Uma em cada três crianças, de um global de 739 milhões em todo o mundo, vive em zonas com uma escassez de água muito elevada, numa altura em que as alterações do clima tendem a agravar-se.
De acordo com um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a diminuição da disponibilidade de água e de serviços inadequados daquele precioso líquido, incluindo o saneamento, estão a agravar o desafio, o que coloca as crianças em risco ainda maior.
O relatório alerta para a ameaça que paira sobre as crianças em resultado da vulnerabilidade da água e fornece uma análise dos impactos dos três níveis de segurança a nível mundial. O documento descreve ainda o peso dos impactos climáticos por que as crianças estão a passar, que incluem doenças, poluição atmosférica e fenómenos meteorológicos extremos, como inundações e secas.
“Desde o momento da concepção até à idade adulta, a saúde e o desenvolvimento do cérebro, dos pulmões, do sistema imunitário e de outras funções, as crianças são afectadas pelo ambiente em que crescem. Por exemplo, as crianças são mais vulneráveis à poluição atmosférica do que os adultos. Geralmente, respiram mais depressa do que os adultos e os seus cérebros, pulmões e outros órgãos ainda se estão a desenvolver”, lê-se no documento.
O estudo mostra que as crianças mais afectadas são do Médio-Oriente, do Norte de África e do Sul da Ásia, o que significa que vivem em locais com recursos hídricos limitados e níveis elevados de variabilidade sazonal e interanual, declínio dos lençóis freáticos e risco de seca. Moçambique encontra-se na posição 19, entre todos os países. (Carta)
O Ministério Público (MP) instaurou, de Janeiro a Setembro deste ano, 282 processos relacionados com crimes que atentam contra a saúde pública. Em comparação com igual período do ano passado, o número representa um incremento de 13 processos.
Segundo a Procuradora-Geral-Adjunta, Amabélia Chuquela, na sua maioria, os processos estão relacionados com os crimes de poluição e uso de substâncias toxicas e nocivas à saúde humana e pesquisas, exploração ilegal de recursos minerais, venda ilegal de bebidas alcoólicas, entre outros.
Falando na semana finda em Maputo, no II Seminário sobre saúde pública, Chuquela disse que as procuradorias provinciais de Cabo Delgado, Manica e Niassa, foram as que registaram maior número de processos, com 185, 29 e 20 respectivamente.
Na ocasião, o Secretário Permanente do Ministério da Saúde (MISAU), Ivan Manhiça, fez saber que os serviços de psiquiatria e saúde mental atenderam, no ano passado, pouco mais de 15 mil pacientes com perturbações mentais e de comportamento devido ao consumo de substâncias psicotrópicas. A cidade de Maputo e as províncias de Nampula, Tete, Sofala e Zambézia, são as que apresentam o maior número de casos decorrentes do consumo de álcool e drogas. As escolas são apontadas como locais de maior consumo de substâncias psicotrópicas. (M.A)
Os casos de amputação de órgãos genitais em crianças na província de Tete preocupam os médicos afectos na cidade de Maputo, uma vez que são encaminhados para a capital do país para cirurgias de implantação do pénis. Segundo informações partilhadas esta segunda-feira, pelo Médico Cirurgião de Fístula Obstétrica, Igor Vaz, só este ano, a sua equipa já recebeu dois casos de crianças vindas da província de Tete, cujos órgãos genitais foram amputados, o que leva a crer que existem mais casos que nem chegam às unidades sanitárias.
“Antes de recebermos no princípio do ano a criança que até agora se encontra internada, também recebemos uma outra criança que teve o pénis amputado por um familiar na mesma província e, em conversa com alguns colegas de Tete, ficamos a saber que há mais casos de amputação de órgãos genitais para fins de enriquecimento das pessoas”, explicou Vaz.
“Esta situação precisa ser resolvida o mais urgente possível porque os órgãos genitais retirados destas crianças não servem absolutamente para nada. Não há ninguém que enriqueça por vender órgãos genitais, uma vez retirados, tempo depois, estes órgãos não servem para nada”.
Para o médico cirurgião, a criança que se encontra actualmente internada vai ter de passar por quatro a cinco cirurgias de forma a permitir que a mesma possa urinar de pé. “Quando chegar aos 18 anos vai precisar de uma nova cirurgia porque o pénis que será implantado agora não tem a mesma função que um pénis normal. Então, aos 18 anos deve ser criado um novo pénis e, depois, fazer-se uma prótese peniana e, até ao fim da vida, vai sofrer de cirurgias e consultas de controlo”.
Já a mãe da criança de oito anos, que se encontra num dos hospitais da cidade de Maputo, sequestrada por um vizinho e amputado o órgão genital em 2020, de lá para cá, começou a viver os piores momentos da sua vida.
“Meu filho tornou-se violento, sofreu bullying na escola por não ter pénis e, até hoje, o meu vizinho não foi preso para ser responsabilizado pelo acto cometido contra o meu filho. Sempre que vou à polícia, as autoridades dizem que não possuem meios para irem atrás dele para o prenderem. O meu vizinho passa a vida a chantagear-me. Depois de ter cortado o pénis e os testículos do meu filho, ainda teve a coragem de ligar para a minha mãe para saber se encontramos o meu filho com vida”, explicou.
“Eu quero justiça, meu filho já não é mais homem, já não pode fazer filhos, ele agora é uma criança traumatizada. Até meu esposo abandonou-nos. Recebi ajuda para que meu filho seja operado em Maputo. Será implantado um pequeno pénis, para pelo menos conseguir urinar em pé”. (M. Afonso)
A Autoridade Sul-Africana de Gestão de Fronteiras (BMA) deteve dois cidadãos moçambicanos no porto de entrada da Baía de Kosi, no norte de KwaZulu-Natal, apanhados em flagrante na posse de 52 postes de iluminação orçados em 1,82 milhões de Rands (cerca de 97.000 dólares americanos, ao câmbio actual).
Segundo a imprensa sul-africana, os indivíduos foram detidos depois de o seu carro ter sido interpelado pelos Guardas de Fronteira da BMA para uma revista de rotina, enquanto o veículo viajava da África do Sul em direcção a Moçambique.
“Foi realizada uma busca e foram encontradas 52 luzes LED de rua gravadas como propriedade do município de eThekwini. Os suspeitos não conseguiram dar uma explicação razoável sobre como obtiveram a propriedade municipal”, disse o tenente-coronel Simphiwe Mhlongo, porta-voz da unidade policial de Hawks em KwaZulu-Natal.
“Um funcionário do município de eThekwini foi chamado ao local do crime e identificou os postes de iluminação como propriedade do município”, explicou.
Os suspeitos foram presos e acusados de posse de bens suspeitos de roubo, bem como de adulteração de infra-estrutura essencial.
“O valor dos postes de iluminação apreendidos está estimado em 1,82 milhões de rands. Os suspeitos compareceram esta segunda-feira (13) ao Tribunal de Magistrados de Manguzi”, disse Mhlongo. (AIM)
O governo moçambicano busca apoio de médicos e enfermeiros do Brasil para responder à iniciativa que prevê a construção de um hospital em cada distrito do país até 2030.
Segundo o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, que concluiu uma visita de trabalho ao Brasil, foi possível durante a mesma a assinatura de vários acordos que têm por objectivo responder através de soluções inovadoras aos desafios que o sector da saúde enfrenta no país.
“Os acordos com este país incluem, entre vários aspectos, a disponibilização de médicos especialistas em cuidados intensivos, enfermagem, instrumentação e anestesiologia para responder à demanda da iniciativa governamental “um distrito, um hospital”.
A visita visava ainda responder a vários desafios que o sector de saúde enfrenta e estabelecer parcerias para a formação acelerada de médicos especialistas, bem como o estabelecimento de uma indústria farmacêutica e biotecnologia em saúde visto que Brasil é reconhecido a nível mundial pelo seu forte potencial na indústria farmacêutica e na formação de especialistas. (M.A)
O Governo através do Instituto Nacional de Saúde (INS), o Fundo Global e outros parceiros vão financiar em 150 milhões de meticais a realização do Inquérito de Indicadores de Malária na Região sul de Moçambique, a ser realizado até ao fim do mês de Dezembro.
Realizado pelo Instituto Nacional de Saúde, em parceria com o programa de malária do Ministério da Saúde (MISAU), o Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Centro de Investigação de Saúde da Manhiça (CISM), o inquérito estará focalizado nas províncias de Gaza, Maputo província e cidade.
“O inquérito vai abranger perto de 12 mil agregados familiares, cerca de 33 mil participantes em 22 distritos das províncias acima indicadas, das quais 25 mil mulheres em idade fértil e oito mil crianças do primeiro aos 59 meses”, frisou o vice-ministro da Saúde, Ilesh Jani, durante o lançamento do inquérito. Os resultados preliminares poderão ser divulgados até Março de 2024. “Com este inquérito, pretendemos ainda estudar a anemia e a diversidade genética do parasita ao nível de cada um dos distritos das três províncias”, explicou Jani. (M.A)