Moçambicano é maningue complicado. Nos últimos tempos têm estado a brotar sabichões neste país que nem te deixam ser bandido a vontade. Não permitem que o ladrão usufrua do seu próprio título de ladrão em paz. Já nem dá para ser gatuno tranquilamente. Aqui é fácil você ser jornalista, analista, músico, pastor, padre, sheik, até profeta, mas experimenta ser gatuno. Virão os "donos da verdade" dizer que isso é mentira, que isso é ilegal.
Quando não se passa nada! Não se passou literalmente nada um ano depois!
Em Maio do ano passado, juntamente com a minha família e a de um amigo, Sitoe, desloquei-me a Maqueze para participar numa missa de passagem de seis meses da morte de um amigo, Jossias Gabriel Mathe, Deus o guarde devidamente. Uma viagem que tinha tudo para ser muito prazerosa, doce, romântica; mas, como relatei em crônica na altura, acabou estragada somente porque… estávamos desavisados de que não se atravessava no Alto Changane, a via estava (ainda está) interrompida pelas águas. Idos de Maputo, precisamente às 7:45, estávamos na margem sul do rio Changane, do lado da “vila”, prestes a seguir para Maqueze! Estávamos há 20 minutos do destino. Quase focinhávamos as águas… Tivemos que voltar até Chibuto, uma hora e tal de condução… dar a volta, seguir até Mohambe, cerca de 25 quilómetros, depois desviar, mais umas duas horas de estrada de terra batida, escorregadia, esburacada, traiçoeira e algo perigosa. No lugar de chegar ao destino à hora e em condições desejadas, bem dispostos, acabámos por chegar atrasados, cansados e sem o ânimo necessário para estar presente em cerimônias públicas.
Tudo por conta de uma ponteca que tarda uma eternidade em aparecer entre a “vila” de Alto Changane e Maqueze, apesar de, num passado não muito distante, ter havido fundos para tal e algum material de construção ter chegado mesmo a ser descarregado no local. Alguma pedra foi concentrada ali perto da margem, ainda que, hoje por hoje, não tenha uma única pedrinha de amostra.
Este ano, há uns dias, com os mesmos acompanhantes, lá me fiz de novo a Maqueze.
Encontrei um outro Maqueze. Está a desenvolver-se, a tornar-se vila. Mau grado a desurbanização que graça. Definitivamente, não estamos a conseguir erguer bairros, aldeamentos e mesmo vilas bem urbanizadas, ruas bem organizadas, bem estruturadas. Nada, não conseguimos. Falta alinhamento, ruas e ruelas bem desenhadas, atalhoamento padronizado, conforme e profissional. Nada. Maqueze, como muitos agregados pelo país fora, está a crescer desordenadamente! Mas está a crescer. Muitas construções à vista; palácios até. Água, já há um sistema de abastecimento. Energia, está em curso a construção de uma mini-central fotovoltaica. O futuro parece muito promissor!
Desta vez, ia a uma festa de aniversário de um amigo. Não era um aniversário qualquer, aniversário de uma figura emblemática, quase com a idade de pai: Amós Stefane Mahanjane! O embaixador Amós Mahanjane. Esse mesmo. Figura com espaço nobre na História de Moçambique, antigo combatente, representante do país no estrangeiro! Oficialmente, fazia 76 anos de idade; mas, de facto e de verdade, fez 82 primaveras! Uma boa idade, maior para aquilo que a sua compostura física aparenta - ainda com ar jovial. Uma figura muito afável, bondosa, de grande coração, ajudadora do outro, sempre preocupada com os outros.
Foram muitas palmas para o mano Amós, tantos eram os convidados presentes, entre familiares, amigos e conhecidos. Palmas, ovações e aplausos muito merecidos. Uma festa muito bonita. Simples, mas bonita! Muitas mensagens apresentadas. Muitas homenagens. Muitas vénias. Muitas ofertas. Muita alegria. Sem muito protocolo ou complicações, todo aquele que entendesse, dava o seu depoimento sobre o aniversariante. Depois, muita confraternização regada de abundante canhû e tanta comida. Só terminou noite adentro, com muita música, de uma banda local e de DJ, concurso de dança e canto improvisados. Foi muito bonito.
Depois, o fim. Chegou a vez de pegar a estrada. De novo, o calvário e a volta a dar. De Maqueze a Chibuto, são perto de 80 quilômetros, via Alto Changane. No entanto, via Mohambe, são cerca de 120 quilômetros!... setenta e tal dos quais em terra batida. Uma via escorregadia, esburacada, de terra falsa. Mas houve mundos e fundos para se reabilitar esta via e pô-la em condições melhores. Mas nada se passou. Dinheiro foi para o bolso do empreiteiro, a S. Construções; e nada de sério aconteceu que beneficiasse os utentes da via, os maquezenses, nhlanganinenses, etc., etc.
Foram 11.260.951,31 (onze milhões, duzentos e sessenta mil novecentos e cinquenta e um meticais e trinta e um centavos)! Isso mesmo! Onze milhões e duzentos e sessenta mil para um troço de 54 quilômetros! Apenas 54. Houve areiazinha aqui, uma pedrada ali… mais nada!
Termino como terminei a outra crônica a que fiz referência, de Maio de 2021. ATÉ QUANDO O SOFRIMENTO DOS COMPATRIOTAS MAQUEZENSES/NHLANGANINENSES? NÃO SÃO ELES MOÇAMBICANOS? NÃO MERECEM UMA PONTECA ALI [NO ALTO CHANGANE, PARA FACILITAR A VIDA DELES?] NÃO MERECEM?
Estou curioso em ouvir a música que se vai tocar para conquistar os votos daqueles concidadãos para os próximos pleitos!
ME Mabunda
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A comunidade maometana é uma organização religiosa com raízes bem profundas em Moçambique, visto que a sua criação data de 16 de Janeiro de 1935 através da portaria n˚2; 407, estando ainda em uso até hoje os estatutos criados nos primórdios do colonial fascismo quase próximo da criação do Estado Novo do Salazar.
Durante a leitura dos estatutos é possível deparar-se com abordagens de segregação racial, pois nos termos da mesma só podem ser membros os maometanos indianos, uma autêntica violação do principio da igualdade previsto artigo 35 da Constituição da República, e sem deixar do lado que a lei das associações, lei n 8/91 de 18 de Julho, exige a alteração dos estatutos de todas as associações privadas para que se coadunem com a realidade constitucional do País sob pena da sua extinção administrativa e reversão a favor do Estado todo o Património.
Tendo em conta o que acabamos de abordar duas questões se levantam:
Desde a demissão de um destacado dirigente da comunidade maometana, a mesma vem demonstrando problemas sérios de gestão e cumprimento dos seus objectivos, se não vejamos:
Toda essa desorganização organizada é um banquete de escamoteamento de princípios e valores da comunidade, uma mesa que deveria ser pura.
A questão da ilegalidade do funcionamento da comunidade maometana (não realização das eleições, Estatutos contrários a lei, falta de transparência na administração da mesma), coloca a PGR e os Assuntos Religiosos no dever de com urgência fazer cumprir a Constituição e as demais leis vigentes, pois é mesmo por não se tomar medidas justas e adequadas a nossa realidade, surgem Associações Religiosas, Mesquitas e Igrejas como cogumelos, com seus líderes vitalícios.
Urge a necessidade do Governo, através da PGR por cobro a estas arbitrariedades, exigir que num prazo de 90 dias a destituição da actual direcção por estar a servir de forma ilegítima, e a constituição de uma direcção de transição até que sejam realizadas eleições de uma nova direcção cuja a sua primeira obrigação consistirá na elaboração e aprovação de novos estatutos.
Que esta experiência sirva de aprendizado para se impor medidas que permitam o Estado conhecer quais os factos reais, sob pena de Maputo se tornem num outro Cabo Delgado.
Por: Salvador Murchidão
Jurista e activista social
Do mesmo jeito que o cineasta norte-americano Woody Allen disse um dia – de que não podia escutar muito Wagner, maestro e compositor de ópera alemão que o ditador nazista Adolf Hitler adorava escutar, porque ficava com vontade de invadir a Polónia – eu tenho a mesma vontade em relação a Rússia depois que vejo um Telejornal que debruce sobre a invasão da Rússia à Ucrânia.
Agora estou curioso em saber o que Vladimir Putin, o presidente russo, adora escutar. Mais curioso ainda estou em saber se tal música fora a que ele, eventualmente, escutara na madrugada de 24 de Fevereiro de 2022, enquanto as suas tropas iniciavam a invasão à Ucrânia.
Mas vendo bem, não vou fazer essa pesquisa. E seja lá qual for a música ou músico que Putin goste, certamente que os efeitos de a escutar não são boa coisa.
Ademais, aconselho até a nossa classe política a não procurar saber e muito menos escutar tal música, pois os tempos eleitorais que se avizinham, a começar pelas hostes do partido glorioso, não são propícios para o tipo de música que Putin escute.
Por enquanto, e para fechar, partilhar que para conter os meus ânimos belicistas depois de cada Telejornal, tenho escutado muito a música ligeira moçambicana. Esta, talvez por ser ligeira, deixa-me manso. Porventura até seja o tipo de música que os líderes do Ocidente estejam a ouvir por estes dias.
Razões de ordem técnica dos requerimentos e a pandemia são os subterfúgios a que se recorre para indeferir as comunicações para a realização de marchas/passeatas/ manifestações pacíficas para todos os enteados do governo do dia. Por outro lado, os filhos do governo do dia só precisam de comunicar no partido que pretendem enaltecer ou endeusar a liderança máxima para sair à rua sem máscaras e abraçados! As referidas manifestações de apoio ou reconhecimento dos feitos da chefia, conforme são apelidadas, nunca foram impedidas, mesmo no auge das vagas de infecções com a Covid-19.
Já, enquanto os enteados procuravam marchar contra a onda de raptos que minetou o sistema policial e judicial. Contra as portagens que cercaram Maputo e outras que estão a ser colocadas em zonas com estradas sem qualidade. Contra a violência policial que se fez sentir em vários locais do país. Onde vendedoras ambulantes eram arrancadas peixe, bananas, bolinhos e depois espancadas por indivíduos vestidos de farda policial, o engraçado é que mesmo com os vídeos que viralizaram nas redes sociais, os dirigentes não estão nem aí – talvez tenha sido por isso que homens subversivos levaram um caixão para a casa de um chefe municipal e dias depois invadiram a casa, agrediram o homem e morderam o "mangalho do homem" deixando-o entre a vida e a morte.
Os dias passaram, veio mais uma audiência do mediático julgamento das dívidas odiosas – um peixe grande da nação foi ouvido – durante a sessão citou por várias vezes o outro peixe grande. A comunicação social deu eco àqueles dizeres. Vários debates foram travados em canais com dimensão nacional e internacional e o facto irritou as lideranças que orientaram que deveriam ser realizadas marchas por tudo que é canto, demonstrando de que lado os filhos estavam!
Para os filhos do governo do dia, a Constituição funciona sem precisar seguir o protocolo institucional recomendado. Até se for uma marcha de apoio a um dirigente pedófilo, as autoridades dão parecer até de madrugada. Mas se fores um enteado, mesmo que cites rigorosamente o Artigo 51 da Constituição da República de Moçambique (CRM) e o requerimento tenha sido feito pelo reconhecido cientista jurídico Diogo Freitas de Amaral ou a Juíza- Presidente do Conselho Constitucional (CC), o assessor jurídico do Edil ou do Governador/ comandante identificará os erros e irá indeferir o referido documento que visava simplesmente comunicar.
É complicado quando filhos do mesmo pai e mãe são tratados como enteados, simplesmente porque um reclama por melhores condições e outro agradece por viver na miséria e ser minetado longamente! Seria interessante que, enquanto a bandeira for essa, a constituição a mesma e o governo vigente tenha sido aquele que escolhemos que não houvesse filhos e enteados. Que todos os movimentos sociais e políticos tenham seu espaço de intervenção e exigência. Não devemos alimentar que a sociedade exija seus direitos da forma como o fizeram os trabalhadores da açucareira de Xinavane!
Ninguém deve ser obrigado a viver no silêncio e em constante medo, quando a nação onde todos vivem tem único nome – Moçambique. Tem única bandeira e mesma nacionalidade – moçambicana. Mas apenas alguns pensam de uma forma diferente sobre um determinado problema. Daí que alguns se identificam com os grupos sociais e políticos existentes. É importante que cultivemos as diferenças de pensamento, sem cortar as liberdades de cada um e criar inimigos públicos simplesmente porque o que ele fala denuncia as nossas falhas ou injustiça a maioria.
Pancho vivia na senzala ao lado da mansão da linda Ester como inquilino. No quintal era visto como esquisito e profundo memorizador das músicas românticas, em especial as brasileiras e norte-americanas – no seu quarto era comum ouvir pela madrugada as músicas de Roberto Carlos e Celine Dion. Às vezes, o homem sonhava em cantar.
O que Pancho não sabia é que na janela da mansão defronte ao seu humilde quarto dormia uma elegante moça. Dona de um corpaço extravagante e que despertava o olhar e atenção de todo o senhorio com quem se cruzasse pelo caminho.
Num belo dia, enquanto os pássaros animavam o som ambiente do quintal, Pancho interpretava a música de Roberto Carlos, com o título: "esse cara sou eu"! Foi quando a Ester abriu a cortina do seu quarto, vestida de um roupão vermelho e apertado, mapeando todos os atributos do corpo. Surpreendido com o que acabara de ver, Pancho a saudou e, com uma voz dócil, Ester correspondeu à saudação.
Naquele momento, nascia uma relação amorosa que infelizmente o fim da escuridão da noite e os raios do sol se encarregaram em destruir.
De olhar em olhar. Saudação em saudação, Pancho e Ester começaram um romance. Entretanto, entre milhares de qualidades que a Ester tinha, estavam os seus seios que deixavam Pancho e os admiradores da zona com a cabeça nas nuvens e loucos.
- Conta Pancho que, a cada toque entre os corpos, o "pigmeu" do Pancho ficava com a altura da montanha. Pancho não resistia aos abraços da Ester, que mesmo vestida com a toga de Procuradora ou Juíza os cinematográficos seios ficam expostos e apetitosos.
- Durante o acto sexual entre Pancho e Ester, o prazer era inesgotável, uma vez que a cada round dado, o "pigmeu" do Pancho rapidamente levantava logo que olhasse para os seios da Ester.
- Talvez não estejas a vislumbrar como são os seios da Ester, lendo até aqui o texto. É que, embora fosse uma jovem das bandas de Chuabo Dembe, em Quelimane, ela tinha as características de Denise Milani, a dona dos seios mais bonitos do mundo. As curvas da actriz que em tempo deixaram um júri de caça-talentos norte-americano rendido.
- A diferença entre Denise e Ester é que uma estava em Quelimane e com todos os atributos naturais e a Denise em Los Angeles, e teve que fazer algumas intervenções médicas. A Ester alimenta-se com frutos caseiros e Denise vive de takeaways e dietas ferrenhas. Mesmo assim, os seios da Ester continuam picantes e com a estrutura arquitectónica da pirâmide de Quéops ou de Khufu do Egipto que, embora tenham passado milhares de anos, ainda continua intacta.
- Devido à beleza e estrutura corporal da Ester, Pancho a chamava de "boneca negra humana", que jorrava nos seus seios um líquido com o sabor a mel e o frio de um sorvete russo.
A madrugada ia clareando, os pássaros cantando, as mamanas do bairro caminhando e os motores dos veículos roncando, quando Alberto, pai de Pancho, bateu à porta do quarto do filho, alertando-o para acordar e preparar-se para ir à escola. E lá se foi o sonho do Pancho em ter uma Ester com os seios deliciosos e um corpo da actriz norte-americana Maria Halle Berry (…)!
- Agora, Pancho só tinha de lavar a roupa interior que estava banhada de sémen – afinal tudo não passava de um sonho molhado de um jovem carente de amor e sem companheira por satisfazer…!