Para já, antevêem-se disputas de “cortar a respiração” a avaliar pelas figuras escolhidas por aquelas formações políticas, nas dez províncias que, amanhã, vão, pela primeira vez, escolher os seus mais altos representantes.

Nas linhas que se seguem, o nosso jornal apresenta os candidatos dos três partidos, bem como as províncias para as quais concorrem. É de recordar que a Cidade de Maputo, a capital do país, em virtude de gozar de um estatuto especial, é única que não vai escolher o Governador de Província. 

As províncias de Sofala, Zambézia e Maputo afiguram-se, para já, como as que poderão proporcionar emoções de cortar o fôlego, por um lado, devido à importância para a estrutura do país e, por outro, pelos candidatos escolhidos pelos partidos para governá-las.

Na Província de Sofala, tida como avessa ao partido no poder, a Frelimo, Noé Marrimbique (Renamo), o actual deputado da Renamo, Albano Balaude (MDM) e Lourenço Bulha (Frelimo) disputam o posto da mais alta estrutura provincial.

Noé Marrimbique, que pouco deu nas vistas durante a campanha eleitoral, afigura-se como o outsider do escrutínio naquela província. Vai enfrentar dois velhos conhecidos do grande público, figurando António Balaunde na pole-position para ocupar o posto.   

Na província da Zambézia, outro terreno que de acordo com os resultados dos últimos pleitos eleitorais tem revelado pouca simpatia com o partido Frelimo, Manuel de Araújo, actual edil de Quelimane (Renamo), Luís Boavida (MDM) e Pio Matos (Frelimo) concorrem ao cargo de Governador provincial.

Nesta província, a incerteza é a palavra que, de forma fiel, pode descrever a situação no terreno. À partida, os três candidatos apresentam-se como favoritos, vislumbrando-se uma disputa, até ao último minuto.       

Já na província de Maputo concorrem o dinâmico deputado António Muchanga (Renamo), Augusto Pelembe (MDM), chefe nacional adjunto de Informação do partido, e Júlio Parruque (Frelimo). No que respeita às probabilidades de vencer o escrutínio, Júlio Parruque e António Muchanga partem verdadeiramente destacados.    

Tete, Manica e Nampula são as outras províncias que podem revelar resultados surpreendentes. Para Tete, as apostas recaíram em Ricardo Tomás (Renamo), que recentemente perdeu o mandato de deputado da Assembleia da República, Carlos Morreira (MDM) e Domingos Viola (Frelimo).

Em Manica, Alfredo Magumisse (Renamo), actual porta-voz da Comissão Política, Arone Timóteo (MDM) e Francisca Domingas (Frelimo). Nesta província, antevê-se uma disputa acirradíssima entre Alfredo Magumisse e Francisca Domingas. Caberá ao cinzento Arone Timóteo o papel de mero expectador.

A capital do norte, a província de Nampula, também poderá centrar atenções no escrutínio que se avizinha. O deputado Luís Trinta Mupeia (Renamo), Mussa Abudo (MDM) e Manuel Rodriguês (Frelimo), actual Governador de Manica.

As províncias de Gaza, Inhambane, Cabo Delgado e Niassa, embora não apresentando candidatos “sonantes”, podem ainda proporcionar algumas surpresas. Em Gaza, Mouzinho Gama (Renamo), Clara Mucavel (MDM) e Margarida Mapandzene (Frelimo) disputam o cargo de Governador.

Em Inhambane, Daniel Machamale (Renamo), Artur Faduco (MDM) e Daniel Chapo (Frelimo), actual Governador de Inhambane, disputam o mais alto posto da província. Daniel Chapo assume-se como o principal favorito, tendo em conta os altos índices de popularidade que possui naquela circunscrição territorial.

O posto de Governador Provincial em Cabo Delgado, região norte o país, é disputado por Ângela Eduardo (Renamo), José Avelino (MDM) e Valigy Tawabo (Frelimo). Valigy Tawabo parte destacado para vencer o pleito, visto que a província é, maioritariamente, dominada pelo partido Frelimo.

Para Niassa, o deputado Hilário Waite (Renamo), Damião Simione (MDM) e Judite Massengele (Frelimo) disputam a vacatura de Governador. Nesta província, à partida, não se vislumbram vencedores antecipados. Entretanto, o cabeça-de-lista da Frelimo parece mais cotado entre os concorrentes. (Ilódio Bata)