Um casal de jovens está desde o dia 25 de Agosto, nas celas do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) em Nampula, acusado de tentativa de venda dos seus próprios dois filhos e de outro menor supostamente raptado no distrito de Rapale. Trata-se de mais um crime de tráfico humano, abortado graças à intervenção das autoridades, após uma denúncia popular.
Segundo a porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), Enina Tsinine, as três crianças estariam à venda no valor de 3 milhões de meticais. "Estamos aqui perante dois casos criminais, sendo que o primeiro é de sequestro que combina com tráfico de seres humanos. Recebemos informação a partir do dia 20 no bairro de Natikir de existência de um grupo que se dedicava ao sequestro e venda dos seres humanos em referência aos menores. Numa das investigações que nós fizemos foi possível identificar uma das indiciadas", disse.
Tsinine acrescentou que as autoridades têm conhecimento de que, do grupo das três crianças, uma criança foi sequestrada no posto administrativo de Chalaua, distrito de Moma, onde o casal residia.
Por sua vez, a indiciada confessa o seu envolvimento e justificou que foi induzida pelo seu esposo para acabarem a pobreza do casal. "Meu marido chegou à casa e disse para mim: minha mulher a gente está a sofrer demais, podemos procurar um patrão para vendermos as crianças".
Explicou que, para materializar o sequestro, a criança foi aliciada com oferta de um pão. "Encontramos uma criança e oferecemos pão. Depois levamos para cidade. Ela dormia na minha casa, mas depois resolvemos ir deixá-la na casa do meu irmão", confessou.
O marido também assume o crime, explicando que tudo foi devido à situação de pobreza da família. "Estou detido por estar a vender crianças, eu sentei com a minha mulher e me deu essa proposta e ficamos presos por conta disso". (Carta)
O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), em colaboração com a Procuradoria-Geral da República (PGR), desmantelou uma clínica que funcionava clandestinamente na residência de um funcionário do Hospital Provincial de Inhambane. Durante a operação, foi recuperada uma quantidade significativa de medicamentos do Serviço Nacional de Saúde e material médico-cirúrgico.
Durante o desmantelamento da clínica, as autoridades detiveram o funcionário, de 53 anos de idade e que era um agente de serviço. Falando à imprensa, ele afirmou que a clínica prestava assistência à família e vizinhos desde Outubro do ano passado, tratando doenças como malária e doenças de transmissão sexual (DTS's).
Em relação aos medicamentos do Serviço Nacional de Saúde, o funcionário explicou que uma parte era oferecida pelo hospital, enquanto a outra comprava com colegas. Segundo o porta-voz do SERNIC em Inhambane, Alceres Cuamba, com a detenção do funcionário, foram recuperadas quantidades significativas de medicamentos do Serviço Nacional de Saúde. Entretanto, depois da detenção, o funcionário tentou negociar com agentes do SERNIC para ocultar informações.
Cuamba acrescentou que por se tratar de medicamentos do Serviço Nacional de Saúde, não restam dúvidas de que, nos próximos dias, haverá mais detenções em conexão com esta prática ilícita.
Recorde-se que, na semana passada, o SERNIC deteve na mesma província um agente de saúde suspeito de envolvimento no roubo de sete computadores e outros materiais pertencentes ao Hospital Provincial de Inhambane. Nos últimos tempos, a maior unidade sanitária da província de Inhambane tem sido alvo frequente de roubos, resultando na subtração de diversos bens e medicamentos. (M.A)
A polícia moçambicana deteve 10 pessoas, entre as quais um suposto membro das forças armadas, suspeitas de matarem três mototaxistas em Tete, no centro de Moçambique, disse ontem à Lusa fonte da corporação.
"Três motorizadas que teriam sido subtraídas a estas vítimas já foram identificadas pelos respetivos familiares", disse Feliciano da Câmara, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM)
O grupo detido no último fim-de-semana, pertencente a duas quadrilhas, é acusado de assaltar e assassinar três mototaxistas entre os dias 13 e 23 deste mês naquela província. Os suspeitos faziam-se passar por clientes, referiu Feliciano da Câmara.
Alguns dos detidos são reincidentes e um alega ser membro das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, avançou a polícia, referindo que decorrem investigações para auferir a veracidade da informação. "Ele diz que não trabalhava nesta província e que estava de férias. Estamos a trabalhar em coordenação com outras forças para confrontar [a informação]", acrescentou o porta-voz.
De acordo com a PRM, pelo menos quatro moto-taxistas foram assassinados este ano, em Tete, num total de 27 homicídios registados naquela província. Na região centro de Moçambique tem-se registado nos últimos meses vários casos de homicídio e agressão a moto-taxistas, com o objetivo de lhes roubar as motos. Em abril, o Tribunal Judicial de Manica, também no centro de Moçambique, condenou um homem a 30 anos de prisão pelo homicídio de dois mototaxistas em 2022. (Lusa)
Quatro moçambicanos vão integrar a lista de membros correspondentes da Academia Angolana de Letras. O facto foi tornado público através de uma nota de imprensa datada de 27 de Agosto, enviada à nossa redacção.
Fazem parte desta lista os moçambicanos Bento Sitoe, linguista, professor na Universidade Eduardo Mondlane, especialista em línguas africanas e autor de dicionários; Elísio Macamo, sociólogo, professor catedrático na Universidade de Basileia (Suíça) e especialista em Sociologia do Desenvolvimento; Patrício Langa, também sociólogo, professor na Universidade Eduardo Mondlane e especialista em Sociologia da Educação e Nataniel Ngomane, linguista e crítico literário, professor de Literatura na Universidade Eduardo Mondlane e presidente do Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa.
De acordo com a nota, a Academia Angolana de Letras realizou a sua Assembleia-Geral Ordinária na segunda-feira, onde foram aprovados os relatórios e contas dos últimos anos, marcada a data para as próximas eleições para o terceiro mandato e admitidos cinco membros efectivos e nove membros correspondentes, entre os quais, quatro moçambicanos.
Na reunião, foram aprovados como membros efectivos da academia os angolanos José Carlos Venâncio, sociólogo e professor catedrático na Universidade da Beira Interior, David Capelenguela, escritor, Carlos Manuel Lopes, economista e professor associado no ISPTEC e Maria Helena Miguel, professora de língua portuguesa.
Entretanto, fazem parte ainda do grupo de membros correspondentes professores de várias nacionalidades, sendo portuguesa (01), brasileira (02), congolesa (01) e senegalesa (01). (Carta)
O Ministério da Saúde garantiu, esta segunda-feira, ainda não ter registado qualquer caso de Mpox (varíola dos macacos), em Moçambique, pelo que, desmente a existência de casos desta doença em Moçambique.
Em comunicado emitido ontem, o Ministério da Saúde revela ter submetido, entre os dias 14 e 26 de Agosto, sete casos suspeitos de Mpox, cujos testes laboratoriais deram negativo. Os casos em referência foram detectados nas províncias de Cabo Delgado (quatro), Niassa (um), Zambézia (um) e Maputo (um).
As autoridades da saúde esclarecem, no documento, que os sintomas de mpox são similares às de outras doenças exantemáticas, como o sarampo, a rubéola e a varicela, pelo que os casos suspeitos podem estar relacionados à estas doenças.
Lembre que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, a 14 de Agosto último, a Mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, facto que levou as autoridades de saúde a elevar o seu nível de alerta. (M. Afonso)
A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve, na última sexta-feira (23), no bairro de Mahlazine, na cidade de Maputo, uma cidadã de 35 anos, suspeita de tráfico de órgãos, após uma denúncia feita pelo parceiro da sua empregada doméstica. A detenção ocorreu depois que a empregada encontrou órgãos humanos (braços e seios) no congelador da casa da patroa, o que a levou a informar o parceiro, que então denunciou o caso à polícia.
Entretanto, a detida afirma que está a ser acusada de um crime que não cometeu, alegando que nada foi encontrado na sua residência. "Quando a polícia revistou a minha casa e o meu quarto, encontraram apenas quatro seringas e coleira do meu cão. No meu carro, encontraram um kit de primeiros socorros e ervas medicinais que uso para os meus banhos. No meu telemóvel, encontraram algumas mensagens de um jovem que me arranja pessoas para trabalhar, mas no meu congelador não encontraram nada", explicou.
Segundo a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Marta Pereira, a cidadã foi detida por possuir na sua residência partes do corpo humano, que foram descobertas pela empregada, após a patroa ter ligado pedindo para retirar carne do congelador para preparar.
Mas como não era tarefa da empregada preparar comida, ao procurar a carne, deparou-se com um plástico contendo braços e seios femininos, o que a fez sair correndo até desmaiar. Pouco depois, a filha da patroa ligou para a mãe para contar o sucedido e esta retornou à casa, confrontando a empregada sobre o que ela tinha visto no congelador.
Em pânico, a empregada pediu à patroa que a enviasse de volta para a província de Gaza, onde reside, mas a patroa recusou. A empregada então contactou o seu parceiro, que accionou a polícia, tendo esta se dirigido de imediato à casa da suspeita, mas não encontrou nada, pois já havia removido os itens para outra residência.
Quando a polícia chegou ao local, rastreou o celular da cidadã e descobriu que ela recrutava pessoas, prometendo emprego na África do Sul, através da partilha de informações nas redes sociais sobre a solicitação de empregadas domésticas. Na mesma residência, a polícia encontrou vários medicamentos tradicionais, materiais de primeiros socorros, seringas e outros itens. (M.A.)