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sexta-feira, 14 dezembro 2018 00:00

A nação joga batota

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Quando me disseram que o Ministério da Educação ia anular o exame da disciplina de Física da décima classe realizado há dias, me fiz a seguinte pergunta: Quem tem moral para anular o que quer que seja por suspeita de fraude aqui nesta pátria? Desde quando a fraude é proibida nessas bandas? Aliás, quem tem moral bastante para proibir tal acto? Onde está essa pessoa? Quem é esse aventureiro que quer se posicionar na contra-mão? 

 

Anular uma prova por causa de uma fraudezinha?! Por causa de uma ilegalidadezita?! Por causa de uma batotazinha?! Por causa de uma mini-roubalheira?! Txêêê!!! Desde quando? 

 

Quem pode querer fazer isso só pode ser um gajo que acaba de chegar da lua. Um gajo que não tem "feici-buqui" nem vê nossas notícias mundanas e não tem uma só janela virada para o mundo. Um "zamwamwa". Matreco. 

 

Mo brada, fraude é o que está a dar. Moda "dele" desses dias é só roubar. Te roubam e ainda, com um pouco de azar, te mandam chamboquear. Te batotam e logo te cercam com blindados. Trocam teu voto tu aí mesmo a ver. Teu voto baza pela janela e desaparece escoltado no escuro. Até parece que fraude é não fazer batota. Ser bom não é bom. 

 

Com esse empreendedorismo em voga por aqui, não tarda que uma universidade abra um curso de Fraudologia. Nos próximos tempos vamos começar a ter gajos formados em Fraudologia Obsessiva Aplicada. Fraudólogos. Batoteiros. 

 

Na verdade, cada um de nós já vivenciou uma fraude neste ano. Ou participou ou testemunhou. Somos todos uns batoteiros passivos. Não há nem moral nem tomate para condenar. Jogamos batota. Somos uma fraude. Somos um faroeste à parte. 

 

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