O Conselho de Ministros (CM) aprovou, nesta terça-feira (13 de Julho), em Maputo, o Plano Económico e Social (PES) inerente ao primeiro semestre de governação do presente ano e que, de acordo com Ana Comoana, porta-voz do CM, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em 2.5 por cento e a inflação média em 3.83 por cento, o que representa uma descida em relação a igual período do ano passado em que a inflação era de 6.6 por cento. Aliás, este indicador macroeconómico está acima das expectativas do Executivo, que esperava que o mesmo rondasse, por estas alturas, nos 6.9 por cento.
De acordo com a também vice-Ministra da Cultura e Turismo, a principal razão deste crescimento, que considera moderado, deveu-se aos ciclones Idai e Kenneth, que nos meses de Março e Abril afectaram o país, respectivamente, o que levou o governo a procurar formas alternativas para superar o período que o país atravessava.
Segundo Ana Comoana, a implementação do PES-2019 estabeleceu-se em 42.8 por cento, onde as despesas fixaram-se em 133.267,08 milhões Mts e as receitas encaixadas pelo Estado acenderam a um montante de 104.607 milhões de Mts. Por seu turno, as reservas internacionais líquidas situam-se em 68 milhões de USD.
Conforme avançou a governante, as “alterações climáticas” que dizimaram 648 pessoas e afectaram mais de um milhão de pessoas foram os grandes entraves para o não crescimento da economia nacional, assim como a economia global que se previa situar-se, este ano, em 3.2 por cento contra 3.6 por cento de 2018. Refira-se que a aprovação do PES visava aferir o grau de comprimento dos indicadores previstos.
De salientar que, ainda durante a sessão desta semana, o CM ratificou o memorando com a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), proposto em Fevereiro do presente ano, no qual serão apoiadas as mulheres e as populações residentes nas zonas rurais em projectos de inclusão e estabilidade financeira estimados em 40 milhões de USD. Aprovou ainda o novo Regulamento de Ensino Primário e Secundário do país. (Omardine Omar)
A Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE) diz que a Darling não sabe qual é a proveniência do gás inalado pelos trabalhadores que sofreram intoxicação, na manhã desta segunda-feira (12 de Agosto), na unidade fabril do parque Industrial de Beluluane, no distrito de Boane.
A posição foi manifestada, esta terça-feira, no habitual briefing à imprensa, pela porta-voz da INAE, Virgínia Muianga, em reacção aos desmaios que se registaram na fábrica de menchas Darling.
Entretanto, Muianga afirma: “registou-se uma intoxicação, devido à inalação de um gás tóxico. Ainda não se sabe exactamente o que está a acontecer na Darling, sabemos que foram 80 trabalhadores, dos quais 78 mulheres, sendo que havia cinco grávidas e dois homens que foram parar no Hospital Provincial da Matola com problemas respiratórios, vómitos e alguns desmaios”, explicou.
Uma das medidas tomadas, segundo Muianga, centra-se na criação de uma equipa multissectorial, composta pela INAE, Inspecção do Trabalho, a água, a Direcção do Parque de Beluluane e algumas empresas. Conforme explica a fonte, foi criada esta equipa porque não se sabe, até ao momento, de onde vem o gás tóxico que está a poluir a zona, incluindo a Darling, uma vez que, segundo a empresa, eles não usam matéria-prima capaz de poluir do jeito como está a acontecer.
Aliás, a fonte lembra que, em Novembro do ano passado, foram intoxicados 77 trabalhadores no mesmo local, no entanto, sublinha que a intoxicação observada esta semana não tem os mesmos motivos que do ano passado.
“No ano passado, os trabalhadores desmaiaram porque entraram na fábrica para trabalhar, um dia depois de se ter efectuado a reabilitação do chão e não se tomou o cuidado de se fazer limpeza depois das obras”, explicou.
A porta-voz garante ainda que todos os trabalhadores que sofreram intoxicação já voltaram ao trabalho, mesmo sem se conhecer as reais causas que provocaram os desmaios. (Marta Afonso)
Denominado Purchasing Managers’ Index – PMI (Índices de Gestores de Compras, em Português), o inquérito mensal do Standard Bank, cuja metodologia determina que valores acima de 50,0 apontam para uma melhoria nas condições para as empresas no mês anterior, enquanto as leituras abaixo de 50,0 mostram uma deterioração, concluiu que, em Julho passado, a economia do sector privado registou um crescimento sólido, após uma queda no mês anterior.
Inquirindo cerca de 400 empresas do sector privado, a análise reporta que, no mês findo, o valor do clima económico no referido sector situou-se nos 52.8 contra os 52 registados em Junho. “Além disso, em Julho, o PMI alcançou o seu valor mais alto desde Novembro de 2015, com o crescimento da produção e de novas encomendas a acentuar-se”, acrescenta o relatório.
O PMI do Standard Bank constatou igualmente que, no mês findo, o aumento de novos negócios foi o mais rápido em 21 meses e as empresas inquiridas observaram um aumento das vendas decorrentes de novos contratos e abertura de lojas, dada, de entre várias razões, a melhoria nas condições climáticas e o aumento da procura no início do terceiro trimestre.
“Com o aumento acentuado de novos negócios, as empresas do sector privado aumentaram a produção a um ritmo acelerado em Julho, tendo o índice corrigido de sazonalidade correspondente registando o valor mais alto desde Outubro de 2017. Além disso, a actividade aumentou em cada um dos últimos 12 meses”, reforça a análise que também aponta crescimento, embora moderado, em relação a outros indicadores avaliados, nomeadamente o emprego, os prazos de entrega dos fornecedores e os stocks de aquisições.
Contudo, constatou o PMI, apesar da melhoria do ambiente de negócios, as empresas inquiridas indicaram expectativas relativamente baixas para a actividade futura. “O nível de optimismo foi o mais fraco em 32 meses, embora o panorama geral ainda seja positivo graças aos planos para a abertura de novas sucursais e para estratégias de publicidade”, conclui a fonte. (Evaristo Chilingue)
O Índice do Preço no Consumidor (IPC), relatório mensal sobre o comportamento dos preços ao nível do país, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), diz que o custo de vida baixou pelo segundo mês consecutivo. Com base em dados recolhidos pelo INE nas Cidades de Maputo, Beira e Nampula ao longo do mês de Julho de 2019, o país registou no mês passado face ao mês anterior (Junho), uma deflação (baixo nível geral de preços) na ordem de 0,31 por cento.
Em comunicado de imprensa, divulgado sexta-feira finda (09), o INE explica que a divisão de alimentação e bebidas não alcoólicas foi a de maior destaque, ao contribuir no total da deflação mensal com aproximadamente 0,45 pontos percentuais (pp) negativos.
De acordo com o INE, da análise da variação mensal por produto, destaca-se a queda de preços do Tomate (6,7 por cento), do Peixe fresco (4,0 por cento), da Alface (18,5 por cento), da Couve (10,0 por cento), do Repolho (14,7 por cento), do Coco (7,3 por cento) e do Alho (20,9 por cento). Estes contribuíram no total da deflação mensal com cerca de 0,42pp negativos.
“Entretanto, alguns produtos com destaque para os Bolos com creme ou secos (10,9 por cento), a Cerveja para o consumo fora de casa (1,3 por cento), o Camarão seco (6,7 por cento), as Calças para homens (1,3 por cento), as Refeições completas em restaurantes (0,2 por cento), os Veículos automóveis ligeiros em segunda mão (0,5 por cento) e os Cigarros (1,3 por cento) contrariaram a tendência de queda de preços, ao contribuírem com cerca de 0,13pp positivos”, observou o INE.
Embora o custo de vida tenha baixado pelo segundo mês consecutivo, dados do Instituto demonstram que, de Janeiro a Julho de 2019, o país registou, porém, uma subida de preços na ordem de 1,07 por cento, tendo as divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas, de Restaurantes, hotéis, cafés e similares, e de Habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis sido as responsáveis pela tendência geral de subida de preços ao contribuir respectivamente com aproximadamente 0,35pp; 0,25pp e 0,15pp positivos.
“Relativamente a igual período de 2018, o país registou uma subida de preços na ordem de 2,16 por cento. As divisões de saúde e de educação foram, em termos homólogos, as que tiveram maior variação de preços com 6,78 por cento e 4,39 por cento, respectivamente”, salienta o INE em comunicado.
Desagregando a variação mensal pelos três centros de recolha que servem de referência para a inflação do país, o INE concluiu que a Cidade da Beira teve no período em análise (Julho) uma variação mensal negativa mais elevada (-0,39 por cento), seguida da Cidade de Maputo (-0,36 por cento) e da Cidade de Nampula (-0,12 por cento). (Evaristo Chilingue)
A Occidental Petroleum Corporation (que também assume a designação Oxy) anunciou quinta-feira passada (08) em Houston, nos Estados Unidos da América (EUA), a conclusão bem-sucedida da sua aquisição da Anadarko Petroleum Corporation numa transacção avaliada em 55 biliões de USD, incluindo assunção da dívida da Anadarko.
Depois de ser comprada pela Occidental, com que celebrou um acordo no início do corrente ano para a venda dos activos em África, a Anadarko deve ceder a liderança do consórcio da Área 1 na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte do país, à francesa Total.
Em comunicado patente no site da Anadarko Moçambique (que com a compra agora remete a Occidental), o presidente e director executivo da Oxy, Vicki Hollub, afirma que, com o portfólio de activos de classe mundial da Anadarko agora oficialmente parte da Occidental, “começamos nosso trabalho para integrar nossas duas empresas e desvendar o valor significativo dessa combinação para os accionistas”.
“Esperamos entregar pelo menos 3.5 biliões de USD por ano em sinergias de custos e investimentos de capital e o foco da nossa direcção e equipa de gestão está na execução, para alcançar a promessa desta combinação empolgante. Esperamos actualizar o mercado em nosso progresso contínuo no sector, meses à frente”, acrescenta Hollub citado pelo comunicado.
De acordo com a nota, o fecho da transacção seguiu-se à aprovação da compra pelos accionistas da Anadarko numa Reunião Especial realizada ontem. “Mais de 99 por cento das acções votadas na Reunião Especial foram a favor do acordo de fusão da Occidental”, lê-se no comunicado.
Na nota consta também que, com a operação, os accionistas da Anadarko estão a receber 59,00 USD em espécie e 0,2934 acções ordinárias da Occidental por acção ordinária da Anadarko na transacção. “A partir do final do pregão de hoje [quinta-feira passada], as acções ordinárias da Anadarko não serão mais negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque”, conclui o comunicado.
A Occidental é uma empresa internacional de exploração e produção de petróleo e gás, com operações nos EUA, no Oriente Médio e na América Latina. Com sede em Houston (cidade no Estado do Texas), a Occidental é uma das maiores empresas de petróleo e gás dos EUA, com base na capitalização do mercado acionário. (Evaristo Chilingue)
A Mozambique Rovuma Venture (MRV), juntamente com os seus Parceiros da Área 4 e o Governo de Moçambique, representado pelo Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, assinaram, sexta-feira finda (09), o Segundo Acordo Complementar do Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção (EPCC) da Área 4, que foi aprovado pelo Conselho de Ministros no dia 14 de Maio.
O instrumento assegura o enquadramento legal e contratual que vai permitir que o projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL) do Rovuma progrida, bem como os futuros projectos de GNL da Área 4.
O segundo Acordo Complementar, combinado com o Plano de Desenvolvimento e o Acordo de Unificação e Operações de Unidade, cria igualmente uma estrutura para o desenvolvimento e monetização das descobertas de gás de classe mundial da Área 4.
Em comunicado recebido na nossa redacção, o Director Geral Midstream da MRV, Mark Hackney, é citado a afirmar que a assinatura do Acordo assinala um marco importante e um passo significativo em direcção à Decisão Final de Investimento para o projecto Rovuma LNG no final deste ano.
De acordo com a nota, o MRV e parceiros da Área 4 garantem continuar a trabalhar com o Governo para maximizar os benefícios a longo prazo que o projecto trará para o povo de Moçambique.
De acordo com a nota, Max Tonela afirmou, por sua vez: “estas aprovações importantes aproximam-nos cada vez mais da materialização do Projecto Rovuma LNG e representam o compromisso do Governo de garantir que o Projecto irá beneficiar todos os moçambicanos e tornar realidade este “gás” para um Moçambique próspero”.
Lê-se no comunicado que os esforços de marketing para o GNL produzido a partir do projecto Rovuma LNG estão a progredir e a Área 4 já assegurou os contratos de compra e venda através das compradoras afiliadas dos parceiros, para 100 por cento da capacidade das Unidades de Produção 1 e 2, que conjuntamente produzirão mais de 15 milhões de toneladas de GNL por ano. “Os contratos de compra e venda da Área 4 foram submetidos ao Governo para aprovação”, sublinha a nota.
A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture S.p.A., uma Joint Venture que é co-propriedade da Eni, ExxonMobil e CNODC, que detém uma participação de 70 por cento no Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção da Área 4. A Galp Energia Rovuma B.V., a KOGAS Moçambique Ltd. e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos E.P. (ENH) cada uma detém uma participação de 10 por cento.
A ExxonMobil vai liderar a construção e operação das instalações de liquefacção de gás natural e instalações relacionadas em nome da MRV, e a Eni vai liderar a construção e operação das Instalações Upstream. (Evaristo Chilingue)