Eram 7:00 horas quando Manuel de Araújo, cabeça-de-lista da Renamo, para a eleição provincial na Zambézia, chegou à Assembleia de voto, na Escola Primária de Coalane, na cidade de Quelimane, acompanhado por familiares e membros da Renamo a nível daquela província. Após exercer o seu direito cívico, na interacção que manteve com jornalistas que acorreram ao local, De Araújo começou por mostrar satisfação por ter votado.
De acordo com a recente reforma operada à Lei Eleitoral, é, automaticamente, eleito Governador de Província o cabeça da lista vencedora do escrutínio provincial, que acontece em simultâneo com as presidenciais e legislativas.
O candidato presidencial do principal partido da oposição moçambicana, Renamo, Ossufo Momade, disse que "nunca" vai aceitar “resultados eleitorais manipulados", assinalando que a negação da vontade popular levou o país a hostilidades militares no passado.
"Se são resultados manipulados, nunca podemos aceitar e estamos determinados em fazer qualquer coisa que o povo nos indicar", declarou Ossufo Momade, quando questionado pelos jornalistas, sobre se vai aceitar uma eventual derrota nas eleições gerais que decorrem hoje em todo o país.
O ex-presidente da República, Armando Guebuza, exerceu minutos depois da hora oito de hoje o seu direito de voto. O palco foi a Escola Primária 3 de Fevereiro, sita na zona nobre da Cidade de Maputo.
Tal como sucedia quando ainda estava no poder sempre que fosse a um evento público, Armando Guebuza veio acompanhado, a par de um número expressivo de seguranças, pela esposa Maria da Luz Thai Guebuza. Uma vez mais exibiu os seus dotes no que a pontualidade diz respeito.
Esta terça-feira é o dia das grandes decisões. Os pouco mais de 12 milhões de eleitores vão amanhã escolher, para além do Presidente da República e dos deputados da Assembleia República, os Governadores de Província.
Na edição de hoje, “Carta” traz as figuras das três principais forças políticas, nomeadamente, a Frelimo, a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que vão concorrer às eleições provinciais, de onde o cabeça da lista vencedora é, imediatamente, confirmado Governador de Província.
É um dado adquirido que, mais uma vez, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) não contará com Membros de Mesas de Voto, vulgo MMV, da sua confiança nas 20.162 mesas instaladas em todo o território nacional.
Segundo o porta-voz do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), Cláudio Langa, o MDM é único partido político que, entre os três grandes, não conseguiu apresentar a lista completa de MMV para integrarem as equipas que vão garantir o decurso normal do processo eleitoral, em todo o país. Um dos pontos onde a terceira maior força política nacional não terá um número suficiente de “olheiros” é o distrito de Chókwè, província de Gaza, onde dos 335 nomes que devia entregar apenas forneceu 168, tendo ficado por preencher 167 vagas.
Quando faltam menos de 24 horas para a realização das VI Eleições Gerais e III das Assembleias Provinciais, perto de 3 mil observadores nacionais continuam aguardando pela sua acreditação para a cobertura do processo que irá escolher, pela primeira vez, os Governadores Provinciais.
São, no total, 2.653 observadores nacionais que, até à última sexta-feira, aguardavam pela sua acreditação, conforme avançaram diversas organizações da sociedade civil interessadas em fiscalizar o processo. A “Sala da Paz”, plataforma das organizações da sociedade civil que observam o processo, diz terem ficado de fora 600 observadores, sendo 300 da província da Zambézia e outros 300 da província de Nampula, curiosamente, os dois maiores círculos eleitorais do país.