Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI

Economia e Negócios

A sul africana Tongaat Hullet inaugurou ontem em Xinavane uma nova refinaria de açúcar branco, representando um investimento de cerca de dois mil milhões de Meticais. A capacidade atual de refinação de açúcar branco em Moçambique é de cerca de 20 000 toneladas/ano, mas estima-se que o consumo do mercado nacional seja de 70 000 toneladas/ano. A maioria das necessidades de açúcar refinado de Moçambique é importada. A capacidade de produção desta refinaria, cuja construção foi concluída em Outubro de 2018 é de 90 mil toneladas por ano e será suficiente para atender à demanda local projetada para os próximos 7 a 10 anos.

A refinaria foi projetada pelo Grupo de Tecnologia da Tongaat Hulett (TG). A TG projeta e vende equipamentos de processamento de açúcar há mais de 30 anos e detém 11 patentes em 22 países, incluindo a tecnologia GREEN (Greatly Reduced Equipment Needs).  A construção da refinaria teve a duração de 18 meses e criou 605 postos de trabalho directos de curta duração, o que equivale a um total de 430 729 horas/homem. Os cidadãos moçambicanos ocuparam 436 dos 605 postos criados. A refinaria irá contar com 90 colaboradores permanentes na sua fase operacional.

 A conclusão da refinaria de açúcar, em Xinavane, reforça a posição da Tongaat Hullet como o principal investidor da indústria açucareira em Moçambique.  O açúcar refinado será do tipo industrial e terá a certificação de segurança alimentar FSSC 22000. O açúcar branco é necessário para produzir refrigerantes, laticínios, cerveja, doces e produtos de confeitaria. Prevê-se que o aumento da disponibilidade de açúcar branco contribua para o crescimento destas indústrias em Moçambique. A Refinaria de Xinavane, localizada a cerca de 150 quilómetros do porto de Maputo, está bem posicionada para exportar excedentes de açúcar branco para os mercados regionais africanos.(Carta)

A paridade entre o Metical e o USD, atualmente negociado a uma média de 61.5, deverá continuar oscilando nesses patamares por vários meses antes de cair de volta para o nível de 60. A estabilização deverá acontecer no próximo ano, quando forem tomadas as decisões finais de investimento nas áreas 1 e 4 da Bacia do Rovuma. Estes dados constam da mais recente análise do Standard Bank Research Group cobrindo alguns países africanos. A secção de Moçambique e Angola foi elaborada pelo economista chefe do banco em Moçambique, Fáusio Mussá. De acordo com a análise, qualquer atraso nas decisões de investimento final terá um potencial para aumentar a pressão sobre a balança de pagamentos.

De acordo com a análise, “o Metical permanece apoiado por um câmbio bruto relativamente estável e reservas de perto de 3.1 bilhões de USD, o que representa 6,8 meses de cobertura de

A CTA está insatisfeita com o ritmo de pagamento das dívidas do Estado para com vários fornecedores do sector privado. O Diretor Executivo da CTA, Eduardo Sengo, disse à “Carta” que o processo de validação e pagamento das dívidas está a ser feito de forma morosa e "sinuosa". "A validação e pagamento está a ser feita a uma empresa  de cada vez cada vez e com muitas discussões e retórica. Como consequência recebemos todos os dias empresas que se queixam do processo e pedem a nossa intervenção. Mas a CTA não intervém na negociação direta das empresas, mas sim por todas as empresas", disse Sengo.

De entre os vários requisitos que tornam o processo de validação e pagamento da dívida moroso, Eduardo Sengo apontou a certificação da existência de faturas, notas de entrega e autos de medição, verificação física do fornecimento dos bens e comprovação efetiva da prestação do serviço, devendo a verificação física ser compulsória para os processos sem o visto prévio do Tribunal Administrativo, bem como a certificação da razoabilidade de preços. A CTA não sabe quantas empresas já receberam, mas sabe que, a nível central, há 577 empresas que estão na fila de espera. (E.C.)

A Ncondezi Energy pretende iniciar no primeiro semestre de 2023 a exploração comercial do projecto de mina de carvão e central térmica com 300 megawatts de potência em Tete, província central de Moçambique, informou a empresa britânica em comunicado.

“Esta data faz parte de um novo calendário e programa de trabalho que foi agora ultimado com os potenciais parceiros estratégicos”, como sejam o Ministério dos Recursos Minerais e Energia e a estatal Electricidade de Moçambique, pode ler-se no documento.

O novo calendário prevê que os contratos de construção sejam adjudicados no primeiro trimestre de 2019, que os contratos de venda sejam assinados no primeiro trimestre de 2020 e o envelope financeiro seja alcançado no primeiro semestre de 2020.

O comunicado recorda que o governo de Moçambique pretende fazer com que em 2030 toda a população do país tenha acesso a energia eléctrica, objectivo que inclui a produção de 1350 megawatts em centrais alimentadas a carvão. (Macauhub)

A SIMO terá de desembolsar, para a implementação da solução Euronet, perto de 7 Milhões de USD, mais 2 Milhōes do que a BizFirst estava a cobrar para licenciar de forma vitalícia o software Bizswich, que estava na posse da Interbancos. Os 7 milhões de USD correspondem ao valor total do contrato proposto com a Euronet Worldwide e engloba “um licenciamento perpétuo, manutenção e suporte, implementação, bem como os custos de deslocação e hospedagem dos recursos da Euronet”. Os dados constam de um “memo” a que “Carta” teve acesso. O documento mostra, em detalhe, os contornos do caso e as opções avaliadas pela SIMO quando em Abril iniciou contactos com outros provedores do serviço.

A solução Bizswich esteve em funcionamento na Interbancos durante o período em que a instituição operou em Moçambique. No documento, a SIMO diz que o software fazia parte dos activos adquiridos com a aquisição da Interbancos. Quando a SIMO engoliu a Interbancos, ela assinou com a BizFirst uma adenda ao contrato de manutenção com validade até Junho de 2019. Mas essa adenda apresentava limitantes. O software só podia estar instalado nos servidores da Interbancos em Maputo e o SIMO só podia aceder ao Software se celebrasse com a BizFirst um novo contrato de licenciamento para a licença de utilização vitalícia do software no valor de 5 Milhões de Euros sem período de exclusividade. Opcionalmente, um acordo contemplaria uma licença de utilização vitalícia do software com período de exclusividade de 3 anos no valor de 2 Milhões de Euros.

Os gestores do SIMO não gostaram destas propostas e partiram ao ataque: encontrar um provedor alternativo. A busca começou em Abril. Por convite, foram contactadas a Progressoft da Jordânia, a  OpenWay da Rússia e a Euronet dos EUA. Durante os meses de Maio e Junho, a SIMO manteve discussões técnicas com as 3 provedoras. A empresa jordana exigia pouco mais de 1 milhão de USD para implementar a sua solução. A Open Way não apresentou nem proposta técnica nem financeira.

A solução Euronet começou a ser tratada em finais de Junho. No passado mês de Outubro houve viagens e workshops diversos onde a solução foi apresentada. A Euronet submeteu uma proposta técnica e financeira em finais de Outubro. A SIMO optou por esta proposta pois ela apresentava produtos ainda não implementados em Mocambique como é o caso do contactless. A SIMO também considerou positivo o facto de a Euronet apresentar serviços adicionais que o software da Bizfirst não apresenta, nomeadamente: certificação UnionPay (Acquiring e Issuing), certificação Mastercard Acquiring e Issuing), certificação Dinners (Acquiring) e certificação Amex (Acquiring). Por outro lado, em termos de terminais de pagamento ATM e POSs, a solução apresenta a funcionalidade de remote key load, fazendo com que as chaves criptográficas dos terminais possam ser carregadas sem custos de deslocação. A única desvantagem identificada foi que o preço do licenciamento e implementação era superior que o da Progressoft. Ou seja, o preço da Progressoft era estranhamente tão inferior. E a OpenWay nunca apresentou nada.

Ontem, “Carta” apurou que o Banco de Moçambique iniciou já contactos com a Euronet visando a sua contratação. Os contactos estão ainda numa fase preliminar mas confirmam o que o Governador do BM, Rogério Zandamela, foi dizer no Parlamento na semana passada: que estavam a caminho de Maputo consultores ligados a uma empresa, que não revelou, para estudar a alternativa ao apagão. Esse estudo já estava afinal em curso desde Junho. E, com a Euronet, só faltava a assinatura do contrato relevante. (Marcelo Mosse)

quinta-feira, 29 novembro 2018 03:00

FEIMA a “meio gás”

A Feira de Artesanato, Flores e Gastronomia em Maputo (FEIMA) está, nos últimos tempos, a registar muita fraca afluência de clientes. A situação afeta perto de 400 expositores. Para estes, o problema deve-se a falta de publicidade dos produtos e daquele mercado de artes e artesanato. Alguns expositores dizem que ficam quase uma semana sem vender, o que compromete o seu negócio. António Ezembro, artesão e expositor na FEIMA, diz que, por falta de clientes, já acumulou uma dívida. "Se não consigo pagar ao Município pela ocupação das duas bancas, também me custa sustentar uma família de quatro filhos", queixou-se Ezembro, um homem na casa dos 50 anos. A publicitação não é o único problema que compromete o negócio dos artistas. A dificuldade na exportação de produtos de arte e artesanato é outro desafio. A legislação limita em 20 kg a quantidade máxima de circulação de objeto de arte ou artesanato. “Esta limitacão não nos favorece, pois afecta os clientes, principalmente estrangeiros”, lamentou Armando Jacob, artesão e também expositor na FEIMA. Criada a 10 de Novembro de 2010, a FEIMA esteve sob gestão privada até 2014, altura em que o Município de Maputo assumiu a direção. Face à crise, os artistas sugerem que o Governo Municipal deva publicitar os produtos, bem como o próprio local, como fazia a anterior gestão, que produzia cartazes e panfletos que eram distribuídos em aeroportos, hotéis e outros locais turísticos. (Evaristo Chilingue)