Na semana passada, quando estava em Lisboa, Samito descobriu que seu pai (Samora Machel) foi assassinado. E mais: que foi assassinado com ajuda de uma mão interna na própria FRELIMO.
Samito também descobriu que a FRELIMO é arrogante e se comporta como partido único em Moçambique. Do mesmo modo, Samito descobriu que a FRELIMO precisa de renovação.
Ora, talvez essas sejam mesmo grandes descobertas para Samito, mas para nosoutros isso não é novidade. Para nós, isso já é um álbum que já deu e o disco está raspado. Aliás, sobre a morte de Samora-pai, a Graça Machel, sua mãe, já vem cantando que "conhece os mentores" há mais de duas décadas, a cada 19 de Outubro. Sobre as eleições, a sociedade civil e os partidos da oposição já vêm falando faz muito tempo. Sobre democracia interna, malta Muteia e companhia que o digam.
Interessa-me saber onde estava o Samito para descobrir isso só agora. O que andava o Samito a fazer para ser, dos 28 milhões de habitantes deste pedaço de terra, o último a saber?
Que eu saiba, Samito sempre teve acesso à informação privilegiada e também de forma privilegiada sempre teve acesso aos microfones. Aliás, Samito faz parte do fórum de tomada de decisões da FRELIMO, partido que o seu pai lutou e ajudou a criar, que, por mera coincidência, governa o país desde 1975.
Seja como for, Samito já garantiu que não irá criar partido e nem irá concorrer em 2019. E assim o que fará o Samito com essas belas descobertas faraónicas sobre o partido e a nação que o seu pai ajudou a criar? Em que ficamos, Samito?!?
- Co'licença!