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quinta-feira, 12 dezembro 2019 10:08

Enunciado com respostas assinaladas “motiva” anulação do Exame de História da 12ª Classe

Não foi por ter circulado nos grupos de WhatsApp antes da sua realização, como aconteceu com os exames de Matemática da 10ª Classe e de Filosofia da 12ª Classe, na 1ª Época e muito menos por ter havido os habituais “ways” de venda de resposta. Mas, sim, porque simplesmente o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) “decidiu” entregar enunciados com respostas correctas já assinaladas, tal como acontece com alguns boletins de voto, durante os períodos eleitorais.

 

Esta quarta-feira, 11 de Dezembro, a Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Conceita Sortane, mandou anular o exame de História da 12ª Classe, da 2ª Época, realizada na passada terça-feira, 10 de Dezembro, por se considerar ter havido irregularidades.

 

Num despacho com nº 537/GM/MINEDH/19, de 11 de Dezembro, a titular do pelouro da educação remarcou o exame para esta sexta-feira, 13 de Dezembro, com início previsto para às 15 horas. A decisão não afecta as Cidades de Maputo, Matola e Xai-Xai, cujas variantes não registaram nenhuma irregularidade.

 

“Carta” teve acesso ao exame anulado e constatou que a irregularidade foi cometida pelo próprio MINEDH. O enunciado do referido exame chegou às mãos dos examinandos com respostas correctas já assinaladas, tendo sido motivo de sátira nas redes sociais, com alguns internautas a dizerem que “cansado das reprovações em História, o Ministério enviou exame com respostas sinalizadas! Kkkkk… coisas do meu país”.

 

“Carta” soube que o exame não foi realizado, pois, procedeu-se com a recolha do enunciado logo depois da deteção da referida irregularidade. Uma fonte do MINEDH explicou ao nosso jornal que tudo deveu-se a um erro no processo de produção, pois, “quando os examinadores elaboram a prova devem indicar a respectiva resposta para ser submetida à análise e foi durante esse processo, em que se cometeu esse erro”.

 

“O sistema de produção do exame é muito fechado, de modo a que não haja fuga de informação. Trata-se de uma falha que nos escapou no processo de produção e que passou para uma fase não adequada, que é o da impressão, empacotamento e distribuição. Nesta fase, ninguém mais tem acesso ao exame”, explicou a fonte.

 

Refira-se que este é o primeiro exame a ser anulado este ano, devido a irregularidades, apesar de ter havido denúncias de circulação de exames finais da 10ª e 12ª Classe, da 1ª Época. Aliás, “Carta” teve acesso a dois exames realizados na 1ª Época que circularam nas redes sociais, antes da sua abertura oficial. Trata-se dos exames de Matemática da 10ª Classe e de Filosofia da 12ª Classe.

 

Na altura, o Director do Conselho Nacional de Exames, Certificação e Equivalência, Feliciano Mahalambe, garantiu à “Carta” que a anulação dos exames não tinha nada a ver com a fraude (venda de exames), “mas sim com a afluência grave em relação aos resultados”. Ou seja, o exame só seria anulado caso houvesse maior número de alunos com notas altas.

 

Com os alunos praticamente já de férias, Conceita Sortane orientou as direcções provinciais da Educação e Desenvolvimento Humano e as respectivas escolas a criarem condições para a realização do exame. (A.M.)

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