Lucas João, Tenente das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), de 50 anos de idade, foi condenado pelo Tribunal Judicial da Província da Zambézia a 18 anos de prisão por tráfico de drogas. De acordo com o Tribunal, foi provado que o militar era dono da droga (metanfetamina) apreendida em Novembro de 2022, no porto de Macuze, no distrito de Namacurra, província da Zambézia.
No mesmo caso, no qual se alegava o envolvimento de um deputado da Frelimo pelo Círculo Eleitoral da Zambézia e que acabou desencadeamento tensão política do partido no poder, também foi ouvido Abdula Molde, docente da Escola Secundária Bonifácio Gruveta, mas foi posto em liberdade por insuficiência de provas.
Aquando da detenção dos dois indivíduos pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) na Zambézia, o porta-voz da instituição, Maximino Amílcar, informou que a droga, nomeadamente, heroína e anfetamina, foi descarregada em Macuze para mais tarde ser distribuída em pequenas embarcações a motor, nas cidades de Quelimane, Beira e Nampula. As embarcações pertenciam ao oficial das Forças Armadas. (Carta)
Sete manifestantes estão detidos pelo seu suposto envolvimento no saque de valores monetários e vandalização dos bens da Tazetta Resources, em Pebane, na Zambézia, durante protestos exigindo o cumprimento da responsabilidade social.
O comandante Provincial da PRM na Zambézia, Fabião Nhacololo, reconheceu que, apesar da manifestação estar consagrada na lei, não pode pôr em causa a ordem e tranquilidade públicas. Acrescentou que parte dos bens roubados à empresa Tazetta Resources durante os protestos já foi recuperada, ao mesmo tempo que promete fazer mais buscas.
Mesmo reconhecendo as motivações dos manifestantes, a Secretária de Estado na província da Zambézia, Cristina Fumo, condenou a atitude dos manifestantes e defendeu o diálogo entre as partes. "Temos que conversar e acredito que nesta manifestação não houve momento para apresentação das reclamações, os manifestantes partiram logo para vandalização. As empresas têm a sua responsabilidade social e a comunidade tem que dialogar com os gestores", disse Cristina Fumo.
Neste momento, a vila de Pebane encontra-se fortemente guarnecida por agentes das Forças de Defesa e Segurança. A empresa Tazetta Resources, que explora minério no distrito de Pebane, é acusada de não estar a cumprir a sua responsabilidade social nos últimos cinco anos.
Esta situação provocou uma onda de revolta na semana passada e, no meio dos protestos, alguns manifestantes apoderaram-se dos bens daquela empresa, enquanto a polícia era chamada a intervir para conter a fúria da população. (Carta)
Ligar as pessoas e promover a inclusão digital é uma aposta da Vodacom Moçambique. É nesta perspectiva que os usuários da Vodacom passam a ter acesso a Smartphones 4G, o que lhes permitirá entrar na digitalização, num mundo cada vez mais conectado pelas tecnologias.
Para o efeito, a Vodacom Moçambique lançou, recentemente, o primeiro serviço inovador e único no mercado das telecomunicações em Moçambique, o Pouko Pouko, que consiste no financiamento de Smartphones 4G num modelo em que os Clientes elegíveis desembolsam 799,00MT e beneficiam automaticamente de um iTel A23 Pro para uso imediato.
Mo Mursi, Director Comercial da Vodacom, referiu o seguinte: “Este novo modelo de financiamento vai ajudar os nossos Clientes a usufruir do dispositivo de imediato, sem terem de esperar pelo pagamento total das parcelas. Ter um telefone já não é um luxo, há muitos serviços que só são possíveis aceder através de um dispositivo móvel, como é o caso do M-Pesa. Permitir que todos os nossos Clientes tenham acesso a um telefone vai permitir um maior acesso aos serviços de carteira móvel. O objectivo principal da Vodacom com o serviço Pouko Pouko é ajudar na inclusão digital no País”.
E para que os utentes mantenham o telefone activo, precisam apenas de activar uma das ofertas integradas (Voz, Internet e SMS) nos pacotes diário, semanal ou mensal disponíveis no canal dedicado USSD *230# e recebem, todos os dias, 50MT, 100MB e 50SMS para acesso contínuo à Rede Número 1 em Moçambique.
O serviço Pouko Pouko está disponível em todas as lojas Vodacom e os Clientes podem verificar a sua elegibilidade através do menu *230#.
O primeiro-ministro português cancelou por motivos familiares a sua visita de Natal aos militares portugueses em missão em Moçambique, na segunda-feira, que incluía uma reunião com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi. Também na segunda-feira, durante uma escala em Luanda, António Costa teria antes de chegar a Moçambique um encontro com o Presidente de Angola, João Lourenço, no Palácio Presidencial.
"A deslocação do primeiro-ministro a Moçambique, por ocasião da visita de Natal às Forças Nacionais Destacadas, prevista para a próxima segunda-feira, dia 18 de dezembro, bem como, no quadro desta mesma deslocação, a visita a Luanda para um encontro com o Presidente da República de Angola, João Lourenço, foram canceladas por motivos pessoais de ordem familiar”, lê-se numa nota divulgada hoje pelo gabinete de António Costa.
De acordo com a mesma nota, “a componente militar relativa à visita às Forças Nacionais Destacadas em Moçambique será assegurada pela ministra da Defesa Nacional [Helena Carreiras], em representação do primeiro-ministro”.
Em Moçambique, o primeiro-ministro iria fazer um balanço sobre a evolução das relações bilaterais desde a última cimeira luso-moçambicana, que se realizou em Maputo em setembro de 2022.
Nessa visita oficial a Moçambique, António Costa assegurou que Portugal iria continuar a apoiar este país no combate ao terrorismo, enquanto o Presidente da República moçambicano destacou a solidariedade e cooperação do Governo português.
O líder do executivo português manifestou também a disponibilidade de Portugal para enviar mais equipamento para ajudar as Forças Armadas de Moçambique.
“Há essa disponibilidade. Moçambique conhece qual é a nossa disponibilidade. É preciso saber se a nossa disponibilidade se engaja com as necessidades que Moçambique tem”, assinalou António Costa, durante a visita que então efetuou às tropas portuguesas na Escola de Fuzileiros Navais e à missão de treino da União Europeia de formação das tropas moçambicanas para combate ao terrorismo na Companhia Independente de Fuzileiros, em Catembe (na margem sul de Maputo).(Lusa)
A instabilidade militar no norte de Cabo Delgado, factores climáticos adversos e o nível de endividamento público continuaram a ser as principais vulnerabilidades no primeiro semestre de 2023. A instabilidade militar no norte de Cabo Delgado prevaleceu no primeiro semestre de 2023, com registo de focos de insegurança em alguns pontos da província.
No período em análise foram reportados avanços na restauração da segurança nas zonas assoladas pelo terrorismo, mas não o suficiente para influenciar a retirada da suspensão do desenvolvimento em terra do projecto Mozambique LNG – TotalEnergies.
Para o Banco Central, a instabilidade militar no norte de Cabo Delgado é uma vulnerabilidade do sistema porque condiciona o acesso aos serviços financeiros, retarda a inclusão financeira e compromete a capacidade dos agentes económicos afectados de honrarem os seus compromissos com o sector bancário, com reflexos no incremento do risco de crédito e sistémico.
No Boletim de Estabilidade Financeira referente ao primeiro semestre de 2023, o Banco Central aponta também calamidades naturais adversos, como vulnerabilidade para o sistema, com destaque para o ciclone Freddy, que afectou as províncias da Zambézia, Nampula, Manica e Sofala, em Março de 2023. Como consequência do ciclone, várias propriedades imobiliárias aceleraram a sua desvalorização, por conta da exposição ao risco, o que influenciou a carteira de activos de bancos, seguradoras e outras instituições financeiras que operam naquelas províncias.
“Estes eventos resultaram na queda dos níveis de produção no país, em resultado da destruição de infra-estruturas, factores e meios de produção, dentre outros, influenciando a capacidade das famílias e empresas de honrarem os seus compromissos com o sector bancário, com impacto no incremento do risco de crédito”, lê-se no Boletim de Estabilidade Financeira do Banco Central.
A instituição aponta ainda a pressão da dívida pública sobre o sistema financeiro no primeiro semestre de 2023. Dados do Banco de Moçambique ilustram que, em termos acumulados, a dívida pública interna incrementou em cerca de 28 mil milhões de Meticais no primeiro semestre do ano, a reflectir, essencialmente, o aumento do financiamento por via de Obrigações de Tesouro e emissão de Bilhetes do Tesouro.
Nesse contexto, a dívida pública cresceu de 926.7 mil milhões de Meticais em Junho de 2022 para 943.9 mil milhões de Meticais em Junho de 2023. Para o Banco Central, o financiamento interno do Estado absorve parte significativa dos recursos do sector bancário, que poderiam ser canalizados para as empresas ou famílias. (Carta)
Vive-se um ambiente de “cortar à faca” na Federação Moçambicana de Futebol (FMF), entre a direcção executiva daquele organismo desportivo e a equipa técnica da selecção nacional sénior de futebol, liderada por Chiquinho Conde, por uma alegada interferência da equipa de Faizal Sidat na preparação do combinado nacional para a Copa Africana das Nações (CAN), que arranca a 13 de Janeiro, na Costa do Marfim.
As desinteligências entre a direcção executiva da FMF e a equipa técnica foram tornadas públicas este fim-de-semana por Chiquinho Conde em entrevista concedida ao canal desportivo da Rádio Moçambique (RM Desporto).
Àquele órgão de comunicação social, Chiquinho Conde disse estar a ser alvo de sabotagem por parte da direcção executiva da FMF, que alegadamente tem estado a inviabilizar o seu plano de trabalho, a destacar a não realização de jogos de controlo a nível interno (com selecções regionais do centro e norte do país), por forma a garantir o ritmo competitivo dos jogadores que actuam no campeonato nacional de futebol (Moçambola), cuja prova terminou há mais de 30 dias.
Na entrevista concedida no último sábado ao RM Desporto, o seleccionador nacional de futebol mostrou-se desagradado com a escolha da África do Sul para o estágio dos “Mambas”, ao invés de Portugal, que era seu principal desejo. Afirma que Portugal seria o local ideal para a realização do estágio, uma vez que facilitaria a deslocação dos jogadores que actuam nos campeonatos europeus. Porém, a FMF preteriu esta escolha alegadamente por questões climatéricas, visto que Portugal regista temperaturas baixas em Janeiro, o que contraria a realidade da Costa do Marfim no igual período do ano.
“A selecção nacional não é de Chiquinho Conde, parece que as pessoas estão a combater o Chiquinho Conde. Isso é ridículo. Estou desagrado com toda esta situação. (…) Sou mais um que quer agregar valor”, desabafou Chiquinho Conde, garantindo que o seu descontentamento é do conhecimento da direcção executiva da FMF.
Nas suas declarações ao RM Desporto, Chiquinho Conde revelou, por exemplo, que não solicitou qualquer jogo de preparação com a Costa do Marfim, agendado para o dia 06 de Janeiro, em Abidjan, e nem foi informado das negociações entre as federações de futebol da Costa do Marfim e de Moçambique para o agendamento da referida partida. Afirma que tomou conhecimento do jogo através dos órgãos de comunicação social.
Para o seleccionador nacional, um jogo contra Costa do Marfim, nas vésperas do arranque da competição, é pesado para o combinado nacional, visto que exigirá deste maior esforço físico, podendo causar lesões aos atletas. Lembre-se que Moçambique estreia no CAN no dia 14 de Janeiro, defrontando o Egipto. A seguir, jogará com Cabo Verde a 19 de Janeiro e fecha a fase de grupo, jogando com o Gana a 22 de Janeiro.
“Carta” contactou o Presidente da FMF, Faizal Sidat, para colher sua reacção em torno do desabafo de Chiquinho Conde, mas este preferiu o silêncio. Este, refira-se, é mais um caso que abala os “Mambas”, nas vésperas de mais uma competição africana. Em Janeiro deste ano, recorde-se, jogadores da selecção nacional de futebol recusaram-se a deixar o hotel, em Argélia, exigindo o pagamento do prémio de jogo pela qualificação aos quartos-de-final do CHAN, que decorreu naquele país do Magrebe. (Carta)
Os advogados do bilionário libanês Iskandar Safa e do seu grupo de empresas Privinvest argumentaram, sexta-feira, no Tribunal Superior de Londres que Moçambique concebeu a ideia de construir uma frota de pesca de atum muito antes da Privinvest chegar ao país e que foi o então Presidente, Armando Guebuza, quem procurou a Privinvest para obter ajuda na construção dessa frota.
O Tribunal Superior está a ouvir os argumentos finais dos advogados que actuam em nome dos litigantes no caso das “dívidas ocultas”, onde Moçambique pede 3,1 mil milhões de dólares americanos em indemnizações à Privinvest e à Safa. Além disso, Moçambique procura anular dívidas detidas pelos bancos VTB Capital e VTB Bank (Europa), ligados à Rússia, e pelo banco português BCP.
O caso centra-se em empréstimos de mais de dois mil milhões de dólares feitos em 2013 e 2014 a três empresas moçambicanas fraudulentas ligadas a valores mobiliários (Proindicus, Ematum e MAM) pelo Credit Suisse e VTB. Alguns destes empréstimos foram sindicados, o que significa que foram oferecidos a outras instituições de crédito, como o BCP.
Em teoria, os empréstimos destinavam-se, entre outras coisas, a uma frota de pesca de atum, a estaleiros navais e à segurança marítima. Mas nenhum desses empreendimentos chegou perto de gerar lucro e todos faliram. Mas isso não podia ser o fim da história, uma vez que as dívidas do projecto foram apoiadas por garantias estatais não reveladas, o que significa que o Governo de Moçambique se tornou responsável pelo pagamento dessas dívidas.
Os advogados que actuam em nome da Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique argumentaram que o caso é essencialmente “simples”. O advogado Jonathan Adkin disse ao Tribunal na quarta-feira passada que “o Sr. Safa e a Privinvest ofereceram e pagaram subornos a funcionários públicos e associados para obter transações e garantias assinadas. Como resultado destas transações e garantias, a República sofreu e continua a sofrer enormes perdas”.
No entanto, o advogado da Privinvest, Duncan Matthews, sublinhou que Moçambique estava muito interessado em proteger as suas águas territoriais e acreditava que poderia financiar isso cobrando às empresas de hidrocarbonetos que operam ao largo da costa da província nortenha de Cabo Delgado pelos serviços de segurança. Afirmou que Moçambique confiou na marinha sul-africana para proteger as suas águas territoriais e que desejava que ela construísse a sua própria capacidade para garantir a sua soberania.
Matthews colocou o actual presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, bem no centro dos três projectos. No entanto, passou então a caracterizar o Presidente Nyusi como o indivíduo que decidiu parar a implementação dos projectos como parte de uma alegada vingança contra o ex-Presidente Guebuza.
Ele argumentou que a Privinvest fez todo o possível para tornar os projectos um sucesso, incluindo oferecer a extensão do empréstimo da Proindicus sem custos, dar formação gratuita ao pessoal da Ematum e fornecer uma escola de formação e equipamento para a MAM sem custos.
Nenhuma prova sobre essas ofertas foi apresentada no julgamento em Maputo, entre 2021 e 2022, de 19 pessoas acusadas de envolvimento nas “dívidas ocultas”. Talvez o argumento mais forte de Matthews tenha sido perguntar porque é que a Privinvest não conseguiria fornecer projectos de sucesso quando estava muito interessada em manter relações tanto com Moçambique como com os bancos. A Privinvest forneceu equipamentos para todo o mundo, disse ele, e perguntou por que razão não quereria que os projectos de Moçambique fossem um sucesso.
Para saber se a Privinvest estava comprometida com o sucesso dos três projectos, podemos olhar apenas para um exemplo dos equipamentos fornecidos – os navios interceptadores que se destinavam a proteger as águas moçambicanas da pirataria e da pesca ilegal. Testemunhas especializadas, incluindo o Contra-Almirante Jean Louis Barbier que deu a sua opinião em nome da Privinvest, concordaram em muitos pontos que o equipamento vendido para protecção da Zona Económica Exclusiva era inadequado.
Por exemplo, o Contra-Almirante Barbier aceitou no interrogatório que os navios de intercepção – que estavam entre os mais rápidos do mundo – não tinham quaisquer armas a bordo que os impedissem de tomar medidas ofensivas. Assim, eles poderiam correr em grande velocidade até o dhow ou esquife que representava uma ameaça, mas teriam que permanecer a uma distância segura.
A Privinest poderia ganhar muito dinheiro com os negócios corruptos, cobrando demasiado pelos activos que vendeu à Proindicus, Ematum e MAM. Uma auditoria independente às três empresas em 2016 mostrou que os barcos de pesca, navios de patrulha, estações de radar e outros equipamentos fornecidos pela Privinvest estavam muito sobrefacturados. Auditores estimaram a sobrefacturação em mais de 700 milhões de dólares.
Matthews admitiu que foi um caso estranho em que o acusado reconheceu fazendo pagamentos a muitos dos principais intervenientes. Mas ele argumentou, como a Privinvest fez desde o início do escândalo, que a empresa nunca pagou quaisquer subornos. A empresa divulgou ao Tribunal detalhes de cerca de uma centena de pagamentos que Moçambique afirma serem subornos. Mas ele argumentou que estes eram todos honorários de consultoria legítimos, contribuições de campanha ou investimentos em Moçambique.
No que diz respeito a Moçambique, tudo isto são apenas eufemismos para subornos.
A Privinvest admitiu ter pago ao então ministro das Finanças, Manuel Chang, sete milhões de dólares. Dois milhões de dólares foram enviados à empresa Genoa para “investimentos conjuntos no setor imobiliário”. Outros cinco milhões de dólares foram enviados à empresa Thyse para “investimento num banco e/ou Fundo Soberano”.
A Privinvest aceitou que nenhum destes investimentos se materializasse e argumentou que os fundos foram então reaproveitados para financiar a campanha de Chang à Assembleia da República nas eleições de 2015. Chang foi de facto eleito para a Assembleia pela província de Gaza, no sul. Mas não teve nenhuma campanha própria, separada da campanha do Partido Frelimo, no poder. Os argumentos finais do caso continuarão até 21 de dezembro, mas espera-se que o juiz Robin Knowles demore vários meses antes de anunciar sua decisão.(AIM)
A conhecida jornalista guineense Kadidja Pinto Monteiro desmente a alegada remoção do nome de Eduardo Mondlane de uma das principais ruas de Bissau, a capital da Guine Bissau, numa alteração recente da toponímia da cidade que serviu para homenagear o Presidente portuges Marcelo Rebelo de Sousa, atribuindo o seu nome a uma das ruas, numa iniciaticavas do Presidente Local Umaro Embalo. A alegação circulou velozmente nas redes sociais.
Não era para menos! Eduardo Mondlane, fundador da Frente de Libertação de Moçambique, é um dos principais heróis do nosso país e da luta anti-colonial. Kadidja ficou também assustada com um artigo de opinião publicado no jornal português Expresso, que amplificava o “fake news”. Ela escreveu, indignada, para os leitores de "Carta de Moçambique" nos seguintes termos:
“Não sei o que está a mover os irmãos moçambicanos a imiscuir-se tanto e de forma tão pouco clara nos acontecimentos da Guiné-Bissau. Vocês estão com tantos problemas aí, meu Deus, isso não é suficiente?
Isto é tudo falso. Vocês são tão vítimas quanto nós das falácias da imprensa portuguesa. O que é isto!?
Existe uma ‘Rua Eduardo Mondlane’, e essa é a Rua mais longa de Bissau. Está intacta! Nesta rua está o restaurante restaurante italiano Bistro, o antigo supermercado Mavegroe e vai até a Meteorologia. Também é onde tem a discoteca ‘Plack’. É do conhecimento público que nada foi tocado nesta Rua. O nome Marcelo Rebelo de Sousa foi atribuído a uma rua que se chamava Rua 13.
Moçambique continua bem tratado e respeitado na Guiné-Bissau. Não se sabe as razões de tanta desinformação contra a Guiné. O que se passou no nosso país, recentemente, foi uma grave subversão da Constituição, que teve início no caso dos 6 bilhões de Francos CFA (cerca de 10 milhões de USD).
Por conseguinte, o Ministério Público decretou prisão preventiva ao Ministro das Finanças e ao Secretário de Estado do Tesouro. Quando estes foram conduzidos para a Policia Judiciária, o chefe da Guarda Nacional Vítor Tchongo, na base da violência, muito bem armado, foi à instância judicial retirar os dois detidos. Por outras palavras, subverter a Ordem.
É com isto que estamos a lidar; é isto que aconteceu e que deu origem à intervenção rápida das FARP (Forças Armadas Revolucionárias do Povo), que actuou de forma cirúrgica, deixando a população o menos tempo possível no estado de ansiedade, pois conseguiram deter o chefe da operação, o Vítor Tchongo.
Quanto aos nomes das ruas, penso que não passa de ‘faits divers’, para distrair os menos atentos. Temos irmãos moçambicanos no país, que podem dar conta de como são acolhidos e tratados.
Acredito que os irmãos moçambicanos estão a viver momentos conturbados, desde Cabo Delgado às recentes eleições autárquicas, passando pelo silenciamento de jornalistas via morte, raptos aleatórios, enfim, muitos assuntos com que se preocupar. Permitir que a imprensa portuguesa nos faça de cavalo de batalha, é voltar para a era do colonialismo. Parafraseando o Presidente Nyusi. Não infernizem o nosso país!
Decorre desde o passado dia 08 de Dezembro a instalação de novas antenas com a tecnologia 4.5G na província de Niassa, tendo até ao momento sido concluída a cobertura e modernização na cidade de Lichinga. Niassa é a última província a ser coberta no âmbito do projecto de modernização e expansão da rede em curso na Tmcel, significando assim a cobertura de todas as províncias do País com a rede 4.5G.
Com mais de 20 novas antenas já instaladas naquela província até à presente data, quando concluído, o projecto de modernização e expansão da rede da Tmcel contará com cerca de 73% de execução, a nível do território nacional.
A implementação deste projecto, orçado em 132 milhões de dólares norte-americanos, cuja conclusão está prevista para Maio de 2024, tem permitido uma melhoria substancial da qualidade da rede, concretamente no que diz respeito à voz e dados, assim como o aumento da capacidade e de disponibilidade de serviços prestados aos clientes internacionais e da região (interland).
Esta melhoria da rede tem concorrido adicionalmente para a promoção da inclusão financeira e das transacções de moeda electrónica nos sectores formal e informal, através do mKesh, cujas transacções e vendas cresceram, de Janeiro à Novembro, em mais de 200%.
Para o presidente da Comissão de Gestão da Tmcel, Mahomed Adamo Mussá, “este é mais um marco na longa etapa de revitalização da empresa que agora para além de cobertura em todas as províncias com a moderna rede 4.5G, colocamos a disposição do povo pacotes bastante atractivos de voz e dados ilimitados mas, sem descurar da qualidade e a velocidade dos dados”, disse Mahomed Mussá.
Ainda no âmbito deste projecto, a Tmcel já está a entregar para diversos pontos de Niassa, através do seu Backbone (espinha dorsal) capacidades de até 200 Gigabytes para o segmento empresarial.(Carta)
Um tribunal da África do Sul condenou a um ano de prisão quatro moçambicanos envolvidos em mineração ilegal no sudoeste de Joanesburgo, por posse de metais preciosos, anunciou ontem a Polícia Sul-Africana (SAPS).
“Mazuwa Zachariah Mthimkhulu, de 18 anos, Phillip Elia Mashawa (18), Mateu Muhlanga (18) e Phillip Sithole (23), foram condenados a 12 meses de prisão efetiva no Tribunal de Klerksdorp, em 12 de dezembro de 2023, por posse de metais preciosos em bruto e violação da Lei de Imigração”, salientou a força de segurança, em comunicado ontem divulgado.
Os acusados foram presos no passado mês de julho na área de Ysterspruit, próximo de Jouberton, a cerca de 180 quilómetros a sudoeste de Joanesburgo, a capital económica do país, onde desenvolviam atividades de mineração ilegal, segundo a polícia sul-africana.
Na África do Sul, a exploração mineira ilegal é frequente, em especial na província de Gauteng, onde se situa a cidade mineira de Joanesburgo. Em novembro, o Governo sul-africano considerou que a exploração mineira ilegal representa uma ameaça à segurança nacional do país, que é um dos maiores produtores mundiais de ouro, platina e diamantes.
“A mineração ilegal também tem sido associada a outros crimes como o tráfico de seres humanos, o branqueamento de capitais, o tráfico de armas e explosivos ilegais, a evasão fiscal, a imigração ilegal e o crime organizado transnacional”, frisou a ministra da Defesa, Thandi Modise.
A governante sul-africana revelou que até à data foram detidas mais de 4.000 pessoas por envolvimento na exploração mineira ilegal no país, entre os quais mais de 2.000 cidadãos estrangeiros do Zimbabué, Moçambique, Lesoto, DRCongo, Nigéria, Quénia, Paquistão e Uganda.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, aprovou no mês passado o destacamento de 3.300 efetivos do exército para impedir a exploração mineira ilegal em todo o país. (Lusa)