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segunda-feira, 04 janeiro 2021 06:34

AFINAL:O ano muda para quê?

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Chegado ao mês de Dezembro, as emoções elevam-se, as mensagens multiplicam-se, os governos, empresas, instituições, comunidades, famílias e indivíduos fazem uma introspeção do ano que está prestes a desaparecer e/ou prestamos contas a quem de direito se for o caso.

 

Procuramos justificar as promessas não cumpridas, lamentar e/ou pedir desculpas pelos factos inadequados, etc.

 

Sempre foi assim?

 

Sim, as sociedades mais antigas, desde que há registos há 4600 anos - Babilónicos, Maias, Hindus e Chineses - tiveram comportamentos semelhantes.

 

É a natureza humana reagindo ao sentimento de perda. Esta é a razão, conforme os Livros Sagrados, a importância do calendário – Termos consciência da maior riqueza que temos – o TEMPO.

 

Tempo é o único factor irrecuperável, tudo o resto se perde, se ganha. O tempo não é dinheiro como disseram os ingleses (time is Money) – TEMPO É VIDA.

 

Será que se justificam esses sentimentos e emoções?

 

Não sei, mas melhor do que eu, o leitor vai decidir depois de ler os factos históricos que se seguem:

 

  • Foi na Babilónia que se iniciou o primeiro calendário com 12 meses e quatro semanas por cada mês, durante o reinado do Rei Hamurabi, na sagrada cidade Sumeriana de Nipur, há 4600 anos – baseado no sistema lunar.
  • Os Chineses, há sensivelmente mesmo tempo, porém hoje o seu calendário regista o seu início desde 4718 anos – baseado no sistema lunar.
  • Calendário dos Maias (México) cuja contagem hoje é desde o ano 3114 a.C – baseado no sistema solar.
  • Calendário Hindu tem registos de 1000 a.C. baseado no sistema lunar. Entretanto, a Índia possuía aproximadamente 30 calendários destacando-se os seguidos pelos hinduístas, Muçulmanos, Budistas e Jainistas. Em 1957, o Governo Indiano uniformizou o calendário adoptando o calendário gregoriano.
  • Os Romanos seguiram sempre o calendário lunar, até que Júlio Cesar, no ano 46 a.C., solicitou o astrónomo egípcio Sosígenes uma solução para uniformizar o calendário nas diferentes partes do império Romano – tendo adoptado o sistema solar. A Católica-Romana não se alterou até que, no Século XV, o Papa Gregório XIII fez uma correcção, usando um sistema misto entre o lunar e solar que deu origem ao actual calendário Gregoriano. Porém, os Cristãos/Católicos ainda usam o calendário lunar para marcar a data da Páscoa.
  • Os Judeus, Cristãos e Muçulmanos usam até à data o calendário lunar.

 

Se formos ao detalhe vamos perceber que nenhum calendário mudava o ano no final de Dezembro. Nos lunares, a data não é fixa, depende do nascimento da lua nova e, mesmo dentro do mesmo sistema lunar ou solar, havia discrepâncias no número de dias por ano que, por sua vez, não eram uniformes. Alguns calendários tinham 10 meses por ano, outros 18 meses com 20 dias por mês, por cada ano, etc.

 

Apesar de serem factos históricos importantes, “se soubermos de onde viemos, saberemos para onde vamos”, a pergunta que você deve querer fazer é: e então?

 

A razão desta missiva tem a ver com:

 

  • Os calendários servem de referência para nossa orientação na gestão de tempo.
  • Os calendários servem para nos organizarmos em relação à nossa idade, ao clima, à produção, gestão, etc.
  • A mudança do calendário per si não mudará em nada o nosso rumo. Quer dizer, o facto de estarmos no início de um ano novo não significa que acontecerá um milagre, nem a COVID-19 vai deixar de contaminar, ou as dívidas serão perdoadas, ou os incompetentes começarão a ser melhores, ou ainda, o que estava errado milagrosamente passará a certo, ou aqueles muitos postes das redes sociais de feliz natal e próspero ano novo far-nos-ão felizes.

Então, você que deve querer ir às compras ou socializar, quer saber quanto mais rápido possível, fazer o quê?

 

Não há dois casos iguais – esta é uma prova de que Deus existe, para quem tem fé.

 

A primeira recomendação sensata que podemos partilhar é que nas datas relevantes devemos aproveitar para reflectir, recapitular, identificar os factores positivos e naturalmente os menos positivos, corrigir os que considerarmos necessários, assumir a responsabilidade – esta é sempre sua. Somos dotados de consciência, livre arbítrio (cada um faz as suas escolhas).

 

Enquanto não assumirmos a responsabilidade pessoal, a porta de entrada rumo ao sucesso, felicidade, criatividade e até da saúde não estará disponível.

 

Faça como diz Confúcio – Chame os nomes pelos próprios nomes – em outras palavras, não se engane a si próprio, tipo:

 

  • Vou mudar;
  • Vou deixar os vícios;
  • Vou respeitar as regras;
  • Vou, vou, vou continuar a enganar-me que a culpa é dos outros, se não houver ninguém plausível, então é dos antepassados e/ou dos espíritos, dos colonialistas, dos terroristas, do ciclone, da mulher ou marido que se cansou e foi, da família do outro, do colega que foi promovido, são aqueles de raça azul, ou cinzenta, etc., etc.

 

Nós seres humanos somos dotados de capacidades sem limites – é outra prova da existência de Deus, capazes de trazer a solução de qualquer problema, não importa o grau da sua complexidade, dizem os Livros Sagrados (já que estamos na época natalícia para uns) que “Deus não dá nenhum peso a alguém sem que lhe dê forças para carregar”.

 

O estimado leitor deve estar a dizer, calma aí, então porque é que eu e muitos não conseguimos solução dos nossos problemas?

 

Porque nos enganamos a nós próprios! Como?

 

  • Confundimos cortesia com hipocrisia - dizemos que gostamos quando não gostamos.
  • Mentimos para sermos simpáticos.
  • Violamos as regras para sermos melhores do que aquele que se esforçou para conseguir méritos.
  • Fazemos promessas que sabemos à partida que não vamos cumprir.
  • Queremos viver à custa do sacrifício e dos bens de outros.
  • Não somos sinceros, honestos e íntegros – estes adjectivos têm uma gênese semelhante, parecem sinónimos, mas evoluem em dependência um do outro (este assunto é outro artigo).
  • Em vez de assumirmos a verdade dos factos procuramos substâncias psicotrópicas, para fingir que resolvemos, etc. etc.

 

Vou repetir quatro ensinamentos pilares de qualquer resolução rumo à felicidade:

 

  • NÃO FAÇA AO OUTRO O QUE NÃO QUER QUE LHE FAÇAM. (Jesus Cristo)
  • SEJA REALISTA E JUSTO, CHAME AS COISAS PELOS PRÓPRIOS NOMES. (Confúcio)
  • FAZER A MESMA ACÇÃO REPETIDAMENTE E ESPERAR RESULTADOS DIFERENTES É LOUCURA. (A. Einstein)
  • PARE DE CULPAR OUTROS, A SUA FELICIDADE DEPENDE DE SI. (Osho)

 

Desejo-vos uma boa reflexão.

 

A Luta continua!

 

A Camal

Sir Motors

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