A dívida pública de Moçambique deverá atingir 102,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do ano, sendo que a economia poderá registar um crescimento de 3,5%, informou a agência de notação de risco Fitch Ratings, no seu mais recente documento de análise à economia do país. Para 2019, a Fitch Ratings antecipa um crescimento económico de 3,7%. Os técnicos da agência afirmam no documento que “o défice orçamental vai chegar a 5,7% do PIB, que aumenta para 6,9% quando se consideram os pagamentos em atraso, sobe gradualmente para 7,3% em 2019 e 7,8% em 2020, reflectindo o ainda baixo crescimento e as pressões sobre a despesa devido ao ciclo eleitoral deste e do próximo ano e à descentralização, em 2020.” As previsões da Fitch Ratings indicam que “a dívida pública vai aumentar, atingindo um pico em 2022, quando o rácio entre a dívida e o PIB chegará a 119% devido a expectativas mais lentas de crescimento da economia e à consolidação orçamental limitada.”
Os maiores riscos, concluem os técnicos da agência, são “uma depreciação da taxa de câmbio mais rápida do que o esperado, défices mais elevados e atrasos nos grandes projetos de exploração de gás natural.” (Carta)
A Vodacom e a Motivel ganharam os canais disponíveis para que cada uma possa instalar a tecnologia de transmissão de dados 4G, na sua versão avançada. As três operadoras, incluindo a Mcel, foram comunicadas na sexta-feira pelo INCM (Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique) dos resultados do recente leilão lançado para o efeito. As duas primeiras adquiriram dois canais de frequência necessários para implantarem o serviço mais recente de transmissão de dados. A Vodacom e a Movitel podem agora pôr em marcha um o 4G avançado. A Mcel estará se atrasando nesta corrida para uma maior satisfação do consumidor. A Vodacom e Movitel ganharam quatro dos 5 lotes em disputa. O leilão para atribuição de direitos de utilização de frequências nas faixas de 800 Mhz, 1800 Mhz e 2.6 Ghz foi relizado no passado dia 25 de Outubro. Os preços bases de licitação eram de 15.000.000 USD (para as faixas de 800 MHz e 2.6 GHz) e 30.000.000 USD para a faixa de 1800 MHz.
O economista moçambicano que o FMI ofereceu ao Governo para dirigir o banco central, Rogério Zandamela, é tido como um “one man show”. Raramente reúne os Conselhos de Administração (CA) do banco. O grosso das suas decisões são tomadas individualmente e faz também um “uso abusivo” do seu voto de qualidade enquanto governador. Esta é a súmula de uma caracterização da atuação de Zandamela, partilhada à “Carta”. O nome de Zandamela esteve no centro do debate público na semana passada por causa da sua gestão errática do apagão do sistema financeiro nacional. Uma contestação contra a atuação do governador ganhou corpo. Quatro destacadas organizações da sociedade civil local exigiram a sua demissão.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2019 entre 4 a 4, 7 % e a inflação irá rondar nos 6%. De acordo com o fundo, estes indicadores resultam de “esforços sustentados de criação de uma paz duradoura, de um relaxamento gradual das condições monetárias, da regularização dos pagamentos internos em atraso junto de fornecedores e do maior investimento direto estrangeiro, em particular nos megaprojetos de gás natural liquefeito”.
Desde Novembro de 2016 a 2018 que Moçambique passou a fazer parte de um grupo de seis países da região da África subsaariana com sérias dificuldades financeiras devido ao endividamento público, facto que tornaram as suas economias fracas e instáveis. A informação consta dum estudo recente do Fundo Monetário Internacional (FMI), apresentado nesta terça-feira em Maputo. Fazem ainda parte da lista o Zimbabué, Congo, Chade, Eritreia e Sudão do Sul. O estudo avança que as principais razões que levam estes países a estarem neste grupo é que os outros melhoraram consideravelmente a sua situação com o colapso do preço dos produtos e fraca qualidade das ofertas.
O governo de Timor-Leste assinou com a petrolífera Shell a compra por 300 milhões de dólares da participação da empresa no consórcio dos campos Greater Sunrise, onde passa a assumir a maioria do capital, informou a Shell Australia. O acordo de compra e venda foi assinado pelo representante especial de Timor-Leste, Xanana Gusmão, e pela presidente executiva da Shell Austrália, Zoe Yujnovich, na ilha indonésia de Bali. A compra da participação de 26,56% da Shell, que depende ainda da aprovação do governo e do parlamento timorenses e dos reguladores, soma-se à participação de 30% adquirida à ConocoPhillips, o que dá a Timor-Leste uma maioria de 56,56% no consórcio. O consórcio dos campos petrolíferos Greater Sunrise, no Mar de Timor, é liderado pela australiana Woodside, a operadora (com 33,44% do capital) e inclui a ConocoPhillips (30%), Shell (26,56%) e Osaka Gas (10%). Os campos Greater Sunrise contêm reservas estimadas de 5,1 biliões de pés cúbicos de gás e estão localizados no mar de Timor, a aproximadamente 150 quilómetros a sudeste de Timor-Leste e a 450 quilómetros a noroeste de Darwin, na Austrália. (Macauhub)