Tropas dos exércitos de Moçambique, Tanzânia e China iniciaram esta segunda-feira (29) na Tanzânia exercício militares conjuntos designados “Paz e Unidade-2024″ para aprimorar estratégias de combate ao terrorismo.
Unidades da infantaria do exército chinês iniciaram a verificação e inspecção das suas zonas de exercício no Centro de Treinamento Abrangente das Forças de Defesa do Povo da Tanzânia em Mapinga, no distrito de Bagamoyo, no domingo.
Também realizaram treinos tácticos com recursos a veículos de combate armados e canhões de assalto transportados da China, conforme relatado pelo Comando do Teatro Central do PLA, citado pelo China Daily.
O comando informou num comunicado de imprensa que, a partir de segunda-feira, as tropas de infantaria da China, da Tanzânia e as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique estão programadas para realizar treinos conjuntos de comando e táctico.
“As forças armadas da China, Tanzânia e Moçambique realizarão o exercício conjunto “Paz e Unidade-2024” desde o fim de Julho até meados de Agosto, conforme anunciado pelo Ministério da Defesa Nacional da China.
Com foco em operações conjuntas de contra-terrorismo, o exercício trilateral será realizado tanto em terra como no mar, com o objectivo de aprimorar as capacidades das tropas participantes em manobras conjuntas de combate ao terrorismo, e aprofundar a confiança mútua militar e a cooperação prática.
A acção é apontada como de benefício para os três países para salvaguardar conjuntamente a paz e a estabilidade regionais, disse o Coronel Superior Zhang Xiaogang, porta-voz do ministério, numa conferência de imprensa em Pequim no sábado.
As forças chinesas no Paz e Unidade-2024 consistem em dois grupos, designadamente, unidades terrestres enviadas pelo Comando do Teatro Central e uma flotilha naval enviada pelo Comando do Teatro Sul do PLA.
As unidades terrestres provêm do 82º Grupo de Exércitos, de um regimento de informação e comunicação e de um hospital militar, incluindo elementos de assalto, reconhecimento, inteligência, operações especiais, suporte de informação e logística.
O último lote de unidades terrestres chegou ao Aeroporto Julius Nyerere em Dar-es-Salaam no sábado e rapidamente se deslocou para o Centro de Treinamento Abrangente em Mapinga.
Juntamente com unidades navais da Tanzânia e Moçambique, marinheiros chineses participarão em exercícios, incluindo defesa conjunta de porto, tácticas de combate ao terrorismo, operações de embarque e apreensão, anti-pirataria e tarefas de patrulha marítima conjunta, de acordo com o Comando do Teatro Sul do PLA.
Refira-se que, na semana finda, a Tanzânia, vizinha de Moçambique, firmou um acordo militar com os Estados Unidos da América (EUA) e a China para reforçar a protecção de suas fronteiras contra a ameaça terrorista, alegadamente oriunda de Moçambique.
Enquanto ainda se aprimoram os detalhes para o desembarque do exército americano, as tropas chinesas já se encontravam em Dar-es-Salam, capital tanzaniana, para exercícios militares conjuntos com o mesmo propósito.
Desta forma, a Tanzânia que faz fronteira com Moçambique a partir da província de Cabo Delgado, zona norte, posiciona-se com fortes aliados para rechaçar qualquer tentativa de insurgência proveniente de Cabo Delgado.
A opção de Dar-es-Salaam de se aliar a potências militares visa evitar que o conflito prolongado entre elementos rebeldes, apoiados pelo Estado Islâmico, e as forças armadas moçambicanas na província norte de Cabo Delgado se espalhe para além da fronteira do rio Rovuma, que separa os dois países. (AIM)
A Direcção de Migração na Cidade de Maputo lançou uma operação, na última sexta-feira (26), para aferir a legalidade de cidadãos estrangeiros em território nacional. A operação decorre sob o lema “Migração 49 anos engajados no combate à Corrupção, Imigração Ilegal, e na Aproximação dos Serviços Públicos ao Cidadão”.
Para o efeito, montou três postos de controlo junto à antiga Feira Internacional de Maputo (FACIM), entre as avenidas 25 de Setembro e Rua dos Desportistas. Em contacto com a AIM, o porta-voz do Serviço de Migração na Cidade de Maputo, Felizardo Jamaca, explicou que a escolha daquele local se deve à alta concentração de instituições com muitos cidadãos estrangeiros nas proximidades.
“Estamos aqui desde as 07h00 a fiscalizar cidadãos estrangeiros. Nesta operação, além de procurarmos cidadãos ilegais, estamos à busca cidadãos irregulares”, disse Jamaca, sublinhando que se trata de uma campanha que decorre no âmbito do 49º aniversário do Serviço de Migração que se assinala no corrente ano.
Explicou que os cidadãos estrangeiros com documentos caducados há menos de 30 dias são instruídos para regularizarem a sua situação. Mas o mesmo já não acontece para aqueles cidadãos estrangeiros cujos documentos já expiraram há mais de 30 dias.
“Se encontrarmos um cidadão com documentos caducados acima de 30 dias não teremos outra opção a não ser reter o cidadão e levá-lo à migração com vista a aferir quais os motivos que o levam a permanecer em situação irregular”, explicou Jamaca.
Frisou que a tolerância é zero para todo o cidadão estrangeiro em permanência ilegal e que as campanhas de sensibilização servem apenas para o caso de cidadãos estrangeiros com os documentos prestes ou recém caducados.
Uma automobilista abordada por agentes do Serviço de Migração saudou a iniciativa e sugeriu uma melhoria na abordagem aos condutores.
“Acho que a campanha é importante para manter o nosso país seguro e assegurar que a documentação dos cidadãos esteja em dia. É uma iniciativa correcta”, disse Jaqueline Marques.
“Entretanto, acho também que seria importante que eles (agentes da Migração) começassem por esclarecer aos automobilistas o propósito da sua abordagem e depois explicarem o que pretendem de nós para que, como cidadãos, sintamos que estamos a participar em algo importante para nós”, acrescentou. (AIM)
Os médicos decidiram adiar a greve, que estava prevista para iniciar hoje (29), para o próximo dia 02 de setembro, após encontros mantidos com o Governo.
Segundo o Presidente da Associação Médica de Moçambique (AMM), Napoleão Viola, os médicos tomaram a decisão de adiar a greve como forma de dar espaço ao Governo para buscar soluções que inquietem a classe.
“O Governo comprometeu-se a resolver as questões em falta durante o mês de Agosto e, caso isso não aconteça, iniciaremos a nossa greve no dia 02 de Setembro. Neste momento, foi criada uma comissão técnica entre a AMM e o Ministério da Saúde para monitorar as condições de trabalho em todos os hospitais do país e avaliar os salários da classe’’, explicou.
Falando à imprensa neste sábado, à saída do encontro com o Governo, Viola explicou que todo o trabalho que será feito pelo Governo nos próximos dias será decisivo para os médicos repensarem se voltam à greve ou não.
Lembre que a greve estava prevista para durar 21 dias e os médicos alegam que, dos 23 pontos do caderno reivindicativo da classe, apenas seis já foram resolvidos pelo Governo, faltando, assim, 17 por resolver. A classe disse na semana finda que há seis meses que o Governo já não interagia com os médicos para encontrar soluções e só neste sábado retomaram as reuniões devido ao anúncio da greve. (M. Afonso)
A Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN) em Nampula manifesta disponibilidade dos seus membros de se juntarem às iniciativas do Governo na luta contra os terroristas na província de Cabo Delgado.
A vontade foi expressa pelo Secretário Provincial daquela agremiação, Henriques Naweka, que falava à margem da marcha de saudação ao candidato da FRELIMO Daniel Chapo. Naweka considera que a entrega dos jovens não tem sido suficiente para travar os terroristas, daí que os membros da ACLLN naquela província estão prontos para se juntar à juventude com vista a travar o alastramento do terrorismo.
"Como estão a ver, os membros da ACLLN estão prontos. Dentro de poucos dias, nós vamos estar equipados para eliminar os terroristas. Nós estávamos a pensar que os jovens podiam conseguir, mas como têm dificuldades, nós agora estamos prontos para nos juntar aos jovens para lutar o terrorismo em Cabo Delgado", manifestou Naweka.
Aquele membro sénior da FRELIMO acrescentou que os combatentes estão simplesmente à espera da ordem do Comandante-em-Chefe das Forças de Defesa e Segurança. "Estamos prontos, só estamos à espera da ordem. Com esta idade ainda estamos prontos. Nós juramos à bandeira até à morte", declarou.
Por outro lado, o dirigente da ACLLN em Nampula garantiu que no manifesto do candidato da FRELIMO constam acções tendentes a pôr fim aos ataques terroristas em Cabo Delgado, através de alocação de equipamento adequado. (Carta)
As autoridades de Saúde em Moçambique anunciaram ontem, na Beira, que o país registou, nos últimos quatro anos, um aumento em 14% de novos casos de malária, um facto associado ao reforço da capacidade de diagnóstico.
“O aumento de casos neste período reflete a melhoria da nossa capacidade de diagnóstico. Nós estamos a testar mais, mas estamos a encontrar mais casos”, disse Ivan Manhiça, secretário permanente do Ministério da Saúde em Moçambique.
Ivan Manhiça, que falava na abertura da reunião anual do Programa Nacional de Controlo da Malária em Moçambique, afirmou que o país testou em 2023 cerca de 25 milhões de pessoas, contra 19 milhões em 2020.
“O aumento de casos de malária também está associado a outros fatores determinantes, como as mudanças climáticas e difícil saneamento do meio, que propiciam o aumento dos mosquitos causadores da malária, bem como ausência de meios suficientes para a sua prevenção”, declarou.
Segundo a fonte, o país também registou, entretanto, uma redução de 17% nos “casos severos” no mesmo período, passando de 69.286 casos em 2020 para 57.703 casos em 2023. A malária continua entre as principais causas de morte no país em crianças com menos de cinco anos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a malária é uma das doenças mais mortíferas em África, matando quase meio milhão de crianças com menos de 5 anos, todos os anos, e representa aproximadamente 95% dos casos mundiais de malária e 96% das mortes em 2021. (Lusa)
Depois de quase dois meses de relativa acalmia, os terroristas reapareceram em aldeias do distrito nortenho de Nangade, onde se confrontaram com as Forças de Defesa da Tanzânia e moçambicanas posicionadas naquele ponto da província de Cabo Delgado.
O mais recente Relatório sobre o conflito no norte de Moçambique (no período de 8-21 de Julho) do projecto "Cabo Ligado", publicado esta quinta-feira (25), refere que, entre os dias 11, 12 e 13, os terroristas estiveram nas aldeias V Congresso e Chitama.
O documento avança que forças governamentais confrontaram os terroristas nas matas, nos arredores daquelas aldeias. Segundo o "Cabo Ligado", durante os confrontos, pelo menos dois terroristas foram abatidos pelas forças de defesa moçambicanas e tanzanianas.
No entanto, fontes a partir da vila de Nangade disseram à "Carta" que, em menos de duas semanas, um grupo de terroristas escalou a aldeia Nkonga, onde fez dawah, informando que a luta que ainda persiste é a jihad. Apesar disso, a vida ao nível do distrito de Nangade decorre com normalidade. A Tanzânia tem um contingente de 300 homens em Nangade. (Carta)