Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
Redacção

Redacção

sexta-feira, 12 janeiro 2024 03:03

Nyusi na Cimeira Global de Gujurat

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, convidou empresários da Índia e de todo o mundo a aproveitarem o potencial económico que Moçambique tem, investindo em vários sectores que o país oferece aos investidores globais. Nyusi lançou o seu convite, quarta-feira, na abertura da 10ª edição da Cimeira Global de Gujarat, evento em que participou a convite do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

 

“A fim de reforçar a cooperação internacional, através da criação de parcerias produtivas, que conduzam a uma rápida aceleração do crescimento económico global e à melhoria das condições de vida das nossas populações, convido mulheres, empresários da Índia e de todas as outras partes do mundo aqui presentes investir em Moçambique numa base ganha-ganha”, disse Nyusi.

 

Segundo Nyusi, a legislação sobre investimento em Moçambique oferece um pacote de incentivos aos investidores que queiram produzir bens e serviços que criem oportunidades de emprego para os jovens moçambicanos e contribuam para a agregação de valor, a industrialização e a modernização da economia. Disse que Moçambique é um país com um grande potencial económico inexplorado. Possui abundantes terras aráveis e rios, ideais para a agricultura mecanizada, pecuária e pesca.

 

“Tem enormes reservas para o desenvolvimento da indústria mineira e de transformação, bem como grandes reservas de areias pesadas e outros minerais de elevado valor comercial como pedras preciosas, cobre, ferro e grafite”, disse, acrescentando que “o país também tem um enorme potencial para a produção de energia hidrelétrica, eólica e solar.”

 

Salientou que as parcerias internacionais devem sempre centrar-se no desenvolvimento harmonioso e na criação de riqueza para o bem-estar das pessoas. Garantiu que o governo moçambicano está a fazer tudo o que pode para garantir uma parceria económica em que todas as partes beneficiem e contribuam juntas para um mundo próspero para as gerações presentes e futuras.

 

Disse que o governo moçambicano e a comunidade empresarial nacional também esperam aprender novas experiências de resiliência económica e desenvolvimento na cimeira de Gujarat. Na verdade, disse Nyusi, a Índia e o estado de Gujarat, em particular, oferecem a muitos países em desenvolvimento a oportunidade de partilhar a experiência de resiliência e de superação de obstáculos ao desenvolvimento.

 

“Esta cimeira bienal, estabelecida há mais de 20 anos, é o ponto de partida para a auto-suficiência de uma região”, afirmou. “A Cimeira de Gujarat também tem a particularidade de incentivar os países e estados a fazerem uma apresentação sobre as oportunidades de negócios e de investimento que oferecem”. Explicou que o interesse em aprender com a experiência de Gujarat é ainda maior porque Moçambique acredita numa estratégia de desenvolvimento baseada na auto-suficiência, baseada na produção interna ou transformação dos recursos disponíveis no país para autoconsumo e exportação.

 

“O facto do país ser banhado pelo Oceano Índico faz do Canal de Moçambique uma rota comercial estratégica para muitos países, incluindo os do interior da África Austral, cujo acesso ao mar se faz através do nosso país. Portanto, investir em Moçambique é também aproveitar as oportunidades económicas que a região da África Austral oferece com um mercado de mais de 250 milhões de consumidores”, afirmou.

 

A cimeira de Gujarat conta com a presença de vários chefes de estado e de governo de todo o mundo. O evento é promovido pelo governo indiano e tem como objectivo criar parcerias e cooperação entre os vários actores mundiais com vista ao desenvolvimento socioeconómico, contactos empresariais e estratégias para o crescimento inclusivo dos estados.(AIM)

O Estado Islâmico, que desde o princípio deste mês lançou uma ofensiva global denominada "Matai-os onde os encontrares", reivindicou esta quinta-feira (11) a autoria de três ataques nos distritos de Mocímboa da Praia e Macomia, em Cabo Delgado.

 

Os comunicados tornados públicos, em separado, por aquela organização terrorista, revelam que na quarta-feira foi atacada a aldeia Chinda, em Mocímboa da Praia, resultando em vários ferimentos, além da destruição de mais de dez casas.

 

Outro comunicado aponta que o segundo ataque ocorreu na aldeia Anotadora, também no distrito de Mocímboa da Praia, onde além da fuga dos residentes, os terroristas queimaram mais de trinta (30) palhotas. 

 

"Carta" apurou que as famílias se deslocaram à aldeia Oasse, enquanto outras rumaram à vila de Mocímboa da Praia.

 

O terceiro ataque reivindicado pelo Estado Islâmico foi mais uma vez na aldeia V Congresso, posto administrativo de Chai, distrito de Macomia. Sem muitos detalhes, o EI assume que atacou uma posição das Forças de Defesa e Segurança moçambicanas.

 

Refira-se que, no distrito de Macomia, três viaturas de transporte semi-colectivo levaram de volta várias famílias aos centros de deslocados de Ancuabe. (Carta)

Os dados estatísticos nacionais indicam um aumento progressivo dos casos de trauma na última quadra festiva com um acréscimo de 3.3% do número de acidentes de viação, reportados pelos Hospitais públicos. Os Serviços de Urgência do Hospital Central de Maputo (HCM), a maior unidade sanitária do país, indicam que foram assistidos, em média, cerca de 15 mil pacientes vítimas de trauma.

 

Dentre as causas de internamento nos serviços de ortopedia e traumatologia destacam-se a fractura dos membros inferiores e deformidades adquiridas dos membros.

 

Para inverter o cenário, o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, procedeu esta quinta-feira à entrega de diversos tipos de acessórios, que buscam não apenas o tratamento de lesões, mas também a prevenção e a correcção de deformidades estéticas, visando proporcionar uma melhoria na qualidade de vida durante o período de reabilitação, e reduzindo o período de permanência dos pacientes no leito hospitalar.

 

“Importante será salientar que o custo médio de assistência a um paciente de fórum ortopédico, internamento e tratamento cirúrgico é de cerca de 70 mil meticais”, frisou Tiago.

 

Segundo Tiago, o material é composto por Material de Osteosíntese, Sistemas de fixação DHS para cirurgia da Anca e Material de Cirurgia Reconstrutiva, orçado em quatro milhões, seiscentos e vinte e cinco mil dólares. (Marta Afonso)

Dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em Dezembro último, quando comparados com os do mês anterior, indicam que o país registou uma subida de preços na ordem de 1,29%, o que aumentou o custo de vida. A divisão de alimentação e bebidas não alcoólicas foi a de maior destaque, ao contribuir no total da variação mensal com cerca de 1,15 pontos percentuais (pp) positivos.

 

Analisando a variação mensal por produto, a instituição destaca a subida de preços do tomate (9,8%), do peixe seco (6,6%), do milho em grão (9,3%), da alface (23,7%), das refeições completas em restaurantes (1,1%), do inhame (43,9%) e do feijão nhemba (8,5%). Estes contribuíram no total da variação mensal com cerca de 1,00pp positivos.

 

“No entanto, alguns produtos com destaque para os ovos frescos de galinha (5,0%), o carapau (0,5%), o óleo alimentar (0,5%), as motorizadas (0,7%), a farinha de milho (0,9%), o limão (3,3%) e o peixe fresco (0,2%), contrariaram a tendência de subida de preços, ao contribuírem com cerca de 0,09pp negativos no total da variação mensal”, observou o INE. 

 

A Autoridade Estatística Nacional calculou que, durante o ano de 2023, o país registou uma subida do nível geral de preços na ordem de 5,30%, influenciada pela divisão de Alimentação e bebidas não alcoólicas ao contribuir com 3,34pp positivos.

 

“Relativamente à variação média de 12 meses, o país registou um aumento de preços na ordem de 7,13%. As divisões de Educação, de Bens e serviços diversos e de Alimentação e bebidas não alcoólicas foram as de maior destaque, ao variarem em cerca de 11,27%, 10,50% e 10,03%, respectivamente”, contou o INE.

 

Analisando a variação mensal pelos centros de recolha, o INE reporta que, em Dezembro findo, houve uma subida do nível geral de preços em todos os centros de recolha, com maior destaque para a Cidade de Chimoio (2,76%), seguida das Cidades de Quelimane (2,29%), da Beira (1,98%), de Tete (1,49%), da Província de Inhambane (1,45%), das Cidades de Xai-Xai (1,09%), de Nampula (0,55%) e de Maputo (0,46%). (Carta)

A SuperSport, através das plataformas DStv e GOtv Moçambique, vai transmitir integralmente o Campeonato Africano das Nações (CAN) TotalEnergies 2023.

 

A informação foi avançada aos meios de comunicação social depois da MultiChoice ter assegurado os direitos de transmissão de um universo de 52 jogos, em directo, do torneio que inicia este sábado, 13 de Janeiro, e prolonga-se até ao dia 11 de Fevereiro de 2024.

 

A MultiChoice chegou a um acordo comercial viável com os detentores dos direitos, a New World TV (NWTV), para transmitir a 34ª edição da principal competição africana de futebol masculino, que se realiza na Costa do Marfim.

 

“Estamos muito satisfeitos por poder mostrar o melhor do futebol africano, em directo aos nossos telespectadores”, disse Agnelo Laice, Director Geral da MultiChoice Moçambique.

 

Como parte deste acordo, Nimonka Kolani, Director Executivo da NWTV, declarou que “ao garantir os direitos do CAN 2023 sob a liderança de Patrice Motsepe, a SuperSport e a NWTV provam que nada é mais importante do que a felicidade dos africanos que desejam acompanhar as realizações da sua equipa favorita durante a maior competição de futebol em África.”

 

A SuperSport, líder em transmissões desportivas no continente, vai trazer uma cobertura inigualável para todos os jogos, através da DStv e Gotv, provando, mais uma vez, o empenho da MultiChoice em continuar a garantir que os fãs de futebol continuem a desfrutar de uma gama e profundidade de acção que nenhum outro concorrente pode igualar – é literalmente “Futebol Imbatível”.

O Access Bank finalizou recentemente a aquisição do African Banking Corporation Zambia Limited, que ainda actua como Atlas Mara Zâmbia, consolidando a sua posição como um dos cinco maiores Bancos daquele país africano. A operação foi concluída após a aprovação regulatória e o cumprimento de todas as condições contratuais e permite que, desde já, o Atlas Mara seja completamente uma filial do Access Bank Zâmbia.

Nos termos acordados, os dois bancos vão continuar a operar separadamente até que   todos   os   processos   relacionados   com   a   integração   estejam   concluídos. Terminado o processo de fusão, as entidades combinadas vão tornar-se num dos cinco maiores bancos da Zâmbia na arrecadação de receitas, com perspectivas de se encontrarem entre os três maiores até 2027.

Esta transacção estratégica permitirá ao Access Bank expandir as suas operações, oferecendo uma série de serviços financeiros e fortalecendo o seu compromisso com o desenvolvimento económico da Zâmbia. Nos últimos dois anos, o Access Bank tem vindo a reforçar a sua presença global em África com a aquisição, no segundo semestre de 2023, de participações de dois bancos em Angola, e a aquisição do Standard Chartered noutros  países   como Camarões, Gâmbia e Serra Leoa. 

A instituição financeira consumou ainda o negócio de Consumer, Private & Business Banking, na Tanzânia. O  Administrador-Delegado   do   Access   Bank   Mozambique,   Marco   Abalroado, expressou satisfação, considerando que  “esta aquisição representa um marco  importante para a nossa estratégia de expansão e de crescimento contínuo, sendo que só no último ano realizámos novas aquisições em quatro países”.

E acrescentou: “Estamos   melhor   posicionados   para   atender   às  necessidades financeiras dos nossos clientes em Moçambique e na região da  SADC   e   acreditamos   que   esta   integração   proporcionará   sinergias  operacionais e estratégicas, permitindo a optimização de recursos e a oferta  de serviços financeiros inovadores e eficientes".(Carta)

Um grupo de empresas moçambicanas, composto pelo Banco Nacional de Investimento (BNI), Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique, E.P (CFM), Construções Karina, Cornelder de Moçambique (CdM), Electricidade de Moçambique (EDM), EMOSE, Grindrod, Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), Manica, Mota-Engil, Petromoc e a  Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), uniu-se com um propósito nobre: apoiar a participação da Selecção Moçambicana de Futebol "Mambas" no Campeonato Africano das Nações (CAN-2023). O prestigiado torneio acontecerá na Costa do Marfim, em Janeiro e Fevereiro de 2024.

 

“Carta de Mocambique” apurou que a colecta resultou num montante de 20 milhões de Meticais, canalizados através do Fundo de Promoção Desportiva (FPD). O fundo é destinado, entre outros, para cobrir despesas associadas ao recente estágio na África do Sul, equipamento e estampagem do mesmo e despesas de alojamento, alimentação e transporte durante o campeonato na Costa do Marfim.

 

Ao contribuírem para a participação dos Mambas no CAN 2023, estas empresas destacam a convicção de que esta iniciativa não apenas "enaltece o desporto nacional, mas também servirá como um veículo para elevar o nome de Moçambique a níveis internacionais, promovendo o sentimento colectivo de orgulho nacional".

 

“Ao unir esforços, o BNI, CFM, Construções Karina, Cornelder, EDM, EMOSE, Grindrod, HCB, Manica, Mota-Engil, MPDC e a Petromoc, reforçam o seu compromisso com o desenvolvimento integral de Moçambique, usando o desporto como uma ferramenta de coesão e projecção positiva a nível internacional. Este apoio colectivo destaca a importância da colaboração entre sectores e empresas para impulsionar iniciativas desportivas de grande significado nacional, demonstrando que, quando unimos forças, conseguimos alcançar feitos notáveis“, lê-se num comunicado recebido na “Carta”.(Carta)

 

  • Era um grande sofrimento para sair de Marracuene. Levávamos mais de uma hora, pior nos dias chuvosos - residente na Macaneta
  • O turismo está num nível muito alto depois da construção da estrada. Com a estrada, conseguimos ter o maior número de clientes – operador turístico

 

Operadores turísticos e residentes da localidade de Macaneta, em Marracuene, província de Maputo, afirmam que a estrada Marracuene – Macaneta, inaugurada em Novembro de 2022, trouxe melhores condições de circulação, o que facilitou a vida da comunidade e fez crescer os negócios.

 

Antes da nova estrada, uma estrutura de pavês de cerca de dez quilómetros, a travessia Marracuene - Macaneta e vice-versa era feita através de embarcações, muitas delas, limitadas em termos de espaço, principalmente para viaturas. Em períodos de alta procura de turismo, as filas de viaturas chegavam a levar vários horas, devido à falta de espaço nas embarcações.    

 

Samuel Tinga instalou-se com a família há dez anos na localidade de Macaneta e hoje nota as mudanças trazidas pela estrada: “era um grande sofrimento para sair de Marracuene. Levávamos mais de uma hora, pior nos dias chuvosos. Agora, Macaneta, para mim, está melhor. A via está boa a ponto de entrarem agentes de trânsito, para fiscalização”, disse.

 

De acordo com as autoridades distritais, Marracuene recebeu perto de 60 mil turistas durante as festas de natal e fim-de-ano, entre nacionais e estrangeiros. Bartolomeu Romane é um deles e não esconde o antes e o depois. “A estrada trouxe um grande impacto ao nível da Macaneta. Não cresceu apenas o turismo, cresceram também as infra-estruturas. Estamos a falar de três mil viaturas nas festas, é um número enorme. Temos muitos turistas”, disse.

 

Do grupo de turistas estrangeiros, maior parte são sul-africanos. Operadores da área dizem que tiveram acomodação esgotada, o que não acontecia antes da construção da via. “A estrada trouxe muita ajuda. Primeiramente, é que o turismo está num nível muito alto depois da construção da estrada. Com ela (a estrada), conseguimos ter o maior número de clientes”, disse o gestor de um dos estabelecimentos hoteleiros mais requisitados na Macaneta.  

 

Secundando a ideia, outros operadores explicaram que receberam clientes de diferentes partes, entre Europa, África do Sul e Moçambique, e que têm as reservas paras as festas de natal e fim-de-ano de 2023 e 2024 preenchidas. “O turismo dá-nos movimento. Os nossos trabalhamos estão a decorrer da maneira certa. Estamos a ganhar o pão pela estrada”, frisou um operador.

 

A estrada Marracuene – Macaneta, com portagem, tem uma extensão de aproximadamente dez quilómetros e custou cerca de 462 milhões de meticais, financiados pela Rede Viária de Moçambique (REVIMO), concessionária da via.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apontou hoje a segurança como condição para a atração de investimento para o país, considerando que estabilidade é uma prioridade no seu executivo.

 

“Onde não há segurança ninguém investe”, declarou Filipe Nyusi, durante uma reunião com o empresariado moçambicano que o acompanha na visita de trabalho de quatro dias à Índia.

 

Para Filipe Nyusi, embora o terrorismo em Cabo Delgado seja um dos principais desafios, Moçambique precisa criar condições de segurança contra todo o tipo de ameaças, condição para criação de um bom ambiente de negócios.

 

“Nós temos de ver todo o tipo de segurança até ao detalhe, não só quanto ao terrorismo”, frisou o chefe de Estado moçambicano, que destacou as “potencialidades económicas” de Moçambique para investimentos.

 

“Temos de ser mais agressivos economicamente ou comercialmente. Procurar soluções e, em cada momento ou em que há obstáculos, ser perseverantes e resilientes”, acrescentou o chefe de Estado moçambicano.

 

Desde 2017, grupos rebeldes aterrorizam a província Cabo Delgado, norte de Moçambique, um conflito que já deixou um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

 

A reunião do chefe de Estado moçambicano com o empresariado moçambicano na Índia antecede um fórum de negócios entre Moçambique e Índia, no âmbito da 10.ª edição da Cimeira Global de Gujarat, que decorre naquele país asiático.

 

A visita de Filipe Nyusi à Índia resulta de um convite do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, com quem Filipe Nyusi esteve, primeiro, na cerimónia inaugural da Cimeira e, depois, numa reunião bilateral.

 

Filipe Nyusi visita a Índia num momento em que um diferendo, em tribunal, entre duas empresas sobre a liberalização das exportações de feijão bóer para a Índia levou ao bloqueio de dezenas de toneladas deste produto em portos moçambicanos.

 

Em finais de dezembro, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique - CTA esclareceu que o feijão bóer que estava retido já está a ser exportado para a Índia, reiterando o “livre acesso ao mercado” como a melhor opção para evitar problemas similares.

 

A exportação de feijão bóer para a Índia, que é o principal mercado deste produto, resulta de um memorando de entendimento com Moçambique, assinado em 2016, prevendo a isenção de direitos aduaneiros para os importadores indianos.

 

A Índia é o maior produtor e consumidor de feijão bóer, com a imprensa indiana a indicar a subida de 10% no preço do produto no país em dois meses, precisamente devido às dificuldades de importação a partir de Moçambique.(Lusa)

O Governo do Japão atribuiu três milhões de dólares (2,1 milhões de euros) para apoiar o regresso à escola de milhares de crianças moçambicanas afetadas pelo ciclone Freddy em 2023, anunciou hoje a Parceria Global para a Educação (GPE, na sigla em inglês).

 

De acordo com informação daquela organização, o apoio do Japão irá servir para “ajudar as crianças afetadas pelo ciclone em Moçambique a regressar à escola e para aumentar a resiliência da educação às alterações climáticas”.

 

“As alterações climáticas já ameaçam o direito das crianças à educação. À medida que a frequência e a intensidade dos fenómenos meteorológicos extremos aumentam em todo o mundo, quase mil milhões de raparigas e rapazes – aproximadamente metade das crianças do planeta – vivem em países que correm um risco extremamente elevado dos impactos das alterações climáticas, tais como secas, ciclones e inundações”, recorda a GPE.

 

O ciclone Freddy, o mais duradouro já registado, atingiu Moçambique duas vezes, entre 24 de fevereiro e 11 de março de 2023, afetando 1,2 milhões de pessoas “e perturbando a educação de milhares de crianças” - nomeadamente pela destruição de centenas de salas de aula já precárias -, sublinha a organização.

 

A GPE apresenta-se como um “compromisso partilhado para acabar” com a “crise mundial” no ensino e educação, mobilizando parceiros e fundos para apoiar quase 90 países de rendimentos mais baixos na transformação dos seus sistemas educativos através de organizações no terreno.

 

“Para que todas as raparigas e rapazes possam obter a educação de qualidade de que necessitam para libertar todo o seu potencial e contribuir para a construção de um mundo melhor”, descreve a GPE.

 

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

 

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.

 

Já no primeiro trimestre do ano passado, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy pelo país provocaram 306 mortos, afetaram mais de 1,3 milhões de pessoas e destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, segundo dados oficiais do Governo.(Lusa)

Pág. 177 de 1453