O ex-ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang, detido há quase um ano na África do Sul no caso das "dívidas ocultas", "requer cuidados" por falta de tratamento médico, disse o seu advogado.
"Ele já está detido quase há um ano e pouco antes de ter sido preso na África do Sul tinha sido submetido a uma cirurgia, infelizmente não recebeu qualquer tipo de tratamento médico que o ajude no processo de recuperação", adiantou à Lusa o advogado Rudi Krause. De acordo com o advogado sul-africano, o ex-governante e quadro superior da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder em Moçambique, foi submetido a uma cirurgia a um joelho.
"Do ponto de vista médico, ele não se encontra tão bem como poderia estar e é lamentável que as autoridades sul-africanas, que deram garantias ao magistrado de que ele receberia tratamento médico, não o tenham providenciado até hoje", salientou.
O advogado disse que o encarceramento na África do Sul, desde 29 de dezembro de 2018, "está a afetar fisicamente" Manuel Chang, embora este esteja "forte e determinado emocionalmente", algo que disse ter constatado durante uma visita que realizou na passada segunda-feira ao ex-governante moçambicano, na prisão de Modderbee, arredores de Joanesburgo.
"Sofre dos efeitos da intervenção cirúrgica, o programa de reabilitação não é o que deveria ser, de forma que, do ponto de vista físico, encontra-se numa situação desconfortável, mas apesar disso, está bem", declarou Rudi Krause.
Relativamente à condição de diabetes declarada por Manuel Chang no pedido de libertação sob caução, que o tribunal de Kempton Park rejeitou em 15 de fevereiro, o advogado referiu à Lusa que "essa situação parece estar controlada puramente porque a alimentação que recebe é limitada".
Rudi Krause disse que a decisão do Tribunal Superior de Gauteng, que rejeitou nesta quarta-feira uma petição de Moçambique para que uma instância superior de justiça na África do Sul mantenha a extradição do ex-ministro Manuel Chang para o seu país, "atrasará consideravelmente" os procedimentos da sua deportação, que antecipa ser "prolongada".
Neste sentido, Krause avançou à Lusa ter decidido no recente encontro com Manuel Chang "a possibilidade de solicitar a liberdade sob caução nestas circunstâncias (estado de saúde)".
"Isso significa que, contra o pagamento de uma quantia em dinheiro, ele é libertado, sujeito a certas condições rigorosas, como sugerimos anteriormente, e que, portanto, permaneça fora de uma situação prisional, mas confinado à República da África do Sul até que estas questões legais sejam resolvidas", salientou.
Manuel Chang, 62 anos, encontra-se detido na prisão de Modderbee, arredores de Joanesburgo, desde 29 de dezembro do ano passado, a pedido dos EUA, primeiro requerente da extradição de Manuel Chang.
O ex-ministro das Finanças de Moçambique, que foi preso no aeroporto internacional OR Tambo, em Joanesburgo, a caminho do Dubai, é aguardado para julgamento num tribunal de Nova Iorque, por fraude, corrupção e lavagem de dinheiro numa burla internacional de 2,2 mil milhões de dólares (cerca de dois mil milhões de euros).
A detenção e pedido norte-americano de extradição de Manuel Chang estão relacionados com o seu papel na prestação de avales financeiros do anterior Governo moçambicano, presidido por Armando Guebuza, para criar as empresas públicas Ematum, Proíndicus e MAM, de segurança marítima e pesca, à revelia da Assembleia da República e do Tribunal Administrativo de Moçambique.
A justiça norte-americana absolveu recentemente o cidadão libanês Jean Boustani, negociador da empresa Privinvest, que era acusado de conspirações para cometer fraude de transferências, fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro no caso das dívidas ocultas. (Lusa)
O Ministro da Defesa Nacional, Atanásio Salvador M’tumuke, apontou o “dedo acusador” à Renamo, responsabilizando-a pelos ataques que vêm acontecendo na zona centro do país – normalmente atribuídos a desconhecidos. M’tumuke reafirmou que não vê diferença entre os homens da Junta Militar da Renamo e o Partido no seu todo.
Falando à imprensa esta quinta-feira, 12 de Dezembro, em Maputo, o Ministro disse que a Renamo está a violar o acordo de paz definitiva de 6 de Agosto, assinado entre o Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, e o Presidente daquele partido da oposição, Ossufo Momade.
M’tumuke reafirmou que, na zona centro, a Renamo não está a honrar com o acordo assinado, porque os homens que estão a disparar contra pessoas e viaturas são justamente originários daquela formação política. Aquele dirigente realçou ainda que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) estão a fazer de tudo para que a situação volte à normalidade nas províncias onde reina a instabilidade.
De salientar que, nos últimos dias, os passageiros e automobilistas que circulam pelas Estradas Nacionais (1 e 6), em alguns distritos de Manica e Sofala, têm sido alvo de ataques de homens armados, a quem a Polícia da República de Moçambique (PRM) tem acusado de pertencerem à Junta Militar da Renamo, liderada pelo general Mariano Nyongo. Autocarros de passageiros e camiões de transporte de mercadorias têm sido os alvos predilectos dos homens armados, numa situação que já tirou a vida a 11 pessoas, entre civis e polícias.
Na semana finda, o Ministério Público anunciou que correm na justiça 20 processos crimes contra homens detidos e desconhecidos. Entretanto, Atanásio M’tumuke disse que não restam dúvidas que os ataques são perpetrados por homens oriundos da Renamo.
Em reacção, José Manteigas, Porta-voz do Partido Renamo, disse, em entrevista à “Carta”, esta quinta-feira, que o “discurso do Ministro M’tumuke é falacioso e que foi a Frelimo quem “criou” os ditos homens armados, tanto que “estimulou” que alguns órgãos de comunicação social públicos e privados se deslocassem às bases dos mesmos para fazer cobertura de uma série de eventos, entre os quais “ameaçar de morte o Presidente da Renamo”.
José Manteigas voltou a acusar o Governo da Frelimo de estar a perseguir seus membros, raptando-os e assassinando-os.
Para o Porta-voz da “Perdiz”, o Ministro da Defesa e o seu Governo é que estão a violar os acordos assinados. Rematou ainda: “se as FDS são incapazes de parar com os ataques que estão a ocorrer no centro e na província de Cabo Delgado, então que não atribuam culpas à Renamo e nem olhem para o partido como um bode expiatório”.
Manteigas disse não perceber a acusação à Renamo, uma vez que o próprio Atanásio M’tumuke sabe que “as forças residuais da Renamo encontram-se neste momento acantonadas na sua base, na Serra da Gorongosa, esperando pelo processo de desmobilização, desmilitarização e reintegração (DDR) de forma tranquila, e que recentemente um conjunto de 10 oficiais jurou à bandeira e serão patenteados”. (O. O.)
Tudo foi feito para que o caso não tivesse “pernas para andar”.
Ameaças, intimidações e apelos foram feitos desde os primeiros momentos em que uma menor confirmou à sua família que teria sido violada por Alberto Niquisse – deputado-eleito à Assembleia da República para a legislatura 2020-2024, com o número 21, pelo círculo eleitoral de Gaza.
O ora acusado violador de menor é proprietário da Kaunda Eventos, uma empresa que tem organizado vários eventos governamentais e não só e que, recentemente, foi condecorada pelo governo provincial, tendo inclusive recebido um diploma de honra das mãos da Governadora Stela Zeca. A menor que acusa Niquisse de a ter violado sexualmente, completou, recentemente, 15 anos de idade (nasceu a 03 de Novembro de 2004) e é estudante e residente na cidade de Xai-Xai.
Conforme consta do auto de denúncia n° 448/1ª ESQ/2019, de 23 de Julho de 2019, submetido ao Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM), no Distrito de Xai-Xai – e assinado pelo Sub-Inspector da Polícia, José João Campira – tudo terá acontecido num dia de Setembro de 2018, por volta das 23:00 horas, quando Alberto Niquisse efectuou uma chamada para a menor, a perguntar onde esta se encontrava, ao que a menor terá respondido que estava numa festa, em casa de uma amiga e vizinha. Na sequência, o deputado eleito foi ao seu encontro, tendo de seguida a levado a uma residência na Praia de Xai-Xai, onde se encontrava apenas um guarda-nocturno. Foi ali que começou a acariciar e a beijar a menor.
Alberto Niquisse pediu à menina para manter relações sexuais, mas esta respondeu que não queria, até porque era virgem e estava com medo. Contudo, o indiciado insistiu, dizendo que tal não constituía problema, pois faria tudo com calma e sem forçá-la a nada.
Apesar da sua recusa, menor afirma que o indiciado acabou por violá-la numa varanda, uma vez que não possuía as chaves para poder aceder ao interior da dita residência.
A menor acrescentou que Niquisse teria ficado com o seu contacto num casamento que se realizara um mês antes (Agosto de 2018), e que desde então a ligava constantemente, até ao dia da consumação do acto sexual.
Já em Maio deste ano, quando a vítima regressava da Escola na companhia das suas colegas, o indiciado teria efectuado novamente uma chamada, procurando saber onde a moça se encontrava, ao que esta terá respondido que estava no Bairro 10”.
Conforme consta no documento na posse da “Carta”, durante a ligação, uma das amigas da menor terá gritado em voz alta que lhe apetecia “comer chocolate”. Niquisse aproveitou a deixa para se dirigir ao local onde se encontravam as jovens e entregar-lhes o alimento solicitado.
Mãe da menor desconfiou
Importa referir que a mãe da vítima, a menor violada, terá desconfiado que algo de errado se estaria a passar, por ter constatado que várias chamadas haviam sido recebidas pela filha no período nocturno.
Segundo consta no auto em posse da “Carta”, Cleia Evaristo, mãe da menor violada, entrou em contacto com a esposa do indiciado no intuito de conversar com ela sobre o assunto.
Após o encontro, a esposa de Alberto Niquisse pediu para falar com a menor, tendo esta confirmado que teria sido violada pelo esposo.
A esposa de Alberto Niquisse pediu então para que a menor não contasse a verdade à sua mãe. Dias depois, voltou a interpelar a menor quando esta se dirigia à escola. Tornou a abordá-la sobre o assunto, orientando-a que, caso fossem à esquadra ou ao tribunal, a jovem devia negar que fora violada sexualmente pelo seu esposo.
Refira-se, no entanto, que a mãe da menor confiscou o seu telemóvel, visando impedi-la de se comunicar com o indiciado, entretanto, a menor procurou outras formas de fazê-lo, usado o aparelho de uma amiga. Niquisse ter-lhe-á igualmente instruído a procurar formas de retirar o telemóvel da posse da mãe de modo a apagar toda a informação que pudesse ser comprometedora.
Em busca de soluções, Cleia Evaristo solicitou mais um encontro com o casal Niquisse, na sua residência, para em conjunto resolverem o caso, mas estes mostraram-se indisponíveis. Foi aí que a mãe da menor encaminhou o caso para a 1ª esquadra de Xai-Xai, onde a menina viria a confirmar o caso e a veracidade dos factos.
Mãe recebe ameaças
Conforme apurámos de fontes ligadas à família da menor, a queixa que deu entrada no passado dia 23 de Julho do presente ano viria a “hibernar” na gaveta da 1ª esquadra, enquanto nos bastidores seguia-se um conjunto de ameaças e intimidações contra a vida e o emprego da mãe da menor.
Organizações ligadas aos direitos humanos em Gaza tentaram a todo o custo levar o processo avante, porém, as suas pretensões viriam a ser frustradas.
Mas como já diz o adágio popular, “a culpa não morre solteira”, cinco meses após todo esse exercício visando apagar os vestígios do crime, activistas e defensores de direitos humanos denunciaram o caso aos órgãos de justiça, em Maputo.
“Carta” interagiu com Alberto Niquisse, telefonicamente, para procurar saber da sua versão dos factos. Na conversa de pouco mais de dois minutos, o nosso interlocutor confirmou que tinha conhecimento da referida denúncia.
No entanto, “convidou-nos” a deslocarmo-nos à cidade de Xai-Xai, alegadamente, porque queria falar com a nossa reportagem presencialmente, já que (segundo alegou) “não poderia falar sobre um assunto tão sensível sem que visse o rosto da pessoa com quem estava a dialogar”. E em seguida, desligou o telemóvel. (Carta)
Quase 48 horas depois da interdição da circulação dos comboios, pela Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), a Metrobus, um sistema integrado de transporte, que opera nas Cidades de Maputo e Matola desde Fevereiro de 2018, retoma a sua operação ferroviária.
O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira, através de um comunicado, partilhado com os utentes daquele serviço. De acordo com o documento, que “Carta” teve acesso, a solicitação para o reinício da operação ferroviária do MetroBus foi feita pelo Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), através do seu Secretário Permanente, Pedro Inglês.
O documento, de uma página, não esclarece as razões que ditaram a decisão do MTC em admitir o “regresso” da MetroBus, mesmo contra vontade dos CFM. Apenas informa a retomada da operação ferroviária e garante aos clientes que “o nosso serviço manter-se-á inalterável”.
Lembre-se que a operação ferroviária da MetroBus foi interrompida na noite da passada terça-feira, 10 de Dezembro, alegadamente por falta de pagamento de taxas de uso da linha férrea e pela inobservância das normas de segurança. Segundo os CFM, a MetroBus deve, só pelo uso da linha e serviços auxiliares, quatro milhões de Mts, referentes aos quase dois anos de operação.
Porém, a direcção da MetroBus considera haver inveja dos seus serviços, pois, desde que iniciou as operações não tem havido colaboração entre àquela empresa privada e a empresa gestora das linhas férreas.
Refira-se que esta não é a primeira situação de interrupção dos serviços da MetroBus a ser verificado, por dívidas e alegada inobservância das normas de segurança ferroviária. O primeiro caso deu-se em Novembro do ano passado. (Carta)
Não foi por ter circulado nos grupos de WhatsApp antes da sua realização, como aconteceu com os exames de Matemática da 10ª Classe e de Filosofia da 12ª Classe, na 1ª Época e muito menos por ter havido os habituais “ways” de venda de resposta. Mas, sim, porque simplesmente o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) “decidiu” entregar enunciados com respostas correctas já assinaladas, tal como acontece com alguns boletins de voto, durante os períodos eleitorais.
Esta quarta-feira, 11 de Dezembro, a Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Conceita Sortane, mandou anular o exame de História da 12ª Classe, da 2ª Época, realizada na passada terça-feira, 10 de Dezembro, por se considerar ter havido irregularidades.
Num despacho com nº 537/GM/MINEDH/19, de 11 de Dezembro, a titular do pelouro da educação remarcou o exame para esta sexta-feira, 13 de Dezembro, com início previsto para às 15 horas. A decisão não afecta as Cidades de Maputo, Matola e Xai-Xai, cujas variantes não registaram nenhuma irregularidade.
“Carta” teve acesso ao exame anulado e constatou que a irregularidade foi cometida pelo próprio MINEDH. O enunciado do referido exame chegou às mãos dos examinandos com respostas correctas já assinaladas, tendo sido motivo de sátira nas redes sociais, com alguns internautas a dizerem que “cansado das reprovações em História, o Ministério enviou exame com respostas sinalizadas! Kkkkk… coisas do meu país”.
“Carta” soube que o exame não foi realizado, pois, procedeu-se com a recolha do enunciado logo depois da deteção da referida irregularidade. Uma fonte do MINEDH explicou ao nosso jornal que tudo deveu-se a um erro no processo de produção, pois, “quando os examinadores elaboram a prova devem indicar a respectiva resposta para ser submetida à análise e foi durante esse processo, em que se cometeu esse erro”.
“O sistema de produção do exame é muito fechado, de modo a que não haja fuga de informação. Trata-se de uma falha que nos escapou no processo de produção e que passou para uma fase não adequada, que é o da impressão, empacotamento e distribuição. Nesta fase, ninguém mais tem acesso ao exame”, explicou a fonte.
Refira-se que este é o primeiro exame a ser anulado este ano, devido a irregularidades, apesar de ter havido denúncias de circulação de exames finais da 10ª e 12ª Classe, da 1ª Época. Aliás, “Carta” teve acesso a dois exames realizados na 1ª Época que circularam nas redes sociais, antes da sua abertura oficial. Trata-se dos exames de Matemática da 10ª Classe e de Filosofia da 12ª Classe.
Na altura, o Director do Conselho Nacional de Exames, Certificação e Equivalência, Feliciano Mahalambe, garantiu à “Carta” que a anulação dos exames não tinha nada a ver com a fraude (venda de exames), “mas sim com a afluência grave em relação aos resultados”. Ou seja, o exame só seria anulado caso houvesse maior número de alunos com notas altas.
Com os alunos praticamente já de férias, Conceita Sortane orientou as direcções provinciais da Educação e Desenvolvimento Humano e as respectivas escolas a criarem condições para a realização do exame. (A.M.)
O espetáculo é uma mistura de música popular brasileira com um pouco de afro beat e Marrabenta. Ivo Maia é um músico e compositor moçambicano, baseado nos últimos 16 anos no Brasil e na África do Sul. Ele se apresenta em turnês como vocalista da banda Napalma e em seu projeto solo. Este projeto que mistura Reggae, Marrabenta e Música Popular Brasileira é descrito como JaMozBraz (Jamaica / Moçambique / Brasil). Ele começou em Vitória / Espírito Santo no Brasil e já se apresentou não apenas no Brasil, mas também em vários eventos em países como África do Sul, Zimbábue, Portugal e Moçambique. Com um som único, Jamozbraz leva o público a uma jornada musical para dançar e se divertir a noite toda.
(12 de Dezembro, às 18Hrs no Centro Cultural Brasil-Moçambique)
Mais de 25 mil crianças de diferentes escolas primárias, ao longo do corredor de Nacala, vão se beneficiar do Programa de Alimentação Escolar, uma iniciativa do Programa Mundial para a Alimentação (PMA), com apoio das empresas do Corredor de Nacala (CLN e CDN), nesta região.
O Programa Mundial para a Alimentação fornece alimentação escolar nutritiva e saudável, que contribui para o fortalecimento das capacidades físicas e cognitivas dos alunos, melhorando o desempenho académico, as taxas de matrícula, a retenção de alunos no sistema escolar e a promoção da frequência, principalmente da rapariga.
No geral, o programa de alimentação escolar é considerado um investimento essencial nas gerações futuras, com benefícios que duram a vida inteira.
O PMA está a desenvolver o programa de alimentação escolar em Moçambique, nas últimas décadas, que actualmente beneficia cerca de 170 mil crianças ao nível de diferentes escolas primárias do país.
Além de apoiar as crianças na escola, o programa de alimentação escolar estimula as economias locais por meio da compra descentralizada de alimentos perecíveis e não perecíveis nos mercados locais e abrangerá produtos dos beneficiários do Programa de Geração de Renda do Corredor de Nacala, como forma de apoiar a sua ligação ao mercado.
Um Comité composto por colaboradores do PMA e das empresas do corredor Nacala determinará em 90 dias quais escolas e distritos serão envolvidos pela iniciativa.
A ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo, instou, na quarta-feira, 11 de Dezembro, aos empregadores e aos trabalhadores a pautarem pela cultura de negociação e de diálogo com vista a manter permanentemente a paz e a estabilidade laboral nas empresas.
Estes dois factores, de acordo com a ministra, associados à comunicação entre as partes e à disseminação de informações sobre a vida das empresas podem contribuir para a motivação dos trabalhadores, melhoria das condições de trabalho e consequente aumento da produção e da produtividade.
Entretanto, e porque a criação e manutenção das condições de empregabilidade não dependem única e exclusivamente dos empregadores, Vitória Diogo apelou aos trabalhadores a apostarem na formação permanente e contínua, aperfeiçoando as suas habilidades, pois o mercado de trabalho está cada vez mais exigente.
“A capacitação e profissionalização dos trabalhadores é um investimento a acarinhar por parte do empregador e o trabalhador deve, também, esforçar-se em actualizar os seus conhecimentos e auto superar-se, para se manter em condições de empregabilidade. Estamos todos num mundo cada vez mais globalizado e na era do conhecimento”, sublinhou.
A governante referiu que, graças ao empenho e à postura serena e responsável da Comissão Consultiva do Trabalho (CTT), foi enriquecido e consolidado o diálogo social no país, facto que tornou a CCT uma instituição, relevante e incontornável, tendo ainda ganho um reconhecimento internacional manifestado através da OIT (Organização Internacional do Trabalho), pela solidez da sua abordagem tripartida, a qual conduziu para a criação, neste quinquénio, dos primeiros Tribunais de Trabalho na Cidade e da Província de Maputo, 30 anos depois da aprovação da Lei.
Vitória Diogo falava na última sessão anual (e quinquenal) da Comissão Consultiva do Trabalho, um órgão de concertação social tripartida, composto pelo Governo, empregadores e trabalhadores.
Na sua intervenção, a ministra fez um balanço positivo do desempenho do órgão durante o mandato prestes a findar, durante o qual “trocamos informações, promovemos a consulta, negociamos e dialogamos sobre várias matérias de interesse global, prevalecendo, entre nós, o bom senso, a confiança, o espírito de boa-fé e vontade das partes em construir consensos e edificar juntos um mercado laboral vibrante e dinâmico”.
Na ocasião, foi lançada a segunda edição da brochura “Diálogo Social Tripartido e Concertação Social: Experiência Moçambicana – Caminho Percorrido (1994-2019), uma compilação da história dos últimos 25 anos da Comissão Consultiva do Trabalho. (FDS)
O Governo de Moçambique continua sem solução para o caso das altas taxas de fronteiras impostas pelo reino de E-swatine (ex-Swazilândia) e, como consequência, os transportadores continuam a somar prejuízos.
É que a Comissão Interministerial, criada pelos Ministérios das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPRH) e dos Transportes e Comunicações (MTC), ainda não se reuniu com as autoridades de E-swatine para resolver o problema, pese embora (o governo) tenha prometido aos transportadores que se pronunciaria na terça-feira da semana passada.
No entanto, ontem, em entrevista telefónica à “Carta”, o Director Nacional dos Transportes e Segurança no MTC, Cláudio Zunguze, disse que a Comissão tem estado a fazer diligências com vista a reunir-se com o Governo de E-swatine para diplomaticamente resolver o problema.
“Estamos preocupados com os transportadores por causa da insustentabilidade da taxa nas suas operações, de tal modo que neste momento, em articulação com o MOPRH, há acções diplomáticas em curso para se resolver o caso com a contraparte. Prevemos que o encontro aconteça na próxima semana”, disse Zunguze.
Enquanto o Governo não resolve o problema, os transportadores nacionais somam prejuízos desde início de Novembro passado, após o reino de E-swatine ter fixado em 100 USD (e depois baixado para 20 USD), a taxa de entrada naquele país, alegadamente, como retaliação aos 100 USD impostos pelo Estado Moçambicano, apenas para camiões.
“Neste momento, estamos à espera do resultado da Comissão Interministerial. Enquanto não há resposta, continuamos de facto a somar prejuízos”, queixou-se, ontem, Constantino Mauaie, Vice-presidente para Área Internacional na Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO), acrescentando que, caso o executivo não desbloqueie este imbróglio, aquela colectividade poderá – para além de agravar o preço das passagens – impedir a entrada dos transportadores daquele país. (Carta)
Vinte e quatro horas após “Carta” ter noticiado que se recorreu ao uso de “magia negra” para descobrir os autores do ataque que tirou a vida a duas pessoas, na aldeia Litingima (em Nangade) a 27 de Novembro, o Administrador daquele distrito da província de Cabo Delgado, Dinis Issa Mitande, contactou-nos para colocar os pontos nos “ii´s”.
Mitande esclareceu que essa informação começou a circular em quase todo o distrito, cinco dias depois do referido ataque. Daí que se tenha dirigido ao local para se inteirar da veracidade da mesma.
Na reunião que manteve com a população, no passado dia 03 de Dezembro, explica a fonte, não se confirmou a suposta baixa das Forças de Defesa e Segurança (FDS), originada por “magia negra” e muito menos a presença de um tal curandeiro tanzaniano, supostamente contratado para o efeito.
Mitande confirmou apenas a ocorrência do ataque, afirmando que a actuação do grupo que aterroriza a província, desde 05 de Outubro de 2017, demonstra que alguns dos seus integrantes são efectivamente naturais de Nangade, isto, pelo (seu) conhecimento das infra-estruturas e propriedades destruídas, bem como dos alvos que seleccionam para atacar.
Garantiu ainda que a população continua vigilante, mesmo com a presença das FDS em todo o perímetro do distrito.
Entretanto, fontes da “Carta” reiteraram que, após o ataque, a população de Litingima procurou um curandeiro para “enfeitiçar” o grupo que atacou aquela aldeia. Sucede, porém, que, ao invés disso, o que se assistiu foi a morte estranha de membros das FDS, o que lhes leva a suspeitar do envolvimento destes (membros das FDS) no ataque. (Carta)