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quinta-feira, 11 janeiro 2024 10:14

PR moçambicano aponta segurança como fundamental para atração de investimentos

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apontou hoje a segurança como condição para a atração de investimento para o país, considerando que estabilidade é uma prioridade no seu executivo.

 

“Onde não há segurança ninguém investe”, declarou Filipe Nyusi, durante uma reunião com o empresariado moçambicano que o acompanha na visita de trabalho de quatro dias à Índia.

 

Para Filipe Nyusi, embora o terrorismo em Cabo Delgado seja um dos principais desafios, Moçambique precisa criar condições de segurança contra todo o tipo de ameaças, condição para criação de um bom ambiente de negócios.

 

“Nós temos de ver todo o tipo de segurança até ao detalhe, não só quanto ao terrorismo”, frisou o chefe de Estado moçambicano, que destacou as “potencialidades económicas” de Moçambique para investimentos.

 

“Temos de ser mais agressivos economicamente ou comercialmente. Procurar soluções e, em cada momento ou em que há obstáculos, ser perseverantes e resilientes”, acrescentou o chefe de Estado moçambicano.

 

Desde 2017, grupos rebeldes aterrorizam a província Cabo Delgado, norte de Moçambique, um conflito que já deixou um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

 

A reunião do chefe de Estado moçambicano com o empresariado moçambicano na Índia antecede um fórum de negócios entre Moçambique e Índia, no âmbito da 10.ª edição da Cimeira Global de Gujarat, que decorre naquele país asiático.

 

A visita de Filipe Nyusi à Índia resulta de um convite do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, com quem Filipe Nyusi esteve, primeiro, na cerimónia inaugural da Cimeira e, depois, numa reunião bilateral.

 

Filipe Nyusi visita a Índia num momento em que um diferendo, em tribunal, entre duas empresas sobre a liberalização das exportações de feijão bóer para a Índia levou ao bloqueio de dezenas de toneladas deste produto em portos moçambicanos.

 

Em finais de dezembro, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique - CTA esclareceu que o feijão bóer que estava retido já está a ser exportado para a Índia, reiterando o “livre acesso ao mercado” como a melhor opção para evitar problemas similares.

 

A exportação de feijão bóer para a Índia, que é o principal mercado deste produto, resulta de um memorando de entendimento com Moçambique, assinado em 2016, prevendo a isenção de direitos aduaneiros para os importadores indianos.

 

A Índia é o maior produtor e consumidor de feijão bóer, com a imprensa indiana a indicar a subida de 10% no preço do produto no país em dois meses, precisamente devido às dificuldades de importação a partir de Moçambique.(Lusa)

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