Quarenta e sete dias depois do anúncio da Decisão Final de Investimento, a Anadarko e parceiros iniciam, próxima segunda-feira, a construção da plataforma de produção e Liquefacção do Gás Natural a ser extraído na Área 1 da Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, anunciou o Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, quarta-feira finda (31 de Julho), durante a apresentação, na Assembleia da República, do Informe anual sobre o Estado da Nação.
“Apraz-me informar que procederemos ao lançamento da primeira pedra para a construção das infra-estruturas de Liquefacção do Gás Natural na Área 1 no próximo dia 5 de Agosto”, disse o PR.
Para além do lançamento da primeira pedra da construção da indústria com capacidade anual de produção de 12 milhões de toneladas de gás natural liquefeito, Nyusi vai igualmente inaugurar a vila de reassentamento da população composta por 556 habitações, abrangidas pelas obras do projecto, orçado na sua totalidade em 25 biliões de USD.
Descrevendo os avanços alcançados pelo Governo que dirige, nos últimos cinco anos, em todos os sectores, o PR disse que na área de hidrocarbonetos há um empecilho que não permite o executivo controlar e elevar a arrecadação de receitas geradas no sector.
“Um dos desafios na área de petróleos e gás é continuar a melhorar os mecanismos de controlo e legislação com vista a elevar cada vez mais os ganhos para a economia nacional decorrentes da exploração”, afirmou o PR, tendo porém assegurado que o seu Governo tem estado a envidar esforços para reverter o cenário. (Evaristo Chilingue)
Em seminário regional de consulta sobre um estudo para o fortalecimento da Associação Regional de Reguladores de Electricidade da África Austral (RERA, sigla em Inglês), havido na ultima quarta-feira (31 de Julho) em Maputo, o Secretário Permanente (SP) do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), Alfredo Nampete, defendeu que a solução para ultrapassar desafios relativamente à provisão de infra-estruturas regionais adequadas e um deficit no fornecimento de energia eléctrica, para fazer face ao aumento do desenvolvimento industrial e à expansão do acesso a preços módicos, passa pelo reforço da cooperação regional.
Caiu feito uma bomba o anúncio de adjudicação directa à famosa “Sapataria Zinha”, na cidade da Beira, dos serviços de aquisição de mobiliário para casa protocolar do Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação (INAHINA) e dos serviços de aquisição de fardamentos e calçados para aquela instituição, a nível da sua delegação na capital provincial de Sofala, nos valores de 77.641.600,00 Mts e 13.743.755,00 Mts, respectivamente.
Os números, que vieram engrossar a extensa lista de concursos cujas adjudicações e valores sugerem corrupção, foram publicados no dia 30 de Junho de 2017, na página oficial da Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições (UFSA), entidade que coordena e supervisiona toda a actividade relacionada com a contratação pública, gestão do sistema nacional centralizado de dados e informação e dos programas de capacitação em matéria de contratação.
Entretanto, solicitado pela “Carta” a esclarecer os valores que voltaram a ser motivo de preocupação social, assim como a opção pela já famosa “Sapataria Zinha”, que se tornou popular depois de fornecer uma banheira de hidromassagem ao Governador da província de Sofala, o Director-Geral do INAHINA, Simião Munguambe, revelou não saber o que terá acontecido para que o valor aparecesse inflacionado na página da UFSA.
De acordo com os documentos do concurso apresentados à “Carta”, pelo dirigente, o mobiliário para a casa protocolar custou 776.716,00 Mts e os fardamentos e calçados custaram 137.437,55 Mts. Munguambe entende que deve ter havido engano no processo de digitação dos números.
O mobiliário em causa era composto, entre outros artigos, por um jogo de sofás, uma geleira, cama casal completa, duas camas ¾ e destinava-se a uma casa tipo três, que, à data dos factos, a instituição acabara de reabilitar naquele ponto do país.
Em relação à escolha da famosa Sapataria Zinha, o entrevistado disse tratar-se de uma empresa que se dedica à prestação de diversos serviços, incluindo a venda de mobiliários. Aliás, as facturas disponibilizadas à “Carta” revelam que a “Sapataria Zinha” tem uma espécie de subsidiárias, destacando-se a “Zinha Home Mobiliário”, especializada na venda de mobiliários; uma subsidiária dedicada à moda e confecções; e outra dedicada a “diversos”.
Referir que os números partilhados durante os últimos dias não só deixaram a sociedade preocupada, como também mexeram com a estrutura da Procuradoria-Geral da República que já começou a investigar o tipo de mobiliário que tenha custado mais de 77 milhões de Mts. (A.M.)
O Indicador de Clima Económico (ICE) das empresas moçambicanas subiu em junho pelo terceiro mês consecutivo, embora de forma ligeira, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE). O índice subiu de 96,6 em maio para 96,9 em junho.
O INE refere que a subida foi influenciada principalmente pelas perspectivas favoráveis de emprego.
"O indicador do clima económico (ICE) recuperou ligeiramente depois do abrandamento registado entre os meses de janeiro e março, facto que esteve em linha com as expectativas de emprego apreciadas positivamente no período em análise", lê-se no boletim de Indicadores de Confiança e de Clima Económico.
As expectativas de emprego contrapõem-se "à perspetiva de procura que continuou com perfil descendente pelo segundo trimestre consecutivo".
Os indicadores de Confiança e de Clima Económico constituem uma publicação mensal sobre a conjuntura económica de Moçambique, compilada com base num inquérito de conjuntura realizado também todos os meses pelo INE às empresas do setor não financeiro.
"O estudo expressa a opinião de agentes económicos acerca da evolução e perspetiva da sua atividade, particularmente sobre emprego, procura, encomendas, preços, produção, vendas e limitações de atividade", explica o INE moçambicano. (Lusa)
A taxa de juro de referência do sistema financeiro de Moçambique ('prime rate') vai descer em Agosto de 19,3% para 18,5%, anunciaram ontem a Associação Moçambicana de Bancos e o banco central em comunicado.
Esta é a segunda descida consecutiva este ano num movimento de alívio dos custos dos empréstimos. O valor de 18,5% vai vigorar a partir de quinta-feira e durante o mês de agosto.
Desde que foi criada, em Maio de 2017, a taxa de referência nunca subiu e já caiu 9,25 pontos percentuais. A criação da 'prime rate' foi acordada entre o banco central e a Associação Moçambicana de Bancos (AMB) para eliminar a proliferação de taxas de referência no custo do dinheiro e entrou em vigor a 01 de junho de 2017.
O objetivo é que todas as operações de crédito sejam baseadas numa taxa única, "acrescida de uma margem (spread), que será adicionada ou subtraída à 'prime rate' mediante a análise de risco" de cada contrato, explicam os promotores. Noutra tabela divulgada hoje pela Associação Moçambicana de Bancos e pelo banco central é apresentado o 'spread' padrão (acréscimo à taxa de juro) de 17 instituições de crédito.
No crédito a particulares e consoante o banco, essa margem varia entre 2,50 e 40,70 pontos percentuais para o crédito ao consumo e entre um e seis pontos para crédito à habitação.
No crédito às empresas, a margem pode ser nula ou ir até 22,70 pontos para empréstimos até um ano, ou variar entre um e 22,70 pontos para prazos maiores. As operações de 'leasing' estão sujeitas a 'spreads' entre dois e 5,50 pontos para 'leasing' mobiliário e entre 1,50 e 5,50 para 'leasing' imobiliário. (Lusa)
O valor do comércio entre a China e os países de língua portuguesa cresceu 3,8% em termos homólogos para 58 836 milhões de dólares no período entre Janeiro e Maio de 2019, segundo dados oficiais chineses divulgados pelo Fórum de Macau.
A China exportou nesse período de cinco meses para os oito países de língua portuguesa produtos no valor de 16 227 milhões de dólares (-4,51% em termos homólogos) e importou bens no montante de 42 608 milhões de dólares (+7,47%), assumindo dessa forma um défice comercial de 26 381 milhões de dólares.