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Redacção

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segunda-feira, 01 abril 2019 11:27

LAM volta a enfrentar dificuldades

Quando, aparentemente, a empresa Linhas Aéreas de Moçmabique (LAM) parecia estar a regressar a normalidade, depois de algum “caos” provocado pelo Ciclone IDAI, que afectou a zona do centro do país, com destaque para a cidade da Beira, eis que uma nova contrariedade se abate sobre a empresa, com a avaria, sexta-feira (29), de duas aeronaves da companhia.

 

A informação foi tornada pública, esta segunda-feira (01), através de um comunicado de imprensa, em que a companhia refere que a situação levou-a a reprogramar alguns voos e noutros casos, a cancelá-los. Para minimizar o impacto, provocado pela avaria das aeronaves, a LAM alugou uma aeronave sul-africana para operar nas rotas afectadas.

 

“Caos” provocado pelo IDAI

 

A LAM regista a avaria das aeronaves, depois do “caos” verificado nas suas operações, antes e depois da ocorrência do ciclone IDAI, que fustigou, a 14 de Março, a zona centro do país, em particular a cidade da Beira, província de Sofala.

 

De entre vários prejuízos, segundo o director-geral da empresa, João Carlos Pó Jorge, em conferência de imprensa, concedida sexta-feira (29), em Maputo, destaca-se o cancelamento de 28 voos, que afectaram 1500 passageiros com destino às províncias de Sofala, Inhambane, Manica e Tete, afectadas pela tempestade.

 

Após iniciar os voos, três dias depois (17 de Março), a LAM assistiu a um outro problema relacionado com a inoperância do sistema de comunicação, facto que dificultou o pré-pagamento das tarifas. “Na Beira tivemos casos de pessoas com crianças ao colo, sem dinheiro para pagar porque os sistemas de comunicação estavam inoperacionais e tivemos que criar condições para transportá-las à Maputo, onde pagaram pelas viagens”, relatou João Pó Jorge.

 

O director-geral da LAM disse também que nos dias subsequentes a empresa assistiu a uma maior pressão porque, sem ser possível ir a Beira por carro, devido a intransitabilidade da EN6, a alternativa era a via aérea. “Tivemos imensa procura de voos de Maputo para Beira, principalmente de carga, não só de produtos de emergência directa, tais como medicamentos, alimentos, mas também de material para repor as comunicações que foi uma das prioridades que nós percebemos que o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) tinha para a busca e salvamento de pessoas”, disse.

 

Por causa da maior procura, desde o dia 17 de Março corrente, a LAM tem feito entre quatro a cinco viagens a Beira, contra uma média de dois voos em dias normais.

 

“A maior demanda no transporte de carga, levou-nos a alugar um Boeing 737-700, um avião com capacidade para carregar cerca de 15 mil toneladas. Com este carregueiro levamos geradores, bobines de cabos elétricos, fibra óptica, tendas, mantas, entre outros produtos para a operação de emergência. Esse avião fez uma operação intensa entre os dias 19 a 26 do mês em curso, por notarmos pouca demanda nos últimos dias”, afirmou Pó Jorge. 

 

Ainda em relação à carga, a LAM teve, e continua a registar, problemas pelo facto de seu armazém, na Beira, ter sido totalmente destruído pelo ciclone e, por consequência, alguns passageiros não conseguiam prontamente levantar a carga, porque a arrumação no actual que é relativamente pequeno não permite organizar as encomendas.

 

Por causa das condições climáticas não favoráveis alguns aviões da LAM não aterravam na Beira e tinham de regressar para Maputo. Outros ainda desviavam rotas, o que acarretou mais custos de combustível. Os custos de todos esses prejuízos, a direção da LAM diz estar ainda a calcular.

 

Face aos problemas com que a LAM se debate nos últimos dias, Pó Jorge prometeu introdução de soluções que em breve irão normalizar as operações da empresa. (Evaristo Chilingue)

 

De acordo com um especialista sobre dívida externa e direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Juan Pablo Bohoslavsky, a aplicação dos direitos económicos, sociais e culturais em Moçambique não deve ser comprometida pelo serviço da dívida do país, particularmente a sua componente de 'empréstimo secreto'.

 

Num artigo publicado a 29 de Março último no site oficial do Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU sobre a passagem em meados de Março deste ano do Ciclone IDAI  por quatro províncias do Centro de Moçambique, Bohoslavsky refere que os direitos humanos e impactos devastadores daquele fenómeno natural devem imperativamente ser considerados nas discussões sobre a dívida.

segunda-feira, 01 abril 2019 10:32

Comiche abre guerra contra vendedores de rua

Eneas Comiche decidiu ir aos magazines, buscar armas e enfrentar os vendedores de rua em Maputo. Por decisão do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, a partir desta segunda-feira, 01 de Abril, é proibida a venda informal em locais impróprios como à beira das estradas, nos passeios, entre outros lugares.

 

A medida foi tomada numa reunião de emergência realizada, este domingo, entre o Edil da capital do país, Eneas Comiche, e quatro vereadores, na sequência dos acidentes de viação ocorridos sábado e domingo no bairro do Zimpeto, que resultaram numa vítima mortal e 27 feridos.

 

Segundo consta num comunicado emitido no final do referido encontro, a decisão está em conformidade com a Resolução número 94/AM/2008, de 23 de Outubro, que aprova a postura sobre Mercados e Feiras, bem como o previsto na alínea 03 do artigo 25 do Regulamento do Comércio Ambulante e em Lugar Fixo.(Carta)

A ministra das Relações Internacionais e Cooperação sul-africana, Lindiwe Sisulu, está reunida nesta manhã de segunda-feira em Pretória com embaixadores africanos acreditados na África do Sul para discutir a recente violência xenófoba contra imigrantes estrangeiros no país. O porta-voz do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Ndivhuwo Mabaya, adiantou que o ministro da Polícia, Bheki Cele, participará também no encontro com os diplomatas africanos.

 

Segundo o porta-voz, a decisão do Governo sul-africano em convocar os chefes das diplomacias africanas para uma reunião em Pretória, acontece após violentos ataques contra cidadãos estrangeiros, na semana passada, nomeadamente nas províncias do KwaZulu-Natal, litoral sudeste, e Limpopo, norte do país. A recente onda de violência contra cidadãos estrangeiros arrasta-se há pelo menos uma semana.

O julgamento do pedido de extradição para os EUA de três antigos banqueiros do Credit Suisse acusados de envolvimento no processo de dívidas ocultas de Moçambique foi hoje adiado para 11 de Novembro no Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres. O neozelandês Andrew Pearse, antigo diretor do banco Credit Suisse, o britânico Surjan Singh, diretor no Credit Suisse Global Financing Group, e a búlgara Detelina Subeva, vice-presidente deste grupo, aguardam a extradição para os EUA, na sequência de um processo por "fraude de grande escala" pela justiça norte-americana.

 

Segundo a acusação, estima-se que tenham recebido mais de 50 milhões de dólares em subornos e comissões irregulares. Numa audiência no tribunal de magistrados de Westminster, em Londres, na passada quinta-feira, foi anunciado o adiamento do caso para 11 de Novembro e prevê-se que se prolongue por quatro a cinco dias.

A ex-embaixadora de Moçambique em Angola, Helena Taipo, exonerada uma semana depois de ter regressado a Moçambique a mando do Ministro dos Negócios Estrangeiros, José Pacheco, queixa-se de uma alegada violação dos seus direitos fundamentais por parte do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), no quadro da investigação do processo n° 94/GCCC/17-IP, em que ela é acusada de ter desviado, enquanto Ministra do Trabalho no período 2005-2014, aproximadamente 100 milhões de Mts do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

 

Na sequência do processo em causa, em que são arguidas outras quatro pessoas, Taipo foi recentemente exonerada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, do cargo de embaixadora de Moçambique em Angola. O protesto de Helena Taipo vem expresso numa exposição, que semana finda “vazou” nas redes sociais, enviada à Directora do GCCC pelo advogado da queixosa, Henrique Macuácua. A mesma exposição foi também enviada ao PR Filipe Nyusi.

Uma das estórias mais engraçadas e penosas do processo da contratação das “dívidas ocultas” é a de Cipriano Mutota, então Director do Gabinete de Estudos e Projectos do SISE (Serviço de Informação e Segurança do Estado). Mutota foi quem recebeu em primeira mão a proposta do Projecto de Protecção da Zona Económica Exclusiva de Moçambique, trazida pela representante da Abu Dhabi Mar LC, do grupo Privinvest, na África do Sul, Batsetsane Thlokoane, através de Teófilo Nhangumele.

 

Diferentemente do trio Ndambi Guebuza, Teófilo Nhangumele e Bruno Tandane Langa, que encaixou 50 milhões de USD depois de ter conseguido o “go ahead” do antigo Presidente Armando Emílio Guebuza (AEG), para que o negócio fosse avante, Mutota não teve a mesma sorte. O trio passou-lhe a perna. Na linguagem de rua, deram-lhe “uma cabeçada”.

 

De acordo com a acusação, depois de o “trio” ter recebido as “galinhas” da Privinvest, seus integrantes não informaram Mutota, que tinha a expectativa de receber sua quota-parte da “galinhada”. Mutota confiava em Nhangumele, de quem era amigo e antigo colega da faculdade, no ISRI. Foi através de uma conversa com Ângela Leão, esposa de Gregório Leão, na altura Director do SISE, que Cipriano Mutota ficou a saber que a Privinvest afinal já tinha desembolsado as “galinhas”.

Os partidos da oposição no parlamento não estão a questionar as propostas de lei do Governo que em nome da descentralização aumentam os poderes do governo central sobre os governos locais eleitos. A emenda constitucional do ano passado introduziu a eleição dos governadores provinciais e de representante do Estado na província, denominado Secretário do Estado da Província. As leis propostas definem os poderes de cada um destes.

 

Presentemente, o governador da província é nomeado pelo presidente da República e tem amplos poderes não fiscalizados. A nova figura de Secretário do Estado é igualmente nomeada pelo Presidente da República e à semelhança do Governador, tem na maioria os mesmos poderes. Efectivamente, o novo Secretário do Estado nomeado pelo Presidente, é simplesmente o antigo governador. Os recém-introduzidos governadores eleitos e as Assembleias provinciais, têm poderes muito limitados, rigorosamente fiscalizados pelo Governo Central.

O governo de Moçambique irá conceder o aval do Estado à emissão de euro-obrigações da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) a fim de garantir a sua participação nos projectos de gás natural, escreveu a Economist Intelligence Unit (EIU). Os analistas da EIU escreveram ainda que a continuada crise das chamadas “dívidas ocultas” não irá impedir a concessão de novo aval do Estado, desta feita para garantir a participação daquela empresa pública nos projectos da bacia do Rovuma.

 

Os avais do Estado concedidos pelo anterior governo do Presidente Armando Emílio Guebuza a dois empréstimos por parte de duas empresas públicas – Mozambique Assett Management e ProIndicus – foram emitidos à margem da legislação moçambicana.

Se o processo (1/PGR/2015) das “dívidas ocultas” for julgado e todos os 20 arguidos condenados, o Estado moçambicano vai apenas recuperar 61 Milhões de USD, o que é aproximadamente 3% do calote de 2.2 mil milhões de USD. Contas feitas pela “Carta” em relação aos valores que, de acordo com a acusação, chegaram as mãos de 17 arguidos dos 20 acusados pela Procuradoria-Geral da República, mostram que eles encaixaram de subornos cerca de 61 milhões de USD.

 

“Carta” chegou a esta conclusão depois de somar os valores que, de acordo com a acusação, foram integrados na esfera patrimonial de cada um dos 17 beneficiários. Primeiro, calculamos o valor total constante da acusação, declarado em Dólares, onde constatamos que Teófilo Nangumele (8.5 milhões de USD), Bruno Tandane (8.5 milhões de USD), Ndambi Guebuza (33 milhões), Renato Matusse (2 milhões de USD), Cipriano Mutota (980 mil USD), Zulficar Ahmad (100 mil USD) e António Carlos do Rosário (249.972, 00 USD) receberam em conjunto 53.329.972 USD.