Nos últimos meses um dos pratos fortes da media é a corrida eleitoral para a presidência americana. Hoje, 3 de Novembro, é o dia decisivo. Fora as candidaturas o que me chama atenção é a “ausência” do homólogo americano do nosso presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), o Cheikh Abdul Carimo. Daí a pergunta se alguém o terá visto ou, e é possível, que tal figura nem exista na América.
Faço a pergunta porque não estou habituado a ver eleições em que os organizadores não são os principais protagonistas ou mesmo em que os candidatos sejam os principais protagonistas. Por cá, a Pérola do índico, a CNE/STAE é o centro das eleições. Esta é mais famosa do que os candidatos e de longe dos respectivos manifestos eleitorais. Por cá o debate político não é entre os candidatos, mas sim no seio da CNE/STAE. E como se não bastasse, posso estar enganado, a nossa CNE/STAE dá a sensação de funcionar como se fosse o Colégio Eleitoral para os americanos que é quem, na verdade, elege o presidente da nação mais poderosa do mundo.
Em síntese, e para terminar (hoje tenho pouco tempo por força das eleições americanas) passo a concluir, e a propósito do título do texto, que o homólogo americano da nossa CNE/STAE é o Colégio Eleitoral e este, pelo que eu saiba, não anda desparecido. Isto, pelo menos, até ao anúncio dos resultados da eleição americana, pois, em caso de derrota de Trump (candidato republicano), é bem possível que o homólogo americano do Cheikh Abdul Carimo ( ou figura similar) venha a terreiro e passe a ser a figura principal. Afinal de contas, e mesmo a fechar, a Pérola do Índico também consegue interferir nas eleições da nação mais poderosa do mundo. Aliás, há poucos dias, tal não deixou dúvidas quando uma comitiva de Biden (candidato democrata) foi impedida de fazer campanha no Estado de Texas, uma espécie de província de Gaza para os republicanos.
“Eu nasci em KaTembe, a 2 de Novembro de 1920, um Domingo, às 11 horas da manhã. A minha mãe chamava-se Jinita Libombo e o meu pai Jeremia Dick Nyaka. Os meus pais conheceram-se em KaTembe, onde ambos cresceram e frequentavam a mesma Igreja. Foi lá que eles se casaram, e tiveram os primeiros dois filhos: o meu irmão Daniel e eu. Tiveram ao todo sete filhos, quatro rapazes e três meninas.”
Começa assim Mahanyela – A Vida na Periferia da Grande Cidade), de Nely Nyaka, o prodigioso relato e testemunho e testamento da Vovó Nely. O seu activismo social começou cedo, primeiro no seio da Igreja Metodista Wesleyana e, mais tarde, no Instituto Negrófilo (que depois assumiu a designação de Centro Associativo dos Negros da Colónia de Moçambique), organização de que o seu pai foi sócio-fundador. Recentemente, esteve na criação e é uma das mais notáveis dinamizadoras da associação Pfuna, dedicada a mitigar a pobreza e a miséria de crianças órfãs.
Vovó Nely é uma das grandes intérpretes do devir moçambicano. Não só pela sua experiência, mas sobretudo pelo seu exemplo e valores. Neste livro, editado pela Marimbique, em 2018, cartografa não só a sua trajectória individual, mas estabelece um atlas de um tempo e de uma sociedade.
Os pais, Jinita e Jeremia, a KaTembe, Lourenço Marques, a vida na periferia (mahanyela: xitiki, bajiyas, machambas e outras formas para ganhar a vida), a casa e os rituais, o namoro, o casamento, a gravidez e parto, o falecimento.
A Moamba e a vida lá nas terras do Sabié. O nascimento dos filhos. A cegueira do filho Raúl. Os tempos duros. Os tempos sombrios. A prisão do marido Raúl. O retorno à Lourenço Marques, a casa de Ximphamanine. A prisão do filho Luís pela PIDE. Os assassinatos políticos. A sordidez do colonialismo no seu estertor.
O livro fala dos alvores da Independência, do 7 de Setembro, do Governo de Transição, do entusiasmo e da euforia, de Samora Machel, dos erros da nacionalização das barracas e casas de madeira e zinco, dos excessos da revolução, da Operação Produção, do seu tempo como Juíza eleita, das transformações sociais, da língua e cultura, das novas práticas e das narrativas e brincadeiras da nonagenária com o seus netos e bisnetos.
Estas memórias percorrem uma longa e enriquecida vida de uma extraordinária personagem deste século moçambicano, mulher dotada de uma memória prodigiosa, exemplo de probidade e repositório de valores. Profunda conhecedora de Lourenço Marques (Maputo) e, mais particularmente, dos seus bairros periféricos, onde cresceu, Nely Nyaka fala-nos, em Mahanyela – A Vida na Periferia da Grande Cidade, dos marcos geográficos e sociológicos da sua cidade, das famílias que a habitavam, das práticas e dos costumes da comunidade e dos artifícios a que se recorria para mitigar a pobreza, e para vencer as enormes barreiras criadas pelo poder colonial a todos os que não fossem brancos.
Aqui estão 100 anos de uma vida plena, não isenta de provações, contudo absolutamente instigante. Impressiona-me sobretudo o seu olhar. A perspicácia do seu olhar. A candura do seu olhar. O acerbo espírito crítico e o poder de observação. A filha Gita Honwana Welch, que ajudou na fixação do texto e é autora do prefácio, fala da “candura da observação”, uma expressão felicíssima.
O ingente livro de contos Nós Matámos o Cão Tinhoso (1964) ou mesmo o recente e brilhante livro de ensaios A Velha Casa de Madeira e Zinco (2017), de Luís Bernardo Honwana, as incontornáveis Memórias (1985), de Raúl Bernardo Honwana, ou ainda os escritos de Raúl Honwana (filho), autor da obra O Algodão e o Ouro (1995), cruzam-se com este (2018), de Nely Nyaka, e denunciam, se quisermos, uma estética que lhes é comum. Uma mesma ética. A ética é, aqui e sempre, uma espécie de estética da responsabilidade, individual e colectiva. No fundo, estão imbuídos de uma mesma poética.
Não deixo de assinalar que vivemos um contexto adverso, onde a cultura e os valores, onde a ética e a estética, onde o património e o acervo cultural, onde tudo isto perdeu a centralidade. A grande violência das últimas décadas é, para além do aniquilamento de vidas que se perderam, esta degenerescência em que nos atolamos.
O lançamento deste livro, em Novembro de 2018, nos seus 98 anos, foi um momento de júbilo, facto que hoje não se repetiria dadas as circunstâncias supervenientes deste ano pandémico. O átrio do Museu dos CFM estava cheio: filhos, netos, bisnetos, amigos, familiares, admiradores. Quando chegou o momento de a autora se pronunciar, ela fez uma oração profunda e acutilante, assombrosa e generosa, lúcida e corajosa.
A oração foi feita em ronga, transcrevo parte da tradução:
“Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
...os três nomes que nos dão a medida da tua grandeza.
Agradeço-te Deus nesta hora, agradeço-te meu Deus as bênçãos que derramas sobre a minha vida e a generosidade de teres permitido que eu escrevesse este livro.
Escrevi este livro, sim, meu Deus, porque tu abriste a minha mente para que eu tivesse a ideia de o escrever.
Move-me a vontade de tentar explicar a maneira como se vivia antigamente. Sempre ansiei por contribuir para que os mais novos tivessem consciência de como eram as coisas nesta terra, muito antes de eles nascerem.
No meu dizer, meu Deus, é um pouco da história de Moçambique o que quero contar àqueles que me rodeiam.
Agradeço-te meu Deus por teres permitido o tempo e a força para que eu pudesse fazer o que tanto desejava fazer.
E é por isso que uma vez mais rogo que tu estejas connosco também neste momento e neste lugar para que o nosso trabalho de hoje se cumpra em boa ordem.
Sem me esquecer meu Deus de orar pela nossa terra.
Quero orar pela nossa terra.
A nossa terra vive tempos muito atribulados.”
“Mahanyela – A Vida na Periferia da Grande Cidade”, de Nely Nyaka, é uma obra notável, surpreendente e generosa. Disse-o e aqui repito: testemunho e testamento majestoso, sumptuoso, soberbo. A Vovó Nely cumpriu o seu dever e aqui está o seu livro, a sua vida, o seu exemplo e os seus valores. Aqui está ela nos seus belos 100 anos! Deus deu-lhe esse tempo e essa força. Espero que a oiça quanto à nossa terra e quanto a estes tempos atribulados que vivemos.
KaMpfumu, 2 de Novembro de 2020
Neste Novembro que iniciou ontem, passarão 20 anos após o brutal assassinato que tirou a vida ao maior jornalista moçambicano, Carlos Cardoso. Sua assassinada partida violentou nosso imaginário colectivo. CC era um farol contra a corrupção e a delapidação do bem público, como ele gostava de dizer. Um porta-estandarte da integridade. Seus algozes, foram, por decisão judicial, julgados e condenados. Menos mal!
Mas abater Cardoso fez o favor a toda uma classe política e empresária entulhada na improbidade e ameaçada pelas investigações do jornalista. Em Novembro de 2000, Carlos Cardoso tinha em seus rabiscos um conjunto de temas sob escrutínio, envolvendo a grande corrupção, centrada nas fraudes bancárias e do tesouro, na expropriação do solo urbano, no tráfico de drogas e de influências, na lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.
Seu assassinato teve um efeito imediato perverso. O jornalismo de investigação tinha sido directamente visado. O medo se instalou nas redacções. Houve quem baixou a caneta. Cardoso formara muitos jornalistas, desde os anos 80, na AIM, mas nem todos fizeram germinar em si as sementes da investigação. Com seu assassinato, houve quase que um acanhamento geral. Poucos jornais, como os da Mediacoop, davam alguns ares da sua graça. A corrupção e o crime organizados andavam de vento em popa. Temia-se que com o seu assassinado, tudo o que ele plantara tinha morrido. Mas ele deixara afinal um grande legado.
O grande legado de Carlos Cardoso foram as sementes da irreverência que ele lançou. Não foram pessoas em concreto. Foram modos de ser e de estar, o direito à indignação, o abraço à investigação, a críticas aos poderes públicos. Cardoso mostrou que a democracia não se compadece com a censura.
Uma organização que bem abraçou o legado de Carlos Cardoso foi o CIP. Ao agarrar a luta contra a corrupção e a defesa da transparência, o CIP retoma de certa a agenda e as lutas de CC, agora com outras metodologias em complementaridade com o jornalismo investigativo, e outros referenciais teóricos.
Esta organização foi uma reencarnação dos ideais de CC. E berço do activismo conro em prol da integridade, defesa do bem publico. Ao ser replicado por outras organizações, o âmbito temático do CIP acaba espalhando as raízes da irreverência, cultivadas por Carlos Cardoso.
O legado de Carlos Cardoso está vivo e recomenda-se: a sociedade civil de Moçambique, incluindo o jornalismo está vibrante, activa e vigilante. E cada vez sendo replicadas por novas organizações, surgindo como cogumelos que lutam contra a improbidade.
Vinte anos depois da sua partida, e- gratificante constatar que a obra de Carlos Cardoso transcendeu a efemeridade de uma notícia ou reportagem estampada num jornal. E é isso que os moçambicanos deveriam estar a celebrar neste Novembro: celebrar a obra profunda de CC. É isso que estamos a fazer aqui na “Carta”, jornal lançado justamente a 22 de Novembro, o dia trágico do jornalismo moçambicanos.(Marcelo Mosse)
No passado mês de Setembro, o jornalista de “Carta”, Omardine Omar percorreu os atalhos lamacentos da criminalidade ambiental, em Manica e Tete. Farejou a mineração informal (não necessariamente ilegal) e vasculhou evidências e percepções sobre o contrabando de madeira. No caso do contrabando de madeira, ele descobriu uma evidência aterradora: Moçambique está promovendo o contrabando transnacional de madeira. Toneladas de toros de kula entram em Tete, provenientes da Zâmbia. A kula é proibida em Moçambique por domesticação de convenção internacional.
Por outro lado, o contrabando interno de madeira continua na ordem do dia. Durante a tutela do Ministro Celso Correia sobre o sector (nomeadamente, no MITADER), criou-se, e bem, a percepção de que o contrabando tinha sido vencido. Ele abraçou o confisco de madeira ilegal e viabilizou o “enforcement” da legislação que proíbe a comercialização internacional de determinadas espécies.
Essa situação óptima de gestão florestal foi temporária. Vingou apenas no consulado do Ministro. Aliás, durou poucos meses. O “lobby” do contrabando, algum promovido no quadro de uma cooperação perniciosa com a China, conseguiu impor-se. Já não há “enforcement”. A mão de ferro de Celso Correia foi sol de pouca dura. O retrato actual do sector é caótico. E isso leva-nos a uma questão: de que vale uma situação óptima de gestão pública se ela não é duradoura e depende de uma liderança temporária?
O caso do contrabando transnacional mostra a calamidade da gestão pública neste sector. A corrupção impera. Tornou-se modo de vida, uma forma “desigualitária” de redistribuição da riqueza, com enormes bolsas de rendas, uma economia de rapina do erário público. Isto mostra que uma “liderança” sozinha de nada vale se ela não for complementada por outros ingredientes de gestão e “enforcement”. Eis que nos falta! Em suma, uma liderança vale se ela for douradoura. Sem outros condimentos, um novo “set up” organizacional, ela é efémera. Vale o que vale!
Antes mesmo de nos dizer quem é Salimo, o camarada Agostinho Vuma já indicou o Pê-Cê-A do I-Ene-Esse-Esse e o governo já o empossou. Portanto, a partir desta semana, as nossas poupanças estão a ser geridas diretamente pelos amigos do Vuma do Cê-Tê-A. Repito em voz alta: ainda não conhecemos o Salimo nem o que o motivou a britar os maxilares do Vuma com recurso a fuzil. Inveja é que não foi.
Estamos a falar daquela mesma Cê-Tê-A que, em 2014, protagonizou a novela da oferenda da Mercedes Benz, avaliada em 200 mil Euros, ao Chefe do Estado, estranhamente num momento em que a própria Cê-Tê-A recebia dinheiros do Estado para funcionar.
Estamos a falar daquela mesma Cê-Tê-A cujo presidente, Agostinho Vuma, teve uma eleição extremamente problemática. Lembrando que o concorrente Quessanias Matsombe acusou a comissão eleitoral de ser ilegal e parcial a favor de Vuma. Dizia ele que Vuma entrou em conflito de interesse ao participar da deliberação da nomeação da comissão eleitoral.
Estamos a falar daquele mesmo Vuma que, desde que tomou posse como presidente da Cê-Tê-A, mandou um manguito para a malta. Lembrando que, em 2017, Vuma apareceu a atacar os trabalhadores, propondo ao governo o congelamento dos aumentos salarias, do décimo terceiro e das promoções nas carreiras dos agentes e funcionários do Estado.
Temos motivos bastantes para estarmos preocupados com as nomeações da Cê-Tê-A. Estamos a falar daquela mesma Cê-Tê-A que enviou um dos seus amigos ao I-Ene-Esse-Esse para pagar viagens turísticas para a sua esposa com as nossas misérias poupanças.
Então, é urgente que a Cê-Tê-A sente e faça uma introspecção profunda. Que avalie a sua missão, visão e valores. Que se organize. Que resgate a confiança dos trabalhadores. Que aproxime o máximo que puder o discurso à prática. Que a Cê-Tê-A se reconcilie com a moral e a ética... antes que o próprio Salimo assuma a presidência da agremiação. Porque esta Cê-Tê-A atual não é de fiar... é cheia de fantasmas.
Aliás, mesmo a propósito da presidência, será que o camarada Vuma vai concorrer para um segundo mandato? Há vontade da sua parte? Que avaliação os membros fazem deste mandato? Para mim, vendo daqui de fora, parece que neste mandato o Vuma é quem foi o principal protagonista. O Vuma foi manchete mais do que a própria Cê-Tê-A. O único trabalho da Cê-Tê-A neste mandato foi limpar a imagem do Vuma. A Cê-Tê-A se transformou num estúdio de produção de filmes do ator Vuma. A maior parte dos comunicados e das conferências de imprensa foram sobre a vida pessoal do Vuma. Foi o que eu vi daqui... não sei daí dentro!
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O comandante Assane Amisse Gavana tem uma história de vida semelhante a de tio António (cantada pelo músico ango-congolês Sam Mangwana). Gavana nasceu em 1951, no distrito de Muidumbe, na martizada província de Cabo Delgado. Com uma infância marcada por sofrimento e cavalgadas coloniais. Em 1968, Assane Amisse Gavana, foi incorporado nas fileiras das Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM), tendo passado a sua mocidade nas matas a lutar pela independência nacional.
Com a independência alcançada em 1975, um ano depois teve que voltar ao teatro operacional combatendo na Guerra... No calor intenso provocado pela guerra, em 1989 Gavana, com o objectivo de proteger a sua família, não resistiu e foi refugiar-se na Tanzânia; onde ficou por uma década.
Em Moçambique, o "comandante" Assane Gavana, passou a viver na aldeia 1º de Maio, no distrito de Nangade. Na busca pelo reconhecimento dos seus feitos, nos 10 anos de luta de libertação nacional e 13 da Guerra Civil, o comandante Assane Gavana, apresentou-se às autoridades para que passasse a gozar do estatuto de antigo combatente como os outros compatriotas; ele submeteu documentos para o efeito na Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN) de Nangade, na ocasião foi orientado a dirigir-se para Mueda, donde foi dito para seguir para Pemba.
O "comandante" viveu diversos ping-pongs; a isso acrescente-se a falta de assistência e acompanhamento que o fizeram desistir de fazer parte da prestigiosa lista de antigos combatentes que mensalmente aufere algumas somas graciosas e em datas festivas caminham em grupo todos devidamente uniformizados. O "comandante" Gavana durante o seu percurso militar chegou a operar em diferentes frentes: Ilha de Moçambique (Nampula), Chitengo, Canda e Sakuzo (Sofala), Manica, Inhambane e Boane (Maputo).
Nas longas conversas lamuriosas do "comandante" com os jovens que combatem os terroristas nos distritos de centro e norte de Cabo Delgado, Gavana conta a sua epopeia heróica mas com dor de quem se sente excluído da marca de herói nacional oficial, vivendo na clandestinidade; e a juventude toma-o como um simples compilador de historietas, um velho lunático e embriagado.
Quando o "comandante" Gavana conta que já zarpou de emboscadas do inimigo como um "fantasma" e viu a sua vida por um fio, os jovens com a farda e uma espingarda rasgam-se de risos. A verdade é que ele, é um combatente esquecido e deixado para trás pelos seus. O "comandante" Gavana até tem dado dicas aos jovens como combater os al-shababs que aterrorizam a província há três anos.
Gavana dá educação patriótica aos jovens militares que defendem a soberania nacional e alguns militares que passaram acreditar nele imaginam como seria a motivação e a dedicação do mesmo, caso fosse reconhecido e não esquecido.