Provavelmente, a Frelimo também está em vias de eleger todos os governadores. De acordo com projecções, na província natal de Ossufo Momade, Nampula, a Frelimo tem mais de 50% dos votos, com uma participação eleitoral relativamente baixa (menos de 50%). Somente na Zambézia, o resultado não é claro; a Frelimo lidera, com mais de 60% de participação, mas há ainda muitas assembleias há informação escassa sobre várias zonas da província.
Boicote da Renamo
A Renamo está boicotando todo o apuramento de voto distrital e ordenou que seus militantes não participassem de nenhuma maneira nessas acusações. O boicote foi confirmado por uma fonte autorizada da Renamo, mas não haverá declarações públicas. Nossos correspondentes relatam a retirada da Renamo de algumas contagens distritais. O MDM continuará participando das contagens distritais, mas pode se recusar a assinar as folhas de resultados do distrito (JH/CIP)
A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia convidou, na tarde desta quinta-feira, a imprensa para apresentar o relatório preliminar do processo eleitoral moçambicano, cujo ponto mais alto foi a votação na passada terça-feira, 15 de Outubro.
Para já, tal como disse o Chefe da Missão, Sánchez Amor, o processo eleitoral decorreu num ambiente polarizado, marcado pela violência interpartidária, desconfiança entre os principais partidos bem como nos órgãos de administração eleitoral e judiciais.
O julgamento de Jean Boustani, o vendendor-mor da Privinvest, nos EUA, ja está a revelar alguns detalhes escabrosos que marcaram a relação entre os seus protagonistas de relevo. Ontem, quarta-feira, o ex-banqueiro do Credit Suisse Group AG, Andrew Pearse, disse a um júri no tribunal de Brooklyn, Nova Iorque, que ele embolsou pelo menos 45 milhões de USD em pagamentos ilícitos pelo seu papel no arranjo de empréstimos no valor de 2 bilhões de USD para três empresas em Moçambique.
Pearse, 49 anos, que já se declarou culpado de conspiração, testemunhou que pelo menos quatro outros banqueiros do Credit Suisse também receberam milhões de dólares em subornos do construtor de navios Privinvest Group. "Todos eles tiveram um papel em garantir que o banco fizesse os empréstimos", testemunhou Pearse na quarta-feira. "Eles forneceram ao banco informações falsas sobre o Privinvest".
A oficina vai ser orientada pela professor de cerâmica Ilda Manejo. A cerâmica é a arte ou a técnica de produção de artefatos de objectos tendo a argila como matéria-prima.
(19 de Outubro, às 10Hrs no Centro Cultural Brasil-Moçambique)
A noite do dia 15 de Outubro não foi fácil, em vários bairros da cidade de Quelimane e os restantes distritos da província da Zambézia. Em Quelimane, concretamente, nos bairros de Janeiro, Icídua, Sangarivera, Murropue, Coalane, Micajune, Manhaua, Acordo de Lusaca, Eduardo Mondlane, assim como no Posto Administrativo de Maquivale, nos Postos de votação de Nacouela, Serresse, Magologodo e Marrabo o clima foi de terror.
A mão dura dos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) foi visível. Cidadãos que se encontravam aglomerados nas vias que davam acesso aos postos de votação acabaram por ser recolhidos aos calabouços.
Em Conferência de Imprensa havida no início da tarde desta quarta-feira (16), em Maputo, a Plataforma de Observação Eleitoral Conjunta “Sala da Paz” descreveu o processo de votação em todo o território nacional.
A porta-voz da Plataforma, que é composta por 37 Organizações da Sociedade Civil, distribuídas por todo o país, Felicidade Chirindza, começou por sublinhar que as eleições da última terça-feira (15) foram exemplares no que se refere às questões organizativas, tendo em conta o horário de abertura das urnas (92,1 por cento das mesas abriram às 7:00 horas) e o material de votação estava disponível para votação em 99 das mesas.
O sentido do voto na província da Zambézia, o segundo maior círculo eleitoral, na verdade, já havia sido definido muito antes do processo de votação iniciar, na passada terça-feira. Dois candidatos haviam já sido previamente escolhidos pelo fervoroso eleitorado zambeziano. Filipe Nyusi e Manuel de Araújo eram os “escolhidos”.
Filipe Nyusi, do partido Frelimo, candidato a Presidente da República e Manuel de Araújo, cabeça-de-lista da Renamo para eleição Provincial. É eleito, sabe-se, Governador de Província o cabeça da lista vencedora do escrutínio provincial.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) antevê, num relatório divulgado ontem, que a dívida pública de Moçambique suba este ano para 108,8% do PIB, mantendo-se acima dos 100% do PIB até 2023.
De acordo com o anexo estatístico do 'Fiscal Monitor', ontem divulgado em Washington no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, Moçambique deverá assistir a uma subida do rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto, que deverá aumentar de 99,8%, no ano passado, para 108,8% este ano e 106,8% em 2020.
O advogado do Estado sul-africano no caso da extradição do ex-ministro moçambicano Manuel Chang disse ontem que a imunidade do antigo governante "ainda persiste" como impedimento para ser processado judicialmente em Moçambique no processo das dívidas ocultas.
"A questão da imunidade ainda persiste em relação ao senhor Chang e se o ministro da Justiça [da África do Sul tivesse sido informado talvez tivesse tomado uma outra decisão", afirmou à Lusa Johan van Schalkyk, numa pausa na audição no Tribunal Superior de Gauteng, em Joanesburgo, para decidir sobre a revisão da decisão tomada em maio por Pretória de extraditar para Moçambique o seu ex-ministro das Finanças.
Vinte e quatro horas após a votação, a Polícia da República de Moçambique (PRM) veio a público apresentar o balanço preliminar do escrutínio, no que à ordem e tranquilidade diz respeito. Para já, as autoridades policiais apontam para o registo de um total de 22 ilícitos eleitorais e, como consequência, a detenção de 72 indivíduos.
O caso digno de realce foi registado na província de Sofala, concretamente no distrito de Machanga, e foi protagonizado, tal como deu a conhecer Orlando Mudumane, porta-voz da Polícia da República de Moçambique, por 300 membros do partido Renamo. Mudumane contou que o grupo vandalizou uma escola (assembleia de voto) local, com o intuito de roubar as respectivas urnas. Os indivíduos incendiaram ainda várias residências.