Um Fundo para a promoção, dinamização e financiamento da indústria em Moçambique com enfoque nos sectores de agro-indústria, vestuário, têxtil e calçado, minerais não metálicos, metalurgia, fabricação de produtos metálicos, processamento de madeira, deverá estar pronto até Dezembro que se avizinha.
A Empresa Moçambicana de Exploração Mineira (EMEM) passou a controlar uma participação de 5,0% no capital social da Twigg Exploration and Mining Limitada, uma subsidiária da Syrah Resources, informou este grupo mineiro em comunicado ao mercado divulgado através da Bolsa de Valores da Austrália.
O comunicado acrescenta que a entrega desta participação, que não teve qualquer custo para a estatal moçambicana, decorre do acordo mineiro alcançado entre o grupo Syrah Resources e o governo de Moçambique, conforme comunicação ao mercado divulgada em 27 de Setembro de 2018.
O Conselho de Ministros de Moçambique aprovou ontem em decreto a construção da central termoelétrica a gás de Beluluane, sul do país, no valor de 700 milhões de dólares (627 milhões de euros). "O Governo aprovou o empreendimento termoelétrico de Beleluane [província de Maputo] para a produção e venda, incluindo a exportação de energia elétrica produzida, com capacidade total instalada de até 2000 megawatts", disse Ana Comoana, porta-voz do conselho de ministros em conferência de imprensa em Maputo.
A concessionária, Beleluane Gas Company SA, terá o direito de produção, venda e exportação de energia elétrica a gás por 30 anos. O decreto dá direito de construção e operação de infraestruturas de importação, receção, armazenamento, tratamento e exportação de gás natural liquefeito na província de Maputo.
A petrolífera italiana Eni iniciou a construção do casco da unidade flutuante de tratamento e liquefação de gás natural (LNG) Coral Sul, que terá base no alto mar, em Moçambique, segundo um comunicado enviado ontem às redações.
O casco desta unidade, que integra o projeto Coral Sul e que se espera produzir 450 mil milhões de metros cúbicos de gás, deverá estar concluído em 2020, com o início da produção da plataforma planeada para 2022.
Após a realização da Conferência Internacional do Transporte Aéreo, Turismo e Carga Aérea (CITA), que decorreu semana finda, em Maputo, a empresa pública Aeroportos de Moçambique (ADM) e o Instituto Nacional do Turismo (INATUR) avançam para a elaboração de um plano-mestre para impulsionar o desenvolvimento dos dois sectores.
A informação foi avançada à “Carta” pelo porta-voz e administrador financeiro da ADM, Saíde Júnior, na passada quarta-feira, à margem da cerimónia do encerramento do evento, que juntou mais de mil pessoas, entre nacionais e estrangeiros, para debater sobre o alinhamento de políticas dos referidos sectores.
A indústria manufactureira moçambicana tem apresentado decréscimos significativos nos últimos 10 anos, sendo que, em 2017, a sua contribuição no Produto Interno Bruto (PIB) foi de 8.7 por cento, contra 11.8 por cento registados em 2008.
Intitulado “Desafios ao Desenvolvimento do Sector Manufactureiro e Medidas para a sua Alavancagem”, o estudo apresentado, ontem, em Maputo, pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), destaca adicionalmente que a redução de 1300 médias empresas entre 2003 e 2015 implicou uma perda do Valor Acrescentado Bruto da indústria manufactureira em cerca de 9.4 por cento, em 2015, e em cerca de 13 por cento, em 2018, facto que tem contribuído para a redução do peso deste sector na actividade económica ano após ano.
Com base no estudo, apresentado num seminário sobre os desafios do sector industrial moçambicano e medidas para a sua alavancagem, os principais entraves para o crescimento da indústria manufactureira, o que tem levado ao encerramento de várias empresas, está associado aos altos custos operacionais e à disponibilidade de financiamento ajustado à realidade do país.
Para além de analisar os desafios da indústria manufactureira, o estudo visava, igualmente, propor medidas para alavancar aquele sector. Em relação aos custos das matérias-primas, o estudo da CTA sugere, numa perspectiva de curto prazo, a isenção do Imposto Sobre o valor Acrescentado (IVA) e dos direitos aduaneiros na importação de matérias-primas para o sector manufactureiro, visto que grande parte são importadas.
Falando na ocasião, o presidente da CTA, Agostinho Vuma, referiu que, de acordo com as estimativas realizadas na análise, a implementação daquela medida pode resultar numa redução dos custos de produção do sector em cerca de 211.68 por cento, o que representa um ganho significativo na competitividade do sector.
“No que concerne ao custo de energia, propõe-se a mudança da estrutura tarifária, adoptando-se uma tarifa sazonal para a indústria transformadora que, para além de reduzir o custo de electricidade, irá estimular o sector produtivo à semelhança do que se tem verificado nos outros países. Com a adopção desta medida, estima-se que o custo de produção do sector possa reduzir em cerca de 46.5 por cento”, acrescentou Vuma.
Falando perante um auditório de perto de 100 pessoas, com destaque para empresários, Ministro da Indústria e Comércio (MIC), Ragendra de Sousa, e o Presidente do Conselho de Administração do Banco Nacional de Investimento (estatal), Tomás Matola, Vuma disse que para se induzir a redução do custo de capital e melhoramento do acesso ao financiamento, propõe-se a adopção de vias alternativas, nomeadamente, o desenvolvimento do mercado de capitais e a materialização dos projectos de financiamento do desenvolvimento.
Intervindo na ocasião, De Sousa reconheceu as constatações do estudo ao afirmar que o grande desafio para o empresário local tem, em verdade, sido o acesso ao financiamento adequado, assim como a informação pertinente do acesso à matéria-prima e do mercado para a exposição dos seus produtos.
Por isso, “é nosso desejo que este seminário contribua para identificarmos soluções inovadoras e compatíveis com a realidade em que vivemos”, afirmou De Sousa. (Evaristo Chilingue)