratégica permitirá ao Access Bank expandir as suas operações, oferecendo uma série de serviços financeiros e fortalecendo o seu compromisso com o desenvolvimento económico da Zâmbia. Nos últimos dois anos, o Access Bank tem vindo a reforçar a sua presença global em África com a aquisição, no segundo semestre de 2023, de participações de dois bancos em Angola, e a aquisição do Standard Chartered noutros  países   como Camarões, Gâmbia e Serra Leoa. 

A instituição financeira consumou ainda o negócio de Consumer, Private & Business Banking, na Tanzânia. O  Administrador-Delegado   do   Access   Bank   Mozambique,   Marco   Abalroado, expressou satisfação, considerando que  “esta aquisição representa um marco  importante para a nossa estratégia de expansão e de crescimento contínuo, sendo que só no último ano realizámos novas aquisições em quatro países”.

E acrescentou: “Estamos   melhor   posicionados   para   atender   às  necessidades financeiras dos nossos clientes em Moçambique e na região da  SADC   e   acreditamos   que   esta   integração   proporcionará   sinergias  operacionais e estratégicas, permitindo a optimização de recursos e a oferta  de serviços financeiros inovadores e eficientes".(Carta)

Um grupo de empresas moçambicanas, composto pelo Banco Nacional de Investimento (BNI), Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique, E.P (CFM), Construções Karina, Cornelder de Moçambique (CdM), Electricidade de Moçambique (EDM), EMOSE, Grindrod, Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), Manica, Mota-Engil, Petromoc e a  Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), uniu-se com um propósito nobre: apoiar a participação da Selecção Moçambicana de Futebol "Mambas" no Campeonato Africano das Nações (CAN-2023). O prestigiado torneio acontecerá na Costa do Marfim, em Janeiro e Fevereiro de 2024.

 

“Carta de Mocambique” apurou que a colecta resultou num montante de 20 milhões de Meticais, canalizados através do Fundo de Promoção Desportiva (FPD). O fundo é destinado, entre outros, para cobrir despesas associadas ao recente estágio na África do Sul, equipamento e estampagem do mesmo e despesas de alojamento, alimentação e transporte durante o campeonato na Costa do Marfim.

 

Ao contribuírem para a participação dos Mambas no CAN 2023, estas empresas destacam a convicção de que esta iniciativa não apenas "enaltece o desporto nacional, mas também servirá como um veículo para elevar o nome de Moçambique a níveis internacionais, promovendo o sentimento colectivo de orgulho nacional".

 

“Ao unir esforços, o BNI, CFM, Construções Karina, Cornelder, EDM, EMOSE, Grindrod, HCB, Manica, Mota-Engil, MPDC e a Petromoc, reforçam o seu compromisso com o desenvolvimento integral de Moçambique, usando o desporto como uma ferramenta de coesão e projecção positiva a nível internacional. Este apoio colectivo destaca a importância da colaboração entre sectores e empresas para impulsionar iniciativas desportivas de grande significado nacional, demonstrando que, quando unimos forças, conseguimos alcançar feitos notáveis“, lê-se num comunicado recebido na “Carta”.(Carta)

 

  • Era um grande sofrimento para sair de Marracuene. Levávamos mais de uma hora, pior nos dias chuvosos - residente na Macaneta
  • O turismo está num nível muito alto depois da construção da estrada. Com a estrada, conseguimos ter o maior número de clientes – operador turístico

 

Operadores turísticos e residentes da localidade de Macaneta, em Marracuene, província de Maputo, afirmam que a estrada Marracuene – Macaneta, inaugurada em Novembro de 2022, trouxe melhores condições de circulação, o que facilitou a vida da comunidade e fez crescer os negócios.

 

Antes da nova estrada, uma estrutura de pavês de cerca de dez quilómetros, a travessia Marracuene - Macaneta e vice-versa era feita através de embarcações, muitas delas, limitadas em termos de espaço, principalmente para viaturas. Em períodos de alta procura de turismo, as filas de viaturas chegavam a levar vários horas, devido à falta de espaço nas embarcações.    

 

Samuel Tinga instalou-se com a família há dez anos na localidade de Macaneta e hoje nota as mudanças trazidas pela estrada: “era um grande sofrimento para sair de Marracuene. Levávamos mais de uma hora, pior nos dias chuvosos. Agora, Macaneta, para mim, está melhor. A via está boa a ponto de entrarem agentes de trânsito, para fiscalização”, disse.

 

De acordo com as autoridades distritais, Marracuene recebeu perto de 60 mil turistas durante as festas de natal e fim-de-ano, entre nacionais e estrangeiros. Bartolomeu Romane é um deles e não esconde o antes e o depois. “A estrada trouxe um grande impacto ao nível da Macaneta. Não cresceu apenas o turismo, cresceram também as infra-estruturas. Estamos a falar de três mil viaturas nas festas, é um número enorme. Temos muitos turistas”, disse.

 

Do grupo de turistas estrangeiros, maior parte são sul-africanos. Operadores da área dizem que tiveram acomodação esgotada, o que não acontecia antes da construção da via. “A estrada trouxe muita ajuda. Primeiramente, é que o turismo está num nível muito alto depois da construção da estrada. Com ela (a estrada), conseguimos ter o maior número de clientes”, disse o gestor de um dos estabelecimentos hoteleiros mais requisitados na Macaneta.  

 

Secundando a ideia, outros operadores explicaram que receberam clientes de diferentes partes, entre Europa, África do Sul e Moçambique, e que têm as reservas paras as festas de natal e fim-de-ano de 2023 e 2024 preenchidas. “O turismo dá-nos movimento. Os nossos trabalhamos estão a decorrer da maneira certa. Estamos a ganhar o pão pela estrada”, frisou um operador.

 

A estrada Marracuene – Macaneta, com portagem, tem uma extensão de aproximadamente dez quilómetros e custou cerca de 462 milhões de meticais, financiados pela Rede Viária de Moçambique (REVIMO), concessionária da via.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apontou hoje a segurança como condição para a atração de investimento para o país, considerando que estabilidade é uma prioridade no seu executivo.

 

“Onde não há segurança ninguém investe”, declarou Filipe Nyusi, durante uma reunião com o empresariado moçambicano que o acompanha na visita de trabalho de quatro dias à Índia.

 

Para Filipe Nyusi, embora o terrorismo em Cabo Delgado seja um dos principais desafios, Moçambique precisa criar condições de segurança contra todo o tipo de ameaças, condição para criação de um bom ambiente de negócios.

 

“Nós temos de ver todo o tipo de segurança até ao detalhe, não só quanto ao terrorismo”, frisou o chefe de Estado moçambicano, que destacou as “potencialidades económicas” de Moçambique para investimentos.

 

“Temos de ser mais agressivos economicamente ou comercialmente. Procurar soluções e, em cada momento ou em que há obstáculos, ser perseverantes e resilientes”, acrescentou o chefe de Estado moçambicano.

 

Desde 2017, grupos rebeldes aterrorizam a província Cabo Delgado, norte de Moçambique, um conflito que já deixou um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

 

A reunião do chefe de Estado moçambicano com o empresariado moçambicano na Índia antecede um fórum de negócios entre Moçambique e Índia, no âmbito da 10.ª edição da Cimeira Global de Gujarat, que decorre naquele país asiático.

 

A visita de Filipe Nyusi à Índia resulta de um convite do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, com quem Filipe Nyusi esteve, primeiro, na cerimónia inaugural da Cimeira e, depois, numa reunião bilateral.

 

Filipe Nyusi visita a Índia num momento em que um diferendo, em tribunal, entre duas empresas sobre a liberalização das exportações de feijão bóer para a Índia levou ao bloqueio de dezenas de toneladas deste produto em portos moçambicanos.

 

Em finais de dezembro, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique - CTA esclareceu que o feijão bóer que estava retido já está a ser exportado para a Índia, reiterando o “livre acesso ao mercado” como a melhor opção para evitar problemas similares.

 

A exportação de feijão bóer para a Índia, que é o principal mercado deste produto, resulta de um memorando de entendimento com Moçambique, assinado em 2016, prevendo a isenção de direitos aduaneiros para os importadores indianos.

 

A Índia é o maior produtor e consumidor de feijão bóer, com a imprensa indiana a indicar a subida de 10% no preço do produto no país em dois meses, precisamente devido às dificuldades de importação a partir de Moçambique.(Lusa)

O Governo do Japão atribuiu três milhões de dólares (2,1 milhões de euros) para apoiar o regresso à escola de milhares de crianças moçambicanas afetadas pelo ciclone Freddy em 2023, anunciou hoje a Parceria Global para a Educação (GPE, na sigla em inglês).

 

De acordo com informação daquela organização, o apoio do Japão irá servir para “ajudar as crianças afetadas pelo ciclone em Moçambique a regressar à escola e para aumentar a resiliência da educação às alterações climáticas”.

 

“As alterações climáticas já ameaçam o direito das crianças à educação. À medida que a frequência e a intensidade dos fenómenos meteorológicos extremos aumentam em todo o mundo, quase mil milhões de raparigas e rapazes – aproximadamente metade das crianças do planeta – vivem em países que correm um risco extremamente elevado dos impactos das alterações climáticas, tais como secas, ciclones e inundações”, recorda a GPE.

 

O ciclone Freddy, o mais duradouro já registado, atingiu Moçambique duas vezes, entre 24 de fevereiro e 11 de março de 2023, afetando 1,2 milhões de pessoas “e perturbando a educação de milhares de crianças” - nomeadamente pela destruição de centenas de salas de aula já precárias -, sublinha a organização.

 

A GPE apresenta-se como um “compromisso partilhado para acabar” com a “crise mundial” no ensino e educação, mobilizando parceiros e fundos para apoiar quase 90 países de rendimentos mais baixos na transformação dos seus sistemas educativos através de organizações no terreno.

 

“Para que todas as raparigas e rapazes possam obter a educação de qualidade de que necessitam para libertar todo o seu potencial e contribuir para a construção de um mundo melhor”, descreve a GPE.

 

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

 

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.

 

Já no primeiro trimestre do ano passado, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy pelo país provocaram 306 mortos, afetaram mais de 1,3 milhões de pessoas e destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, segundo dados oficiais do Governo.(Lusa)

Um estudo levado a cabo pelo Standard Bank Moçambique concluiu que a actividade económica do sector privado abrandou em Dezembro de 2023 e, consequentemente, em todo o último trimestre do ano. O principal valor calculado pelo inquérito Purchasing Managers’ Index (PMI) caiu para 48,8 pontos em Dezembro, contra 49,6 em Novembro, tendo como metodologia que valores abaixo de 50 pontos significam queda e acima de 50 pontos apontam para uma melhoria nas condições das empresas.

 

O relatório do estudo refere que a queda do PMI colocou o sector privado moçambicano em zona de contracção pelo segundo mês consecutivo em Dezembro, atingindo o indicador mais baixo dos últimos 11 meses. Comentando os resultados do estudo, o Economista-chefe do Standard Bank Moçambique, Fáusio Mussá, explica que a queda do PMI reflectiu principalmente contracções na produção, nas novas encomendas, nos stocks de aquisições e na quantidade de aquisições, o que aponta para uma procura agregada moderada.

 

Segundo Mussá, as empresas enfrentaram custos de aquisição mais elevados em Dezembro, mas não conseguiram aumentar os preços de venda na mesma magnitude, devido à fraca procura.

 

“O PIB para os três trimestres até Setembro de 2023 registou um crescimento médio de 4,9% em termos homólogos, apoiados pelo aumento da produção na plataforma Coral Sul, que fez com que o PIB [Produto Interno Bruto] do sector extractivo crescesse 39,5% em termos homólogos. O crescimento do PIB do sector não extractivo foi mais suave, situando-se em 2,7% em termos homólogos”, acrescentou o economista.

 

Para 2024, Mussá diz que o Standard Bank mantém a sua previsão de crescimento do PIB de 5,1% em termos homólogos, mesmo considerando que o crescimento pode abrandar no sector extractivo, apesar do esperado apoio da provável retoma do investimento do gás natural em Cabo Delgado, bem como do aumento das despesas de investimento do Estado, num ano com eleições gerais marcadas para Outubro de 2024.

 

“A inflação, que se situou em 5,4% em termos homólogos em Novembro de 2023, deverá continuar a aumentar, reflectindo sobretudo as pressões sobre os preços dos produtos alimentares. Mantemos a nossa previsão de inflação no fim do ano em 5,9% em termos homólogos para 2024”, assinalou o Economista-chefe do Standard Bank.

 

O PMI do Standard Bank Moçambique é compilado mensalmente, desde Março de 2015, a partir das respostas aos questionários enviados aos directores de compras de um painel de cerca de 400 empresas do sector privado. O painel é estratificado por sector específico e dimensão das empresas em termos de número de colaboradores, com base nas contribuições para o PIB. Os sectores abrangidos pelo inquérito incluem a agricultura, a mineração, o sector manufatureiro, a construção, o comércio a grosso e a retalho e os serviços. (Carta)

As forças conjuntas moçambicanas e ruandesas desmantelaram, na última segunda-feira (08), um esconderijo de terroristas, na região de Naquitengue, extremo sul do distrito de Mocímboa da Praia.

 

Um comunicado do Gabinete de Comunicação e Imagem do Governo de Mocímboa da Praia indica que, durante a operação, foi possível recuperar dos terroristas parte de bens pilhados e as armas usadas durante os ataques às aldeias Ntotwe e Chimbanga, nos dias 3 e 5 de Janeiro corrente.

 

De acordo com a nota, parte dos bens recuperados foram devolvidos à população de Ntotwe e Chimbanga, numa cerimónia orientada pelo administrador de Mocímboa da Praia, Sérgio Cipriano.

 

Entretanto, os terroristas atacaram, esta quarta-feira (10), a aldeia Nachiji, onde mataram uma pessoa, segundo fontes locais, que não avançaram mais detalhes. Outro ataque foi registado na terça-feira (09), no distrito de Macomia, na aldeia Litamanda, posto administrativo de Chai. Este episódio foi esta quarta-feira (10) reivindicado pelo Estado Islâmico, apontando um morto e dez casas queimadas. (Carta)

Já está em curso o processo de liquidação da Austral Seguros, empresa obrigada a encerrar as portas pelo regulador do sector no passado dia 19 de Dezembro, por falta de garantias financeiras exigidas para o exercício da actividade seguradora, por um lado, e por falta de actualização do capital social da empresa, por outro.

 

Na última segunda-feira, a Comissão Liquidatária da Austral Seguros convocou os credores da empresa para uma reunião a ter lugar amanhã, 12 de Janeiro, nas instalações da seguradora, na capital do país. O objectivo é listar os indivíduos e empresas prejudicados pela liquidação da seguradora, de modo a apurar o valor a ser desembolsado para a sua indemnização.

 

Lembre-se que a Austral Seguros foi alvo de uma execução judicial em princípios de Dezembro passado devido à sua incapacidade de pagar dívidas aos seus credores. Aliás, os escritórios chegaram a estar encerrados por dois dias, porém, aos jornalistas e clientes, a seguradora garantia que as actividades decorriam na sua maior normalidade e que o escritório tinha sido encerrado apenas para questões de limpeza e mudança de equipamento de escritório.

 

No Aviso de revogação da licença da Austral Seguros, o Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique defende: “a conduta demonstrada pela Companhia de Seguros da África Austral prejudica sobremaneira os interesses dos segurados e terceiros lesados que, em primeiro lugar, devem ser protegidos, bem como perturba as condições normais de funcionamento do mercado de seguros que se pretende eficiente, sólido e credível”.

 

O PCA da Austral Seguros, Bernardo Cumaio, recorde-se, nunca veio a público explicar o que se passava naquela seguradora, apesar das promessas feitas pelo seu Assessor de Imprensa de que a companhia emitiria um comunicado a esclarecer o que levou o Tribunal a executá-la.

 

Realçar que os problemas financeiros da Austral Seguros, uma das mais antigas do país, vão para além de dívidas com os credores, incluindo também de ordem laboral. Em 2020, um grupo de trabalhadores denunciou atrasos salariais de mais de seis meses. A estória repetiu-se em Agosto de 2022, quando mais de 20 trabalhadores denunciaram atrasos salariais, que levaram alguns a se desvincular da companhia. Aliás, há quem entende que a Austral Seguros continuava operacional graças à protecção política, pois, tecnicamente, estava falida. (Carta)

quinta-feira, 11 janeiro 2024 08:20

Moçambique regista Síndrome Gripal

O Ministério da Saúde (MISAU) esclarece que Moçambique está a passar por uma crise de Infecções Respiratórias Agudas (IRAS), também conhecidas como síndromes gripais. As infecções são causadas principalmente por vírus respiratórios, tais como o vírus Influenza, o vírus sincicial respiratório e o SARS COV-2.

 

De acordo com um comunicado de imprensa do Ministério da Saúde, em Moçambique, as infecções ocorrem durante todo o ano e o número de casos aumenta nos meses de Janeiro a Abril, com o pico em Março, e nos meses de Junho a Setembro e com o pico em Agosto.

 

Neste contexto, o MISAU apela à vigilância da Síndrome Gripal para melhor monitorar a tendência epidemiológica, a sazonalidade e a circulação de variantes do vírus causador.

 

Embora o sistema de monitoria tenha registado um aumento progressivo da taxa de positividade do vírus influenza de 12 por cento para 20 por cento nas últimas semanas do mês de Dezembro, os dados clínicos ainda não reportam um aumento correspondente do número de casos nas unidades sanitárias.

 

“A taxa de positividade de SARS COV-2 mantém-se estável e inferior a 10 por cento desde o último trimestre de 2023. Para a presente época sazonal, o pico das gripes poderá ocorrer em Março. Neste sentido, o MISAU recomenda o reforço das medidas de higiene, etiqueta da tosse, lavagem das mãos e o uso obrigatório da máscara para os indivíduos com sintomas respiratórios agudos”, refere a nota.

 

O esclarecimento surge poucas horas depois de várias mensagens terem circulado nas redes sociais, dando conta da existência da gripe “A” em Moçambique, a qual é altamente contagiosa.

 

Na mesma nota, o MISAU explica que os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que está a ocorrer uma variação sazonal das Infecções Respiratórias Agudas a nível global dentro do padrão sazonal esperado. Em relação à Europa e América do Norte, o aumento do número de casos ocorre sobretudo no inverno, entre os meses de Dezembro e Março. (Marta Afonso)

O Ministério da Economia e Finanças (MEF) publicou, esta terça-feira (09), a Proposta da Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE) 2024-2043, um instrumento de planificação que estabelece as directrizes estratégicas para alcançar o crescimento económico e o desenvolvimento social de forma sustentável e inclusiva ao longo dos próximos 20 anos. Das 13 metas, a ENDE 2024-2043 prevê que o rendimento médio anual de cada moçambicano cresça cinco vezes mais, atingindo os 3.3 mil USD. Prevê ainda melhorar a esperança de vida à nascença de 55.7 anos para 76 anos.

 

Os principais objectivos da Estratégia abrangem o fortalecimento da governação e da transparência, o desenvolvimento da infra-estrutura estratégica do país, o desenvolvimento do capital humano, a promoção da diversificação da economia, o aumento da produtividade e competitividade, a garantia do acesso e qualidade dos serviços básicos, a promoção da inclusão social e a sustentabilidade ambiental.

 

Para alcançar esses objectivos, a proposta da ENDE é operacionalizada por cinco pilares fundamentais: Transformação Estrutural da Economia; Transformação Social e Demográfica; Infra-estruturas e Ordenamento Territorial; Governação; e Ambiente e Economia Circular. Cada pilar é constituído por objectivos estratégicos, indicadores de resultado e metas a serem atingidas até 2043.

 

Com a implementação da proposta da ENDE 2024-2043, o Governo prevê alcançar 10 resultados, nomeadamente: melhoria na eficácia e transparência da governação; estabilidade macroeconómica e crescimento económico diversificado, inclusivo e sustentável; aumento da renda per capita e melhoria da qualidade de vida da população; redução significativa da pobreza e das desigualdades sociais; melhoria na saúde e educação da população, resultando no aproveitamento do dividendo demográfico e numa força de trabalho mais qualificada e produtiva.

 

Dos 10 resultados da Estratégia, espera-se ainda o desenvolvimento de sectores que agregam valor e fortalecem a competitividade do país, com destaque para agro-indústrias; avanços significativos na área de pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico; implementação de políticas públicas focadas na sustentabilidade e protecção do meio ambiente; melhoria na infra-estrutura económica e social, impulsionando o desenvolvimento em todas as zonas do país; e consolidação de uma economia resiliente, capaz de enfrentar desafios internos e externos.

 

Relativamente às metas (13), a proposta da ENDE para os próximos 20 anos prevê aumentar a taxa média anual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real de 4.1% para 9.2%; elevar a taxa de rendimento médio per capita (ou renda pessoal em salário, em pensões etc.) dos actuais 605.9 USD (38.1 mil Meticais) para 3.3 mil USD (208.4 mil Meticais); melhorar a esperança de vida à nascença de 55.7 anos para 76 anos; reduzir a taxa de analfabetismo de 38.3% para 19.3%;

 

A Estratégia prevê igualmente aumentar o acesso à energia da rede pública de 39% para 100%; aumentar o acesso à água segura de 53.6% para 85%; aumentar o acesso ao saneamento seguro de 31.7% para 68%; reduzir a proporção da população que vive abaixo da linha de pobreza nacional de 68.2% para 27.9%; e reduzir o índice de desigualdade de 5 para 3.

 

Com a ENDE 2024-2023, o Executivo pretende ainda melhorar a percepção do controlo da corrupção (pontos 0 a 100), de 15.9 pontos para 42 pontos; aumentar o Investimento Directo Estrangeiro (IDE), em percentagem do PIB, de 10.7% para 45.9%; melhorar a capacidade de previsão e resposta a eventos extremos (cheias, secas, etc.) de cinco dias para dois dias; aumentar o Índice de Desempenho Ambiental, (pontos de 0 a 100), de 31.7 pontos para 59.9 pontos.

 

O MEF sublinha que a implementação da ENDE requer a coordenação e articulação de diversos actores, tanto públicos quanto privados, nacionais e internacionais, que participam das diferentes etapas do ciclo de gestão de projectos: planificação, execução, monitoria e avaliação. A ENDE conta com um sistema integrado de gestão para acompanhar o progresso, verificar o cumprimento das metas, avaliar os resultados alcançados e facilitar a comunicação, a transparência e a prestação de contas.

 

Para o Executivo, a ENDE é um instrumento ambicioso com o objectivo de transformar o país numa economia moderna, competitiva, sustentável e inclusiva. Para o sucesso da implementação da ENDE, o Governo diz que é fundamental o envolvimento activo de todas as partes interessadas, incluindo, sem esgotar, o Governo, sector privado, sociedade civil, parceiros de cooperação e academia. O sucesso dependerá de um compromisso político sólido, mobilização de recursos significativos em termos humanos e financeiros, e avaliações regulares do progresso. (Evaristo Chilingue)

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