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Redacção

Redacção

O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique, reunido hoje, decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 14,25%. Decidiu, igualmente, manter as taxas da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) em 11,25% e 17,25%, respectivamente, bem como os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional e em moeda estrangeira em 14,00% e 27,00%, respectivamente.

 

De acordo com um comunicado recebido na nossa redacção, a decisão de manter a taxa MIMO é fundamentada pelo facto de as perspectivas de curto e médio prazos continuarem a mostrar que a inflação anual geral poderá situar-se em um dígito, até ao final do presente ano.

 

“Estas perspectivas são sustentadas pelas expectativas de redução do preço do combustível no mercado internacional e de estabilidade de preços nos principais parceiros comerciais de Moçambique, num contexto de contenção da procura agregada. Entretanto, tendo em conta que os riscos e incertezas subjacentes às projecções da inflação tornaram-se mais proeminentes, o CPMO considera oportuno manter uma postura de política monetária prudente”, lê-se na nota do BM.

 

O Banco de Moçambique acrescenta que “a inflação manteve-se baixa e estável em 2018”. O BM cita também dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), segundo os quais a inflação anual manteve a tendência para abrandamento, iniciada em Setembro de 2018. “Com efeito, a inflação anual fixou-se em 3,52% em Dezembro último, contra 5,65% em igual período de 2017”, escreve o banco central, que atribui esse comportamento da inflacção “à sua política monetária prudente, aliada aos esforços do Governo com vista à consolidação fiscal, num ambiente de menor crescimento anual dos preços dos bens alimentares e dos combustíveis líquidos, favoreceu a dinâmica da inflação”.

 

Quando ao Produto Interno Bruto, o BM espera uma ligeira aceleração IV trimestre de 2018 e em 2019, sustentada pela melhoria da procura interna. “O impulso na procura interna poderá reflectir, não só o pagamento parcial dos atrasados pelo Governo aos seus fornecedores de bens e serviços, como também o dinamismo do sector produtivo, em linha com o optimismo do sector privado, traduzido na melhoria do indicador de clima económico no IV trimestre de 2018, tal como reportado pelo INE”, refere o banco central.

 

Eis como a instituição avalia outros indicadores relevantes da economia:

 

O Metical regista uma ligeira depreciação, em linha com a sazonalidade do período. Depois de 61,43 MZN/USD no fecho de Dezembro de 2018, a taxa de câmbio média praticada pelos bancos comerciais com o público situou-se em 62,25 MZN no dia 8 de Fevereiro. No mesmo período, a cotação do ZAR passou de 4,25 para 4,61 MZN.

 

As reservas internacionais mantêm-se em níveis confortáveis. O saldo das reservas internacionais brutas sofreu um desgaste de USD 84,5 milhões, para USD 3.014,3 milhões, registado no dia 8 de Fevereiro de 2019, valor que, ainda assim, permite cobrir 7 meses de importação de bens e serviços, excluindo as transacções dos grandes projectos.

 

As taxas de juro a retalho continuam a reduzir, em linha com a taxa MIMO. Informação disponível mostra que a taxa de juro média de crédito, para o prazo de um ano, reduziu de 21,65%, em Novembro, para 20,51%, em Dezembro. No mesmo período, a taxa de juro média de depósitos para o prazo de um ano aumentou de 11,01% para 11,27%. Em Novembro, o crédito bancário ao sector privado registou um aumento mensal de 2,6%.

 

A dívida pública interna aumentou ligeiramente. Informação de Janeiro mostra que o fluxo da dívida pública interna contraída com recurso a Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e adiantamentos do Banco de Moçambique aumentou, desde o último CPMO, em 509 milhões de meticais, passando o saldo para 112.525 milhões de meticais. Os montantes acima não tomam em consideração outros valores de dívida pública interna, tais como contratos mútuos e de locação financeira, assim como responsabilidades em mora.

 

Os riscos externos agravaram-se. Aumentam os receios de um refreamento do crescimento mundial, em face da continuação da tensão comercial entre as principais economias, com impacto nos fluxos de comércio externo e na volatilidade dos preços internacionais das mercadorias, com destaque para o do petróleo. O preço do barril do petróleo situou-se em USD 62,10 no fecho do dia 8 de Fevereiro de 2019, contra USD 64,81 observado no mesmo período de 2018.

 

As condições actuais da economia moçambicana favorecem a projecção de uma inflação baixa e estável, em torno de um dígito, no curto e médio prazos. Ainda assim, o CPMO considera que subsistem riscos associados à sustentabilidade da dívida pública, às calamidades naturais, bem como às incertezas quanto à evolução dos preços dos bens administrados. (Carta)

O jornalista Amade Abubucar, detido desde 5 de Janeiro em Cabo Delgado, não era apenas funcionário do Instituto de Comunicação Social (ICS). Era também correspondente de “Carta” desde a primeira hora. Quando este jornal foi lançado a 22 de Novembro de 2018, a cobertura da insurgência em Cabo Delgado foi definida como uma das suas prioridades editoriais. Para termos informação a partir do terreno era preciso encontramos fontes locais, mas de preferência um jornalista destemido e trabalhador, disposto a confrontar fontes e apurar incansavelmente os factos, se possível buscando as imagens pungentes da tragédia. Alguém com um leque de fontes locais implantadas em Mocímboa da Praia, Nangade, Palma, Meluco e Macomia.

 

Em pouco tempo de procura, foi-nos apresentado Amade Abubacar como a pessoa ideal. Efectivamente, ele começou a escrever para “Carta de Moçambique” a 26 de Novembro. Seu “début” foi com um artigo intitulado “Populares perseguem atacantes de Squaia e capturam 7 jovens”. Desde esse dia, “Carta” passou a ter um jornalista no terreno cobrindo a insurgência. Usando uma prática comum em toda a parte, escolhemos um pseudónimo para assinar seus artigos sobre a matança: Saíde Abibo. Afinal, ele era jornalista da Rádio Nacedje, do ICS.

 

 

 Desde 26 de Novembro até 5 de Janeiro, quando foi detido em Macomia numa circunstância em que captava retratos de populares que chegavam àquela vila, refugiando-se da mortalidade nas aldeias do interior, Amade Abubacar (Saíde Abibo para os leitores de “Carta”) escrevia sempre que soubesse de um ataque. Tinha boas fontes no terreno, entre colegas jornalistas e populares. Com a sua colaboração, “Carta” tornou-se numa das principais fontes de informação sobre a insurgência em Cabo Delgado. Com Abubacar, nosso jornal tentava não apenas reportar os factos com o máximo rigor possível, mas também buscar elementos de análise mais profundos para a compreensão de um fenómeno que, quando eclodiu, foi logo rotulado de “extremismo islâmico” embora no terreno houvesse muito poucas evidências para sustentar essa característica.

 

Nas poucas semanas de trabalho com Amade Abubacar mantivemos um diálogo permanente com o jornalista, mais virado à orientação editorial. Quando ele foi preso, estava a seguir, sob nossa orientação, pistas sobre aspectos sensíveis da insurgência. Em poucas semanas, conseguimos traçar, com a sua ajuda, o perfil dos insurgentes em Cabo Delgado: os grupos de insurgentes são compostos por ex-militares e polícias expulsos do Estado. Este detalhe ficou patente quando no dia 18 de Dezembro do ano passado “Carta” publicou uma reportagem com o título: “Benjamim: um ex-polícia acusado de ser quem treina os insurgentes”. O artigo, com assinatura de Saíde Abibo (Amade Abubacar), precipitou uma invasão à sua casa por indivíduos que de lá retiraram um computador e outro equipamento de trabalho.

 

 

 Amade Abubucar assinou uma reportagem sobre a existência de uma conta no Facebook em nome de Shakira Júnior Lectícia, na qual eram publicitadas as actividades dos insurgentes em vários locais de Cabo Delgado. A conta em causa esteve aberta durante um ano, e só foi eliminada quando “Carta” começou a interagir com as vítimas de Shakira, a 13 de Dezembro de 2018, muitas das quais não tinham conhecimento de que seus rostos estavam a ser usados para fins subversivos. Foi Amade Abubacar quem fez boa parte do trabalho de campo que deu origem a uma peça investigativa sobre o assunto. Seu trabalho na referida reportagem ajudou a investigação da Polícia. Durante a elaboração da reportagem, uma equipa da “Carta” procurou as vítimas de Shakira Júnior Lectícia para junto delas perceber se tinham conhecimento de que alguém usava as suas fotografias no Facebook.

 

O artigo permitiu as “vítimas” de Shakira a denunciarem a maliciosa conta do Facebook, mas também apresentar queixa nas esquadras de Vilanculo e nas cidades da Beira e Pemba. Algumas das vítimas já estavam a ser indiciadas como suspeitas, num processo de investigação policial aberto em Pemba destinado à identificação de quem estaria por detrás da aludida conta na mais popular plataforma das redes sociais. Abubacar aprofundou a investigação da matéria e aventou a hipótese de a conta pertencer a um ex-militar. Nos últimos dias, antes da sua detenção, Amade trabalhava, sob orientação de “Carta de Moçambique”, em várias linhas de investigação, visando desmistificar as origens e as causas da insurgência, e as fontes da sua logística. Um padrão de evidências foi sendo recolhido: os grupos são compostos por ex-militares ou agentes policiais expulsos da PRM; conhecem bem o terreno e dispõem de tácticas de guerrilha bem apuradas.

 

 

Desde que Amade Abubacar foi detido, as autoridades tentam impor a narrativa segunda a qual ele não estava ao serviço do jornalismo, unicamente porque não tinha sido escalado pelo ICS para fotografar os refugiados que chegavam à Macomia naquele dia 5 de Janeiro; e que não trabalhava para nenhum outro órgão. Como provamos agora nesta matéria, onde incluímos “screen shots” de conversas que fomos travando com ele (incluindo no dia em que foi detido) Amade Abubucar era correspondente de “Carta de Moçambique”. Com a sua detenção, a cobertura da insurgência em Cabo Delgado ficou órfã. Ele era o jornalista que mais lutava para mostrar ao mundo o sofrimento das gentes locais e a incapacidade das Forças de Defesa e Segurança em pôr cobro à chacina.

 

Reportagens de maior destaque

 

 Para reforçar a prova de que Amade Abubacar era correspondente de “Carta de Moçambique”, alistamos os títulos mais ilustrativos do seu trabalho na “Carta”, desde o dia 26 de Novembro até 4 de Janeiro:

 

“Populares perseguem atacantes de Squia, em Nangade e capturam 7 jovens” (26 de Novembro de 2018);

 

“Palma: Vila segura mas tensa” (4 de Dezembro de 2018); 

 

Detalhes sobre os mais recentes ataques em Cabo Delgado” (4 de Dezembro de 2018);

 

 “Populares decapitam dois insurgentes e exibem um braço humano” (6 de Dezembro de 2018); 

 

 “Mustafa Suale: um alegado rosto da insurgência” (10 de Dezembro de 2018);

 

 “Insurgentes atacam em Cogolo” (10 de Dezembro de 2018); 

 

 "Ataque a 10kms do centro de Palma” (12 de Dezembro de 2018);

 

 “Alegados insurgentes capturados ontem em Palma” (13 de Dezembro de 2018);

 

 “Carta investigou: o misterioso Shakira Lectícia e de como ele usou o Facebook para exaltar a insurgência no norte de Moçambique” (13 de Dezembro de 2018);

 

 “Centenas de deslocados a caminho de Palma” (14 de Dezembro de 2018);

 

 “Shakira Lectícia e os seus amigos do Facebook: Conspiração ou diversão?” (14 de Dezembro de 2018);

 

 “Mais um ataque em Cabo Delgado” (17 de Dezembro de 2018); 

 

 “O retrato de Benjamim, um ex-polícia acusado de treinar insurgentes em Cabo Delgado” (18 de Dezembro de 2018);

 

 “Como se vive em Mucojo e Quiterajo desde o início dos ataques em Cabo Delgado?” (19 de Dezembro de 2018); 

 

 “Dois mortos em mais um ataque em Macomia” (20 de Dezembro de 2018); 

 

 “Quem é o famigerado Mabondo?” (21 de Dezembro de 2018);

 

 "Afinal quem financia os insurgentes em Cabo Delgado?” (21 de Dezembro de 2018);

 

 “Insurgentes mataram e incendiaram em Milamba, Macomia, ontem à noite” (21 de Dezembro de 2018);

 

 “Chicomo: mais uma aldeia de Macomia alvo dos insurgentes” (24 de Dezembro de 2018);

 

 “Exército reforça contingente militares em Cabo Delgado” (25 de Dezembro de 2018);

 

 “Lijembe, o decapitador…decapitado” (26 de Dezembro de 2018);

 

 “Os deslocados de Chicomo” (26 de dezembro de 2018);

 

 

 “Esforços do governo gorados em Cabo Delgado” (27 de Dezembro de 2018);

 

 “Militares invadem Macomia” (27 de Dezembro de 2018); 

 

 "Atacada mais uma aldeia ontem: Ingoane” (27 de Dezembro de 2018);

 

 “Insurgentes atacaram ontem a aldeia Pequeué” (31 de Dezembro de 2018);

 

 “Insurgentes decapitam duas pessoas na aldeia Monjane, em Palma” (2 de Janeiro de 2019);

 

“Atacado centro de pesca de Kulansi, em Macomia” (3 de Janeiro de 2019);

 

 “Empresário de Palma desapareceu sem deixar rasto há mais de um ano” (4 de Janeiro de 2019). 

 

 No dia 5 de Janeiro, ele foi detido. Tinha ainda muito trabalho na mesa. “Carta de Moçambique” está disponível para testemunhar a favor de Amade Abubucar. Decidimos relevar esta informação porque só isso ajudará na sua defesa. Já não importam as eventuais consequências desta revelação para o seu vínculo com o Instituto de Comunicação Social. Importa agora que seja provado que ele colaborava com outras plataformas de jornalismo e “Carta” era uma delas. A comprovação dessa colaboração será essencial para sua defesa em Tribunal. (Marcelo Mosse e Omardine Omar)

segunda-feira, 11 fevereiro 2019 13:18

How to Advertise

Cartamz.com intends to be a public service, which informs the majority of consumers through its digital platforms, whose access is free. Being free, the economic viability of Cartamz.com can only be based on advertising. Without robust advertisers willing to initiate annual or semi-annual insertion contracts, the project would only survive with the support of external donors. This is not the way chosen.

Cartamz.com positions itself as a newspaper that wants to contribute to the improvement of the business environment and, therefore, bets on commercial relations with leading private sector actors operating in Mozambique. The advertising options of Cartamz.com have two dimensions: Display Advertisement (banners) and Branded Content (written publicity).

 

Display Advertisement

The Homepage of Cartamz.com has 6 banners (each can be managed according to the client's insertion plan) and a Section of the Exchange Rates of the Day. It also has interior banners. All banners on the homepage (including the exchange rate section) will be inserted, at zero cost, in the Carta of Day, which will be circulated by whatsapp with the summary of the main subjects. This circulation will give enormous visibility to the advertisers of Cartamz.com, because it will reach all corners of the country and the world.

 

Branded Content (written publicity)

This advertising model also serves as a tool for Cartamz.com business support. The sections of the newspaper include, among others, Companies, Brands and People. Here, Cartamz.com intends to capitalize advertisements about events and products of all nature, as long as they do not violate the criterion of legality and are within the general framework of decency. Companies, organizations and state entities will find here a space for the promotion of their events and products, in flowing text, news, illustrated with the images that are provided to Cartamz.com. To do so, interested parties should send their press releases to Cartamz.com.

Cartamz.com will evaluate if a particular press release is in the public interest and can be reported normally or if it is purely of a commercial or promotional approach, and if so it will be entered in the pure category of branded content, paying for the disclosure of that information.

Please contact us for more information

segunda-feira, 11 fevereiro 2019 13:17

Editorial Statute

Carta de Moçambique (www.cartamz.com) is an online journalism platform, created to be the leading source of quality of information of reference of its kind in Mozambique.

 

Cartamz.com carries original information and/or treated beforehand by its editors and journalists.

 

What Cartamz.com originally carries is the result of its investigative work and verification of the truth of the facts, and it is also the result of a historical conscience openly assumed, helping the reader to form his own opinion.


Cartamz.com makes a journalistic coverage with analytic bias of political economy, respecting the pluralism of ideas, the driver of the development of our democracy.
For Cartamz.com technologies change the media, not the message.


Cartamz.com watches over the border between civilization and barbarism; controls power in all its dimensions; perseveringly pursues the factual truth; respects the intelligence of those who read.

 

Cartamz.com is at the service of democracy and diversity of opinion against the darkness of authoritarianism of single thought, ignorance and brutality.

 

Cartamz.com produces non-partisan, critical and independent journalism, cultivating contradiction and doubt as inalienable methods.

segunda-feira, 11 fevereiro 2019 13:15

Investigation Projects

Cartamz.com is an investigative journalism project focused on the public interest. Journalistic investigation is a discipline that entails high costs in terms of time and money. This did not stop us from moving forward through private initiative. It would be easier to bring together 9 people and create an association, a non-governmental organization, to operate on the basis of donor grants, creating a reliance on these funds to function.

This is followed by organizations such The Intercep or the American Center for Public Integrity, whose name inspired our CIP. We decided that the NGO model for investigative journalism is less challenging, it does not release initiative, it does not inflate hot blood in the veins of entrepreneurship. Therefore, we opted for a private venture, in the style of the Daily Maverik, in RAS. We are based on a business model that is monetized in the "display advertisement" and "branded content".

 

We believe that, in this way, we can obtain a minimum income that allows us to maintain the operation and pay decent salaries to the collaborators.

 

But, as we said, investigation requires a lot of resources. In this perspective, we are open to receive grants from donors, whether they are national public or private entities or even foreign embassies and foundations. These will be complementary funds. We will not depend on them to function, and so our independence will remain intact. Funds from possible donors could be used to help with the operational costs of Carta de Moçambique. We will accept donations tied to investigation projects on specific themes (such as defense of conservation or corruption in the forestry sector), previously agreed with management, or partnerships that aim to help train young journalists wishing to embrace investigative journalism, learning by doing. Dayly Maverick and the Mail and Guardian receive grants from donors, even though they are private organizations. Based on these funds, they have improved the quality of their journalism. In Mozambique, the current "mindset" advocates that donations should go to non-profit organizations.

 

But doing investigative journalism has more for public interest than profit making. Understanding this will take time. In any case, the idea of Investigation Projects is simply to express our willingness to receive support aimed at improving our technical capabilities and purchase of sophisticated equipment.

segunda-feira, 11 fevereiro 2019 13:14

About Us

Following in the footsteps of prestigious similar media such as the Daily Maverick.co.za in South Africa or Mediapart.fr in France, Cartamz.com aims to quickly become the leading source of information of reference on economic affairs, businesses, politics and society in Mozambique.

In terms of format, Carta de Moçambique runs away from the traditional “hard copy” publications to setting itself solely as a digital newspaper. In terms of content, it escapes from the recurrent style of promotional and complacent journalism, preferring to stimulate debate and criticism, promoting good governance in politics and corporate world.

 

Its journalism is inspired by the tradition of investigative approaches of journalist Carlos Cardoso, a school that shaped the professional profile of Marcelo Mosse, the Director of Cartamz.com. Investigation, independence, rigor and analysis are, therefore, the marks of cartamz.com. Cartamz.com is an updated diary from Monday to Friday. The site contains sections for Politics, Economy and Business, Society, Culture, Companies and Brands, and so fourth. In addition to news production and objective and informed comments, Carta will count on some resident columnists, highlighting the well-known writer Mia Couto.

 

The main motto of Cartamz.com is to provide information of public interest through investigative journalism, written with quality and rigor, using the most varied sources of information and opinion in Mozambique.

The website is open. The platform was designed to be responsive on any smartphone. The objective is to reach all the corners of Mozambique, contributing to the formation of an informed public conscience and awakening in society the interest for central themes of the political, economic and social life of our country.

 

The mentor of Carta is journalist Marcelo Mosse, who embraces a new venture of entrepreneurship. Marcelo Mosse knows what it is to start a venture from the scratch. He did this with the Centre for Public Integrity (CIP), of which he was the main founder in 2005.

segunda-feira, 11 fevereiro 2019 08:47

Frelimo quer expulsar filho de Samora Machel do partido

Samito Machel confirma uma notícia avançada esta manhã pelo “Dossier e Factos”. Ele foi notificado pelo Comité de Verificação da Frelimo no passado dia 5 de Fevereiro para uma audiência, num processo que poderá marcar todo o debate no partido antes da reunião do Comité Central, agendado para Março.

 

Numa breve conversa com “Carta”, Samito disse que a primeira audiência devia ter tido lugar no passado dia 7 de Fevereiro, mas ele estava ausente do país.  Nova data ainda não foi marcada. A notificação segue-se a um processo disciplinar levantado pelo Secretariado do Comité Central, onde se aponta o facto de Samora Moisés Machel Júnior ter concorrido às eleições autárquicas como cabeça de lista de um grupo cívico, AJUDEM. Alegadamente por essa razão, ele violou ostensivamente as directivas internas da Frelimo.

 

O processo disciplinar abre caminho para uma eventual expulsão de Samito na próxima sessão do Comité Central, a ter lugar em Março. Samora Júnior diz que vai defender-se com garras, tanto mais que cultiva uma percepção quase inabalável: a de que a sua exclusão do processo eleitoral interno foi uma flagrante violação dos estatutos do partido, tanto mais que, até hoje, nunca lhe foi explicada a razão dessa exclusão. A opção de ser cabeça de lista da AJUDEM, que acabou por ser combatida pelo Conselho Constitucional, diz Samito, decorreu única e exclusivamente dessa exclusão.

 

Os próximos dias serão decisivos para se perceber qual será o destino do filho de Samora Machel no partido. O Comité de Verificação é o órgão que faz o “oversight” da conformidade legal e ética nos processos internos do partido e tem-no feito com alguma independência relativamente a ditames do Secretariado do Comité Central ou mesmo da Comissão Política.

 

Não é ainda clara a norma estatutária alegadamente violada por Samora Machel Júnior. Entre os deveres de membro, cuja violação dá lugar à expulsão há dois que poderão ser evocados, nomeadamente, (i) não pertencer a um outro partido político, organização associada ou dele dependente e (ii) não ser candidato para qualquer função, por outros partidos ou organizações associadas ou deles dependentes, sem a devida autorização dos órgãos competentes da FRELIMO. A grande incógnita agora é a de saber se o Comité de Verificação vai enquadrar o grupo cívico AJUDEM dentro da categoria de “organização associada ou dependente de um partido”, o que não parece ser caso.

 

Na Frelimo, dependendo do grau de gravidade de uma violação aos deveres de conduta, os membros do Comité Central são susceptíveis de receberem os seguintes tipos de sanções: a) advertência; b) repreensão registada; c) suspensão do direito de eleger e de ser eleito, até um ano; d) suspensão da qualidade de membro do Partido, por período não superior a um ano; expulsão do Partido. 

 

De acordo com os estatutos, “a pena de expulsão implica a cessação definitiva de qualquer vínculo do membro com o Partido e só poderá ser aplicada por falta grave, nomeadamente, o desrespeito aos princípios programáticos essenciais e à linha política do Partido, a inobservância dos Estatutos, regulamentos e decisões dos órgãos, a violação dos compromissos assumidos e, em geral, a conduta que acarrete sério prejuízo ao prestígio e bom nome do Partido e a violação dos deveres que dão lugar à expulsão”, tais como mencionamos acima.

 

O processo de expulsão não é um acto sumário. Antes de qualquer decisão, rezam os estatutos, as acusações devem ser cuidadosamente analisadas e devidamente comprovadas e “os membros gozam do direito da prévia audição e são-lhes asseguradas as mais amplas garantias de defesa em particular nas sanções superiores à advertência”. (Carta)

A Presidência da República de Moçambique anunciou, na semana passada, que o grupo que acompanha, de perto, o desarmamento dos guerreiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), passará a ter encontros semanais com o objectivo de acelerar e efectivar o processo já em andamento. A decisão foi tomada numa reunião realizada na última quinta-feira.

 

Segundo o comunicado da Presidência, “O grupo acordou a realização de encontros numa regularidade semanal para a preparação de documentos e aspectos logísticos que são necessários para a efectivação do processo de desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR)”, refere o documento.

 

Avança-se que no mesmo comunicado que "o Grupo Técnico Conjunto de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (GTCDDR) reuniu-se na cidade da Beira com o brigadeiro Javier Pérez Aquino, coordenador dos peritos internacionais, para (se definirem) os passos subsequentes no processo de DDR".

 

O governo, por sua parte, congratulou “os esforços, os avanços alcançados e o impacto positivo da reunião”, encorajando as partes envolvidas “a continuar, para o breve desfecho do processo”.

 

Refira-se que foi a 06 de Outubro que o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou o arranque do programa de DDR. Este acto por seguido pela chegada de nove peritos militares internacionais liderados pelo argentino Javier Antonio Pérez Aquino, de 58 anos, cuja mais recente missão consistiu em supervisionar, para as Nações Unidas, o desarmamento de guerrilheiros na Colômbia.

 

DDR abrange um número ainda não divulgado de guerrilheiros e é a segunda parte de uma negociação definitiva para a paz que o Presidente moçambicano encetou no último ano com o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama, após o cessar-fogo decretado por este em Dezembro de 2016. (Lusa)

O Governo não concluiu nem uma das 11 reformas propostas em 2018 pelo sector privado, com vista à melhoria do ambiente de negócios no país. Esta falha por parte do executivo foi denunciada pelo presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, durante a sua intervenção na passada sexta-feira no VII Conselho de Monitoria de Ambiente de Negócios (CMAN), um dos mecanismos de consulta do diálogo público-privado liderado pelo Primeiro-Ministro Carlos Agostinho do Rosário, sob coordenação do Ministério da Indústria e Comércio (MIC). 

 

“Em 2018 sentimos que houve um revés no contexto da implementação das reformas, uma vez que dos 11 pontos que foram estabelecidos nenhum foi concluído”, disse Vuma, reconhecendo, no entanto, progressos na revisão da Lei Laboral, do Pacote Fiscal da Aviação Civil, acções que, conforme salientou, poderão contribuir sobremaneira na melhoria do ambiente de negócios.

 

Das 11 reformas do ano passado constava a elaboração da proposta da Lei Portuária, visando harmonizar e facilitar as actividades no sector e dinamizar o sector privado que nele opera ou que queira operar, bem como garantir a competitividade das infra-estruturas portuárias nacionais. No ano passado, o sector privado também havia proposto a revisão da Lei 13/99 sobre Fomento, Produção, Processamento e Exportação da castanha de caju, como forma de actualizar a sobretaxa na exportação do produto. 

 

Proposta de Conteúdo Local cria alvoroço

 

No rol das 11 reformas que a CTA pretendia ver introduzidas pelo Executivo para melhorar o ambiente de negócios constava a elaboração da proposta de Lei do Conteúdo Nacional. O objectivo deste instrumento legal é promover a ligação dos grandes projectos com a economia nacional, particularmente as Pequenas e Médias Empresas. A discussão para se dar ‘luz verde’ àquela proposta está a ser adiada há quase cinco anos. Na origem da demora está, segundo o Governo, a necessidade de consultar outros países já experientes na matéria. 

 

O documento das reformas de 2018 aponta o Ministério da Economia e Finanças (MEF) como órgão responsável pela gestão da elaboração (e pelas acções subsequentes) da proposta da Lei de Conteúdo Nacional, um assunto que à semelhança de outros foi debatido durante o VII CMAN. Entretanto, na ocasião, o timoneiro do MEF, Adriano Maleiane, fez um pronunciamento que não agradou o sector privado. Maleiane apelou ao empresariado nacional para deixar de importar produtos que podem ser adquiridos no país, uma postura que, segundo ele, não se enquadra na política de conteúdo nacional.

 

Adriano Maleiane justificou tal apelo com base no Decreto de Compras nº 05/2016. “Sinto que estamos a levar muito tempo, porque nem todos estamos seguros de que esse é o caminho. Portanto, temos de trabalhar para trazer as coisas ao seu devido lugar”, disse o ministro. As declarações de Adriano Maleiane não terão caído bem ao vice-presidente do pelouro de Recursos Minerais, Hidrocarbonetos e Energia da CTA, José Mendes, que na sua reacção disse esperar que o pronunciamento do Ministro não continuasse a retardar o debate e aprovação da proposta da Lei de Conteúdo Nacional.

 

Reformas de 2019

 

Por não terem sido concluídos os assuntos acima mencionados, fazem parte da proposta de reformas deste 2019. Das novas acções a serem levadas a cabo, consta a revisão do regime fiscal para a simplificação e redução da carga tributária na actividade económica. Também pretende-se reduzir a taxa do IRPC no sector agro-pecuário. Para este ano, o sector privado propõe a regulamentação das inspeções de actividades económicas. O objectivo da medida é criar um comando legal que obrigue os agentes económicos a coordenar todas as acções inspectivas e introduzir inspecções educativas.

 

Neste 2019, o sector privado também pretende a revisão da Lei de Eletricidade por forma a tornar o ambiente de negócios competitivo e facilitador do investimento. Para que as reformas não concluídas e as propostas para 2019 sejam terminadas ainda no decurso deste ano, a CTA recomendou ao Governo maior celeridade, alegando que por se tratar de um ano eleitoral muitos dirigentes não estarão disponíveis nos próximos meses. (Evaristo Chilingue)

A New Energy Minerals assinou um contrato vinculativo com a Auspicious Virtue Investment Holdings para a venda da participação restante de 50% na Balama Properties Pty Limited, em Moçambique, informou a empresa australiana em comunicado divulgado sexta-feira.

 

O comunicado acrescenta que, após a conclusão formal do negócio, a Auspicious Virtue Investment Holdings, um veículo de investimento detido pelo senhor Louis Ching, passará a deter a totalidade das acções representativas do capital social da Balama Properties.

 

A New Energy Minerals anunciou a 7 de Novembro de 2018 ter alcançado um acordo com Louis Ching ao abrigo do qual este investidor adquiriu a participação de 50% através da Auspicious Virtue Investment Holding Limited, uma sociedade constituída nas Ilhas Virgens Britânicas.

 

A Balama Properties era a empresa subsidiária através da qual a New Energy Minerals controlava os seus interesses no projecto de grafite e de vanádio no norte de Moçambique, indo deixar de ter qualquer intervenção naquele projecto de exploração mineira.

 

O comunicado adianta que o negócio irá envolver o pagamento de sete milhões de dólares australianos, montante que foi considerado pela direcção da empresa australiana como o melhor valor a conseguir pela venda daquela participação.

 

Um estudo efectuado à concessão mineira de Caula detida pela Balama Properties Pty Limited determinou que as duas fases do projecto iriam exigir um investimento de 167,6 milhões de dólares australianos para produzir 120 mil toneladas de grafite e de 204 mil toneladas de concentrado de vanádio por ano. (Macauhub)